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ESCOLA DOMINICAL - IGREJA METODISTA PORTO DA ROÇA

... um amor além da razão!


273° Dia do Ano – 30/09/2018
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Amor: Essência da Vida Cristã

Texto Bíblico: I João 3.11-18

Todas as pessoas necessitam sentir-se amadas. O amor, muito mais que sentimento, é força que
renova a vida. Ele é o vínculo da paz: ele aproxima as pessoas, separa as maiores contendas,
fortalece, anima, encoraja. Mas o amor também é um mandamento divino e se torna um critério de
identificação dos filhos e filhas de Deus, como veremos nesta lição.

Fundamento bíblico
No texto em destaque, o apóstolo João aborda um tema extremamente importante para o povo
chamado cristão: o amor; segundo ele esse é o critério primordial para identificação dos
verdadeiros filhos e filhas de Deus. Não exercitar o amor cristão revela, entre outras coisas, que
“aquele que não ama permanece na morte (v.14) e “... não tem a vida eterna permanente em si”
(v.15).

O autor inicia sua exortação afirmando que este é um assunto já tratado anteriormente. “Porque a
mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros” (v.11).

João faz referência aos primeiros ensinos que foram transmitidos pelo Senhor Jesus (João 13.34
e 15.12). Sua intenção aqui é, além de exortar ou relembrar as palavras do Mestre, conscientizar
sobre a necessidade de uma nova postura de vida, tal como vemos nos versículos anteriores,
quando o apóstolo afirma que por serem filhos e filhas de Deus, precisam agora viver uma nova
vida, abandonando assim antigas práticas contrárias à fé cristã, pois, “todo aquele que é nascido
de Deus não vive na prática do pecado ... não pode viver pecando...” (I João 3.9). É preciso,
portanto, purificar-se de todo pecado (vv.1-6); praticar atos de justiça (vv.7,10) e amar
verdadeiramente.

João sabia que isso ainda não estava sendo vivenciado por toda comunidade; aliás, muitas
pessoas eram influenciadas por aquilo que recebiam “do mundo”, o ódio (v.13). O mundo,
representado pelas pessoas que se opunham a Cristo e à sua mensagem, também direcionou sua
raiva para o povo cristão. Desde os tempos em que Jesus caminhou na terra com os seus
discípulos e discípulas, a perseguição que se fazia a este grupo era muito grande. O Mestre
muitas vezes alertou para o fato de que todo este ódio alimentado contra os filhos e filhas de Deus
já era previsto (João 15.18-21).

Por onde Jesus passava, pessoas enfurecidas também o seguiam com o desejo de prejudicá-lo
de alguma forma. E “...se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros...”, dizia o
Mestre (João 15.20).

Tal perseguição era tão opressora, que Jesus não mandou seus discípulos e discípulas
exercitarem a paciência ou a tolerância como meios de resistir a este mal, mas praticarem o amor
(João 15.17-18). Esta é a mesma recomendação feita pelo apóstolo João (I João 3.16), que
aprendeu com seu Mestre o que um amor verdadeiro é capaz de fazer (João 3.16).

O povo cristão é convocado então, a espalhar o amor e não o ódio e, se não fossem vigilantes
quanto à isso, seriam tentados a “pagar na mesma moeda”, ou conforme o apóstolo Paulo dizia, a
pagar o mal com o mal (Romanos 12.17). Isso era tão sério que João relembra a atitude de Caim,
que não recebeu agravo algum, mas, “...porque suas obras eram más...” (v.12), ou seja, como
constantemente praticava o mal, acabou sendo levado a algo pior: a assassinar o seu irmão Abel
(v.12; Gênesis 4.1-8).

Palavra que ilumina a vida


O amor é mandamento divino. Só podemos amar verdadeiramente a Deus se também amarmos o
nosso próximo da mesma forma como amamos a nós mesmos. Esse amor exigido de nós não é,
e jamais deve ser direcionado a coisas, bens materiais, ou somente a pessoas muito próximas e
que nos fazem bem, mas sim, a Deus e a todas as pessoas que Ele criou. A recusa do amor nos
compromete como servos e servas de Deus, pois:

 Mostra o quanto “somos de Deus” ou não. “Nós sabemos que já passamos da


morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte”
(I João 3.14). O amor cristão, praticado por aqueles e aquelas que seguem a Cristo,
sinaliza a nova vida que recebemos dele. A capacidade de amar, de perdoar, de olhar com
bons olhos para as pessoas que se colocam como inimigas, revela o quanto Deus possui
do nosso coração, da nossa vida. Fechar-se para estas obras, sinaliza o quanto ainda
precisamos ser transformados e transformadas por Deus. Só existe uma maneira de
sinalizar que o amor de Deus está em nós: amando sinceramente as pessoas, ainda que
aquilo que algumas nos ofereçam seja ódio. Não podemos devolver o que delas
recebemos, mas devemos dar o que de Deus gratuitamente já possuímos, o amor (v.16).

