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Esboço de Sermão – Fernando Guedes Correa Tadeu

Título: Avance e vença conhecendo e vivendo o amor de Deus

Texto: Rom 12.9-10

Data: 26/03/2023 Local: Oitava Igreja sede (culto das 07:00)

Leitura do Texto: Rom 12.9-10

Narração –

Estamos caminhando no cap 12 de Romanos e vimos nos versículos 1 e 2


como devemos renovar nossa mente em Cristo, como devemos avançar de
acordo com a medida da nossa fé no versículo 3 e semana passada
aprendemos que devemos nos despertar para os dons espirituais derramados
por Deus sobre sua igreja.

Aprendemos até agora no cap 12:

Precisamos prestar um culto racional a Deus e esse culto racional é uma vida
dedicada a ele, é o nosso corpo entregue ao Senhor como sacrifício vivo, é
viver de maneira coerente com nossa fé.

Devemos pensar sobre nós mesmos de forma adequada, com uma autoestima
saudável e relacionada com nossa fé, não somos mais e nem menos, nem
melhores e nem piores, somos aquilo que Cristo nos chamou para ser.

E também, é de vital importância que tenhamos pleno entendimento que somos


participantes do corpo de Cristo, e que esse corpo possui diferentes membros,
com diferentes funções, porém todas são úteis e importantes. Cada um sirva
com o dom que o Espírito Santo lhe deus.

Chegamos então nos versículos 9 e 10. Onde o apóstolo passa a falar de como
deve ser o relacionamento cristão e ele começa pelo que é mais importante. O
amor, pois o amor é vínculo da perfeição, é o cimento que mantém firme todos
os relacionamentos e que sem o qual nenhum dom tem qualquer serventia. O
amor deve ser a corrente sanguínea que flui, nutri e mantém vivo todo o corpo.
Por isso amor não é uma escolha, o amor não é uma filosofia, o amor não é um
sentimento. O amor é uma pessoa, o nosso Senhor Jesus Cristo, ele é o
próprio amor. O amor encarnado que por tanto amar o seu povo se entregou
por cada um de nós. Deus é amor, e sendo ele a fonte da qual o amor perfeito
transborda, nós, o seu povo podemos amar também.

E como deve ser esse amor na vida do Cristão?

9a - O amor seja sem hipocrisia.

O amor deve ser sem dissimulação - o termo grego “hypocrite” traduzido


como hipocrisia em nossas bíblias, pode ser melhor entendido como (não
fingido, sincero, sem ser dissimulado), essa palavra também era usada para
designar os atores do circo grego. Aqueles que pintavam seus rostos e
encenavam uma peça teatral. Paulo quer nos dizer então que o amor cristão
deve ser despido de todo disfarce, sem fingimento, sem máscaras.

A vida cristã não é um palco, a igreja não é uma novela, devemos nos
relacionar com Deus e com os irmãos com um coração sincero.

Concordo com Calvino que ao comentar esse texto diz:

 E a respeito disso ele ordena o que é especialmente


necessário, que todos os disfarces devem ser deixados de
lado e que o amor deve surgir da pura sinceridade da
mente.

9b - Detestai o mal, apegando-vos ao bem.

Paulo faz então um contraste entre o bem e o mal e qual deve ser nossa
atitude perante a ele. O termo grego traduzido por detestar, significa também
ter repulsa, Paulo quer dizer então que devemos tratar com repugnância o
mau, ter nojo, aversão, nos afastarmos completamente daquilo que
desagrada o nosso Deus. Pois se Deus é amor, o mau é então
completamente contrário a essência de Deus.

Provérbios 8.13 diz – Temer ao Senhor é odiar o mal.

Por esse motivo, devemos odiá-lo com completo horror. Entendo que isso
corresponde ao pecado, e trata-lo com a seriedade que assunto merece.
Devemos então abominar o mal e o pecado.
Com isso, da mesma forma que desprezamos o mal, devemos nos apegar
completamente ao bem. A antítese criada por Paulo nos lembra o versículo 2
do cap 12 de Romanos, nós rejeitamos o mal, o mundo e suas obras, no
entanto buscamos a Deus, a sua graça e bondade, não nos conformamos ao
padrão do mundo, mas nos transformamos pela renovação da nossa mente.
Em outras palavras, nós, substituímos o mundo e as coisas do mundo por
Deus e tudo aquilo que Ele tem para nós.

