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SERMÃO – DIA 19/02/23

Tema: DOMÍNIO PRÓPRIO COMO SÍMBOLO DA SUBMISSÃO AO SENHORIO DE CRISTO


Divisa: “Fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.
Galatas 05.22-23

Introdução:

O fruto do Espírito que encontramos no texto de Gálatas 05.22 e 23 é a realização do Espírito


Santo de Deus em nós. Não é fruto dos nossos esforços, das nossas realizações. Enquanto as
obras da carne, listadas por Paulo também em Gálatas são resultados do nosso labor, o fruto do
Espírito tem origem sobrenatural, crescimento natural e maturidade gradual.

Para Hastings, o fruto do Espírito apresenta três verdades quanto à sua natureza, variedade e
cultivo. O fruto é criação do Espírito Santo e não decorre da nossa natureza ou da nossa
educação doméstica ou acadêmica. O fruto é variado: Paulo cita 09 virtudes morais que são
produzidas em nós pela ação do Espírito Santo. Por fim, ele precisa ser gerado naturalmente, ou
seja, o fruto do Espírito não pode ser simulado e nem produzido de forma artificial. Só quem
nasceu espiritualmente pode gerar fruto do Espírito.

Observemos, irmãos, que estou falando de FRUTO e não de FRUTOS. As nove virtudes não
podem ser separadas na vida do crente. Elas são indissociáveis. Se nasci de novo, preciso
apresentar, de forma natural e gradual AS NOVE e não apenas uma ou outra. A fidelidade não
está separada da alegria. O amor não está separado da mansidão.

Podemos agrupar essas virtudes quanto ao seu relacionamento em três grupos, a saber:

1º grupo: ligadas ao nosso relacionamento com Deus: “amor, paz e alegria” –

2º grupo: ligadas ao nosso relacionamento interpessoal: “longanimidade: que consiste na


paciência para com aqueles que nos irritam ou perseguem; benignidade: que consiste na
disposição em ser gentil e bondoso para com os outros; e a bondade que nada mais é do que o
exercício de fazer o bem;

3º grupo: ligadas ao nosso relacionamento com nós mesmos: fidelidade, mansidão e domínio
próprio.

• A palavra grega para domínio próprio é egkrateia que significa autocontrole, domínio dos
próprios desejos e apetites. Encontraremos essa expressão quanto à disciplina que os
atletas exerciam sobre o seu próprio corpo (I Corintios 09.25) e o domínio cristão sobre
os impulsos sexuais (I Coríntios 07.09).
• Vivemos em uma sociedade hedonista, ou seja, ávida pela satisfação dos seus próprios
desejos e vontades. Ela acredita que satisfazendo-os, alcançará a sua felicidade. Não é
isso que está acontecendo em todo o país neste período carnavalesco?
Quero me debruçar, nesta noite, em três pontos que devem ser dominados em nossas vidas:

• Domínio da Língua (Provérbios 10.19) – Quando são muitas as palavras, o pecado está
presente, mas quem controla a língua é sensato
o Tiago, em sua epistola, já havia alertado sobre o perigo da língua insubmissa:
ela magoa, ela destrói reputações, gera intriga e inimizades. Quantas guerras,
quantos conflitos, quantos divórcios poderiam ter sido evitados se falássemos
menos!
• Domínio dos desejos (I Tessalonicenses 04.03-05) : A vontade de Deus é que vocês
sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual.
Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa,
não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus.
o Não somos animais irracionais. Não podemos ser dominados pelos nossos
impulsos. O nosso Deus concedeu os desejos sexuais para serem desfrutados
na constância do relacionamento conjugal, com o nosso cônjuge. O pecado
trouxe o desvirtuamento. Em busca da sensação do prazer vale-tudo: a
promiscuidade, a pornografia, a importunação sexual, o estupro, a pedofilia até
mesmo o uso de animais para satisfação erótica. Quanto estão presos? Quantos
tentam se libertar? E o que dizer dos relacionamentos homoafetivos? E o que
Deus estabeleceu para o ser humano? Como fica? O domínio próprio evita a
destruição do nosso próprio corpo e dos relacionamentos.

• Domínio da Ira: “Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apaziguem a sua ira antes
do pôr-do-sol e não deem lugar ao diabo”. – Efésios 04.26-27

A Ira é um intenso sentimento de raiva, ódio, rancor, um conjunto de fortes emoções e


vontade de agressão geralmente derivada de causas acumuladas ou traumas. Pode ser visto
como uma cólera e um sentimento de vingança, ou seja, uma vontade frequentemente tida como
incontrolável dirigida a uma ou mais pessoas por qualquer tipo de ofensa ou insulto.

Ira é um sentimento mental e emotivo de conflito com o mundo externo ou consigo mesmo,
que controlamos pouco e manejamos pior ainda, deixando-nos fora de nossas ações. A ira pode
refletir-se tanto contra os outros quanto em si próprio, dependendo da circunstância.

