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O DESAFIO À SANTIDADE E À FIDELIDADE (HEBREUS 12:12-17).

Evitando a Inconsistência Moral

A Seção toda, HEBREUS 12.1-29, trata da DISCIPLINA E SEUS BENEFÍCIOS.

À luz da visão positiva do sofrimento e da disciplina....

a) Os destinatários ainda não tinham sido mortos, como muitos outros cristãos o tinham (v.4);
b) Os destinatários já se esqueciam da exortação do Velho Testamos em Provérbios 3.11-12 (v.5);
c) Deus nos trata como filhos e, nessa condição, nos corrige e disciplina enquanto perseveramos (v.7);
d) Mas, se eles estavam sem correção, à qual todos os filhos se submetiam, não eram seus filhos, mas
bastardos (v.8);
e) Eles deviam se submeter à disciplina do Pai espiritual, assim como se submeteram aos pais terrenos,
os quais os corrigiram, mesmo que tenha sido por um pouco de tempo, e conforme bem lhes parecia
(v.9, 10a);
Comentado [C1]: Por esta razão, importa que nos
f) Deus nos disciplina a fim de participarmos de sua santidade (v. 10b); apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que
g) Nenhuma disciplina pareça ser motivo de alegria, mas de tristeza; depois, no entanto, produz fruto de delas jamais nos desviemos. Se, pois, se tornou firme a
justiça. palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou
desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós,
se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido
O escritor sagrado dá uma EXORTAÇÃO PASTORAL DIRETA A SEUS LEITORES: anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois
confirmada pelos que a ouviram. Hebreus 2:1-3
a) Estes devem prosseguir vivendo a vida cristã, resistindo à tentação de voltar a seus antigos
caminhos, ainda que tal posição possa parecer menos problemática; Comentado [C2]: Temamos, portanto, que, sendo-nos
b) Esaú constitui um exemplo negativo, e serve de admoestação adicional aos leitores; deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda
c) Esta exortação tem muita coisa em comum com as anteriores (e.g., 2:1-3; 4:1-2; 6:1-6; 10:32- parecer que algum de vós tenha falhado. Porque também a
nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles;
36), mas se difere em algo, é que carrega maior carga de persuasão. mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter
sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram. Hebreus
O que fazer então? 4:1,2

= Precisamos averiguar cuidadosamente quem é Cristo, pois as bênçãos de Deus nos chegam por
Comentado [C3]: Por isso, pondo de parte os princípios
meio dele; elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o
que é perfeito, não lançando, de novo, a base do
=Também precisamos nos apegar a ele, desenvolvendo-nos espiritualmente através do poder do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus,
Espírito Santo; o ensino de batismos e da imposição de mãos, da ressurreição
dos mortos e do juízo eterno.
Isso faremos, se Deus permitir. É impossível, pois, que
=A EXORTAÇÃO CONSISTE EM TRÊS PARTES: aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e
1. Primeira diz respeito a nós mesmos (versículos doze e treze): A primeira parte é referida no provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo
décimo quinto versículo, ‘...por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus...’; vindouro,e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los
para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando
2. A segunda, diz respeito aos outros (versículo catorze), à ‘paz com todos os homens’: a para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à
segunda, em «...nem haja alguma raiz de amargura.’. ignomínia.Hebreus 6:1-6
3. A terceira diz respeito a Deus, e à ‘santidade sem a qual...’: a terceira figura no décimo sexto
versículo, ‘...nem haja algum...profano, como foi Esaú...’ Comentado [C4]: Lembrai-vos, porém, dos dias anteriores,
em que, depois de iluminados, sustentastes grande luta e
sofrimentos; ora expostos como em espetáculo, tanto de
opróbrio quanto de tribulações, ora tornando-vos
1ª PARTE – RELACIONADA A NÓS MESMOS (“SANTIDADE NA VIDA”) coparticipantes com aqueles que desse modo foram tratados.
Porque não somente vos compadecestes dos encarcerados,
HB 12.12: POR ISSO, RESTABELECEI AS MÃOS DESCAÍDAS E OS JOELHOS TRÔPEGOS; como também aceitastes com alegria o espólio dos vossos
bens, tendo ciência de possuirdes vós mesmos patrimônio
(VIDE ISAÍAS 35.3,4) superior e durável. Não abandoneis, portanto, a vossa
confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes
= A expressão POR ISSO, como introdução, demonstra que esta exortação depende da discussão necessidade de perseverança, para que, havendo feito a
vontade de Deus, alcanceis a promessa. Hebreus 10:32-36
anterior (vv. 4-11). É colocada em linguagem vétero-testamentária.