Nos apegamos desesperadamente aquele que é a fonte de todo bem.

Tg 1.17 - Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do
Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.

10 - Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,

Esse amor que não é fingido e hipócrita, deve ser um amor cordial e fraternal,
em grego as palavras usadas são “filadelfia” e “filostorgos” que remetem ao
amor familiar, tanto o amor entre irmãos, quanto o amor dos pais com os
filhos, ou seja, amor que temos por aqueles que são da nossa família. Ora, se
somos todos filhos de Deus, o corpo de Cristo é formado por irmãos que se
amam fraternalmente de forma não fingida.

John Gill nos explica esse texto da seguinte forma:

Agora, o amor a estes deve ser gentil, terno e afetuoso,


recíproco e mútuo; tais devem amar uns aos outros; não
deve faltar amor de nenhum dos lados; e deve ser universal
e alcançar todos os santos, embora tenham diferentes dons,
luz, conhecimento e experiência, sejam altos ou baixos,
ricos ou pobres; e deve mostrar-se carregando os fardos
uns dos outros, suportando e suportando uns aos outros,
perdoando uns aos outros e edificando uns aos outros em
sua fé santíssima, e orando uns com os outros e pelos
outros.
10b - preferindo-vos em honra uns aos outros.

Em outra versão: Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios.
O quanto isso é difícil? O quanto estamos dispostos a abrir mão do nosso
direito pelo outro? O fato é que o quanto mais pensamos que somos
merecedores, e temos pensamento elevado sobre nós mesmos, mais difícil
será de abrirmos mão daquilo que entendemos que é nosso por amor ao
outro.

A verdade é que a vida Cristã é feita de perdas e não de ganhos, Jesus disse
que aquele que perder a sua vida por amor a ele, esse encontrará vida. O
reino de Deus tem valores opostos ao mundo.

No mundo, maior é o poderoso, o que sempre ganha, o que luta e não abre
mão daquilo que é seu, que não se curva, que é o vencedor.

Mas no reino de Deus, maior é o que serve, o que está disposto a perder por
amor ao outro, a aceitar o prejuízo pelo amor fraternal.

Então na igreja os relacionamentos se baseiam em sinceridade e


generosidade, devemos colocar o outro a frente, dar honra ao irmão e trata-lo
com toda cordialidade e amor. Por isso no nosso meio não pode haver roda
de fofoca, panelinhas, rixas e ciúmes.

Ao invés de esperar que os outros nos honrem, devemos estar dispostos a


honrar nossos irmãos sem esperar nada em troca.

Aplicações –

1 – Nossos relacionamentos devem ser pautados no amor fraternal e sincero,


onde não há dissimulação ou engano

2 – A base desse amor é o próprio Cristo e nossa posição Nele. Se somos


todos irmãos e pertencentes ao corpo de Cristo, devemos amar uns aos
outros como verdadeiros irmãos.
3 – Devemos ter horror ao mal e ao pecado, nos apegando
desesperadamente a Cristo e sua bondade

Conclusão – A base da nossa fé o amor, é ele quem dá sentido ao nosso


relacionamento com Deus e com os nossos irmãos.

Dessa forma amamos como Cristo nos amou, um amor não fingindo, que
espera algo em troca, que diz “eu te amo se... eu ganhar algo em troca, ou tiver
algum lucro ou vantagem”. Nosso amor deve ser sem motivações egoístas.

O amor fruto do nosso relacionamento com Cristo, o amor que só é possível


com o poder do Espírito Santo em nós. Sem Ele, não somos capazes de amar
sinceramente, sem ele nossos relacionamentos são vazios e egoístas.

Mas em Cristo tudo muda, o arrogante se torna humilda, o irado se torna


amoroso, o egoísta passa a ser generoso e o injusto se torna justo. Por que
Cristo é a nossa justiça. Nele somos amados e podemos amar.

Avance, vença e viva sabendo que o amor venceu, Cristo venceu e por isso
nossa vitória é garantida por Ele.

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