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INSTRUÇÃO.
Esta doutrina nos mostra o que é um espírito Cristão correto.
Quando os discípulos quiseram fazer chover fogo do céu sobre os
Samaritanos, nosso Senhor os repreendeu dizendo: “Vós não
sabeis de que espírito sois (Lucas 9: 55). Cristo não disse que os
discípulos eram ignorantes a respeito do seus próprios desejos, mas
sim do espírito e do temperamento próprio de um Cristão. Eles
demonstraram ignorância quanto a verdadeira natureza do reino de
Cristo, um reino de amor e paz. A graça do amor é tão célebre que
pode ser chamada de “a virtude Cristã”. O evangelho transborda de
amor, amor entre as pessoas da Trindade, e amor para com os
pecadores indignos. Os remidos são constantemente ensinados e
exortados a amar a Deus, os irmãos, e até os seus inimigos.
O amor é tão necessário, que a nossa profissão de fé pode ser
testificada pela presença ou ausência desta virtude. O
conhecimento da verdade é sempre acompanhado pelo amor na
alma, amor esse voltado a Deus e a tudo o que lhe é apropriado. É
inconcebível que uma pessoa diga que conhece a Deus e, no
entanto, seja vazia de amor para com Ele.
Nisto está a beleza do espírito Cristão. O espírito do amor é o
espírito do próprio céu.
Nisto está a felicidade da vida Cristã. Uma vida de amor é uma
vida prazerosa.
Aqui aprendemos porque as brigas e discórdias tendem tanto a
destruir a verdadeira religião. A piedade e as contendas não podem
viver juntas. A religião sofre quando há contendas desnecessárias
entre aqueles que a professam.
Cabe a cada Cristão guardar-se cuidadosamente contra a inveja,
a malícia, e a amargura. Estas atitudes contradizem tudo aquilo que
professamos. Devemos evitar qualquer atitude inicial nestes
pecados. Qualquer coisa que nos impeça de demonstrar amor aos
homens, também nos impedirá de demonstrar amor a Deus, pois
como vimos anteriormente, todo amor Cristão tem um único
princípio.
A ordem para amar aos nossos inimigos não deveria nos causar
surpresa alguma. Esta é a soma do verdadeiro Cristianismo. Este é
o verdadeiro espírito de Cristo e de nosso Pai celestial: Amar o pior
dos inimigos, e até o principal dos pecadores.
EXORTAÇÃO.
Vamos buscar e conservar este espírito de amor. Cresçamos
nisso mais e mais. Vamos abundar em obras de amor. Se você é um
Cristão, onde estão as suas obras de amor? O que você tem feito
por Deus, por Sua glória, e pelo avanço do Seu reino aqui na terra?
O que você tem feito pelo seu próximo?
Os grandes feitos ou
sofrimentos são totalmente
vãos sem a caridade
I. Reprovação.
Todos aqueles que não são amáveis, benevolentes, e
espontaneamente fazem o bem a outros, estão reprovados, pois
não compartilham do verdadeiro espírito Cristão. Um Cristão
malicioso é uma verdadeira contradição, assim como um Cristão
egoísta. O amor Cristão está presente em todas as áreas da nossa
vida de maneira prática. Tome como exemplo a área de negócios.
Não devemos cobrar preços abusivos pelos nossos serviços ou
bens, e nem nos recusarmos a pagar aos outros aquilo que é justo.
Atitudes mesquinhas e avarentas evidenciam nosso egoísmo. A
regra para os filhos de Deus é esta: E como vós quereis que os
homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também
(Lucas 6: 31).
II. Exortação.
Vamos fazer o bem a todos, nos esforçando para ser uma
benção para eles agora e na eternidade. A nossa benevolência deve
ser universal, constante, livre, habitual, e de acordo com a nossa
capacidade e habilidade.
Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas
principalmente aos domésticos da fé (Gálatas 6:10).
Considere a grande honra de ser usado como um instrumento de
bem neste mundo. As bênçãos de Deus sobre Abraão incluíam o
fato de ele ser uma bênção (Gênesis 12: 2). Cristo ensinou que
mesmo entre os gentios, os grandes homens eram chamados de
benfeitores (Lucas 22: 25). Os Cristãos benfeitores se assemelham
a Deus, que derrama suas bênçãos sobre a humanidade. Quando
outros estão dispostos a fazer o bem para nós, imediatamente
aprovamos com louvor tais atitudes. Então, Bem-aventurado aquele
que não se condena a si mesmo naquilo que aprova (Rom. 14: 22).