Primeira parte é tirada de Isaías 35.3. A segunda, (v.13), de Provérbios 4.26 pela Septuaginta. É Comentado [J5]: «anorthoo» Ideia de “ajustar” ossos
quebrados e deslocados; Termo médico que significa
provável que esta seção contenha a figura de linguagem atlética. “fortalecer”
As MÃOS APARECEM CAÍDAS porque a pessoa envolvida foi de tal maneira dominada pela
fraqueza que não é capaz de erguer os braços. Linguagem típica de espíritos desanimados, em pura
exaustão. É o mesmo que dizermos: “«Insuflai forças em vós mesmos. Não andeis como fracalhões,
que quase não podem mover o corpo. Buscai o poder de Deus para essa crise de desvio e indiferença.
E fortalecei vossos joelhos fracos, que tremem».

Essas forças espirituais e morais são-nos conferidas através da santidade; pois esta restaura a saúde
da alma, a qual se torna espiritualmente forte, capaz de resistir aos ataques do adversário. A
solução que o autor sagrado oferece para o problema da debilidade espiritual, segundo se vê no
trecho de Heb. 5:11 e ss., era que sacudissem de si seu embotamento e sua letargia espirituais,
através do progresso no aprendizado e nas experiências cristãs, deixando os primeiros princípios
dos oráculos de Deus e prosseguindo em seu desenvolvimento espiritual. Convinha que viessem a
participar do «alimento sólido», deixando de se alimentarem exclusivamente de «leite».

HB 12.13: E FAZEI CAMINHOS RETOS PARA OS PÉS, PARA QUE NÃO SE EXTRAVIE O QUE
É MANCO; ANTES, SEJA CURADO. Comentado [J6]: A palavra ‘manco’ indica a porção da
igreja que hesitava entre o cristianismo e o judaísmo: que
(VIDE PROV. 4.26) corresponde aos romanos ‘fracos’. Deveríamos notar que o
escritor sagrado continuava com a ideia de uma carreira na
A ideia de caminhos retos introduz um pensamento diferente. mente. A preparação de uma vereda reta, diante de todos,
visava não se desviarem do caminho e nem perderem o
a) De nada adianta fortalecer os joelhos fracos (trementes/vacilantes) para andarem em prêmio
caminhos errados; Comentado [J7]: O correto andar espiritual cura os nossos
b) Visto que os caminhos naturais usualmente são tortuosos, evitando as dificuldades ao invés defeitos espirituais, após certo período de tempo. Isso está
comprovado pela experiência.
de enfrentá-las;
c) Um caminho reto é um especialmente preparado com certo esforço;
d) Que os crentes fizessem veredas retas e suaves para seus pés, e não haveria ocasião para
tropeçarem ou se desviarem do caminho correto;
e) Os «mancos», ou seja, os espiritualmente fracos, ou que possuem menos erudição e
experiência, são hesitantes; mas, fortalecendo-se, seriam capazes de percorrer o caminho
sem quedas, dúvidas e temores. Os mancos, se continuassem andando habitualmente no
caminho reto, teriam corrigidos os seus defeitos, fortalecendo-se. E então caminhariam com
confiança e forças. Provavelmente aqueles que hesitavam entre o Cristianismo e o
Judaísmo.
f) Porém, tudo dependeria de como o caminho foi preparado para eles. Isso fala do
treinamento de crentes mais fracos, em que devemos ter o cuidado de não pôr obstáculos
em seu caminho, espiritualmente falando.

