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“As obras de misericórdia não servem para nada sem o amor”, diz
Santo Agostinho. “E ainda que eu distribuísse todos os meus bens
em favor dos pobres, e desse o meu corpo às chamas, se não
tivesse amor, não serviria a nada” (1Cor 13,3), diz São Paulo (…).
As obras de assistência social servem pouco aos efeitos da vida
religiosa se quem as realiza não imprime nelas aquele alimento
divino, aquele ardor de Espírito Santo, que é a caridade [...].
Pe. Zezinho expressa muito bem isto na letra de sua canção: ”somos
a Igreja do pão, do pão repartido, do abraço e da paz.” É bem verdade que
nossas cestas básicas, missas do quilo e “sopões”, servidos nas madrugadas
frias, não resolvem os problemas sociais, mas é uma solução imediata que
sacia quem sente o desespero da fome.
- Assistir os enfermos:
Nosso Mestre Jesus disse: “Todo aquele que der ainda que seja
somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é meu
discípulo, em verdade eu vos digo: não perderá sua recompensa” (Mt 10,
42). Em nossos tempos esta obra de misericórdia parece sem sentido,
quando cada um tem água encanada, com facilidade em seus lares. Pensa
desta forma quem tem o privilégio de viver longe da seca, e dos desafios de
andar, em pleno Século XXI, muitos quilômetros para buscar água em
açudes, e em carros pipas, num Brasil de graves contrastes sociais que
clama aos céus igualdade de direitos.
- Vestir os nus
Chamados somos nós, a sermos discípulos de um Mestre que
Evangelhos relatam, exortou: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não
tem” (Lc 3, 11a)
- Socorrer os prisioneiros
- Enterrar os mortos
A Igreja permite a cremação do corpo, desde que não seja um ato que
se faça numa manifestação de contrariedade à fé na ressurreição dos mortos
(CIC § 2301). A doação gratuita de órgãos não é um desrespeito ao corpo
quando desejada pela própria pessoa, é uma pratica legitima, incentivada
pela Igreja como meritória.
Porém, o mundo está cada vez mais povoado. Pessoas vão e vêem
trombando umas nas outras, nas ruas, repartições e elevadores,
mas quase ninguém se conhece muitos menos partilham suas
experiências. Solitários em meio à multidão, pouco falamos de
nossos sentimentos e, menos ainda, ouvimos os outros. Não há
tempo. Não queremos arrumar tempo, pois ouvir compromete.
Isto não quer dizer que devemos nos omitir de orientar, encorajar,
oferecer oportunidades e servir de suporte, para que, essas
limitações e fraquezas sejam superadas.
A Igreja não tem dúvida desta realidade por isso, desde o primeiro
século reza pelo sufrágio das almas do Purgatório.