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Grandes expectativas
Eu percebi que o amor que eu estava dando era semeado do
espírito, e eventualmente colheria as suas sementes. Eu não
sabia de onde, mas sabia que a colheita viria. Não via mais
como fracasso o fato de não ser retribuído com amor. Fui
liberto para amar aquela pessoa ainda mais!
Se mais crentes reconhecessem isso, desistiriam de se
sentirem ofendidos. Não andamos com muita frequência
nesse tipo de amor. Andamos num amor egoísta que
facilmente nos desaponta quando nossas expectativas não
são preenchidas.
Se tenho expectativas em relação a certas pessoas, elas podem
desapontar-me. O desapontamento será proporcional à
expectativa que deposito nelas. Mas, se não tenho
expectativas em relação às pessoas, qualquer coisa que eu
der será uma bênção e não algo que deva ser retribuído em
troca. Preparamo-nos para ser ofendidos quando esperamos
certos comportamentos daqueles com quem temos nos
relacionado. Quanto mais esperamos, maior o potencial para
a ofensa.
Muros de proteção?
O irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza; contendas
são ferrolho de um castelo. (Pv 18:19)
Um irmão ou irmã ofendidos(as) resistem mais que uma
fortaleza. As cidades fortificadas possuíam muros ao seu
redor. Esses muros eram a segurança de que a cidade estaria
protegida. Eles mantinham algumas pessoas e invasores fora.
Aqueles que deviam impostos não podiam entrar até que
pagassem o que deviam.
Os que eram considerados uma ameaça à segurança ou
saúde da cidade eram mantidos fora.
Construímos muros, quando somos feridos, para
salvaguardar nosso coração e prevenir futuras feridas.
Tornamo-nos seletivos, barrando a entrada de todos os que
nos feriram. Selecionamos todos os que nos devem algo.
Negamos-lhes o acesso até que nos paguem tudo o que
devem. Abrimos nossa vida só àqueles que acreditamos
estarem do nosso lado.
Frequentemente, essas pessoas que estão "do nosso lado" estão
ofendidas também. Dessa forma, em vez de ajudar, colocamos
pedras adicionais em nossos muros. Sem sabermos
exatamente como aconteceu, esses muros se tornam prisões.
A essa altura, não apenas tomamos precaução em relação
àqueles que entram, mas também, aterrorizados, não nos
aventuramos a sair da fortaleza. O crente ofendido se
concentra no seu próprio interior e se torna introspectivo.
O amor não procura seu próprio interesse, mas as pessoas
machucadas se tornam mais e mais introspectivas e retraídas.
Nesse ambiente, o amor de Deus se torna frio. Dessa forma o
crente ofendido, escandalizado é aquele que recebe vida e por
causa do medo, não consegue liberá-la. Consequentemente,
sua vida fica estagnada entre muros ou prisões da ofensa.
O Novo Testamento descreve esses muros como fortalezas:
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e
sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas,
anulando nós sofismas e toda altivez que se levante
contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo
pensamento à obediência de Cristo (2 Co 10:4,5).
Essas fortalezas criam padrões de raciocínio por meio dos
quais toda informação recebida é processada. Embora
elas sejam originalmente levantadas por motivo de proteção,
tornam-se fonte de tormenta e distorção, porque entram em
guerra contra o conhecimento ou a sabedoria de Deus.
Fortalezas são raciocínios, ou processos de
pensamentos que são contrários à vontade de Deus.
Quando filtramos tudo através de feridas passadas, rejeições e
experiências ruins, achamos muito difícil acreditar em Deus.
Não consegue, acreditar que Ele realmente tenha a
intenção de fazer o que disse. Duvidamos de sua bondade e
fidelidade, uma vez que o julgamos pelos padrões dos homens
em nossa vida. Mas Deus não é um homem! Ele não
mente (Nm 23:19). Seus caminhos não são os nossos caminhos,
e s pensamentos não são nossos pensamentos (Is 55:8,9).
Pessoas ofendidas serão capazes de achar trechos bíblicos que
apoiem sua posição, mas sem usarem corretamente a Palavra
de Deus. O conhecimento da Palavra sem amor é uma força
destrutiva porque nos incha de orgulho e legalismo (1 Co 8:13).
Isso faz com que nos justifiquemos em vez de nos
arrependermos, porque não somos capazes de perdoar.
Cria-se, dessa forma, uma atmosfera na qual podemos ser
enganados, porque o conhecimento de Deus sem o amor
dele, leva ao engano.
