Você está na página 1de 8

Série de mensagens: “Aprendendo a orar”.

Sermão 5:

ORANDO POR OUTRAS PESSOAS

Texto bíblico: Mt 22. 37-40

"Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?

Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de

todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu

entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O

segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo

como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem

toda a Lei e os Profetas."


INTRODUÇÃO: O objetivo da introdução é mostrar que cristianismo não é o
mesmo que humanitarismo; mostrar que amar a deus e amar as pessoas não
são mandamentos equiparados; mostrar que dizer que ama a deus, sem amar
as pessoas é mentira.
Alguns de nós pensamos que a igreja é um lugar bem
agradável em geral. Um lugar onde existe comunhão, amizade,
refúgio seguro contra as pressões de relacionamentos tensos no
trabalho ou em algum outro lugar. Sim, a igreja é um lugar bastante
agradável, a não ser por uma coisa: muitas das pessoas que
pertencem a ela são simplesmente insuportáveis. Bom seria se
pudéssemos desfrutar da igreja sem as pessoas, deleitar-nos no
culto público sem as pessoas! É óbvio que não estamos pensando
em todas as pessoas. Algumas delas são legais. Mas, com certeza
ela seria um lugar muito melhor se um número significativo delas
fosse imediatamente transferido. Mas a igreja não é um prédio,
muito menos um reino ou um bispo. A igreja são as pessoas! Além
disso, todos nós somos pessoas caídas – já perdoadas, ainda no
processo da santificação, mas longe da perfeição que caracterizará
o novo céu e a nova terra. A igreja somos nós – imperfeitos. É
verdade que os cristãos não são meros humanitários: nunca
devemos pensar que servir às pessoas é o bem máximo, ou supor
que servir às pessoas é exatamente o mesmo que servir a Deus.
No ensino de Jesus, o primeiro mandamento é amar a Deus com
todo o coração, toda a alma e todo o entendimento; o segundo é
amar o próximo como a si mesmo (Mt 22.37-40). Jesus não sugere
que os dois mandamentos sejam idênticos. Longe disso: ele
enumera dois mandamentos e os exibe em termos de suas
prioridades relativas: primeiro e segundo. Reconhecemos o perigo
de identificar interesses humanitários com Cristianismo elementar,
devemos encarar honestamente o perigo oposto, ou seja, o perigo
de alegar alta intimidade com Deus, não nutrindo nenhuma
intimidade com pessoas; de testificar profundo amor por Cristo,
alimentando todo tipo de ciúmes e rivalidades mesquinhas. O
apóstolo João coloca isso objetivamente:

“Nós amamos porque ele nos amou primeiro.


Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu
irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a
seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a
quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este
mandamento: que aquele que ama a Deus ame
também a seu irmão. (lJo 4.19-21)”.

Assim, embora o amor a Deus e o amor aos irmãos não

devam ser equiparados, existe um sentido importante no qual o

primeiro pode ser testado pelo segundo. Nossa lealdade a Deus e a

seu evangelho será demonstrada no nosso serviço a seu povo,

àqueles que se tornarão seu povo, àqueles feitos à sua imagem.

Nossa lealdade a Jesus Cristo, o fato de nós o confessarmos como

Senhor, acarreta um profundo compromisso com a promoção dos

seus interesses - e não é necessário ler muito as Escrituras para

perceber que os seus interesses estão ligados ao bem-estar do seu

povo. Você pode agora questionar: como então posso promover o

bem-estar do povo de Deus? A resposta é simples: amando essas

pessoas. E você pode continuar o questionamento: Como amar

tanta gente diferente e por vez irritante? Podemos encontrar essa

resposta junto ao apóstolo Paulo, ao meditarmos em suas cartas o

vemos continuamente orando por outras pessoas. Essa é uma das


características notáveis de suas orações: grande proporção delas é

dedicada à intercessão pelos outros. Aprendemos com ele que

amar também é orar.

Como promover o bem-estar do povo de Deus através da

oração? Como amar as pessoas através da oração? Como orar por

outras pessoas?

