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AMAR É AJUDAR

Na pastoral anterior, argumentamos que quando Jesus nos


ordena amar, a palavra grega empregada é sempre ágape, que
descreve menos um sentimento e mais uma ação de amar. O amor
cristão não é mero sentimentalismo confortável, é um modo de agir
em favor do próximo, fazer o bem, mesmo quando isso é difícil para
nós. Também não é apenas boas intenções, como está escrito: “14Meus
irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de
ações? Será que essa fé pode salvá-lo? 15 Por exemplo, pode haver irmãos ou
irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer. 16 Se vocês não
lhes dão o que eles precisam para viver, não adianta nada dizer: “Que Deus
os abençoe! Vistam agasalhos e comam bem”(Tg 2:14-16). Amor é atitude,
é ação de bondade para com o próximo.
Nessa passagem, Tiago censura aqueles que se dizem piedosos,
espirituais e de grande fé, mas não demonstram nenhuma
sensibilidade prática para com as necessidades do próximo,
restringem-se a “boas intenções” estéreis e linguagem religiosa vazia
de generosidade real: ““Que Deus os abençoe! Vistam agasalhos e comam
bem”. Ora, essa fé, diz Tiago, “se não vier acompanhada de ações, é coisa
morta” (Tg 2:17). Para que serve uma fé ou um amor de palavras?
Lamentavelmente, muitas vezes, temos a tendência de reduzir
o conteúdo dos ensinos de Jesus, adaptando-o à nossa zona de
conforto. Foi o que intentaram os discípulos naquele dia na Galileia,
quando a multidão de miseráveis, pobres, doentes, oprimidos,
famintos, exauridos do julgo romano e do farisaísmo judaico veio ao
encontro de Jesus na beira mar. Logo que saiu do barco, Ele viu aquela
grande multidão, teve muita compaixão deles e curou os doentes que
estavam ali. Ao fim da tarde, querendo livrar-se da multidão
incômoda e suas múltiplas necessidades, os discípulos chegaram
perto de Jesus e disseram: —Já é tarde, e este lugar é deserto. Mande
essa gente embora, a fim de que vão aos povoados e comprem alguma
coisa para comer. Mas ao invés de despedi-los famintos e cansados,
como queriam os discípulos, Jesus mostrou o que o amor faz:
alimentou a multidão. Disse Jesus: “Eles não precisam ir embora. Deem
vocês mesmos comida a eles”(Mt 14:14-16).
Os discípulos ficaram apavorados com a dimensão da missão
dada, mas Jesus mostrou que quando o amor age, faz milagres.
Quando corações se abrem para ajudar, dividir, compartilhar, a
multiplicação acontece. Eles tinham que dá sua contrapartida, não
bastavam preocupações ou boas intenções. Deram o que tinham:
cinco pães e dois peixes. Foi o suficiente para o mestre fazer o
extraordinário e alimentar quase dez mil pessoas.
Querido irmão, não espere condições ideais para ajudar seu
próximo. Ame-o com o que você tem e com o que pode ajudar agora.
Cinco pães e dois peixes podem ser muito pouco para alimentar o
mundo, mas pode ser o suficiente para transformar o mundo de
alguém, se entregue como expressão do amor de um verdadeiro
discípulo de Jesus. Amar é ajudar. Façamos isso, então!
Um forte abraço de seu irmão em Cristo,
Domingos Machado

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