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Reflita de antemão na oração

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Quando se nos pede que oremos em público, é provável que possamos refletir na nossa
oração com pelo menos um pouco de antecedência. Isto pode habilitar-nos a abranger apropriados
assuntos importantes sem fazer uma oração prolongada e divagante.
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Se orarmos publicamente antes ou depois duma reunião cristã, não precisamos fazer uma
oração longa que abranja muitos pontos. Jesus criticou os escribas que ‘faziam longas orações como
pretexto’. (Lucas 20:46, 47) Uma pessoa piedosa nunca desejaria fazer isso. No entanto, às vezes,
pode ser apropriado fazer uma oração pública um tanto mais longa. Por exemplo, um ancião
escolhido para proferir a oração final numa assembléia deve refletir sobre ela de antemão e talvez
queira mencionar diversos pontos. No entanto, mesmo tal oração não deve ser excessivamente
longa. A sentinela 99 15/1 16

Como orar perante outros com coração humilde

FOI um dia deleitoso na história dos israelitas. O Rei Davi havia feito arranjos para que a Arca de
Jeová fosse levada para a nova capital, Jerusalém. Alegremente, ele louvou a Jeová diante de todas
as pessoas, concluindo com as seguintes palavras uma oração feita de coração: “Bendito seja o
Deus de Israel, Jeová, de eternidade a eternidade.” De pleno coração, o povo que ouvia “disse
‘Amém’ e louvou a Jeová”. — 1 Crônicas 16:36, The Bible in Living English.
Nos tempos antigos, não era incomum alguém habilitado entre o povo de Jeová representar
dessa forma outros em oração. E os atuais servos de Jeová seguem o mesmo costume. Reuniões
congregacionais, assembléias, refeições em família e estudos bíblicos domiciliares são algumas das
ocasiões em que homens cristãos — e às vezes mulheres — têm o privilégio de representar outros
em oração. (1 Coríntios 11:4, 5) Com que resultado? Assim como nos dias de Davi, os que ouvem e
dizem “Amém” são edificados e sentem que sua relação com Jeová é fortalecida.
Representar outros em oração é uma pesada responsabilidade. Aquele que ora precisa
expressar idéias que reflitam corretamente o que há no coração dos que escutam. Sua oração influi
na espiritualidade deles. Portanto, os que têm esse privilégio fazem bem em repetir o pedido de
Davi: “Seja minha oração preparada como incenso diante de ti.” — Salmo 141:2.
Como podemos preparar nossas orações, de modo a serem de aroma tão agradável como
incenso diante de Jeová? Por refletirmos de antemão no que vamos dizer à luz das orientações que
Jeová proveu. A Bíblia contém numerosas orações exemplares, bem como muitos conselhos
excelentes sobre o assunto da oração. Considerarmos essas informações nos ensinará importantes
princípios que são especialmente úteis quando oramos aos ouvidos de outros e em nome deles.
Com Coração Humilde
Um de tais princípios é o de que Jeová ouve orações feitas por pessoas humildes. (2 Crônicas
7:13, 14) O salmista nos diz: “Pois Jeová é enaltecido, e ainda assim vê ao humilde; mas ao soberbo
ele só conhece de longe.” (Salmo 138:6) A título de exemplo, veja a humildade do Rei Salomão em
sua oração pública por ocasião da dedicação do templo. Ele acabara de construir um dos mais
magníficos prédios já vistos nesta terra, mas isso não o tornou altivo. Antes, ele orou: “Morará Deus
verdadeiramente com a humanidade na terra? Eis que o céu, sim, o céu dos próprios céus não te
podem conter; quanto menos, então, esta casa que construí?” — 2 Crônicas 6:18.
Nós também devemos ser humildes, especialmente quando oramos em nome de outros. Em
parte, a humildade é revelada pelo tom da voz. Naturalmente, os cristãos devem evitar a falsa
