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Lição 7: Não retribua pelos padrões humanos

Data: 15 de Maio de 2022


TEXTO ÁUREO
“Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próxi-
mo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.” (Lv 19.18).

VERDADE PRÁTICA
O cristão não deve guardar rancor e nem buscar a vingança. Antes, deve vencer o mal com o
bem. Dessa forma, ele demonstra que verdadeiramente teve o seu caráter transformado por
Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 5.38-48.

38 — Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente.
39 — Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direi-
ta, oferece-lhe também a outra;
40 — e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa;
41 — e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
42 — Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
43 — Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo.
44 — Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei
bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,
45 — para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante so-
bre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.
46 — Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos
também o mesmo?
47 — E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os pu-
blicanos também assim?
48 — Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.

HINOS SUGERIDOS
324, 432 e 438 da Harpa Cristã.

INTRODUÇÃO

Quando as pessoas nos ofendem, muitas vezes a nossa primeira reação é desejar a vingança.
Mas Jesus, ao contrário, disse que devemos fazer o bem àqueles que nos ofendem! Ao invés
de nos vingar, devemos amar e perdoar. Isso não é uma coisa natural, é sobrenatural. So-
mente Deus pode nos dar forças para que amemos como Ele ama.
Palavra-Chave:
RETRIBUIÇÃO

I. A VINGANÇA NÃO É NATUREZA DO REINO

1. A Lei de Talião. A Lei de Talião, olho por olho, dente por dente (Mt 5.38), pode ser defi-
nida como o castigo dado ao culpado, fazendo-o sofrer o mesmo mal ou dano que causou à
vítima (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21). Esse era o princípio de justiça visto na Lei de Moisés.
É preciso compreender a natureza dessa ordem do Senhor, que não intencionava acirrar os
homens a retribuir a agressão de qualquer maneira, e sim colocar um certo limite, não dei-
xando que o vingador fizesse uma execução maior que o crime. Na verdade, essa lei procura-
va ajustar o castigo, ao crime.
A Lei do Talião se tratava de uma norma para os tribunais civis, que no seu propósito deseja-
va que em particular a pessoa jamais praticasse a vingança. Não há nessa lei qualquer incen-
tivo à vingança pessoal, pelo contrário, quando uma pessoa sofresse algum dano, era comum
que ela desejasse que a justiça fosse feita e que os tribunais administrassem a devida puni-
ção (Lv 24.14; Dt 19.15-21).
Os fariseus fizeram uma má interpretação desta lei, usando-a com o propósito de justificar a
vingança ou retribuição pessoal, descaracterizando-a do seu real objetivo, isso porque em
momento algum a Lei de Moisés defendia a busca pela vingança, mas eles a citavam buscan-
do destruir o seu significado real (Mt 15.3,6). A Bíblia proíbe terminantemente a vingança
pessoal (Lv 19.18; Pv 20.22; 24.29).
2. O cristão e a vingança. Não pode haver no coração de um salvo por Cristo qualquer
sentimento de vingança nem que seja para com o pior inimigo, pois ele está consciente de
que a vingança de tudo pertence a Deus (Rm 12.19).
De acordo com o Comentário Devocional da Bíblia, “o princípio de ‘olho por olho’ no Antigo
Testamento estabelecia limites da retribuição que uma pessoa podia exigir. Se alguém o
ofendesse e lhe custasse a visão de um olho, você não poderia, por exemplo, tirar-lhe a vida
de maneira justificável. Tudo o que você poderia reivindicar seria tirar-lhe a visão de um
olho”. Agora Jesus ensina a que não governemos nossas relações com os outros segundo o
“olho por olho”, de maneira nenhuma! Em vez de tentar vingar-se dos outros que o prejudi-
caram, faça o bem a eles!
A passagem tem aplicação direta ao desafio de Jesus a respeito de valores e atitudes, e des-
creve a “justiça excelente” e abundante que se espera de nós, no Reino de Jesus Cristo. Nós
não exigimos retribuição. Nós fazemos o bem até mesmo àqueles que nos prejudicam.
A pessoa que aprende a amar até mesmo a seus inimigos é uma pessoa que viveu o suficien-
te no Reino de Cristo e uma pessoa que conheceu o seu toque transformador.
O salvo em Cristo prega e vive o amor, não o ódio, e tem consciência plena de que Deus tem
reservado um dia em que há de julgar todos os pecados da humanidade, tomando vingança
de tudo (At 17.31; At 10.42; Rm 2.16; 14.10). Assim compreendemos que a vingança pertence
ao Senhor, não a nós (Hb 10.30; Dt 32.35,36; Rm 12.19).

II. O AMOR É A EXPRESSÃO NATURAL DO REINO


Para falar da lei do amor desenvolvida por aqueles que fazem parte do seu Reino, Jesus fez
uso de quatro ilustrações que estão presentes na vida cotidiana para mostrar como se deve
resistir ao mal. Vejamos:1. Virar a outra face. A primeira vai mostrar um insulto recebido
por alguém que foi ferido na face. Quando somos esbofeteados, ou quando alguém atinge
nossa honra, a primeira reação é agir com as mesmas armas do ofensor, e, às vezes, até mes-
mo de maneira mais intensa. No entanto, tal atitude não resolve nada, pelo contrário, com-
plica ainda mais a situação. Jesus esclarece que é impossível um cristão, que faz parte do seu
Reino e tem o coração cheio de amor, tenha em seu ser atitudes de ódio, desamor e vingan-
ça. Quem tem amor, tem perdão, brandura e tolerância. Para muitos, a vingança é sinal de
coragem, atitude de quem é forte, porém, pelos ensinos de Jesus, a vingança é atitude de
quem é fraco. Todavia, aquele que vira a outra face, esse sim é forte, desarmando o seu ofen-
sor com o seu heroísmo, em especial pela posição de perdoar.