A ira é uma explosão forte de um sentimento ruim, proveniente de uma contrariedade, de


uma desilusão, de um acontecimento inesperado e ruim, de uma inconformidade ou de uma
culpa. Essa explosão, quando ocorre, faz o indivíduo perder a noção de seus atos, fazendo-o
agir irracionalmente. Quando muito forte, a ira pode converter-se em ódio, o que faz a pessoa
querer, pelo uso da razão, se vingar e compensar o que sente de ruim, sentindo prazer ao obter
êxito.

A ira é um sentimento breve, enquanto o ódio pode durar até uma vida inteira. Apesar disso,
num ataque de ira, pode-se cometer erros até mais graves que as vinganças movidas pelo ódio,
tamanho seu poder de estimular os ímpetos maléficos de uma pessoa. E também a ira não
tratada e eliminada evolui e traz muitos prejuízos.

Para dominá-la é preciso:

1º - pensar bem antes de reagir (Pv 29.11): Conte até dez. respire fundo e refita bem antes
de esboçar a sua reação. Dê a você mesmo algum tempo de parada, reflita e pense no
assunto. Se você não para e pensa, vai fazer sempre a coisa errada. tente responder a
seguinte pergunta: “Por que estou irado?”. Há, pelo menos, três causas para a ira: a dor, o
medo e a frustração. Quando fico zangado, preciso parar e analisar qual das três é a causa
principal. Estou sentindo dor? Estou com medo, ameaçado, que vou perder algo ou alguém
do meu relacionamento? Ou estou frustrado? Em quaisquer destas opções, você precisa
pensar bem antes de reagir para que seja capaz de controlar a sua ira.

2º - expresse sua indignação de forma apropriada (Ef. 04.26-27)

3º - Decida transformar sua mente (Rm 12.02): A forma como você age é determinada pela
forma como você pensa. A maneira como você sente é determinada pela maneira como você
pensa. Se você quer mudar a maneira como você age, você precisa mudar a maneira como
você pensa. Se você age com ira é porque está sentindo ira. Tenho sentimentos de ira dentro
de mim. Tenho esses sentimentos de ira porque decido ter pensamentos de ira.
Se quero mudar um padrão habitual – mau humor, explosão, crítica – então eu preciso
de algum tipo de recondicionamento mental. Por isso, a Bíblia nos ensina a decidir pela
transformação da mente. É só dessa maneira que podemos desfrutar da boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.
Quando você entende o quanto Deus o ama e a segurança que há em Cristo, o quanto
você é importante para Ele, sua irritabilidade vai diminuir. Isso tem mais a ver com a sua
autoimagem e o que Deus diz a seu respeito do que com o que você acha de si mesmo. É
por isso que você precisa decidir pela transformação da sua mente. Se o mundo estragou
você, deixe Deus consertá-lo da maneira dele, inclusive por meio de novos relacionamentos.
Controle sua ira decidindo transformar a sua mente. Ao invés de experimentar desgosto,
você vai experimentar o melhor que Deus tem lhe reservado.

MAS, COMO DOMINAR A SI MESMO?

o O Senhorio de Cristo (Fp 02.10-11): Somente se Jesus for o Senhor de nossas


vidas podemos ser controlados por Deus, que é amor e nos fará ser abençoados
por Deus em tudo.
o Obediencia (Romanos 13.01): Quando aprendemos a obedecer, passamos
saber os limites de acordo com as normas e liderança estabelecidas. Este é um
regulador do ser humano para saber até onde pode ir.
o Respeito (Mateus 07.12): Quem souber respeitar o seu próximo, sabe o limite
até onde pode ir sem infringir os direitos do outro. Se alguma coisa pode
escandalizar nosso irmão não devemos fazer (Romanos 14.13) porque “ai do
homem pelo qual vem o escândalo” (Mateus 18.7).
o Liberdade ( I Corintios 06.12): Aprendemos a ser livres na presença de Deus e
seguir a orientação do Senhor em tudo o que fazemos segundo a sua vontade
(Romanos 12.1,2). A liberdade demonstra um nível de maturidade cristã capaz
de escolher o melhor.

CONCLUSÃO:

Jesus disse que quem quisesse segui-lo deveria tomar a sua cruz todos os dias e “negue a si
mesmo” (Marcos 8.35). Esta deve ser a cruz do cristão. Aprender a negar os desejos da carne
todos os dias é um grande desafio. Infelizmente vivemos em um mundo onde as pessoas são
controladas pela própria carnalidade (II Timóteo 3.3) e cristão deve seguir o caminho oposto do
mundo (Tito 1.8). Mas através do fruto do Domínio Próprio, o Espírito Santo frutifica na vida do
cristão um caráter moldado por Deus (II Pedro 1.6).

Deixe Deus domar seu caráter!

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