 Nos transforma em “assassinos” de nossos irmãos e irmãs. “Todo aquele que


odeia seu irmão é assassino...” (v.15). Caim tornou-se um assassino porque era movido
por inveja, por ganância, e não por amor. Ao ver seu irmão Abel receber de Deus elogios e
aceitação, indignou-se e, enraivecido, o matou. João adverte para os perigos de
alimentarmos a raiva no coração. O ódio a que o apóstolo se refere surge no coração
humano após muitos pensamentos negativos (de vingança e de rejeição) serem
alimentados contra outras pessoas. Em Efésios 4.26 lemos: “Irai-vos e não pequeis ...”. O
ódio cresce quando alimentamos a ira. Não matamos nossos irmãos e irmãs somente
ferindo-os fisicamente, mas também quando ferimos com palavras (Tiago 3.1-12); quando
menosprezamos ou fazemos acepção de pessoas (Tiago 2.8-10); quando, vendo alguém
padecer necessidades, fechamos a mão e o coração, permitindo-lhe morrer de fome
(v.17).

Nestas duas condições apresentadas como consequências da falta do amor cristão em nós, uma
atitude se faz necessária: a prática do perdão. Se não estivermos dispostos e dispostas a perdoar
as ofensas recebidas, será difícil amar verdadeiramente.

Precisamos perdoar e direcionar o amor para o alvo certo; Deus e os irmãos e irmãs, e não o
mundo. Quando amamos o mundo, valorizamos muito mais as aparências, os bens materiais, os
aplausos, os elogios, as necessidades próprias, do que as necessidades de nossos irmãos e
irmãs. Quando amamos o mundo, nos falta o amor de Deus como guia de nossas ações (I João
2.15).

Vemos, por meio de muitos versículos bíblicos, que o amor é uma atitude. O amor bíblico não se
expressa por meio de sentimentos. O amor se expressa por meio de atitudes práticas e corretas.
A Bíblia, quando fala do amor cristão (I Coríntios 13.4-7), apresenta-o como:

 Paciente: com capacidade de aceitar as dificuldades e imperfeições;


 Benigno: que tem compromisso com o bem e não com o mal;
 Não arde em ciúmes: é zeloso, mas não sufoca, inibindo e matando os sentimentos da
outra pessoa. O ciúme (ou zelo) é essencial para a preservação do amor; seu ardor, no
entanto, sufoca e queima;
 Não se ufana: não se enche de si mesmo ou da própria vontade;
 Não se ensoberbece: não trata com indiferença, com superioridade, com sentimentos
menores de paternalismo e indignidades;
 Não se conduz inconvenientemente: não se torna desagradável, explorador, lascivo,
desrespeitador da vontade e das necessidades da outra pessoa;
 Não procura seus próprios interesses: o amor exclui o egoísmo e o egocentrismo;
 Não se exaspera: não se torna violento, usando a força para submeter. Não há perda da
docilidade, gentileza, educação, amabilidade e afabilidade;
 Não se ressente do mal: o amor perdoa. Deixa sem vingança a ofensa recebida;
 Não se alegra com a injustiça: não se compraz em depreciar as pessoas, humilhando-as
ou diminuindo seu valor, nem no rebaixamento de sua moral; não aceita a usurpação;
 Regozija-se com a verdade: o amor é fiel; não se satisfaz com um relacionamento feito
de subterfúgios, meias verdades e mentiras;
 Tudo sofre; tudo crê; tudo espera; tudo suporta: o amor dispõe a pessoa positivamente
diante das dificuldades causadas pelo sofrimento, descrédito, ansiedade e dor.
Conclusão
Devemos amar, incondicionalmente, a Deus e a todas as pessoas, assim como amamos a nós
mesmos. Esse amor deve ser desprovido de interesses pessoais. Amar a Deus é também amar
as pessoas que se colocam diante de nós como inimigas. Esse é um processo que não é fácil, por
isso envolve conversão. Na verdadeira conversão o Espírito de Deus passa a habitar em nós e é
Ele quem nos capacita a amar.

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Para refletir
Você acredita que a ausência de amor compromete a Igreja, a vida e a comunhão ou não?

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Leia durante a semana
::Domingo: I João 3.11-18 ::Segunda-feira: I João 3.1-10
::Terça-feira: I João 4.7-12
::Quarta-feira: I João 4.16-21 ::Quinta-feira: João 13.34-35 ::Sexta-feira: I Pedro 4.8
::Sábado: Romanos 12.9-21

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Bibliografia
Em Marcha. A nova vida em Cristo. Revista do/a aluno/a, 2004. Editora Cedro, sob licença da
Igreja Metodista.
BORTOLINI, José; BAZAGLIA, Paulo. Como ler as Cartas de João: quem ama nasceu de Deus e
conhece a Deus. 3ª edição. São Paulo: Paulus, 2007.
CREUTZBERG, Leonhard. Meu Mandamento é este: Comentário e Reflexão. Disponível em:
http://www.luteranos.com.br/textos/meu-mandamento-e-este. Acesso em 29/03/2018.
Em Marcha. Princípios da Fé Cristã. Revista do(a) Professor(a). Igreja Metodista. São Paulo,
2018.2 Angular editora.

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