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Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos
 

 
2º Trimestre de 2000
 
Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
 

 
Lição 5: Jesus e a oração
Data: 30 de Abril de 2000
 
TEXTO ÁUREO
 
“E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite
em oração a Deus” (Lc 6.12).
 
VERDADE PRÁTICA
 
Jesus, em sua missão terrena, precisou orar. Nós, os seus servos, só
poderemos cumprir nossa missão, aqui, se valorizarmos o poderoso recurso
da oração.
 
LEITURA DIÁRIA
 
Segunda - Lc 6.12
Jesus fazia vigílias
 

 
Terça - 1 Rs 8.44,45
Orando pelo povo
 
 
Quarta - Jó 16.17
Oração pura
 

 
Quinta - Sl 72.15
Orando continuamente
 

 
Sexta - Pv 15.8
A oração dos retos é aprazível a Deus
 

 
Sábado - Mt 17.21
Oração e jejum
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 
Mateus 6.5-13.
 
5 - E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em
orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos
homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
6 - Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te
recompensará.
7 - E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que,
por muito falarem, serão ouvidos.
8 - Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é
necessário antes de vós lho pedirdes.
9 - Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado
seja o teu nome.
10 - Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no
céu.
11 - O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
12 - Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos
devedores.
13 - E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o
Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!
 
PONTO DE CONTATO
 
Qual o propósito e a intenção de Jesus em nos ensinar a oração-modelo?
Estaria Ele condenando a adoração e a oração em público? Ou estaria
simplesmente reprovando o costume judeu de orar em horários e lugares
específicos? Certamente que não! O Senhor quer apenas nos advertir quanto
à importância de nos mantermos humildes em tudo. Os líderes religiosos dos
tempos de Jesus deveriam saber e ensinar a maneira correta de orar ao Pai,
mas, ao contrário, usavam a oração como meio de se glorificarem ante os
homens. Na verdade, não buscavam comunhão com Deus, mas queriam ser
vistos pelos homens e receber deles admiração e louvor. Não devemos nos
espelhar neles.
 
OBJETIVOS
 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
 Enumerar as verdadeiras características do crente que
realmente ora a Deus.
 Identificar as sete petições descritas na oração ensinada por
Jesus.
 Reconhecer a necessidade da oração.

 
SÍNTESE TEXTUAL
 
É lastimável o que acontecia em relação à oração nos dias de Jesus e,
infelizmente, não é diferente nos dias atuais. Muitos religiosos tidos como
“homens de oração” não passavam de atores profissionalmente piedosos, que
saíam às ruas propositalmente, especialmente nas ruas principais, para que,
chegada a hora certa, estivessem em lugar bem visível. Chegada a hora da
oração, oravam onde se encontravam, sem nenhum acanhamento de sua
hipocrisia, mas até com orgulho.
Jesus não censura a oração em público e nem estabeleceu regras acerca
da oração, mas enfatiza a necessidade do espírito humilde nas orações.
A oração que não estabelece contato sincero com Deus, é inútil e um
desperdício de tempo.
 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
 
No texto em estudo, Jesus nos ensina as verdadeiras características do
crente que realmente dirige sua oração a Deus.
1) Ora sem hipocrisias;
2) Ora em secreto;
3) Ora sem usar vãs repetições.
Escreva essas características no quadro de giz e peça a seus alunos que
expliquem e ilustrem cada uma delas.
Peça ainda que identifiquem as três principais partes da oração-modelo
ensinada pelo Mestre, que são: invocação, petição e conclusão.
Exemplo:
Invocação: “Pai nosso que estás nos céus” — Nesta invocação Jesus
ensinou a nossa parentela espiritual de filhos adotivos de Deus.
Petição:
Aspectos da petição:
a) “Santificado seja o teu nome”;
b) “Venha o teu reino”;
c) “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”;
d) “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”;
e) “Perdoa-nos as nossas dívidas”;
f) “Não nos deixe cair em tentação”;
g) “Livra-nos do mal”.
Conclusão: Doxologia (Louvor a Deus).
 