Considere como Deus é bondoso para conosco. Suas bênçãos
temporais são grandes, e as eternas muito mais! Deus nos tem
dado muito mais do que reinos terrestres, pois nos deu o Seu Filho
amado, o maior presente que Ele poderia nos dar. Em favor de nós
que éramos inimigos, ingratos, e maus, o Filho se ofereceu
voluntariamente, sem murmuração, e sem esperar por recompensa.
Considere as grandes recompensas prometidas àqueles que
livremente praticam o bem a outros. Nenhum outro dever, praticado
pelo povo de Deus, tem tantas promessas anexadas a ele com este
o tem. Com o benigno te mostrarás benigno (Salmo 18: 25). Mais
bem-aventurada coisa é dar do que receber (Atos 20: 35), isto é, o
doador é mais feliz do que aquele que recebe a doação. Ao
SENHOR empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o
seu benefício (Provérbios 19: 17). O que dá ao pobre não terá
necessidade, mas o que esconde os seus olhos terá muitas
maldições (Provérbios 28: 27). BEM-AVENTURADO é aquele que
atende ao pobre; o SENHOR o livrará no dia do mal (Salmo 41: 1).
Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e
transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma
medida com que medirdes também vos medirão de novo (Lucas 6:
38). Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados,
mancos e cegos, e serás bem-aventurado; porque eles não têm com
que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição
dos justos (Lucas 14: 13-14). A palavra de Cristo àqueles que são
benevolentes é: Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:
Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos
está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e
destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era
estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e
visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. E, respondendo o
Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes (Mateus 25: 34-
36, 40).
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A caridade é incompatível
com um espírito invejoso
I. A NATUREZA DA INVEJA.
A inveja pode ser definida como uma insatisfação e oposição a
prosperidade e felicidade de outras pessoas, quando comparadas
com a nossa. Todo homem naturalmente ama a supremacia, ou
seja, estar acima dos demais. Não suportamos o fato de outras
pessoas estarem acima de nós gozando de honra ou privilégios. O
“EU” tem que estar por cima!
A inveja se manifesta através da insatisfação e mal-estar ao ver
a prosperidade de outros.
Nós deveríamos nos regozijar quando outros prosperam. Mas,
ao invés disso, a inveja nos incapacita a tal ação, fazendo com que
nem desfrutemos com alegria daquilo que já possuímos.
Assim como Hamã, a despeito das nossas riquezas e honras
atuais, nós ainda dizemos: Porém tudo isto não me satisfaz,
enquanto eu vir o judeu Mardoqueu assentado à porta do rei (Ester
5: 13).
A inveja se alegra ao ver as riquezas dos outros diminuírem, e
até esta disposta a dar uma mãozinha neste sentido. Quantas vezes
palavras amargas são proferidas na esperança de rebaixar a estima
de alguém aos olhos de outras pessoas!
A inveja se manifesta através da antipatia demonstrada a outras
pessoas por causa da prosperidade delas. Uma pessoa invejosa
odeia seus vizinhos pelo simples fato deles prosperarem. Os irmãos
de José o invejaram por causa da sua posição de honra, Vendo,
pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles,
odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente (Gênesis 37:
4). Muitas vezes, assim como estes irmãos, pessoas amarguradas
se empenham não somente para destruir a felicidade daqueles a
quem invejam, mas até mesmo a própria vida deles.
I. FAZENDO UM AUTO-EXAME.
Em tempos passados, você viu algumas pessoas prosperarem
enquanto você carregava seus pesados fardos? Como isso afetou
você? Você ficou insatisfeito com isso? Você chegou a desejar que
eles terminassem mal? Você fechou o seu coração para eles?
Quantas vezes o nosso coração não sentiu inveja de outras
pessoas!
Você vê com maus olhos a prosperidade de alguns daqueles
irmãos que semanalmente encontra na igreja? Você sentiria uma
pontinha de alegria se eles eventualmente viessem a sofrer um
colapso financeiro? Não são apenas os humildes que necessitam
examinar seus corações, mas também aqueles que prosperam
deveriam considerar se não sentem algum desprezo quando outros
prosperam em seu caminho. Você detesta o fato de alguns estarem
se aproximando daquele mesmo nível de vida que você tem, e até
lhe ultrapassar? O espírito de inveja não faz parte da nossa vida
mais do que desejaríamos ou venhamos a admitir?