Jesus nos alerta sobre os falsos profetas imediatamente após a
declaração de que muitos serão escandalizados:
"Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a
muitos‚ (Mt 24:10). Quem serão os muitos enganados?
Resposta: os escandalizados, ofendidos, que esfriaram seu
amor (Mt 24:12).
Os falsos profetas
Jesus chama de falsos profetas os lobos disfarçados de ovelhas
(Mt 7.15) São homens interesseiros que têm a aparência de
crente (disfarce de ovelha), mas a natureza interior de lobo.
Os lobos gostam de estar perto das ovelhas. Podem ser
achados tanto na congregação como no púlpito.
São enviados pelo inimigo para se infiltrarem e enganar.
Devem ser identificados pelos seus frutos, não pelos
ensinamentos e profecias Geralmente, seus ensinamentos
parecem bem sólidos, ao contrário dos frutos de sua vida e
seu ministério, que não são consistentes. Um ministro ou um
crente é o que ele vive, não o que ele prega.
Os lobos geralmente vão para cima das ovelhas novas ou das
feridas, não das saudáveis e fortes. Esses lobos dirão às pessoas
o que elas querem ouvir, não o que precisam ouvir. Elas não
querem doutrina sólida; querem alguém que lhes agrade os
ouvidos. Vejamos o que Paulo diz sobre os últimos dias:
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis,
pois os homens serão [.. ] implacáveis [...] tendo forma de
piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também
destes. [... ] Pois haverá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as
suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos
ouvidos (2 Tm 3:1-5 e 4:3, Destaques acrescidos).
Note que terão forma de piedade ou de "crentes", mas negarão
o poder. Como farão isso? Negarão que o cristianismo pode
transformar alguém implacável em alguém perdoador. Eles
vão alardear que são seguidores de Jesus e proclamar suas
experiências de "novo nascimento”; mas o que falam não
penetra em seu coração para imprimir-lhes o caráter de Cristo.
Geração da informação
Paulo pôde de enxergar profeticamente que esses homens e
mulheres enganados possuíam um zelo pelo conhecimento,
mas permaneciam imutáveis, uma vez que nunca o aplicavam.
Ele os descreveu como pessoas ‚que aprendem sempre e
jamais podem chegar ao conhecimento da verdade" (2 Tm 3:7).
Se Paulo estivesse vivo hoje, ficaria extremamente triste ao ver
acontecendo, o que havia dito que aconteceria. Ele veria
muitos homens e mulheres participando de retiros, seminários
e cultos, acumulando conhecimentos bíblicos.
Saindo à caça por "novas revelações", para que pudessem
viver mais egoisticamente e ter uma vida mais bem-sucedida.
Ele veria ministros levando outros ao tribunal por "causas
justas". Veria publicações cristãs e programas de rádio
atacando nominalmente homens e mulheres de Deus.
Carismáticos correndo de igreja em igreja, tentando escapar
das ofensas, todos professando o senhorio Jesus e, ao mesmo
tempo, não conseguindo perdoar.
Paulo clamaria: arrependam-se e libertem-se do engano,
geração egoísta e hipócrita!"
Não importa o quanto você tem se atualizado em novas
revelações, seminários e escolas bíblicas, não importa quantos
livros tem lido ou quantas horas passa orando e estudando.
Se você foi ofendido e recusa-se a perdoar e arrepender-se
do pecado, ainda não alcançou o conhecimento verdade.
Está em engano, e ainda confunde outros com sua vida
hipócrita. Não importa qual a revelação: seu fruto terá uma
história diferente para contar. Você se tornará uma fonte de
águas amargas que levarão ao engano, e não à verdade.
Traição
Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar
uns aos outros (Mt 24:10 - Destaques acrescidos).
Analisemos essa sentença. Se observarmos atentamente,
veremos uma progressão. A ofensa leva à traição, e a traição
leva ao ódio.
Como discutido anteriormente, pessoas ofendidas constroem
muros de proteção. O foco se toma a autopreservação.
Devemos proteger-nos a qualquer preço. Isso nos toma
capazes de traição. Quando traímos, procuramos nossa
própria proteção e interesse à custa de outra pessoa,
geralmente alguém com quem temos um relacionamento.
Quando Jesus foi ofendido, Ele não revidou, mas entregou sua
alma a Deus, que julgaria retamente. Somos admoestados a
seguir os seguintes passos:
Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu
por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas
pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se
achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e
quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que
julga justamente; 1 Pedro 2:21-23
O Capacitador