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43 – 48
Introdução
Eu sou eu e minha circunstância, e se não a salvo a ela, não me salvo a mim",
de autoria do filósofo espanhol José Ortega. O que o filosofo parece dizer é
que, somos reféns de nossas circunstâncias de forma que é quase impossível
ir além delas já que elas dizem ser o que somos. No texto que vamos analisar
hoje, Jesus parece estar contradizendo essa fala e dizendo que é possível ir
além do que nossas circunstâncias nos impõem como caminho a ser seguido.
E por que Deus faz isso? A resposta é simples, porque ele abençoa
conforme o seu caráter e não conforme o caráter e atitude os homens. Deus
não espera bondade das pessoas para poder agir graciosamente, até porque
ele não conseguiria abençoar se assim fosse, pois nunca chegaremos ao
status de agradável diante de Deus. Essa é uma doutrina basilar na fé cristã,
de que não somos capazes de agradar a Deus ao ponto de sermos habilitados
da estar diante dele como justo nas condições de sermos abençoados, por isso
o movimento sempre é da parte de Deus. Paulo diz em Romanos 3 “não há um
justo se quer, não quem busque a Deus, não há quem entenda, não há quem
faça o bem, todos pecaram e estão afastados da gloria de Deus”. E na mesa
carta capítulo 5 ele vai dizer que “por meio da justificação temos paz com
Deus”. Sim justificação, ou seja, o ato de nos tornar justos sem sermos justos.
O que Jesus está dizendo é que o caráter imutável de Deus foi além da
justiça dos fariseus e publicados (de qualquer pessoa) e continua indo, todas
as vezes que Ele nos abençoa. Deus não muda porque nós mudamos nossa
maldade, ou pretensa bondade não faz com que suas ações sobre nós mudem
também, Ele continua trazendo chuva sobre justos e injustos, não por causa
deles, mas apesar deles.
Da mesma forma como Deus faz o sol raiar sobre justos e injustos
revelando o seu caráter e não das pessoas, assim nós, como imitadores de
Cristo devemos fazer o mesmo. Jesus diz que ao passo que amamos quem
nos persegue e oramos pelos que nos caluniam, nos tornamos parecidos com
Deus e mostramos que temos ele como nossa referência, isso é, como pai
(verso 45).
Isso acontece porque amamos as pessoas não pelo que elas são, mas
semelhantemente a Deus, amamos pelo que somos. Nós podemos ir além do
que uma pessoa sem Deus vai, porque conhecemos um amor que foi além do
possível por nós.
Por isso podemos, ao contrário do que disse José Ortega, ir além das
nossas circunstâncias. Não precisamos ficar presos a elas, mesmo as mais
contrarias, mesmo nas que parece não ser possível e parece que ficaremos
refém delas pelo resto de nossas vidas, o perdão de Jesus em nós nos faz ir
além delas a fim de amarmos nosso inimigo e orar por quem nos calunia.