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Sermão pregado na Quarta Igreja (culto matutino) em 15 de janeiro de 2023.

Texto base: Lucas 18.1-8 (A parábola do juiz iníquo / A viúva e o juiz / A parábola da viúva
persistente)

● Leitura bíblica alternada.

● Oração.

INTRODUÇÃO

Irmãos, conta-se que no auge da perseguição contra os cristãos em um determinado país,


alguns crentes decidiram manter a fé ativa por intermédio da oração no meio de uma floresta. A
persistência na oração daqueles crentes foi tão grande que não demorou muito para que fossem
formados vários caminhos em direção “aquele lugar de oração” escondido. Com a frequência e
o peso de cada um, formaram-se trilhas sulcadas que não permitiam que o mato crescesse em
função da assiduidade dos fiéis na oração. Cada um daqueles crentes era identificado pelos outros
irmãos pelo caminho que havia deixado em direção ao lugar de oração.

Assim permaneceram durante anos. Para se comunicarem, sem que fossem descobertos, os
fiéis usavam códigos. Quanto àqueles irmãos que nem sempre se encontravam no mesmo dia e
horário, o único jeito de saber se o companheiro permanecia inabalável na fé e na oração, era
observando a manutenção do caminho. O chão batido indicava presença constante, mas se o
caminho começava a ser coberto pelo mato, o companheiro logo mandava um recado, chamando
sua atenção para o perigo do distanciamento: “Olha meu irmão, está crescendo mato no seu
caminho de oração”.

Para você fazer um autoexame, está crescendo mato no seu caminho de oração?

O texto que acabamos de lê no evangelho de Lucas, é uma das quatro passagens onde o
Senhor Jesus ensina aos seus discípulos sobre a maneira como se deve orar. E a lição aqui é:
Devemos orar sem cessar e sem esmorecer. E é sobre isso que quero meditar com os irmãos:

DEVEMOS ORAR SEMPRE E NUNCA ESMORECER

Irmãos, notem que Jesus começa nos dando a lição da parábola, antes mesmo de contá-la.

v.1 – “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer”.

Jesus desde a última parte do capítulo 17 está se dirigindo aos discípulos. E para
entendermos o contexto temporal é necessário lembrarmos das expressões, “fim dos tempos”, os
“últimos dias”, o “período entre o primeiro e o segundo advento de Cristo”, que período é esse?
É, exatamente o período que já estamos vivendo, entre a primeira e a segunda e definitiva vinda
de Cristo. E o Senhor Jesus está dizendo que durante o longo e cada vez mais difícil período que
precederá a Sua volta, seus discípulos na terra, ao longo do tempo, em vez de esmorecer, devem
perseverar em oração.

As orações dos discípulos do Senhor terão valor ao longo do tempo? Aqueles que
suplicam a Deus serão alvos de Sua justa e maravilhosa justiça? O Senhor virá em auxílio do seu
servo, da sua serva? Em resposta a essas perguntas, Jesus conta uma parábola que tem como
propósito mostrar que, se até um juiz terreno, um homem muito ímpio e injusto, finalmente trata
com justiça uma viúva desamparada que persevera, quanto mais o Justo, Santo e Amoro Pai, será
que não fará justiça aos seus eleitos, aos seus filhos, que continuamente clamam a Ele dia e noite?

v.1 – “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer”.

Ore sempre meu irmão, porque a intenção do Senhor é mostrar a você e a mim, que
devemos continuar orando até vir a resposta. Uma lição que aprendemos é que a oração e a
Palavra de Deus são remédios para o desânimo. Lembre que o que nos leva ao esmorecimento,
a falta de vigor espiritual é a falta de oração. Sem a oração, não há poder para o enfrentamento
das lutas e perseguições que sobrevêm.

J. C. Ryle diz que “a oração é a própria respiração do verdadeiro crente”.

Uma outra lição que aprendemos com esta parábola é que a oração perseverante é
um dever. v.1 – “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca
esmorecer”. Deixar de orar é um pecado de omissão, é deixar de cumprir um dever.