COMENTÁRIO
 
INTRODUÇÃO
 
Jesus experimentou todas as situações que um homem pode sofrer.
Diante de sua sublime missão, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.7). Assim, Ele não somente
pregava e ensinava, mas orava ao Pai, todos os dias, para assim vencer todas
as coisas, dando-nos assim o exemplo para nEle vencermos todas as coisas.
Nesta lição, aprenderemos alguns dos mais importantes ensinos de Jesus
sobre a oração.
 
I. O EXEMPLO DE JESUS NA ORAÇÃO
 
1. Na escolha dos apóstolos. Jesus precisava escolher seus discípulos
e não fez isso de improviso, nem segundo critérios puramente humanos.
Antes de fazer a difícil escolha, Ele “subiu ao monte a orar e passou a noite
em oração a Deus”. Quando o dia raiou, Ele se levantou, “e escolheu doze
deles, a quem também deu o nome de apóstolos” (Lc 6.12,13).
2. Antes de ir ao Calvário. Jesus orou a Deus, rogando por seus
discípulos (Jo 17.1,9,20). Mais tarde, às vésperas de encarar o Gólgota, Jesus
foi ao monte das Oliveiras, como era seu costume (Lc 22.39) e, ali, no
Getsêmani, orou intensamente, submetendo-se à vontade de Deus (Lc
22.42). Do início ao fim do seu ministério, Jesus nos deu o exemplo de
oração. Se quisermos vencer na vida cristã, teremos que nos dedicar à oração.
3. Em momentos difíceis. Diante do sepulcro de Lázaro, morto há
quatro dias, Jesus orou ao Pai, agradecendo-Lhe, por sempre o haver ouvido
(Jo 11.41,42).
 
II. OS PRECIOSOS ENSINOS SOBRE A ORAÇÃO
 
1. Não ser como os hipócritas (v.5). Jesus exortou que os discípulos
não fossem como os hipócritas, que se compraziam em “orar em pé nas
sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens”. Os judeus
cumpriam três obrigações muito importantes: dar esmolas, orar e jejuar.
Normalmente, oravam às nove horas da manhã, ao meio-dia e às três horas
da tarde, à “hora nona” (At 3.1). Ao que tudo indica, alguns escolhiam os
horários de maior movimento, nas esquinas e nas sinagogas, para chamarem
a atenção a si. Na verdade, não buscavam comunhão com Deus, mas queriam
aparecer. Não devemos ser como eles.
2. “Entra no teu aposento” (v.5). Jesus ensinou aos discípulos a
fazerem diferente dos hipócritas. Ao orar, deveriam entrar no seu aposento,
fechar a porta e orar ao Pai, “que vê o que está oculto”, para serem
recompensados por Ele. Extraordinária lição essa, que o Mestre da oração
nos dá. Hoje, há muitos crentes que não sabem mais o que orar, estando a sós
com Deus. Só oram na igreja, aproveitando curtos momentos de oração.
Certamente, orar a Deus, em segredo, é muito valioso. Se não o fosse, Jesus
não o teria ensinado.
3. “Não useis de vãs repetições” (v.7). Note-se o adjetivo “vãs”.
Jesus advertiu que os discípulos não deveriam fazer como os gentios, os quais
pensavam ser melhor atendidos por Deus se fizessem longas orações,
repetindo certas palavras rotineiras. Aqui, não se deve entender que o crente
não pode orar mais de uma vez por determinado problema. Neste caso,
havendo necessidade, não se trata de vã repetição, mas de oração insistente,
perseverante, ensinada por Jesus (Lc 18.1-8; Mt 7.7).
4. “Vosso Pai sabe o que vos é necessário” (v.8). Deus sabe o que
necessitamos, mesmo antes que Lho peçamos. É o que Davi entendeu,
séculos antes, ao dizer: “Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que,
ó Senhor, tudo conheces” (Sl 139.4). Parece uma contradição: Se Deus sabe
tudo a nosso respeito, por que e para que orar? Acontece que, lá no Éden, o
pecado cortou a ligação direta que o homem tinha com Deus. Desse modo, é
necessário orar, para que tenhamos comunicação e comunhão com Deus,
com a ajuda indispensável da intercessão de Jesus e do Espírito Santo (vide
Rm 8.26,34).
 