humildade ou santimoniosidade. Mas, orações humildes não são bombásticas ou ostentosas.
(Mateus 6:5) A humildade é também revelada pelo que dizemos. Se orarmos com humildade, não
exigiremos que Jeová faça certas coisas. Antes, pediremos que ele consinta em agir de certa forma,
em harmonia com a vontade dele. — Veja Salmo 118:25.
A humildade também nos induzirá a evitar usar orações para provar certo ponto ou para dar um
conselho pessoal a pessoas. Do contrário, manifestaremos o espírito mostrado pelo fariseu de uma
das parábolas de Jesus. Jesus falou de um fariseu e um cobrador de impostos que oravam ao
mesmo tempo no templo. O fariseu dizia: “Ó Deus, agradeço-te que não sou como o resto dos
homens, extorsores, injustos, adúlteros, ou mesmo como este cobrador de impostos. Jejuo duas
vezes por semana, dou o décimo de todas as coisas que adquiro.” Mas, o cobrador de impostos
batia no peito, dizendo: “Ó Deus, sê clemente para comigo pecador.” Qual foi a conclusão de Jesus?
“Este homem [o cobrador de impostos] desceu para sua casa provado mais justo do que aquele
homem [o fariseu].” — Lucas 18:9-14.
Os servos de Jeová que são genuinamente humildes também reconhecem sua posição perante
ele. São um pouco inferiores aos anjos, ao passo que Jeová é o Soberano eterno e supremo do
universo. (Salmo 8:3-5, 9; 90:1-4) Quando alguém tem a oportunidade de falar a reis ou governantes
deste mundo, geralmente o faz de modo mui respeitoso e digno, estimando muito o privilégio.
Deveríamos ser menos respeitosos e apreciativos ao falar com “o Deus vivente e o Rei por tempo
indefinido”? (Jeremias 10:10) Naturalmente que não. Assim, expressões tais como: “Boa tarde,
Jeová”, ou: “Queremos falar contigo, Jeová”, bem como expressões do tipo: “Como tem passado?”,
“Dê nossas lembranças a Jesus”, ou: “Tenha um bom dia”, são impróprias para uma oração. — Veja
Eclesiastes 5:1, 2.
Mas não disse o apóstolo Paulo que devemos aproximar-nos de Jeová “com franqueza no falar”?
(Hebreus 4:16; veja 1 João 3:21, 22.) Não nos dá isso a liberdade de falar do modo como acharmos
adequado? Realmente não. A expressão de Paulo era no sentido de que devido ao sacrifício de
Jesus nós podemos aproximar-nos de Jeová apesar de nossa condição pecaminosa. Podemos
dirigir-nos a ele em oração em qualquer momento e falar-lhe sobre qualquer assunto. Mas, mesmo
quando oramos com franqueza no falar, precisamos reconhecer humildemente nossa própria
insignificância. Destarte, Jeová disse: “Olharei, pois, para este, para o atribulado e para o contrito no
espírito e que treme da minha palavra.” — Isaías 66:2.
Conselho Admoestador
Jesus Cristo, no seu Sermão da Montanha, forneceu conselhos adicionais sobre a oração. Nele,
advertiu que ao orarmos não devemos ‘dizer as mesmas coisas vez após vez, assim como fazem os
das nações’. (Mateus 6:7) Isso não significa que não devemos orar repetidas vezes sobre o mesmo
assunto (conquanto tenhamos certeza de que é correta a coisa pela qual oramos). Somos
informados: “Persisti em pedir, e dar-se-vos-á; persisti em buscar, e achareis; persisti em bater, e
abrir-se-vos-á.” (Mateus 7:7) Antes, a admoestação de Jesus indicava que não devemos repetir
coisas a ponto de perderem o significado. Em outras palavras: “Não profiras repetições vãs.”
— Mateus 6:7, Bíblia com Referências, nota, em inglês.
Certas pessoas têm o costume de repetir vez após vez orações estereotipadas sem refletir nas
palavras. Às vezes tais orações estereotipadas estão numa linguagem que a pessoa que ora não
entende. Esse é um tipo de ‘repetição vã’. Eis aqui outro: Imagine o cristão que por negligência cai
no hábito de usar as mesmas expressões todos os dias ao agradecer a Jeová em oração. Por fim, as