O tema da oração perseverante é tão importante que é uma das ênfases de Lucas. Já no
capítulo 11.1-13, quando ele registra: a oração dominical, a parábola do amigo importuno e sobre
Jesus incitar os discípulos a orarem, Lucas está enfatizando a oração perseverante, sobre criarmos
o hábito da oração constante e da necessidade de preservar esse hábito.

Precisamos orar com determinação, paciência e perseverança, jamais duvidando de que a


oração sempre nos faz bem.

Temos no corpo desta parábola um juiz iníquo, uma viúva, o nosso Deus e seus
escolhidos.

Veja o v. 2 e o 4b– “2 Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava
homem algum. 4b Bem que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum”.
Esse juiz era inimigo de Deus e não tinha respeito algum pelas pessoas (fazia pouco caso
de todos). Era um homem arrogante, egoísta, que não tinha amor pela justiça e não sabia o que era
compaixão. Mas, na mesma cidade desse juiz iníquo, havia uma viúva persistente.

Veja o v. 3 e o 4a – “3 Havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com
ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário. 4a Ele, por algum tempo, não a
quis atender;”.

O Pastor Hernandes no seu comentário diz que a viúva é uma mulher desprotegida,
indefesa, que não possui mais um protetor natural. Nesta parábola a viúva não conhece o juiz, não
é respeitada por ele nem tem acesso ao tribunal. Por outro lado, Hendriksen nos lembra como é
belo o que a Escritura nos ensina com referência às viúvas: como Deus as protege e como o
Senhor insiste que se demonstre bondade para com elas, abençoando os que as ajudam.

O texto diz que ela falava para o juiz: Julga a minha causa contra o meu adversário.
Essa viúva ela foi tratada de forma injusta por alguém que é chamado de seu adversário no texto.
O texto também nos diz no 4a que por algum tempo, não a quis atender. Mas a ênfase aqui é
na persistência daquela viúva.

Veja os vv. 4-5 – “Ele, por algum tempo, não a quis atender; mas, depois, disse consigo: Bem
que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum; todavia, como esta viúva me
importuna, julgarei a sua causa, para não suceder que, por fim, venha a molestar-me”.

Aquele juiz sabia que a insistência da viúva era justa. Mas, provavelmente, também sabia
que ela não tinha dinheiro para suborná-lo e tinha pouca influência na cidade. Apesar disso, foi
sua perseverança o que finalmente o venceu (todavia, como esta viúva me importuna, julgarei
a sua causa). A petição da viúva foi finalmente atendida e ela recebeu o que, com justiça, lhe
pertencia.

VEJA A LIÇÃO

Olhe o vv.6-7a – “Então, disse o Senhor: Considerai no que diz este juiz iníquo. Não fará
Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite”.

Veja a conexão com o v.1 – “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar
sempre e nunca esmorecer”. O texto nos mostra claramente o contraste que existe entre Deus e o
juiz iníquo. Oramos ao Deus que é nosso Pai Celeste, que é Bom, Gracioso e Justo. Para cada um
dos escolhidos de Deus, chamado para a salvação e o seu serviço, o Senhor providenciará plena
vindicação, plena justificação, plena restituição. E o que o nosso Deus exige? Que o Seu povo
persevere em abrir o seu coração a ele em oração, pois Ele responde às súplicas dos que
“continuam a clamar a Ele dia e noite.”

Veja o v.7 e 8a – “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite,
embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça ”.
Lembre que devemos esperar com paciência e perseverante pelo tempo oportuno de Deus, porque
quando esse tempo chegar o Senhor agirá com muita rapidez, num abrir e fechar de olhos.

PARA CONCLUIR

Note a pergunta que termina esse trecho, v.8b: “Contudo, quando vier o Filho do
homem, achará, porventura, fé na terra?”.

A pergunta é formulada com o propósito de produzir como efeito em cada um de nós, um


autoexame. Responda por si mesmo, sua fé está inteiramente depositada no Senhor Jesus? Sua fé
tem alimentada uma vida de oração perseverante?

O confie no Deus que é Justo Juiz, que julga a tua causa com Bondade e Justiça, que te
responde no tempo certo e cuide também para que não cresça mato no seu caminho de oração.

Que Deus nos abençoe!

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