Você está na página 1de 5

Procissão de Ramos

1 parada: Fome no Brasil


Isabela: A fome é um escândalo e um contra testemunho! Num país como
o Brasil, líder mundial na produção de alimentos, ver pessoas passando fome
revela muito sobre nossa economia, nossa cultura, nossa política e nossos
cidadãos. Afinal, como podemos admitir que pessoas, famílias e até
comunidades inteiras passem fome?  A Campanha da Fraternidade 2023 propõe
refletir o tema da fome a partir da perspectiva cristã entendendo, sobretudo,
que não existe fé sem obras e que qualquer discurso religioso sem uma prática
de vida coerente torna-se estéril e vazio.
Pela terceira vez a fome é tratada pela Igreja no Brasil, na Campanha da
Fraternidade. A Igreja no Brasil enfrenta pela terceira vez o flagelo da fome.
Com o lema que é uma ordem de Jesus aos seus discípulos: “Dai-lhes vós
mesmos de comer” (Mt 14,16).
Hoje, 33 milhões de brasileiros enfrentam a fome, vítimas de uma
estrutura social e política que concentra os bens nas mãos de poucos, de
maneira especial os alimentos, que são mercadorias e quem não tem dinheiro
passa fome. A fome é resultado de uma profunda incoerência dos cristãos que
se dizem seguidores daquele que veio para multiplicar os alimentos. Estamos
muito distantes das primitivas comunidades cristãs, que tinham tudo em
comum, partiam o pão pelas casas com alegria e simplicidade de coração. A
fome de uma pessoa deve nos incomodar. Como foi que nos tornamos
indiferentes à fome de tantos irmãos e irmãs?
A situação da fome se agrava porque estamos em cultura de indiferença e
resignação que, muitas vezes, é transmitida dentro de casa e reforçada na
convivência social. Não entendemos a urgência da fome dos outros e ainda os
julgamos a partir de um olhar discriminatório e privilegiado. Muitas vezes, as
crianças são ensinadas a desconfiar e odiar os pobres. Nesse sentido, a igreja, as
escolas, as famílias têm o dever moral de desconstruir esse julgamento e formar
a consciência das crianças, jovens e dos pais para a empatia, a justiça, a
solidariedade e o senso de fraternidade.
É preciso SENSIBILIZAR a sociedade para enfrentar o flagelo da fome,
sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que
transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo.
Padre: Oh Jesus, vos que sois o Pão da Vida Eterna, dai pão a quem tem
fome. E fome de justiça a quem tem pão. Que vivendo à luz da vossa fé
possamos compreender a realidade da fome no Brasil e no mundo e
acolhendo o imperativo da vossa palavra que nos diz: “Dai-lhes vos mesmos
de comer”, possamos assumir o compromisso e a corresponsabilidade
fraterna para com nossos irmãos famintos, mobilizando nossa sociedade
para que haja uma sólida política de alimentação no Brasil, garantindo que
todos tenham vida em abundância. Assim seja.

2 parada: Dai-lhes vos mesmos de comer:

Dizimo: E um homem veio de Baal-Salisa, e trouxe ao homem de Deus


pães das primícias, vinte pães de cevada, e espigas verdes na sua palha, e
disse: Dá ao povo, para que coma.
Porém seu servo disse: Como hei de pôr isto diante de cem homens? E
disse ele: Dá ao povo, para que coma; porque assim diz o Senhor:
Comerão, e sobrará.
Então lhos pôs diante, e comeram e ainda sobrou, conforme a palavra do
Senhor.

PPI: E Elias lhe disse: Não temas; vai e faze conforme a tua palavra; porém
faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora;
depois, farás para ti e para teu filho. 14 Porque assim diz o Senhor, Deus de
Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará,
até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. 15 E foi ela e fez
conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua
casa muitos dias. 16 Da panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite
não faltou, conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de
Elias.

Pastoral da criança:  “Aqui está um menino com cinco pães de cevada e


dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?”
10 
Disse Jesus: “Mandem o povo assentar-se”. Havia muita grama naquele
lugar, e todos se assentaram. Eram cerca de cinco mil homens. 11 Então
Jesus tomou os pães, deu graças e os repartiu entre os que estavam
assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes.
12 
Depois que todos receberam o suficiente para comer, disse aos seus
discípulos: “Ajuntem os pedaços que sobraram. Que nada seja
desperdiçado”. 13 Então eles os ajuntaram e encheram doze cestos com os
pedaços dos cinco pães de cevada deixados por aqueles que tinham
comido.

