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Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos
 

 
2º Trimestre de 2000
 
Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
 

 
Lição 6: Jesus e o amor
Data: 7 de Maio de 2000
 
TEXTO ÁUREO
 
“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a
tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o
primeiro mandamento” (Mc 12.30).
 
VERDADE PRÁTICA
 
Jesus encarnou o amor de Deus pelos pecadores. E nós, seus servos,
precisamos demonstrar amor na prática, a fim de nos parecermos com Ele.
 
LEITURA DIÁRIA
 
Segunda - Rm 5.8
Deus prova seu amor
 

 
Terça - 1 Co 13.1
Sem amor não somos nada
 
 
Quarta - 2 Co 5.14
O amor de Cristo nos constrange
 

 
Quinta - Gl 5.22
O amor é fruto do Espírito
 

 
Sexta - Ef 5.2
Andando em amor
 

 
Sábado - 1 Jo 4.8
Deus é amor
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 
Marcos 12.30,31; João 3.16; 13.34-35; Mateus 5.43-46.
 
Marcos 12
30 - Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a
tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o
primeiro mandamento.
31 - E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
 
João 3
16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.
 
João 13
34 - Um novo mandamento vos dou; Que vos ameis uns aos outros; como
eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
35 - Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns
aos outros.
 
Mateus 5
43 - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu
inimigo.
44 - Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos
maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e
vos perseguem,
45 - para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol
se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.
46 - Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os
publicanos também o mesmo?
 
PONTO DE CONTATO
 
O amor não é mera emoção. É uma qualidade da alma, mediante a qual o
indivíduo sente ser natural servir ao próximo, tal como sempre quererá servir
a si mesmo. Essa qualidade da alma é produzida pela influência
transformadora do Espírito Santo (Gl 5.22).
Visto que o verdadeiro amor é fruto do Espírito Santo, significa que, a
fim de obtê-lo, precisamos crescer espiritualmente. Precisamos utilizar os
meios do desenvolvimento espiritual como o estudo da Palavra, a oração, a
meditação, a prática das boas obras, a santificação e o uso dos dons
espirituais. O amor desenvolve-se bem nesse solo.
Aquele que mais ama, mais se parece com Deus.
 
OBJETIVOS
 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
 Explicar o real significado de amar a Deus de todo o coração,
alma, entendimento e forças.
 Reconhecer o dever de amar o próximo como a si mesmo.
 Aplicar em sua vida o exemplo de Cristo, que nos amou a ponto
de dar a sua vida para o resgate da nossa.
 
SÍNTESE TEXTUAL
 
O amor é uma disposição de caráter que leva a pessoa a considerar seus
semelhantes com estima, respeito, justiça e compaixão. Amor cristão é
obviamente, esse sentimento inspirado, exemplificado por Cristo e praticado
pelos seus servos. Foi por amor que Deus enviou Jesus ao mundo. O amor é o
resumo da lei de Deus. O amor é a finalidade dos mandamentos. O amor é
uma das evidências da regeneração. O amor é, em resumo, a essência do
Cristianismo. Por isso mesmo é necessário que cada crente faça uma
reavaliação do seu procedimento, para que verifique o quanto tem obedecido
ao Senhor no tocante à prática do amor em sua vida.
 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
 
Na lei de Deus está expresso não somente o amor a Deus, mas o amor ao
próximo. Somente pela graça de Deus, o homem pode amar os seus inimigos
e bendizer os que o odeiam. Jesus, não injuriava; padecendo, não ameaçava,
mas entregava-se àquele que julga justamente (1 Pe 2.22-23).
Tomando por base o enunciado acima, peça a seus alunos que
apresentem três razões bíblicas por que os filhos de Deus devem amar os seus
inimigos. Dê-lhes 5 minutos para o cumprimento desta tarefa. Esgotado o
tempo, escreva no quadro de giz as razões relacionadas abaixo e compare-as
com as apresentadas por seus alunos.
1) Para revelar que é filho do Pai celestial (Mt 5.45).
2) Para revelar que é diferente daquele que não é filho (Mt 5.46-47).
3) Para alcançar a perfeição do Pai (Mt 5.48).
 
COMENTÁRIO
 
INTRODUÇÃO
 
Até hoje, ninguém foi capaz de definir o que é amor. Poetas, escritores e
dramaturgos, sempre tentaram esboçar uma definição de amor, mas nunca
conseguiram. Por que isto? Certamente, porque o amor, em sua expressão
perfeita e absoluta, é o próprio Deus (1 Jo 4.8). Podemos dizer que o amor é a
“pedra de toque” do cristão genuíno. O verdadeiro discípulo de Jesus é
identificado pelo amor. Nesta lição, abordaremos alguns aspectos
importantes desse tema.
 
I. AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO
 
1. O primeiro mandamento: amar a Deus (v.30). Um escriba
aproximou-se de Jesus e perguntou-lhe qual seria o “primeiro de todos os
mandamentos” (Mc 12.28). O Mestre, serenamente, respondeu, citando Dt
6.5, que diz: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todo o teu poder”.
a) “De todo o teu coração”. No Antigo Testamento, Deus disse: “Não
terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3). Era um preceito, uma
determinação legal. Nosso Senhor Jesus Cristo, tomou esse preceito e o
transportou para a esfera do amor. O Senhor não admitia nem admite que o
crente tenha outro deus além dEle, em seu coração. Não se pode servir a
Deus com coração dividido. O amor a Ele devotado deve ser total,
incondicional e exclusivo, verdadeiro e santo. É condição indispensável,
inclusive, para poder encontrar a Deus: “E buscar-me-eis e me achareis
quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13).
b) “De toda a tua alma”. A alma é a sede das emoções, dos sentimentos.
Podemos dizer que é o centro da personalidade humana. O amor a Deus deve
preencher todas as emoções e sentimentos do cristão. Maria disse: “A minha
alma engrandece ao Senhor” (Lc 1.46). O salmista adorou: “Bendize, ó minha
alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus
benefícios” (Sl 103.1,2).
c) “De todo o teu entendimento”. Isso fala de compreensão, de
conhecimento. Aquele que ama a Deus de verdade, tem consciência plena
desse amor, sendo, por isso, grato ao Senhor. É o culto racional (Rm 12.1b).
d) “De todas as tuas forças”. Certamente, o Senhor Jesus referia-se aos
esforços espiritual, pessoal, emocional, e, muitas vezes, até físico, voltados
para a adoração a Deus.
2. O segundo mandamento: amar ao próximo (v.31). Jesus,
complementando a resposta ao escriba, acrescentou que o segundo
mandamento, semelhante ao primeiro, é: “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo”, concluindo que “Não há outro mandamento maior do que estes”. Os
judeus, a exemplo dos orientais em geral, não valorizavam muito o amor ao
próximo. O evangelho de Cristo trouxe nova dimensão ao amor às pessoas.
Paulo enfatiza isso, dizendo: “porque quem ama aos outros cumpriu a lei”
(Rm 13.8b); “O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da
lei é o amor” (Rm 13.10).
 
II. CARACTERÍSTICA DO VERDADEIRO DISCÍPULO
 
Jesus, dirigindo-se aos discípulos, de modo paternal, disse: “Filhinhos,
ainda por um pouco estou convosco... Um novo mandamento vos dou”:
1. “Que vos ameis uns aos outros” (v.34). O discípulo de Jesus tem
o dever de amar ao próximo, ou seja, a qualquer pessoa, independente de ter
afinidade, amizade, ou não (Mc 12.31). Esse é um amor devido, que faz parte
das obrigações dos que servem a Cristo. Contudo, o Senhor quer que amemos
uns aos outros, como discípulos dEle, não apenas para cumprir um
mandamento, mas por afeto, de modo carinhoso, mesmo. Paulo absorveu
esse entendimento, e o retrata nas seguintes palavras: “Portanto, se há algum
conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no
Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões” (Fp 2.1). Com isso, ele
enfatiza o amor que consola, e os “entranháveis afetos e compaixões”. Esse é
o amor que deve haver entre os crentes, de coração, e não só por obrigação.
Nada justifica o crente aborrecer a seu irmão. Isso é perigoso. Pode levar à
condenação (vide 1 Jo 3.15).
2. “Como eu vos amei a vós” (v.34). O padrão do amor cristão é o
exemplo de Cristo. É o amor ágape, que tem origem em Deus, o qual nos
amou de modo tão grande (1 Jo 3.1). Cristo demonstrou seu amor para
conosco, de modo sacrificial. “Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a
sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Isto
mostra que Jesus nos amou de verdade, de modo sublime. Por isso,
precisamos expressar o amor pelos irmãos, não de modo teórico, porém
prático: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por
obra e em verdade” (1 Jo 3.18). A prática do amor deve começar em casa,
entre marido e mulher, pais e filhos e, na igreja, entre pastores e fiéis,
membros do Corpo de Cristo.
3. “Nisto conhecerão que sois meus discípulos” (v.35). Aqui,
encontramos o padrão do verdadeiro discípulo de Jesus: “...se vos amardes
uns aos outros”. Este “se” é o grande desafio ao verdadeiro discipulado. É
importante que haja discípulos que façam outros discípulos. Contudo, mais
importante é que os cristãos amem uns aos outros, pois, assim, demonstram
serem discípulos de Cristo, em condições de obedecer ao Evangelho e, desse
modo, viverem aquilo que pregam. Notemos que o Mestre não indicou outra
característica pelos quais seus seguidores seriam conhecidos de todos. Não
sabemos o impacto total dessas solenes palavras de Jesus entre os seus
discípulos, mas Pedro mudou de ideia rapidamente (ver Jo 13.36-38).
 