1. Em primeiro lugar, orar por outras pessoas requer que

examinemos o nosso próprio coração. Como podemos orar

efetivamente pelos outros se nutrimos ressentimentos contra eles?

O obstáculo é mais que psicológico, como se o problema principal

fosse a total dificuldade de nos colocarmos em intercessão por

aqueles contra quem sentimos amargura. Este, é claro, é um

obstáculo verdadeiro: com que frequência você ora por alguém com

o qual você está ressentido? Mas há uma barreira maior. O próprio

Deus declara que pecado não confessado corta a nossa

comunicação com ele, separando-nos de suas poderosas

respostas.

“Eis que a mão do Senhor não está

encolhida, para que não possa salvar; nem surdo

o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas

iniquidades fazem separação entre vós e o vosso

Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto

de vós, para que vos não ouça” (Is 59.1,2).


O que nos corta frequentemente da intercessão eficaz é a

amargura absoluta, o ressentimento cultivado, o rancor sutilmente

preservado, uma falta desesperadora de perdão. Lamentavelmente,

isso é comum entre nós, não obstante o fato de que é o próprio

Senhor Jesus quem ensina:

“Porque, se perdoardes aos homens as suas

ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;

se, porém, não perdoardes aos homens [as suas

ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as

vossas ofensas” (Mt 6.14,15). “E, quando

estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra

alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos

perdoe as vossas ofensas” (Mc 11.25).

Em 1 Coríntios 13.1-13, podemos dizer que o apóstolo Paulo faz

uma síntese de como deve ser a vida do cristão em relação aos

outros cristãos: tudo se resume em amor. Terminamos o capítulo

lendo o seguinte:

“1 Co 13.13: Assim, permanecem

agora estes três: a fé, a esperança e o

amor. O maior deles, porém, é o amor.


Como podemos interceder pela nossa igreja, se nós, secretamente,
menosprezamos alguns dos seus membros? Como podemos orar
significativamente por avivamento, se o que queremos é somente
ser avivado de forma isolada e não nos importamos particularmente
de ver a igreja, todas as pessoas avivadas? Se você for sincero a
respeito de reformar a sua vida de oração, você deve começar com
o seu coração. O pecado não confessado, cultivado, sempre será
uma barreira entre Deus e aqueles que ele fez à sua imagem.

2. Segundo, depois de examinar o coração, devemos saber o

que é melhor para o povo de Deus segundo o próprio Deus. Isso

significa que é vitalmente importante para nós atentar

cuidadosamente para as orações das Escrituras, pois assim

saberemos o que Deus julga ser o melhor para nós. Precisamos

analisar as orações de Paulo para descobrir exatamente o que ele

pede a Deus em favor das pessoas, e comparar com o que nós

normalmente pedimos.
Assim como as Escrituras devem reformar as nossas convicções a

respeito de Deus, da nossa conduta e dos nossos valores

fundamentais, do mesmo modo ela deve moldar a nossa vida de

oração. Como temos orado por outras pessoas? Será que nossas

orações têm passado pelo filtro das Escrituras?

CONCLUSÃO

Há uma linha de pensamento que trata a oração como uma

disciplina na qual devemos nos colocar em primeiro lugar, sem

consideração pelo enfoque que a oração deve ter nas pessoas.

Essa linha estimula a oração por considerar que ela ajuda

grandemente à pessoa que está orando, porém dedica pouca

atenção àqueles por quem a oração é oferecida. Ou, então,

encoraja a oração meditativa, contemplativa e adoradora, com base

em que a oração é encaminhada diretamente a Deus. Entretanto,

esse pensamento não considera a nossa atitude em relação às

pessoas, e nem analisa a importância da intercessão pelos outros.

1. Aprendemos hoje que devemos examinar o nosso coração e

pedir a Deus que cure toda amargura e ressentimento. Precisamos

liberar perdão às pessoas que nos magoaram, mesmo que elas

nem tenham se dado conta disso. Ore a Deus, chame essa pessoa,

converse gentilmente, receba e libere perdão para que assim suas

orações sejam ouvidas e respondidas.


2. Aprendemos também como devemos orar por outras pessoas:

(Rever como Paulo ora.)

Você também pode gostar