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João 13.

21-38
A identidade do discípulo é o amor
Jesus em sua estadia na terra foi claro ao dizer qual seria a característica distintiva de seus
discípulos, a saber, o amor. Mas não se trata de toda forma de amor, mas o amor com o qual Ele
no amou. No texto anterior percebemos que este é o amor altruísta que motiva o serviço humilde
em favor de nosso próximo. Este é o tipo de amor que Jesus quer que tenhamos...
PROPOSIÇÃO
O amor demonstrado por Jesus é o padrão de amor que devemos propagar. Veremos
algumas características deste amor.
1. O amor deve ser longânimo (21-26);
O texto que lemos inicia com a fala assustadora por parte de Jesus de que um dos doze iria trai-
lo. Isso certamente deixa os discípulos estupefatos. Que claro na pessoa de seu porta voz logo,
tomam providência de saber quem seria o traidor.
Pedro então pede ao discípulo amado que perguntasse de quem ele estava falando. (EXPLICAR
O RECLINAR). Certamente estava à direita.
Então dá a João um sinal secreto. E executa o sinal. Parece que naquele momento João não
entendeu bem. E os demais com certeza não o entenderam (28-29).
Mas o que quero focar aqui, é o tratamento que Jesus dá a Judas. O anfitrião poderia dispensar
algumas atitudes distintivas a um convidado de honra.
E foi exatamente o que ele fez a Judas, estar à esquerda, molhar um pedaço saboroso e o
oferecer.
BRUCE “O ato de Jesus ao escolher Judas para lhe dispensar um sinal de favor especial pode
ser entendido como um apelo final para que ele abandonasse se plano de traição e agisse como
um discípulo de verdade”.
Jesus não dependia da traição para morrer... JOÃO 10.18 “Ninguém tira a minha vida; pelo
contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la.
Este mandato recebi de meu Pai.”
O amor que Jesus dispensa a nós é longânimo, paciente. Ele oferece muitas chances para que
possamos desfrutar da honra de nos relacionarmos com Ele.
Observem que no versiculo 34 Jesus ordena seus discipulos a amarem como ele os amou.
Portanto, se Jesus ama com langanimidade assim devemos praticar ao amor. Foi o que disse o
apóstolo Paulo em 1 Co.13.4. A longanimidade, ou paciência é fruto do Espírito (Gl.5.22).
(APLICAÇÃO).
Contudo, a paciência do amor de Jesus pode ser o motivo de nossa condenação... Se o
rejeitarmos deliberadamente.
2. O amor deve ser voluntário (27-30);
Vá fazer o que você tem de fazer... Que frase triste...
BRUCE “Se Judas hesitou por algum instante, foi somente para encher-se de coragem para
executar sua decisão fatal, tornando-se o instrumento de Satanás quando podia ter sido seguidor
e mensageiro livre do seu Mestre”.
Jesus nos chama, nos escolhe para termos um relacionamento voluntário com Ele, onde
experimentamos de fato o que é liberdade, já que fora de Jesus o que conhecemos é uma
escravidão desesperadora.
BRUCE “Quando um discípulo decide trair, quando recusa a ajuda espiritual de Cristo, a condição
desta pessoa é desesperadora”.
E Judas saiu (30), e era de noite. Não se trata de mera localização da hora dos acontecimentos.
Mas era para exemplificar a escuridão que se encontrava Judas, ele saiu de perto de Jesus a
LUZ e foi para fora, onde estava escuro.
CARSON “Judas recebeu o bocado de pão, mas não o amor. Em lugar de quebranta-lo e leva-lo
à contrição, ele reforçou sua resolução.”
Ontem o Pr. Tarcísio disse que o novo nascimento é o pré-requisito para cumprir o novo
mandamento e que a velha natureza rejeita o mandamento. Porém, a partir do momento que
somos alcançados pela graça e nascemos de novo recebemos poder para cumprir o novo
mandamento. Portanto, neste sentido, a nossa vontade deve ser amar como ele amou.
Observem que estamos falando de mandamento, e não de sentimento. Jesus não poderia nos
mandar sentir amor, mas quando ele nos manda amar ele apela à nossa volição. Recebendo a
nova natureza precisamos tomar a decisão resoluta de amar como ele nos amou.
Chega ser redundante dizer em um ambiente cristão que amor é decisão. Mas por que ainda
assim temos tanta dificuldade em amar? Por que ainda vivemos deste lado da eternidade onde
ainda temos de lutar contra a nossa carne. Mas essa luta somente pode ser vencida pelo Espírito,
e por isso precisamos de decidir nos sujeitarmos a Deus. ROMANOS 7.20ss.
3. O amor deve ser compartilhado (31-35);
Jesus mais uma vez reforça que a hora de Ele ser glorificado, e o Pai ser glorificado nEle, havia
chegado. Deus estava se fazendo conhecido através da morte de Jesus. Através daquela morte,
Deus estava se revelando a nós para que assim pudéssemos nos relacionar com Ele. E tudo isso
ele fez por amor.
E então Jesus diz que tinha um novo mandamento... Amar uns aos outros como ele nos
amou.
Amar o próximo já era um mandamento antigo (Levítico 19.18 - Não te vingarás nem
guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo) .
Mas este mesmo mandamento na boca de Jesus é novo por causa do modo como deve ser
expressado, ou seja, semelhante a Jesus, e o que ele representa, a saber, a obra redentora de
Deus em Cristo, por meio da qual ele forma uma nova criação representada por seu povo, seus
discípulos.
Amem uns aos outros.
CARSON “é simples o bastante para uma criança pequena memorizar e apreciar, profundo o
bastante para que os crentes mais maduros sintam-se repetidamente incomodados por
perceberem quão pobremente eles o entendem e o praticam.
O amor que nos identifica com Cristo (NÃO EM SEU CARÁTER REDENTIVO), não se trata de
toda forma de amor (MUITO SE FALA HOJE), mas somente uma. Amor que nos leva para a cruz
em favor do outro.
4. O amor deve ser verdadeiro (36-38).
Além do significado redentor e escatológico, Pedro não poderia acompanhar Jesus para onde Ele
estava indo (morte redentora, e ser glorificado – morte, ressurreição e ascenção).
Mas a impulsividade de Pedro revelava mais o seu orgulho que realmente seu amor. Por isso
Jesus o avisou que ele o negaria, e de fato ele o fez.
Percebemos que naquele momento o amor de Pedro era mais uma falácia, que de fato uma
disposição do coração.
Talvez recordando-se deste fato João em sua primeira carta nos alertou (1João 3.16-18)...
E Pedro entendeu isso, aprendeu que para amar de verdade ele precisa se humilhar, reconhecer
suas limitações, se esvaziar de seu orgulho, e então ser inundado pelo amor de Deus. (CITAR
Lucas 22.60-62 – João 21.15ss).

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