Talvez você esteja dando outro nome a inveja a fim de justificá-
la? Alguém poderia dizer: Eu mereço ser mais honrado do que o
meu vizinho, e isso não é inveja, é reconhecimento. Existe algum
invejoso que não pense exatamente desta maneira? E mais, Meu
vizinho não é digno de tamanha honra. O que realmente incomoda
você, as falhas do seu vizinho ou a sua prosperidade? Se forem as
falhas, por que você reclama dele para outras pessoas ao invés de
ajudá-lo? Mas o meu vizinho utiliza mal a sua prosperidade e honra.
Ele precisa aprender a ser mais humilde. Seja honesto e pergunte a
si mesmo se as suas lamentações quanto à prosperidade de alguém
é fruto da preocupação genuína pela alma desta pessoa, ou
simplesmente por desejar aquilo que ela possui. Não engane a si
mesmo!
Você algumas vezes sente inveja da prosperidade espiritual e
das bênçãos que enxerga na vida de outras pessoas? Isso é um
grande mal que deveria ser veementemente combatido. Tal inveja
muitas vezes mostra toda as sua feiúra, assim como no caso de
Caim e Abel.
II. MORTIFICAÇÃO.
Devemos desaprovar e rejeitar qualquer coisa que se assemelhe
a um espírito de inveja. Você professa ser Cristão? Prove isso
exercendo a caridade sem invejar ninguém! Quem dentre vós é
sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em
mansidão de sabedoria.
Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso
coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. (Tiago 3:
13-14). Um homem invejoso é como um gafanhoto, ou seja, adora
devorar as árvores e plantas verdes. Ele devora como câncer. O
sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para
os ossos (Provérbios 14: 30). É um espírito de grande tolice e
também de destruição para qualquer homem. A prosperidade de
outros o corrói como nenhuma outra coisa o faz, e ainda o leva a
não desfrutar daquilo que tem, pois está sempre cobiçando o que os
outros possuem. E o pior de tudo é que a alma invejosa é como o
próprio Diabo. A inveja é uma disposição maligna, inflamada pelo
inferno. Um espírito Cristão sempre se regozijará ao ver o bem-estar
e prosperidade de outras pessoas.
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O espírito da caridade é um
espírito humilde
I. O QUE É HUMILDADE.
A humildade pode ser definida como um hábito da mente e do
coração no que corresponde a nossa indignidade e vileza diante de
Deus, ou nossa inferioridade comparada a Sua grandeza, tudo isso
demonstrado através do nosso comportamento.
Devemos ter o senso da nossa indignidade relativa. Dizemos
indignidade relativa porque a humildade é uma graça apropriada a
todas as criaturas, sendo estas gloriosas e excelentes em muitos
aspectos. Os espíritos glorificados no céu estão libertos dos
pecados, mas ainda assim tem muitos motivos para serem humildes
diante do Deus Todo-Poderoso. Deus mesmo não é humilde, pois
isso implicaria em alguma imperfeição da Sua parte. Nem o orgulho
e nem a humildade fazem parte dos seus atributos. A Humilhação
do Filho de Deus é referente à sua encarnação, e à Sua natureza
humana em particular. A humildade é uma excelência apropriada a
todas as criaturas, sendo estas caídas ou não.
A humildade consiste principalmente em um senso da infinita
distância entre Deus e nós mesmos. Somos criaturas pequenas e
desprezíveis, comparadas aos vermes do pó. Quando comparados
a Deus, deveríamos nos considerar como nada, ou menos do que
nada. Em um momento muito especial de intercessão, Abraão
lembrou-se de qual era a sua posição diante de Deus ao dizer: Eis
que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza
(Gênesis 18: 27). Este tipo de espírito é essencial à verdadeira
humildade. Podemos até demonstrar certa humildade diante de
algumas pessoas e ainda sermos orgulhosos diante de Deus. Por
isso, muitas pessoas por causa de interesses e circunstâncias
terrenas se mostram humildes, mas, no entanto, são totalmente
vazias da verdadeira graça da humildade.
