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A NATUREZA DO AMOR CRISTÃO

Quando lemos as Escrituras sagradas somos confrontados com


o mandamento de amarmos uns aos outros. Já no decálogo temos o
mandamento “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv. 19:18).
Jesus nos ensinou que toda a Lei se resume em amar o Senhor Deus,
de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda
a força, e amar o próximo como a si mesmo (Mc 12:30). Indo mais
além, Jesus desafiou seus discípulos a que entendessem que o sinal
de que seriam seus verdadeiros discípulos não seria o poder de fazer
milagres e expulsar demônios, sua piedade ou a capacidade de
profetizar ou falar em línguas, mas o amor uns pelos outros (Jo 13:35).
É isso mesmo, a verdadeira evidência de que alguém é discípulo de
Jesus é seu amor ao próximo.
Todavia, para nós ocidentais é muito difícil digerir isso com
facilidade, visto que estamos habituados a pensar no amor como
mero sentimento que nutrimos por outra pessoa ou por nós mesmos.
Contudo, quando Jesus nos ordena amar, a palavra grega empregada
é sempre ágape, que descreve menos um sentimento e mais uma ação
de amar. E é sempre nesse sentido que devemos entender o
mandamento bíblico de amar o próximo. Não se trata de
sentimentalismo romântico, mas da prática do bem, mesmo àqueles
que não gostam de nós e àqueles dos quais não gostamos. É verdade
que amar nesse sentido não é algo confortável para nós, por vezes é
quase impossível, mas é o que precisa ser feito. Em Lucas 6:29, Jesus
nos ensinou que se alguém bater em nossa face, devemos oferecer o
outro lado; e, se alguém nos tirar a capa, devemos deixá-lo levar
também a túnica. É esse mesmo princípio que está subsidiando essa
atitude pacífica ante à violência do nosso próximo.
Portanto, quando lemos na Bíblia que devemos amar o próximo,
quer nosso irmão, quer nossos inimigos, ou seja, aqueles dos quais
gostamos e dos quais não gostamos, respectivamente, não se trata de
emoção ou sentimentalismo oco, muito menos de mera ausência de
vingança ou reação violenta de nossa parte, mas, muito pelo
contrário, da prática do bem, do agir em favor daqueles que não tem
nenhum mérito, pois se amarmos somente aqueles que nos amam,
por que esperamos que Deus nos dê alguma recompensa? (Mt 5:46).
Espero que entenda que a natureza do amor que Jesus requer de
nós é a materialização da prática do bem. Se alguém nos persegue ou
nos critica, o verdadeiro amor está em fazer o bem a essa pessoa. E
isso devemos fazer mesmo não sendo confortável para nós, e nunca o
é: semear o bem na vida daquele que só semeia o mal. Mas é isso.
Amar é fazer o bem. Menos que isso não é amor.
Um forte abraço, seu irmão em Cristo, Domingos Machado

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