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ESTUDO

TEMA: Cooperando na edificação uns dos outros até que ele venha.

O Relacionamento e a Mutualidade entre os Cristãos

I. O RELACIONAMENTO CRISTÃO

O parâmetro do relacionamento entre os cristãos é o relacionamento familiar, entre irmãos,


cujo pai é o próprio Deus, a bíblia afirma que somos da família de Deus:
Efésios 2:19 – “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e
da família de Deus”.
Logo como integrantes da família de Deus é necessário que saibamos qual o nosso papel
nessa família, cujo o pai é o nosso Onipotente Deus, sendo pois todos nós irmãos, neste sentido em
primeiro plano o relacionamento entre os santos devem pois expressar esta irmandade, sabendo
que, o pai é zeloso, Justo, Santo, Perfeito, Bom, Reto. O que leva-nos a avaliar bem a forma como
agimos entre os membros da família de Deus, pois o que fizermos a qualquer um de nossos
pequeninos irmãos a ele mesmo estaremos fazendo.

Mateus 25:40 – E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Mateus 25:45 – Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes
pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.

Como em todo relacionamento, o relacionamento fraternal entre os membros da Igreja de


Cristo tem por pedra angular e de fundamentação o amor, neste caso o amor fraternal produzido no
coração do crente por ação do divino Espírito de Deus.
Sem este amor é impossível que haja a interação e o relacionamento desejado por Deus aos
seus filhos, por tanto cada cristão ao se render ao senhorio de Cristo deve-se colocar-se por inteiro a
disposição do Espírito Santo no intuito de permitir que este produza em sua vida este que segundo
Paulo é o “fruto do espírito”, já que neste encontra-se a essência dos demais.
O amor é a base de tudo, e é neste que deve-se fundamentar o relacionamento entre os filhos de
Deus, vejamos o que diz a Bíblia Sagrada.

1) NECESSIDADE DO AMOR FRATERNAL


O amor como visto é a base de todo relacionamento, sem ele as pessoas podem até
conseguir relacionar-se, porem será um relacionamento frio, maquinista, leviano, sem sentido ou
interesseiro.
Um relacionamento sadio seja ele em qualquer esfera, profissional, conjugal, espiritual,
familiar ou fraternal só é possível por meio do amor. Por esta razão o Senhor deu aos seus um novo
mandamento:
João 13:34-35: Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a
vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos,
se vos amardes uns aos outros.

Cristo exige, portanto dos seus servos que se amem sob peso de mandamento, quem deseja
servi-lo deve por tanto amar seus irmãos e ainda de uma forma espetacular, ou seja, na medida e
forma que ele Cristo nos amou, e somente quando assim amarmos uns aos outros, seremos
reconhecidos como seus discípulos. Pena que os crentes hodiernos tentam ser identificados por
suas posses, tentar demonstrar que são filhos de Deus pelos seus bens, ou por meio de uma forma
de vestir, falar ou adorar, e esquecer que biblicamente há apenas esta forma de demonstrar que
Deus estar em nós e que de fato queremos seguir os ensinos do nosso amoroso Deus, isto é
amando a todos com mesmo amor que ele ofertou a nós.

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A Bíblia ainda em diversos outros textos ressalta a necessidade e imposição do amor no
relacionamento cristão, veja o que diz Pedro e João em suas epistolas:
I Pedro 1:22 – Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o AMOR
FRATERNAL, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro;
I João 4:20: Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a
seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?

Veja, portanto, que é uma exigência bíblica que aqueles que se dizem membros da família de
Deus amar a seus irmãos fraternalmente com um coração puro, ardentemente, isto é numa
dimensão que domine e reja a forma a qual devo viver e relacionar com meu irmão. Aqueles que não
estão dispostos assim viver não estão preparados ainda para ser discípulo de Jesus.
Paulo descreve as características deste amor em sua carta aos Coríntios, que era uma Igreja
do amor decadente, descrevendo assim como deve ser o amor entre os irmãos.