III. O AMOR CRISTÃO GENUÍNO
 
1. “Amai a vossos Inimigos” (v.44). No Antigo Testamento, a norma
era aborrecer o inimigo e amar apenas ao próximo, de preferência o amigo.
Jesus contrariou toda aquela maneira de pensar e mandou que os cristãos
amassem os próprios inimigos. Ao proferir essas palavras, certamente, os
olhos dos ouvintes se arregalaram, causando-lhes grande impacto em suas
mentes.
2. “Bendizei o que vos maldizem” (v.44). Sem dúvida alguma, os
que ouviam o sermão olharam uns para os outros, indagando: “Que ensino é
esse? Isso contraria tudo o que nos foi ensinado até agora!”. Podemos ver, na
Bíblia, homens piedosos, como Davi, expressar até ódio aos seus inimigos:
“Não aborreço eu, ó SENHOR, aqueles que te aborrecem, e não me aflijo por
causa dos que se levantam contra ti? Aborreço-os com ódio completo; tenho-
os por inimigos” (Sl 139.22).
3. “Fazei bem aos que vos odeiam” (v.44). O espanto deve ter sido
completo entre todos que ouviam o Mestre pregar. Na Lei de Moisés, a ordem
era “olho por olho e dente por dente” (Mt 5.38). Jesus mudou todo esse
ensino e disse: “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se
qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”, mandando
que os seus seguidores façam bem aos que os odeiam! Se para os judeus, isso
era terrível, não o é menos difícil para os crentes, hoje. Só um crente com
“abundante graça” (At 4.33) e sob o controle do Espírito Santo (1 Pe 4.13,14)
aceita e vive um ensino e uma prática como essa.
4. “Orai pelos que vos maltratam” (v.44). Jesus não disse em que
termos se deve orar pelos que nos maltratam e nos perseguem. Mas, no
contexto em análise, não deve ser com vingança e ódio. Certamente, devemos
orar para que Deus mude seus pensamentos, as circunstâncias, e os salve,
assim os nossos desafetos passem a agir de modo diferente.
5. “Para que sejais filhos do Pai que estás nos céus” (v.45). Aqui
está todo o escopo do ensino de Jesus sobre o amor cristão. Não é amar por
amar. Não é ingenuidade. É amor consequente, que tem um objetivo sublime
a ser alcançado. Todo esse amor deve ser praticado, “para que sejais filhos do
Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e
a chuva desça sobre justos e injustos”. Essa parte do sermão é concluída com
a pergunta: “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não
fazem os publicanos também o mesmo?” (v.46).
 
CONCLUSÃO
 
Os ensinos de Jesus sobre o amor contrariam toda a lógica ou referencial
humano a respeito do assunto. No Antigo Testamento, o comum era amar o
amigo e aborrecer, e até odiar o inimigo. Jesus determina que o verdadeiro
cristão deve amar o seu inimigo, orar por ele e abençoá-lo. É a superioridade
da ética evangélica. Uma coisa é certa: muitos que se dizem cristãos não terão
condições de ir ao encontro de Jesus, na sua vinda, pelo fato de aborrecerem
a seu irmão (ler 1 Jo 3.15). Que Deus nos ajude a cumprir a doutrina cristã do
amor.
 
VOCABULÁRIO
 
Afinidade: Relação, semelhança, analogia.
Desafeto: Sem afeto; adversário, inimigo, rival.
Dramaturgo: Autor de dramas; escritor que compõe peças teatrais;
teatrólogo.
Esboçar: Traçar os contornos de; delinear, bosquejar, tracejar, planejar.
Escopo: Alvo, mira, intuito; intenção.
Incondicional: Não sujeito a condições; total, absoluto, irrestrito, integral.
Proferir: Pronunciar ou publicar em voz alta e clara.
 
EXERCÍCIOS
 
1. Por que, até hoje, ninguém conseguiu definir o que é o amor?
R. Certamente, porque o amor, em sua expressão absoluta, é o próprio
Deus (1 Jo 4.8).
 
2. Como se enuncia o primeiro mandamento, ditado por Jesus?
R. “Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a
tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças”.
 
3. Qual o segundo mandamento, semelhante ao primeiro?
R. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
 
4. Como Jesus disse que os discípulos seriam conhecidos por todos?
R. Se eles se amassem uns aos outros.
 
5. Para que Jesus mandou que os discípulos amassem seus inimigos?
R. Para que fossem filhos do Pai que está nos céus.
 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
 
Subsídio Doutrinário
 
“A palavra grega ágape é mais frequentemente usada no tocante ao amor
(‘caridade’) com grande lealdade, visto no seu grau mais elevado como uma
revelação da própria natureza de Deus. É o amor inabalável, concedido livre e
gratuitamente. O amor é o âmago em cada um desses textos bíblicos (Rm
12.9-21; 1 Co 13; Ef 4.25-5.2). Realmente, o amor é o princípio ético, a força
motivadora e a metodologia correta para todos os ministérios. Sem o amor,
há pouco benefício ao próximo e nenhum para quem exerce o dom. Os
desentendimentos surgem, e a igreja fica dividida; as pessoas saem
magoadas. O amor forma o alicerce para o ministério com os dons e o
contexto em que estes devem ser recebidos e entendidos.” (Teologia
Sistemática, CPAD, pág. 488).
 

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