III. A ORAÇÃO-MODELO
 
Na chamada Oração do Pai nosso, que Jesus ensinou, encontramos sete
petições, sendo três, relativas a Deus, e quatro, relativas às necessidades
humanas.
1. Primeira petição. “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o
teu nome” (v.9). A base da oração é a ideia de que Deus é Pai de todos os que
nEle creem. A súplica começa no plural, afastando a presunção de um Deus
personalizado. Embora seja Deus onipresente, o fiel deve voltar seu olhar
para cima, aos céus, vendo-o em posição elevada (2 Cr 20.6; Sl 34.3; 115.3). A
primeira petição parece uma redundância: Sendo Deus santo, para que pedir
que seu nome seja santificado? Jesus nos mostra que o nome de Deus deve
ser honrado, venerado e santificado por nós, seja no falar, e no agir em seu
nome.
2. Segunda petição. “Venha o teu reino” (v.10a). Aqui, há um sentido
atual, que diz respeito à implantação do Reino de Deus no presente, com a
presença de Cristo, o Emanuel; e também há o sentido escatológico, pelo qual
desejamos a vinda de Cristo em glória para estabelecer o Reino eterno de
Deus, no Milênio (Ap 20.11; 21.1; 22.20; 2 Pe 3.10-12). Na prática, o crente
deve aceitar o domínio de Deus sobre todas as áreas de sua vida, tendo Deus,
não só como Salvador, mas como seu Senhor.
3. Terceira petição. “Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no
céu” (v. 10b). Temos aqui a oração típica de quem é servo, que não tem
vontade própria, e submete-se incondicionalmente a seu Senhor. Querermos
a vontade de Deus no céu, não nos implica em nada. A vontade dEle na terra,
no entanto, nos compromete. Se não tivermos cuidado, ao expressar essa
petição, poderemos incorrer no perigo da dubiedade do coração. Ou seja: a
boca diz uma coisa e o coração não concorda com ela, quando, na prática,
queremos fazer valer a nossa vontade e não a de Deus.
4. Quarta petição. “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (v.11).
Segundo os estudiosos da Bíblia, a expressão “de cada dia” não se encontra
em outra parte do Novo Testamento. Ela indica que devemos depender
quotidianamente de Deus, para a satisfação de nossas necessidades físicas.
Aqui, literalmente, o pão é um tipo de tudo que necessitamos, tais como
alimento, roupa, calçado, saúde e bem-estar. Note-se que Jesus não nos
ensinou a pedir a provisão de Deus para um mês ou um ano.
5. Quinta petição. “Perdoa-nos as nossas dívidas...” (v.12). A nossa
sorte é que Deus se compraz em perdoar. Com Ele está o perdão (Sl 130.4; Dn
9.9) pois é perdoador (Ne 9.17; Sl 99.8). Jesus nos deu o exemplo (Lc 23.34).
Devemos lembrar, porém, que essa quinta petição talvez seja a mais
comprometedora para quem a profere. É que, além de pedirmos perdão, o
condicionamos à maneira pela qual perdoamos aos nossos devedores. Assim,
se alguém não perdoa de coração, pede a Deus que lhe faça o mesmo. Por
isso, é preciso ter cuidado ao orar o Pai Nosso.
6. Sexta petição. “E não nos induzas à tentação” (v.13a). Esta tradução
tem causado polêmica. Haveria possibilidade de Deus induzir à tentação? De
modo algum, pois diz a Bíblia: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou
tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tg
1.13). Parece-nos mais adequada a tradução que diz: “Não nos deixes cair em
tentação...” É como pedir a Deus que não permita vir circunstâncias sobre o
crente que este não possa resistir. (Ler 1 Co 10.13.)
7. Sétima petição. “Mas livra-nos do mal” (v.13b). É uma extensão da
anterior. Mas entendemos que alguém pode ser livre do mal, sem que este
seja somente uma tentação. Esta última petição é seguida de um louvor a
Deus (doxologia): “porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre.
Amém!”.
 