2. Arrastar para o tribunal. Nesse tópico a questão é judicial, quando alguém ameaça
uma pessoa que está lhe devendo e busca tirar dela uma peça importante do seu vestuário
para pagar uma dívida contraída que não foi paga. Jesus ensina ao que está sofrendo as
ações por parte do litigante, que ele não deveria responder com ressentimento, mas deveria
deixar que ele ficasse com a túnica, a qual era por demais importante, pois servia como cama
(Êx 22.26,27; Dt 24.12,13; Am 2.8). É sempre melhor fazer concessões do que persistir em
uma batalha judicial ou em competições que levarão a diversos desagrados.
3. Obrigar a fazer algo. Mateus 5.41 trata de uma convocação feita por uma autoridade,
que força alguém ao serviço. Um exemplo bíblico é o de Simão Cirineu, que foi obrigado a
carregar a cruz de Jesus (Mt 27.32). O que é mais forte, por força da hierarquia, pode obrigar
sem respeitar a vontade alheia. Assim, quando alguém anda a primeira milha, geralmente o
faz como obrigação. Entretanto, para caminhar voluntariamente a segunda, só o faz quem
tem um novo espírito, uma nova vida e os ensinos divinos gravados em seu coração. Tudo na
vida é uma nova jornada porque se faz com Cristo; dessa maneira a caminhada será gloriosa
e abençoada, quer seja a jornada do casamento, quer seja a do trabalho ou a de qualquer ou-
tra (Mt 28.20).
4. Fazer alguma coisa por alguém. Jesus mostra que o cristão que realmente tem amor
no coração, quando se depara com alguém que está sofrendo por algum tipo de necessidade,
que está em apuros, pedindo auxílio, jamais agirá com indiferença, antes atenderá ao solici-
tante sem qualquer murmuração ou má vontade. Com uma atitude generosa, emprestará
sem querer algo de volta.
Esse procedimento só acontece para quem realmente tem o amor de Jesus no coração, por
isso manifesta atos de bondade (Dt 15.8,10; Pv 19.17; Lc 6.30,35).
III. BUSCANDO A PERFEIÇÃO DE CRISTO

1. Uma justiça mais elevada. A exigência de Mateus 5.43-48 revela uma justiça muito
elevada, incompatível com a natureza humana caída. O Senhor Jesus disse que devemos fa-
zer o bem àqueles que nos fazem mal! Nosso desejo não deve ser o de manter ou de vingar a
dívida, mas o de amar e perdoar. É um ensinamento divino, celestial. O Sermão do Monte é
taxativo: Em vez de planejar vingar-se, ore por aqueles que o magoam.
2. O amor mais perfeito. O verbo amar, que aparece em Mateus 5.43, é agapáo, é o amor
que sabe receber com alegria, acolher, amar ternamente; é o amor que está satisfeito, estar
contente sobre ou com as coisas; esse amor só está no crente porque foi derramado por Deus
no seu coração (Rm 5.5). Enquanto a adição feita pelos mestres judeus desviava da real lei
do amor, Jesus falou do amor ágape, o qual é inteligente, compreende as dificuldades e se
esforça para libertar o inimigo do seu ódio. Esse amor pode ser visto na grandiosa atitude de
Deus para com todos os pecadores (Jo 3.16).
3. Perfeitos como o Pai. Parece inatingível o que Jesus elucidou: “Sede vós, pois, perfei-
tos, como é perfeito o vosso Pai, que está no céu” (Mt 5.48). Será que temos realmente a per-
feição plena e divina? Pelos versículos 45 e 46 podemos notar que é possível ser perfeito co-
mo o Pai. Pela expressão sede perfeitos, o que se entende é que Jesus a limitou dentro do
próprio contexto em relação ao amor: o amor de Deus é completo, Ele não exclui nenhum
grupo, todos são objetos do seu amor.
O cristão jamais pode amar uns e aborrecer outros, pois se evidenciar bondade apenas para
os seus amigos, nada mudará, e procederá como os publicanos. Desprezados, esses cobrado-
res de impostos eram considerados como estando em uma posição do mais baixo nível de
iniquidade. Assim como Deus ama a todos, o cristão também deve amar, ou seja, tomar co-
mo medida a perfeição padrão e absoluta de Deus, na qual se baseia para viver o amor nessa
vida em relação ao seu próximo (1Jo 2.5; 4.12).
Buscar a perfeição, conforme ensina as Escrituras, é buscar uma vida mais parecida com a
de Jesus Cristo, em que a natureza humana é mortificada, nosso interior é fortalecido e, as-
sim, podemos viver sem as amarras da prisão das obras da carne.
Em Cristo, podemos dizer “sim” para o fruto do Espírito, que inicia com o “amor”, e “não”
para as obras da carne. No poder do Espírito Santo, podemos atravessar a barreira da carne.
CONCLUSÃOAprendemos com essa passagem bíblica que Jesus nos chama para viver
nesse mundo como seus discípulos em um novo estilo de vida, como também novos recursos
espirituais para vencer qualquer inimigo pessoal. A base firme para tudo isso é o amor, pois
somente através dele é que se pode expulsar o ódio e qualquer ação belicosa. Os que vivem
esse amor na vida prática estão se assemelhando ao verdadeiro caráter de Deus.

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