Quando nos comparamos com muitas pessoas ao nosso redor,
nós temos muitos motivos para sermos humildes. Mas para tal
humildade ser verdadeira, ela deverá proceder de um senso correto
quanto à nossa indignidade diante de Deus. Quando admitimos a
nossa verdadeira posição diante do Criador, isso nos ajuda a
assumir o nosso lugar apropriado diante dos homens. Mesmo antes
do pecado fazer parte da raça humana, a humildade já era uma
virtude. Adão era consciente da sua pequenez, fraqueza,
dependência, e submissão a Deus. E isso o guardaria de ser
orgulhoso diante das demais criaturas. Desde a queda de Adão,
temos motivos muito maiores para sermos humildes. Agora, não
somente somos naturalmente vis, como também moralmente.
Somos piores do que as demais criaturas, pois somos impiamente
vis e imundos. E isso é o que faz com que a nossa consciência nos
condene diante de Deus, e nos leve ao reconhecimento da distância
moral que existe entre Ele e nós. Ele é sublime e santo, mas nós
somos vis e maus. Ao reconhecer esta verdade Isaías exclamou: “Ai
de mim! (Isaías 6: 5). Jó abominou a si mesmo (Jó 42: 6). Para tais
almas nosso Senhor pronuncia a benção da primeira das Bem-
aventuranças dizendo: “Bem-aventurados os pobres de espírito,
porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5: 3). Nós precisamos ter
em vista, não somente a grandeza de Deus, mas também a Sua
graciosidade e beleza. Os anjos caídos conhecem a primeira parte,
mas desconhecem a segunda. Devemos reconhecer quão indignos
somos da sua bondade e graça. Assim como Jacó, devemos
confessar: “Menor sou eu que todas as beneficências, e que toda a
fidelidade que fizeste ao teu servo” (Gênesis 32: 10). Quem sou eu,
Senhor DEUS, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido
até aqui? (II Samuel 7: 18).
Nós devemos ter a disposição de vivermos segundo aquilo que
aprendemos acerca da nossa própria baixeza.
Este é um teste ácido de humildade. Nós apenas temos um
senso da nossa própria baixeza, ou realmente demonstramos na
prática isso, fazendo com que o nosso comportamento seja
compatível com a verdadeira humildade?
Com relação a nossa conduta para com Deus, a humildade nos
leva:
– A admitir de livre e espontânea vontade a nossa pequenez. A
alma humilde se deleita em confessar a sua indignidade.
– A não confiar em nós mesmos e depender totalmente de Deus.
O orgulhoso ama a auto-suficiência, mas o humilde tem prazer em
buscar refúgio somente em Deus.
– A renunciar a honra por qualquer bem que façamos, passando-
a para Deus, que é o único verdadeiramente digno de recebê-la.
Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por
amor da tua benignidade e da tua verdade (Salmo 115: 1).
– A nos submetermos totalmente a Deus. Sabendo que somos
tão inferiores a Ele, então é apropriado que nos coloquemos sob o
Seu governo. Estamos à Sua disposição todos os dias. O pior que
venhamos a receber das Suas mãos, ainda é melhor do que aquilo
que realmente merecemos. Ainda que ele me mate, nele esperarei
(Jó 13: 15).
No que diz respeito à nossa conduta para com os homens, a
humildade nos previne quanto a:
– Um comportamento que aspira a ambição. A humildade produz
contentamento em qualquer tipo de situação. Não ambicionamos as
coisas altas (Romanos 12: 16).
– Um comportamento que demonstre ostentação. Se tivermos
algumas vantagens, não seremos extravagantes nem exibidos. Não
faremos um desfile a fim de mostrar nossos dons e experiências. O
orgulho fazia com que os Fariseus fizessem todas as obras a fim de
serem vistos pelos homens (Mateus 23: 5). Mas a humildade diz: a
mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós (I Coríntios 4: 3).
– Um comportamento arrogante e presumido. Não esperamos
ser tratados como superiores, antes damos a outrem a preferência.
Cada um considere os outros superiores a si mesmo, nós somos o
mínimo de todos os santos (Filipenses 2: 3; Efésios 3: 8).
– Um comportamento escarnecedor. O que poderia ser mais
ofensivo do que tratar os outros com desprezo sarcástico e orgulho?
Há muitas maneiras de exaltar a nós mesmos e rebaixar a outros,
mas a humildade nos capacita a “nos acomodarmos às coisas
humildes” (Romanos 12: 16), a despeito de quão grande pareçamos
ser.
– Um comportamento obstinado e teimoso. Não iremos insistir
em nossos planos ou vontade. A humildade faz com que
busquemos a paz com todos, a não ser que tenhamos que violar a
verdade e santidade. O princípio aqui também é citado em I
Coríntios 6: 7 através destas perguntas: Por que não sofreis antes a
injustiça? Por que não sofreis antes o dano?