1.1 Características deste amor:


I Coríntios 13:4-7: O amor é SOFREDOR, é BENIGNO; o amor NÃO É INVEJOSO; o amor NÃO
TRATA COM LEVIANDADE, NÃO SE ENSOBERBECE. NÃO SE PORTA COM INDECÊNCIA, NÃO
BUSCA OS SEUS INTERESSES, NÃO SE IRRITA, NÃO SUSPEITA MAL; NÃO FOLGA COM A
INJUSTIÇA, mas FOLGA COM A VERDADE; TUDO SOFRE, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO
SUPORTA.
a) Sofredor: O amor segundo Paulo é sofredor, não por que produza o sofrimento, mas porque ele
sobrevive ainda que com este. Nem o sofrimento mais intenso é capaz de apagar o amor de Deus
por nós, e na mesma medida ele exige que assim também amemos nosso irmão.
b) Benigno: Benignidade é um atributo divino que ele produz na vida daqueles que deixam-se
envolver pelo Espírito de Deus, ele está elencado no grupo do Fruto do Espírito, e trata-se da
capacidade de desejar o bem a todos, nosso amor, deve então ser benigno, ou seja, ser capaz de
desejar o bem a todos, sem exceção.
c) Não trata com leviandade: O verdadeiro amor não procede ou julga precipitadamente, sem
refletir; inconsiderado; imprudente.
d) Não se ensoberbece: o amor exigido por Deus aos seus, é humilde, não busca sua vangloria,
nem reconhecimento por suas ações.
e) Não se porta com indecência: quem ama verdadeiramente não agem indecentemente, não usa
de artimanhas pra conseguir seus interesses, mas porta-se com justiça e equidade mesmo que isso
resulte em perda pra si.
f) Não busca seus interesses: quem ama vive pra alcançar os interesses do amado e não os seus.
g) Não se irrita: O verdadeiro amor é paciente, e não se ira, mas sabe expressar seus sentimentos.
h) Não suspeita mal: Alguém já viu uma mãe suspeitar mal de seu filho, mesmo estando evidente
que este cometeu algum delito. Difícil, não é verdade, pois o amor que ela sente por seu filho lhe faz
não suspeitar mal deste.
i) Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade: Apesar do Exemplo supracitado, mesmo
que a mãe por amor seja levada a não suspeitar mal, ao se comprovar o erro do filho, esta fará o
que é justo, pois o amor não folga com a injustiça, o mesmo que ocorre conosco, Deus nos ama,
mas quando pecamos, pagamos a conseqüência de nossos erros. O verdadeiro amor folga-se com
a verdade.
j) Paulo agora resume todas as características do amor nestas três: Tudo Crer; Tudo espera e
Tudo suporta.
Por todas essas características o amor que dirige o relacionamento entre os cristãos deve ser igual
ao de Cristo: Isto é um amor incondicional, que não espera nada em troca, que ama sem buscar
razões para isso, pois se buscarmos as razões pelas quais Deus nos ama, veremos que somos
imerecedores deste magnífico amor, pois bem é deste amor que os teólogos chama de Ágape, ou
seja o amor de Deus por nós, que ele quer que amemos nosso irmão, pena que mensagens como
essa não agrada mais a Igreja, vem a cada dia sendo negligenciada, pois não dá “ibope”, não atrai a
massa, pois o povo hoje que ser servido e não servir, mas a palavra de Deus diz que aqueles que

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querem servir a ele deve amar a seu próximo da mesma forma que ele nos ama, isto é
incondicionalmente.

2) O Relacionamento Fraternal baseado no amor leva-nos a:


O amor bíblico não é teórico é prático, e resulta sempre em ações, João 3.16 diz que Deus amou o
mundo, e a ação ou resultado deste amor o levou a entregar seu filho unigênito para que estes que
são alvos deste amor incomparável alcance a salvação.
2.1 O verdadeiro amor leva-nos a buscarmos atender ao próximo mais que a mim mesmo,
considerando todos os irmãos como Superiores a mim, assim o amor fraterno leva-nos a entender
que o bem coletivo é superior aos meus interesses individuais:
Filipenses 2:3 – Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere
os outros superiores a si mesmo.
Romanos 15:2-3- Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.
Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as
injúrias dos que te injuriavam.
2.2 AUXILIANDO O MAIS FRACO: O amor ainda nos leva a ajudarmos mutuamente, onde o mais
forte deve auxílio ao mais fraco, isto em todas as esferas da vida, seja material ou espiritual.
Romanos 15:1- MAS nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não
agradar a nós mesmos.
2.3 Ajuda em oração: o auxilio espiritual é um dever de cada crente ao seu irmão, não apenas da
liderança, Samuel chega a dizer que é pecado esquecermos ou deixarmos de orar por nossos
irmãos:
I Sm 12: 23 – “Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por
vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito.
2.4 Em Amor devem assim os cristãos viver em unidade e comunhão:
Salmos 133:1 – OH! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.;
Atos 2:42,44 e 46 – E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na COMUNHÃO, e no partir do
pão, e nas orações. 44 – E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. 46- E,
perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com
alegria e singeleza de coração,
2.5 Não é possível ter um relacionamento sadio se for permitida a maledicência:
Levítico 19:16 – Não andarás como MEXERIQUEIRO entre o teu povo; não te porás contra o
sangue do teu próximo. EU SOU O SENHOR.
Provérbios 6:16-19 Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: OLHOS
ALTIVOS, língua mentirosa, MÃOS QUE DERRAMAM SANGUE INOCENTE, O coração que
maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, A testemunha falsa que
profere mentiras, E O QUE SEMEIA CONTENDAS ENTRE IRMÃOS.

Efésios 4:29 - Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover
a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.
I Coríntios 15:33 – Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.

2.6 Um bom relacionamento ainda exige o Perdão:


Somos humanos e portanto suscetível ao erro: (Romanos 7:19 – Porque não faço o bem que quero,
mas o mal que não quero esse faço). Por isso o amor é pedra de esquina de qualquer
relacionamento, já que é impossível que sejamos perfeito em tudo, fazendo portanto que surjam as
mágoas e ressentimento por algum erro no relacionamento, fazendo-se necessário o PERDÃO.
E só perdoa quem ama, e só ama quem é capaz de perdoar: Capacidade de perdoar é uma
qualidade adquirida de forma processual a partir do novo nascimento. Dificilmente alguém consegue
esta bênção sem esforço pessoal, mas o Espírito Santo é o principal agente de tal transformação.

a) Necessidade de perdoar: Mateus 6:14-15 – Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.

