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AULA 1
O CUSTO DO DISCIPULADO
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Mateus 28:19
INTRODUÇÃO
→ Jesus disse: “Fazei discípulos”. Trata-se de uma das poucas vezes que essa expressão aparece no Novo
Testamento. Em contrapartida, a palavra “discípulo”, tanto no singular como no plural, pode ser encontrada inúmeras
vezes, especialmente nos evangelhos e em Atos.
→ Jesus não somente fez discípulos, como também os encorajou a fazer outros discípulos;
→ DISCIPULADO refere-se ao ato de SEGUIR JESUS (imitar Cristo); e ao ato de AJUDAR ALGUÉM A
SEGUIR JESUS (ajudar outros na imitação de Cristo).
→ Quando falamos de “custo”, referimo-nos à capacidade que temos de calcular perdas e ganhos com vistas a uma
tomada de decisão.
→ O discipulado como ato de seguir Jesus é uma decisão. Portanto, tem um custo. E qual é esse custo? Em Lucas
14.25-35, Jesus responde a essa pergunta, vamos ler?
2. DISCIPULADO E ANONIMATO
Os estudos da historicidade de Jesus de John P. Meier, classifica os seguidores de Jesus em 3 círculos:
Jesus tinha muitos seguidores. Mas será que todos os seus seguidores eram realmente seus discípulos?
2.1 MULTIDÃO
DISCIPULADO PARA JOVENS
IGREJA BATISTA INDEPENDENTE BETEL – TIBIRI 2
2023.2
O QUE É UMA MULTIDÃO? multidão é como uma pessoa sem rosto, sem nome. Trata-se de uma espécie de
“zona cinzenta”, aparentemente “neutra”, “indefinida”, “isenta de responsabilidades” com relação a Jesus e ao seu
ensino seguiam Jesus mais por interesse e curiosidade do que por consciência do discipulado e do custo envolvido.
Se o seguidor não é consciente das demandas do discipulado, então não é capaz de avaliar adequadamente seu
custo. A “grande multidão” é o exemplo mais escandaloso de que é possível seguir Jesus sem compromisso, ou
seja, sem levar em consideração o custo do discipulado. Por outro lado, é óbvio que Jesus não estava interessado
nas multidões como hoje um youtuber está interessado nos zilhões de seguidores de seu canal e de suas redes
sociais. A procura de Jesus era por “comprometimento”, e não meramente por números.
Assim, para seguir Jesus, é necessário evidenciar certo tipo de amor, um amor que requer a NEGAÇÃO DE
SI MESMO.
3. O CUSTO
3.1 CUSTO DO AMOR
A primeira demanda do discipulado é o amor. Não o amor em geral, mas um amor específico; Em geral, os filósofos
concordam que o que determina o tipo de amor que vivenciamos é o objeto que amamos.
Agostinho de Hipona, em Confissões, Livro X, afirma: “Senhor, minha
consciência não duvida, antes tem a certeza de que te amo. Feriste-me o
coração com Tua Palavra, desde então te amei. Mas o que amo quando te
amo?”. A pergunta de Agostinho é crucial porque podemos amar determinadas
coisas como se elas fossem o que de fato não são.
Quando isso acontece — de alguém amar a Deus como se ele fosse meramente mais uma coisa entre outras
ou mais uma pessoa entre outras —, Deus não está sendo priorizado. Ele é apenas mais um item na agenda.
E o que tudo isso tem a ver com discipulado? O ponto é que o discipulado exige que amemos a Jesus como
Deus, e não apenas como uma pessoa qualquer. Sem dúvida, ele é homem, mas, porque também é Deus, deve ser
o homem mais amado entre todos, mais amado do que qualquer coisa que exista neste mundo, que ele mesmo criou
(Jo 1.1-14; Cl 1.15-20).
3.2 O CUSTO DO SOFRIMENTO
E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.
“Carregar sua cruz” revela que o discipulado de Jesus implica a convivência em um mundo hostil ao evangelho,
em uma cultura que rejeita seus ensinamentos e, por conseguinte, seus discípulos. Por isso, para evitar o
enfrentamento dessa rejeição natural ao discipulado de Jesus, podemos ressignificar a cruz, minimizar o poder
confrontador do evangelho, maquiar a Bíblia e nossas igrejas locais, para que um pseudocristianismo seja aceito
pela cultura, para que sejamos recebidos nas diversas esferas da sociedade, sem “cara feia”, sem sermos tachados
de fanáticos, fundamentalistas e, por que não, de loucos.
Quando desprezamos a demanda do sofrimento inerente ao discipulado, forjamos uma cruz para nós
mesmos. Uma cruz que seja do nosso jeito, com as medidas que julgamos aceitáveis. Medidas que não nos custem
nada e que, de preferência, não ofendam a ninguém. Porém, uma cruz assim, que carregamos segundo nossos
termos, não nos humilha o suficiente. A cruz que devemos carregar é aquela segundo os termos de Jesus e por