– Um comportamento nivelador, ou seja, insistir em rebaixar
aqueles que estão acima de nós. Ao invés disso, nós entendemos
que Deus tem determinado vários níveis na sociedade, e estaremos
dispostos a dar a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a
quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra
(Romanos 13: 7).
– Um comportamento que se auto-justifica. Antes, estaremos
dispostos a reconhecer nossas faltas e nos envergonharmos. O que,
exceto o orgulho, nos impede de confessar as nossas faltas uns aos
outros (Tiago 5: 16), ou de sermos agradecidos por alguma
exortação? Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e
repreenda-me, será um excelente óleo, que não me quebrará a
cabeça (Salmo 141: 5).
A caridade é o oposto de um
espírito egoísta
I. A NATUREZA DO EGOÍSMO.
Nem todo amor próprio é pecado. É bom que o homem ame a
sua própria felicidade. Sem isso, ele deixaria de ser essencialmente
homem. Se não amarmos a nossa própria felicidade, então não
haverá felicidade para nós. A ordem de amarmos o próximo como a
nós mesmos (Mateus 19: 19), pressupõe que podemos, e devemos
amar a nós mesmos. Não somos ordenados a amar mais ao nosso
próximo do que a nós mesmos, mas como a nós mesmos. E já que
o amor ao próximo se assemelha ao nosso amor a Deus, então
devemos amar a nós mesmos da mesma maneira. As ameaças e
promessas das Escrituras apelam todas para o nosso amor próprio
natural, seja pelo temor da miséria ou a esperança da felicidade.
A caridade se opõe àquele amor próprio que é pecaminoso e
inapropriado. Como este tema é facilmente mal entendido, então
devemos pensar e falar claramente sobre isso.
Negativamente, o amor próprio inapropriado não consiste no
grau em que uma pessoa ama a sua felicidade e a si mesmo. O
amor próprio natural não implica em crescer ou diminuir.
Na conversão, Deus nos dá uma nova felicidade, mas não
remove de nós o amor por qualquer tipo de felicidade.
Na santificação, o amor pela felicidade não diminui, mas é
regulado em seu exercício, influência, curso, e objeto a que se
destina.
Na glorificação, se o nosso amor pela felicidade diminuísse, isso
também ocorreria com a santidade, pois santidade é felicidade.
Positivamente, o amor próprio inapropriado consiste em duas
coisas. Primeiramente, ele pode ser comparativamente muito
grande. O amor próprio dos homens tornou-se inapropriado quando
o seu amor a Deus e ao próximo desapareceram após a queda.
Este amor próprio não cresceu, mas o amor pelos outros é que
desapareceu, e então, comparativamente falando, o amor próprio
aumentou. Em certo sentido, os pecadores, por não amarem a si
mesmos de forma adequada, também não têm o devido amor pela
felicidade de suas próprias almas.
Por isso lemos: O que rejeita a instrução menospreza a própria
alma, e O que tem parte com o ladrão odeia a sua própria alma
(Provérbios 15: 32; 29: 24). De certa forma, ele odeia a si mesmo,
embora, por outro lado, seja um tremendo egoísta.
Segundo, o amor próprio é inapropriado quando o homem limita
a sua felicidade a si mesmo. Ele canaliza a sua felicidade na direção
errada. Este tipo de amor busca seus próprios interesses, isto é, o
bem particular, o interesse próprio, excluindo assim o bem aos
outros. Este amor próprio é aquela auto-apropriação que lemos em
Filipenses 2: 21 que diz: Porque todos buscam o que é seu, e não o
que é de Cristo Jesus. Paulo nos alerta contra aqueles que são
amantes de si mesmo, os quais possuem um amor próprio que deve
ser considerado como inapropriado (II Timóteo 3: 2).
Não devemos falhar quanto a distinção clara que existe entre o
amor próprio adequado e aquele que é pecaminoso. Se a felicidade
que almejamos procura primeiramente desfrutar de Deus,
contemplar Sua glória, e tem comunhão com Ele, então este amor a
Deus se assemelha ao amor que devemos ter a nós mesmos. Além
disso, quando o Cristão busca a felicidade do seu próximo, ele
amplia a sua própria. E isso está bem longe daquele amor próprio
que é pecaminoso.
A caridade é oposta a um
espírito de ira
A caridade é oposta ao
espírito crítico