CONCLUSÃO
 
Orar é tarefa sublime. À oração opõe-se até o Inferno. No dizer de certo
pregador, “o Diabo ri de nossa sabedoria, zomba de nossas pregações, mas
treme diante de nossas orações”. Faz sentido. Quando o crente ora,
descortina-se diante de si, um panorama espiritual, que lhe propicia o
contato com os céus. Ele chega ao próprio trono de Deus, através de Jesus
Cristo. Por isso, o Senhor nos ensinou preciosas lições acerca do valor da
oração.
 
VOCABULÁRIO
 
Comprazer: Fazer o gosto, a vontade; ser agradável; deleitar-se, regozijar-
se.
Doxologia: Fórmula litúrgica de louvor a Deus, geralmente ritmada.
Dubiedade: Duvidoso, incerto; ambíguo; vacilante, indeciso, vago,
hesitante
Hipócrita: Que tem, ou em que há hipocrisia; impostura, fingimento,
simulação, falsidade.
Incondicionalmente: Não sujeito a condições; total, absoluto, irrestrito,
integral; incondicionado.
Induzir: Causar, inspirar, incutir; instigar, incitar, sugerir, persuadir.
Perseverante: Conservar-se firme e constante; persistir, prosseguir,
continuar.
Polêmica: Debate oral; questão, controvérsia.
Quotidianamente: De todos os dias; diário: a vida cotidiana; aquilo que se
faz ou ocorre todos os dias; o que sucede ou se pratica habitualmente.
Redundância: Que sobeja, superabunda; superfluidade de palavras
(pleonasmo).
Rotineiro: Que segue uma rotina: caminho já percorrido e conhecido, em
geral trilhado maquinalmente; sequência de atos ou procedimentos que se
observa pela força do hábito.
Venerado: A quem se tributa grande respeito, reverência, afeição.
 
EXERCÍCIOS
 
1. Que fez Jesus, antes de escolher os seus apóstolos?
R. “Subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus”.
 
2. De acordo com a lição, como é chamada a oração-modelo?
R. Pai Nosso, Oração Dominical e Oração do Senhor.
 
3. Quantas petições encontramos no Pai Nosso, e a que se referem?
R. São sete, sendo três, relativas a Deus e quatro, relativas às necessidades
do homem.
 
4. Por que e para que orar?
R. É necessário orar, para que tenhamos comunicação e comunhão com
Deus, com a ajuda indispensável da intercessão de Jesus e do Espírito
Santo.
 
5. Que devemos fazer para vencer na vida cristã?
R. Devemos nos dedicar à oração.
 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
 
Subsídio Doutrinário
 
“Quando orardes, não sereis como os hipócritas (v.5): Como podemos
saber quando a nossa religião é realmente hipocrisia? A resposta é: Quando é
para ser vista pelos homens. É apenas hipocrisia quando as igrejas têm bons
coros, exigem pregação de elevado estilo, fazem orações eloquentes,... mas
sem o Espírito. É hipocrisia colocar todas as mercadorias na vitrine, dando a
entender que a loja tem grande estoque. É hipocrisia quando a adoração sai
da boca para fora: é sinceridade somente se sair do íntimo do coração. (...)
Portanto, vós orareis assim (v.9): Embora seja possível orar em espírito,
recitando o Pai Nosso, palavra por palavra, contudo concluímos que Cristo
não queria que os discípulos o repetissem desta maneira: (1) O Senhor disse:
‘Orareis assim’, ou seja: deste modo, usando estas palavras como vosso
modelo. (2) É impossível repetir o Pai Nosso sem a maioria cair em
formalismo ou mesmo atribuir uma superstição às palavras que Jesus usou.
(3) Se Cristo queria que declamássemos o Pai Nosso, usando as mesmas
palavras, por que se encontra a mesma oração com outras palavras? Lc 11.2-
4.” (Espada Cortante, CPAD, págs.427,428).
 

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