= «Fazei veredas suaves e uniformes, de modo que os membros dos mancos não sejam deslocados
em buracos e abismos. Fazei tudo para evitar agravar as fraquezas dos irmãos na fé.”

As circunstâncias dos judeus crentes se prestavam para excitar um espírito contencioso, bem como
um sentimento de alienação para com os membros fracos, que abandonassem a vereda reta. Não
deveriam permitir-lhes ficarem alienados; antes, deveriam restaurá-los à unidade da fé, esforçando-
se por reconquistá-los, usando o método da paz, e não da ira e da provocação.

2ª PARTE – RELACIONADA AOS OUTROS

HB 12.14a: SEGUI A PAZ COM TODOS (...) Comentado [J8]: «dioko», que significa «perseguir»,
«pressionar», «correr após», «esforçar-se por»
A paz é uma qualidade espiritual, um dos aspectos do «fruto do Espírito», que então se faz parte da
expressão das virtudes de um crente. (Ver Gál. 5:22). A paz consiste da harmonia com Deus, acima
de tudo, mediante a reconciliação e a justificação.
Passa agora a ser dada alguma indicação daquilo que o escritor quer dizer com “caminhos retos.”
Em primeiro lugar, os cristãos devem esforçar-se em prol da paz com todos. Há um paralelo direto
em Romanos 12.18 que é igualmente abrangente. Mas que isto não significa paz a qualquer preço
fica claro na sua estreita ligação com a busca da santidade. A paz com todos os homens é possível
somente dentro dos limites daquilo que é certo. Há, na verdade, ocasiões em que tomar posição
em prol de causas justas traz antagonismos, e a paz é inevitavelmente fragmentada. Mas o
significado deve ser que todos os esforços devem ser feitos no sentido de manter a paz, se houver
qualquer possibilidade disto. A palavra segui (diõkete) é uma palavra enfática, e expressa algo do
afã da perseguição da caça. A idéia de correr atrás da pista da paz é ecoada do Salmo 34.14, onde é
ligada com a separação deliberada do mal.

3ª PARTE – RELACIONADA A DEUS

HB 12.14b: (...) E A SANTIFICAÇÃO, SEM A QUAL NINGUÉM VERÁ O SENHOR, Comentado [J9]: Os Elementos Constituintes Da
Santificação·
= Os Elementos Constituintes Da Santificação 1. Ela confirma e desenvolve a divina santidade, que a nós
fora imputada, ver Rom. 3:21.
1. Ela confirma e desenvolve a divina santidade, que a nós fora imputada, ver Rom. 3:21. 2. Ela nos conduz à participação nas perfeições morais de
Deus, ver Mat. 5:48.
2. Ela nos conduz à participação nas perfeições morais de Deus, ver Mat. 5:48. 3. Ela inclui a participação nas virtudes morais positivas, ver
Gál.5:22,23.
3. Ela inclui a participação nas virtudes morais positivas, ver Gál.5:22,23. 4. Ela é realização da Trindade: do Pai (ver I Tes. 5:23), do
Filho (ver Heb. 2:11) e do Espírito Santo (ver I Cor. 6:11).
4. Ela é realização da Trindade: do Pai (ver I Tes. 5:23), do Filho (ver Heb. 2:11) e do Espírito Santo Cristo é a nossa santificação (ver I Cor. 1:30). O seu
evangelho nos conduz à santificação.
(ver I Cor. 6:11). Cristo é a nossa santificação (ver I Cor. 1:30). O seu evangelho nos conduz à 5. A santificação é absolutamente necessária à salvação, no
santificação. dizer deste versículo.
6. A santificação foi predeterminada pela eleição, e agora
5. A santificação é absolutamente necessária à salvação, no dizer deste versículo. toma real a eleição dos eleitos (ver I Ped. 1:2 e II Tes. 2:13).

6. A santificação foi predeterminada pela eleição, e agora torna real a eleição dos eleitos (ver I Ped.
1:2 e II Tes. 2:13).