frases perdem o significado. Até mesmo o nome divino, Jeová, pode ser usado dessa forma. É
verdade que somos exortados a invocar o nome de Jeová. (Salmo 105:1) Mas, se usarmos esse
nome no fim de quase toda sentença que proferimos na oração, então isso se torna um maneirismo,
ou uma ‘repetição vã’.
Paulo mencionou outro princípio importante quando escreveu: “Se eu orar numa língua, é o meu
dom do espírito que está orando, mas a minha mente é infrutífera. . . . Se ofereceres louvor com um
dom do espírito, como é que o homem ocupando o assento da pessoa comum dirá ‘amém’ aos teus
agradecimentos, visto que não sabe o que estás dizendo?” (1 Coríntios 14:14-16) Nos dias de Paulo,
certos cristãos recebiam o milagroso dom de línguas, e evidentemente alguns dentre eles oravam
nessas línguas perante a congregação. Mas, conforme mostrou Paulo, o restante da congregação
não os entendia.
Hoje, nós não possuímos tal dom milagroso. Mas, os cristãos que oram em nome de outros
devem orar de forma a serem compreendidos. Por exemplo, no início dum discurso público nós
convidamos os presentes a se juntarem a nós em oração. É certamente razoável evitarmos incluir
nessa oração vocabulário ou assuntos que os visitantes teriam dificuldade em entender.
Quão Extensas Devem Ser as Orações?
As orações particulares podem ter a duração que desejarmos. Jesus, antes de escolher seus 12
apóstolos, orou a noite inteira. (Lucas 6:12) Quão extensa, porém, deve ser uma oração pública?
Bem, Jesus, antes de passar os emblemas, ao instituir a Comemoração de sua morte, ‘proferiu uma
bênção’ e ‘deu graças’, fazendo-o evidentemente com orações breves. (Mateus 26:26-28) Por outro
lado, a oração de Salomão por ocasião da dedicação do templo foi bem longa. O mesmo se deu com
a oração de Jesus na noite antes de sua morte. — 2 Crônicas 6:14-42; João 17:1-26.
Portanto, não há uma regra que governe quão extensa deve ser uma oração pública. Mas, não
há virtude especial em orações longas. De fato, Jesus criticou os escribas que ‘devoravam as casas
das viúvas, e, como pretexto, faziam longas orações’. (Lucas 20:46, 47) As orações em nome de
outros devem mencionar claramente a situação ou as necessidades deles, e devem ser de extensão
apropriada à ocasião. Não precisamos proferir orações longas e divagantes, abrangendo muitos
pontos desconexos. Ao dar graças por uma refeição, a oração poderia ser bem breve. Uma oração
para iniciar uma reunião cristã tampouco precisa ser longa. Aquele que representa a família no início
e no fim do dia, ou aquele que conclui uma assembléia com oração, talvez queira abranger mais
pontos pertinentes à ocasião.
A oração proferida em nome de outros surtirá excelente efeito se proceder dum coração humilde
e se for expressa com o devido equilíbrio e consideração. Edificará a espiritualidade dos que
escutam e fortalecerá a relação deles com Jeová. Em resultado disso, assim como aqueles que
partilharam da oração feita de coração por Davi quando a arca do pacto foi levada a Jerusalém,
todos os que ouvem se sentirão induzidos “a dizer: ‘Amém!’ e a louvar a Jeová”. — 1 Crônicas 16:36.

Se um bebê começa a chorar, o telefone toca, ou ocorre alguma outra perturbação durante
uma oração congregacional, seria desrespeitoso se um dos ouvintes cuidasse da
emergência?
Não. De fato, seria uma expressão de amor um servo ministerial deixar a congregação que está
orando e cuidar da emergência de forma ordeira. (1 Coríntios 14:40) Desse modo, o restante da
congregação pode continuar a orar sem perturbação. Uma vez que a pessoa tiver resolvido a
emergência, poderá juntar-se novamente à congregação na oração. A sentinela 15/05/1986

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