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Mateus 18:21-22 – Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará
meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete;
mas, até setenta vezes sete.

b) O Perdão cristão baseia-se no perdão divino, basta olhar a oração feita por Jesus deixada por
parâmetro aos seus servos, por tanto o perdão deve:
b.1) Partir do ofendido e não do Ofensor :Mateus 6:12 – E perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós perdoamos aos nossos devedores; ARC – E perdoa-nos as nossas ofensas, assim como
nós perdoamos a que nos tem ofendidos.
b.2) Perdoar não é somente dizer te perdoou, mas esquecer da ofensa: Miquéias 7:18-19 – Quem é
Deus semelhante a ti, que perdoa a iniqüidade, e que passa por cima da rebelião do restante da sua
herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na sua benignidade. Tornará a
apiedar-se de nós; sujeitará as nossas iniqüidades, e tu lançarás todos os seus pecados nas
profundezas do mar.

CONCLUSÃO: Tudo aqui expresso resume-se apenas no mandamento divino, amai-vos uns aos
outros como eu vos amei, pois quem ama quer o bem do seu amado, é incapaz de fazer algo que o
prejudique, se magoar ou for magoado é capaz de perdoar de todo o coração, em suma o amor
fraternal produzido pelo Espírito (Gl 5:20) é a pedra de esquina do relacionamento entre os cristão
os primeiros cristãos viveram este amor e como resultado caiu na graça de Deus que lhes concedeu
inúmeros prodígios e maravilhas e na graça pra com a sua sociedade, o que fez que muitos se
convertesse ao cristianismo abandonando a vã maneira de viver, imitemos pois a Igreja deixado por
Cristo e nos amemos como ele quer, ou seja como ele nos amou.

TEMA: Cooperando na edificação uns dos outros até que ele venha.

A MUTUALIDADE CRISTÃ

1. A MUTUALIDADE CRISTÃ
Mutualidade é um termo da língua portuguesa para descrever o dever que cada crente tem para com
o outro, enquanto membro da família de Deus. Mutualidade origina-se da expressão bíblica uns para com os
outros. (Rm 12.5). Dos trinta e seis mandamentos mútuos existentes no Novo Testamento, destacaremos
vinte e cinco mandamentos, conforme uma divisão proposta por Lowell Bailey:

• Amem-se uns aos outros (Rm 12.10)


• Aceitem-se uns aos outros (Rm 15.7)
• Saúdem-se uns aos outros (2 Co 13.12)
• Cuidai uns dos outros (1 Co 12.25)
• Sujeitem-se uns aos outros (Ef 5.21 -22)
• Suportem-se uns aos outros (Cl 3.13)
• Não tenham inveja uns dos outros (Gl 5.26)
• Deixem de julgar uns aos outros (Rm 14.13)
• Não se queixem uns dos outros (Tg 5.9)
• Não falem mal uns dos outros (Tg 4.11)
• Não mordam e devorem uns aos outros (Gl 5.15)
• Não provoquem uns aos outros (Gl 5.26)
• Não mintam uns aos outros (Cl 3.9)
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• Confessem os seus pecados uns aos outros (Tg 5.16)
• Perdoai-vos uns aos outros (Tg 5.15)
• Edifiquem-se uns aos outros (1 Ts 5.11)
• Ensinem uns aos outros (Cl 3.16)
• Encorajem uns aos outros (At 13.15)
• Aconselhem-se uns aos outros (1 Ts 5.12)
• Cantem uns para os outros (Cl 3.16)
• Sirvam uns aos outros (1 Pé 4.10)
• Levem as cargas uns dos outros (Gl 6.2)
• Hospedem uns aos outros (1 Pé 4.9)
• Sejam bondosos uns para com os outros (Ef 4.32)
• Orem uns pelos outros (Tg 5.16)

2. A MUTUALIDADE É A BASE DO MINISTÉRIO DA IGREJA

A igreja manifesta a sua comunhão com Deus, e entre os irmãos, por meio da mutualidade. Comunhão se
traduz em mutualidade. Podemos afirmar que a mutualidade é a vida da Igreja. Lowell Bailey afirma que a
mutualidade é o coração do ministério da Igreja.

3. CONCLUSÃO

Precisamos combater a crise de comunhão em nossa igreja. O remédio para esta crise é a prática da
mutualidade, isto é, todos os irmãos envolvidos em servir uns aos outros. Todos participando de modo feliz e
eficiente, dos ministérios coletivos da igreja. Cada cristão praticando o seu dom espiritual.

A atração de uma igreja está também na maneira como os irmãos se relacionam. Lembre-se que uma pessoa
sempre optará por uma igreja que o recebe bem. Ninguém consegue ficar numa igreja onde não se estabelece
relacionamento ou amizade.

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