HB 12.15: ATENTANDO, DILIGENTEMENTE, PARA QUE NINGUÉM SEJA FALTOSO,


SEPARANDO-SE DA GRAÇA DE DEUS; NEM HAJA ALGUMA RAIZ DE AMARGURA QUE, Comentado [J10]: Este versículo é um mandamento dado
BROTANDO, VOS PERTURBE, E, POR MEIO DELA, MUITOS SEJAM CONTAMINADOS; à igreja, conforme se vê nos versículos treze e catorze.
Aqueles que eram «fracos» e «mancos» na fé, e que estavam
A palavra traduzida atentando diligentemente (episkopeó) significa “exercer superintendência”, e prestes a voltar ao judaísmo, abandonariam inteiramente a
esperança cristã. As contendas, a incerteza, a imaturidade, a
pode ser usada nalgum tipo de capacidade oficial. Alguns dos leitores deveriam estar com condições indolência espiritual, a falta de propósito espiritual (que
de exercer semelhante função, conforme subentende 5.12. eram condições existentes entre os leitores originais deste
tratado, ver Heb. 5:11 e s s .), certamente empurrariam
A graça de Deus representa aqui todos os benefícios que Deus tem fornecido na Sua graça. Aqui aqueles cristãos para a beira da apostasia.
ela inclui toda nossa vocação (Calvino)

Caso alguém infira desse fato que a graça de Deus é ineficaz, a menos que voluntariamente
cooperemos com ela, tal argumento se revela trivial. Sabemos de experiência própria quão indolente
é nossa natureza carnal, e por isso ela requer constante estímulo. Quando Deus nos estimula com
advertências e exortações, concomitantemente ele incita nossos corações para que tais exortações
não sejam infrutíferas e destituídas de efeito. Portanto, não podemos deduzir dos preceitos e
exortações que o homem tem em si o poder ou a capacidade de livre-arbítrio, pois a atenção que o
apóstolo aqui requer é um dom de Deus

Muitos fracassos entre os cristãos devem-se a uma falta de apropriar-se desses benefícios. Um
exemplo específico é citado aqui - como quando alguma raiz de amargura causa problemas.

As palavras são tiradas de Deuteronômio 29.17-18, mas aqui são aplicadas num sentido geral a
qualquer pessoa ou coisa que resulte em amargura.
a) A raiz de uma planta afeta os frutos que a planta produz, ou seja, uma planta cresce lentamente, mas
o que está na raiz irá se revelar definitivamente com o passar do tempo;
b) O brotar da raiz descreve de modo pitoresco o desenvolvimento e, portanto, a multiplicação da
amargura;
c) O escritor aqui liga a amargura com a contaminação (e, por meio dela, muitos sejam contaminados),
posto que a amargura, sempre que existe, estende sua influência. A amargura realmente corrompe e
estraga sempre.
d) A amargura é resultado de animosidade e ressentimentos intensos. Essa raiz produz frutos Comentado [C11]: Antipatia; inimizade, rancor, aversão,
amargos como a má vontade, a ira mal resolvida, a inveja, a dissensão e a imoralidade. hostilidade.
e) A solução para a amargura e suas consequências é o perdão (Ef. 4.31-32).

HB 12.16: NEM HAJA ALGUM IMPURO OU PROFANO, COMO FOI ESAÚ, O QUAL, POR UM Comentado [J12]: «.. .impuro...»No grego é usado o
REPASTO, VENDEU O SEU DIREITO DE PRIMOGENITURA. vocábulo «pomos», que indica «imoral», «fornicário». Tal
palavra se limitava quase inteiramente a pessoas
HB 12.17: POIS SABEIS TAMBÉM QUE, POSTERIORMENTE, QUERENDO HERDAR A BÊNÇÃO, sexualmente imorais. A forma feminina do termo , «porne»,
significa «prostituta».
FOI REJEITADO, POIS NÃO ACHOU LUGAR DE ARREPENDIMENTO, EMBORA, COM
LÁGRIMAS, O TIVESSE BUSCADO. Comentado [J13]: Profano, sem santidade.