São Vicente: “Quantos pães vocês têm?”, perguntou Jesus.


“Sete”, responderam eles.

Ele ordenou à multidão que se assentasse no chão. Depois de tomar os
sete pães e dar graças, partiu-os e os entregou aos seus discípulos, para
que os servissem à multidão; e eles o fizeram. 7 Tinham também alguns
peixes pequenos; ele deu graças igualmente por eles e disse aos discípulos
que os distribuíssem. 8 O povo comeu até se fartar. E ajuntaram sete
cestos cheios de pedaços que sobraram. 9 Cerca de quatro mil homens
estavam presentes.

Carol: Deus está o tempo todo usando pessoas para saciar a fome
uma das outras. A fome é uma das necessidades primordiais do ser
humano e, na linguagem bíblica, não significa apenas necessidade urgente
de alimento diário, mas de tudo o que o ser humano precisa para viver
com dignidade. Por isso, os nossos primeiros pais, Adão e Eva, foram
colocados no Jardim do Éden, onde encontravam tudo aquilo de que
tinham necessidade: a familiaridade com Deus e o alimento para nutrirem-
se sem cansaço. No deserto, o próprio Deus intervém miraculosamente
com o Maná, para matar a fome do seu povo.
Quando, pois, se trata de matar o apetite de tanta gente, Jesus dá
um mandato aos seus discípulos: “dai-lhes vós mesmos de comer”: Ele dita
assim uma qualificação da missão para a sua Igreja. Quer que ela seja
operosa na caridade, atenta a todos as necessidades do homem, sempre
pronta para socorrer a todos e de todos os modos possíveis.
Podemos dizer hoje que todos aqueles que se reconhecem em Cristo
sentem a urgência desse mandato e dessa missão. A doutrina social da
Igreja se tornou um claro ponto de referência para muitos, também para
aqueles que dispendem a sua energia no campo político. A Igreja, por si
mesma, não deixa de se mostrar como Mãe e Mestra também no setor da
caridade e da justiça, na firme convicção de ver sob os espólios do pobre e
do indigente a própria pessoa de Cristo.
Há, pois, um desafio aberto para os seus ministros prediletos, os
sucessores dos apóstolos. Jesus antes de se tornar Ele mesmo pão
repartido solicita aos discípulos de se tornarem pão para a humanidade.
Sua ordem é: vós deveis vos tornar pão para os famintos. Deveis dar vós
mesmos de comer.
Os santos mais conhecidos da Igreja, foram aqueles que tiveram
ligados a grandes obras de caridade, como Irmã Dulce e a criação
do hospital para os pobres; a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Madre
Teresa de Calcutá; São Vicente de Paulo que é o padroeiro das Associações
de Caridade, e milhares de outros santos e beatos da Igreja. As obras de
caridade estão presentes na Igreja desde a sua fundação.
 O exercício da caridade, na Igreja, é feito nos hospitais, nos asilos,
nas creches, nos centros de atendimentos, nas pastorais sociais, nas
iniciativas de caridade e de solidariedade locais e internacionais.
A ação caritativa da Igreja não pode ser feita apenas de modo
institucional. É um dever de cada cristão promover a caridade no meio em
que ele vive. Não se vive a fé só com orações, preces e boa vontade, mas
precisamos “arregaçar as mangas” e fazer nossa parte. Onde existir um
pobre, um faminto, um marginalizado ou alguém sofrendo, ali deve estar
presente o cristão. Mais importante do que doar algo ou desprender-se de
alguma coisa em favor dos necessitados, é preciso “doar-se a si mesmo” e
fazer-se alimento para os famintos. É preciso ouvir, dar do nosso tempo e
da nossa atenção para o outro. Depois, movidos pelo Espírito do Senhor,
Ele mesmo vai nos inspirar palavras, gestos, atitudes e práticas para
fazermos o melhor para a necessidade do outro.

Padre: Pai de bondade,


ao ver a multidão faminta,
vosso Filho encheu-se de compaixão,
abençoou, repartiu os cinco pães e dois peixes
e nos ensinou: “dai-lhes vós mesmos de comer”.
Confiantes na ação do Espírito Santo,
vos pedimos:
inspirai-nos o sonho de um mundo novo,
de diálogo, justiça, igualdade e paz;
ajudai-nos a promover uma sociedade mais solidária,
sem fome, pobreza, violência e guerra;
livrai-nos do pecado da indiferença com a vida.
Que Maria, nossa mãe, interceda por nós
para acolhermos Jesus Cristo em cada pessoa,
sobretudo nos abandonados, esquecidos e famintos.
Amém

Você também pode gostar