Os primogênitos e seu direito de primogenitura:

a. «o princípio do vigor paterno» (ver Gên. 49:3 e Deut. 21:17), a culminância de suas forças
sexuais e de seu vigor geral; era um filho especial;
b. Na ausência do pai, o primogênito se tornava a autoridade na casa. Na morte do pai o
primogênito se tornava o cabeça da família. (Ver Gên. 24:55,60).
c. Na presença do pai, o primogênito era considerado o segundo em autoridade. Herdava o
dobro dos demais filhos (ver II Reis 2:9).
d. O direito de primogenitura podia ser transferido, em casos de conduta errônea (ver Gên. 4 9
:3,4); mas a lei mosaica proibia transferência arbitrária, para o filho de alguma esposa
favorita (nos casos de casamento polígamo), quando o filho gerado noutro matrimônio já
tinha esse direito (ver Gên. 21:9-13).
e. No caso de reis, o filho primogênito ficava na linhagem do poder real (ver II Crô. 21:1-3). E
até mesmo no caso de filhas, a primogênita tinha certos privilégios, como o direito de casar-
se primeiro (ver Gên. 29:26).

Neste sentido, Esaú é o oposto, ou antítese dos heróis da fé do cap. 11. Trocou o invisível, a
realidade do futuro, pela gratificação imediata do presente (cf. 11:25s.). Assim foi que ele rejeitou a
herança que lhe pertencia por direito de nascença, como filho primogênito. Mais tarde, Esaú
lamentou amargamente sua própria decisão, pois, querendo ele ainda herdar a bênção, foi rejeitado.
Não havia como desfazer o mal que havia cometido; não achou lugar de arrependimento (trad. lit.).
Além disso o seu caráter profano, ou falta de reverência pelas coisas de Deus, era tal que ele foi
incapaz de arrependimento autêntico. Ele chorou pelo que havia perdido (a bênção), e não pelo
pecado que tinha cometido. Esta sentença significa que Esaú não ganhou nem obteve nada com
seu arrependimento por demais tardio, embora tenha, com temor, buscado a bênção que havia
perdido por sua própria culpa.

Notemos a advertência contra a imoralidade sexual, em Heb. 13:4. Podemos supor que o autor
sagrado sabia que havia tal problema na comunidade religiosa para a qual escrevia. As
«concupiscências carnais» combatem contra a alma (ver I Ped. 2:11); portanto, devemo-nos abster
das mesmas. (Comparar com I Tes. 4:3). A vontade de Deus, além disso, é a nossa salvação, e isso
envolve a necessidade de nos abstermos da «fornicação». Talvez não exista pecado «tão»
perturbador dentro ou fora da igreja. É um pecado que não cede à razão, mas é particularmente
deletério para a espiritualidade.
APLICAÇÃO/CONCLUSÃO:

Portanto, tenhamos o cuidado para aplicar os corretos meios espirituais, exercendo cautela, para
que não haja os seguintes resultados:

1. Uma carga aflitiva pode fazer com que as mãos dos cristãos desfaleçam e que os seus
joelhos se enfraqueçam em desespero e desalento; porém devem lutar contra isto para
poderem correr melhor sua carreira.
2. A fé e a paciência capacitam os crentes a seguir a paz e a santificação, como um
homem que segue a sua vocação constante, diligentemente e com prazer.
3. A paz com os homens de todas as seitas e partidos será favorável para a busca da nossa
santificação. Porém, a paz e a santidade andam juntas; não pode haver paz justa sem
santidade.
4. Onde as pessoas não conseguem ter a verdadeira graça de Deus, a corrupção irromperá
e prevalecerá; tome cuidado, e não permita que alguma concupiscência do coração, que
pareça morta, brote para perturbar e transtornar todo o corpo.
5. Desviar-se de Cristo é a consequência de se preferir os prazeres da carne à bênção de Deus e
à herança celestial, como fez Esaú. Porém, os pecadores nem sempre terão pensamentos tão
vis em relação à bênção e à herança divina, como os têm agora.
6. Existe uma disposição profana de o homem desejar a bênção e desprezar os meios pelos quais
a bênção deve ser obtida, porque Deus nunca separa a bênção do meio, nem une a
bênção à satisfação da luxúria do homem. A misericórdia de Deus e sua bênção nunca são
buscadas com cuidado sem que sejam obtidas

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