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É bom conhecer a oração do Pai Nosso, mas não devemos usá-la como uma
fórmula mágica. Repetir muito o Pai Nosso sem entender seu significado nem
aplicá-lo à sua vida não será útil (Mateus 6:7-8). Podemos orar o Pai Nosso
com convicção ou utilizar seu modelo para criar nossas próprias orações.
Oração do Pai Nosso
9. Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus!
Santificado seja o teu nome.
10. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu.
11. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.
12. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos
aos nossos devedores.
13. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos
do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para
sempre. Amém’.
- Mateus 6:9-13
Significado da Oração do Pai Nosso
Podemos dividir a passagem do Pai Nosso em dois momentos. No primeiro
momento, observamos três pedidos ao Senhor: a Ele mesmo, ao Seu Reino e
à Sua vontade.
No segundo momento, percebemos que os pedidos são apresentados no
coletivo, ou seja, “nós” e não no singular, “eu”. A ideia de ser cristão é viver
em comunidade e, nessa oração, encontramos palavras importantes como
alimento, perdão e vencer sobre a tentação. Ninguém consegue ser cristão
sozinho.
O propósito principal do Pai Nosso é servir como um modelo básico de
oração. Ao longo do tempo, a tradição transformou o Pai Nosso em uma reza,
algo que é repetido várias vezes sem muita reflexão. Jesus nos deixou esse
modelo para nos ensinar que devemos reconhecer a soberania de Deus em
todas as esferas da sociedade e da vida pessoal.
Pai Nosso explicado passo a passo
“Pai nosso, que estás nos céus”
Essa oração é conhecida como Pai Nosso por
causa das suas primeiras duas palavras. Deus
não é alguém distante e assustador. Devemos
nos dirigir em oração exclusivamente a Ele,
pois Deus é o nosso Pai amoroso que deseja
nos abençoar por nos amar.
Deus não é uma criatura terrena, Ele habita no
céu, na eternidade. A introdução da oração
indica a quem devemos dirigir nossas orações e
nos ajuda a compreender quem Deus é.
“Santificado seja o teu nome”
Deus é Santo e é importante reconhecer sua
santidade. Santificar o nome de Deus significa
ter respeito pelo Senhor. Devemos mostrar
respeito pela santidade de Deus e procurar
viver uma vida santa. Precisamos orar com
respeito, pois Ele merece todo nosso louvor,
adoração e glória.
“Venha o teu reino”
O Reino de Deus tem seus preceitos
estabelecidos pelo Rei. Jesus nos ensina a
sermos cidadãos que praticam esses preceitos
enquanto vivermos. Nossa grande esperança é
que Jesus voltará e todo o mal será destruído.
Nesse dia teremos vida eterna. Devemos
sempre lembrar dessa esperança e orar para que
venha logo (2 Pedro 3:11-12).
“Seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu”
Nossa oração não deve ser para que Deus faça
a nossa vontade, mas para que nós façamos a
vontade de Deus. Assim, reconhecemos Sua
autoridade. Quando decidimos servir ao
Senhor, a vontade Dele se torna nossa vontade
e, assim, podemos orar pelas coisas certas.
“Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia”
Nosso sustento depende de Deus. Ele nos dá
tudo o que precisamos para viver: comida,
dinheiro, emprego. Quando precisamos de
ajuda, podemos pedir a Deus e confiar que Ele
vai suprir nossas necessidades, porque Ele nos
ama. Assim, reconhecemos que tudo vem do
Senhor e somente Ele pode nos dar o pão
diário.
“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como
perdoamos aos nossos devedores”
Perdoar é muito importante. Quem não perdoa
outras pessoas ainda não entendeu o perdão de
Deus, que traz salvação. É bom tirar um tempo
em oração para perdoar quem nos ofendeu e
pedir perdão a Deus por nossos pecados.
“E não nos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal”
Todos sofremos tentação para pecar, mas Deus
nos ajuda a resistir (1 Coríntios 10:13). É
importante pedir força a Deus para lutar contra
a tentação. O Maligno não poderá vencer quem
confia em Deus.
“Porque teu é o Reino, o poder e a glória
para sempre. Amém”
Esta última parte da oração do Pai Nosso
termina em glória, grandeza e poder do Senhor.
Tudo pertence a Deus. Quando oramos
podemos deixar tudo nas mãos do Senhor,
confiando que Ele vai agir para nosso bem.
Não precisamos ter medo nem ficar ansiosos.
Deus tem todo o poder e só Ele merece nosso
louvor.
Que este texto do Pai Nosso seja realmente
uma oração feita ao Senhor com nossa alma
entregue a Ele, isto é, falemos do nosso
coração para o nosso Pai. Estejamos em
comunhão diária com Ele. Tudo vem Dele, é
para Ele e são Dele são todas as coisas.
A Oração do Pai Nosso
Conheça a origem da oração do Pai Nosso, as
diferenças entre as suas versões e por que é a
oração mais importante.
Conheça a origem da oração do Pai Nosso, as diferenças entre as suas versões e
por que é a oração mais importante.
“Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista também ensinou os seus
discípulos” 1. Foi a partir deste pedido, de um de seus discípulos, que Jesus nos
deixou a oração cristã fundamental: o Pai Nosso. 2.
Neste artigo, você vai conhecer a origem da oração do Pai Nosso e como está
contido nela o resumo de todo o Evangelho. Além disso, passaremos brevemente
por cada uma das sete petições dessa oração e veremos o que Santo Tomás
comenta a respeito dela.
Origem
Em primeiro lugar, a oração do Pai Nosso tem a sua origem nas Sagradas Escrituras. Embora as palavras
exatas possam variar nas versões de São Mateus e São Lucas, a estrutura geral da oração permanece
consistente.
O Evangelho de São Mateus apresenta o Pai Nosso como parte do Sermão da Montanha 3 , no qual Jesus
ensina seus discípulos sobre diversos aspectos da vida espiritual. Nesse sentido, Ele instrui seus discípulos
sobre como orar de maneira significativa e autêntica — sem repetições vazias de sentido. “Nas vossas
orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de
palavras.” 4
Já o Evangelho de São Lucas traz a Oração do Pai Nosso 5 em resposta a um pedido específico de um dos
discípulos para que Jesus os ensinasse a rezar: “Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando
a oração, disse-lhe um de seus discípulos: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus
discípulos.” 1
Sendo assim, Jesus não apenas revela a oração em si, mas também enfatiza a persistência na busca de
Deus através da oração por meio de dois exemplos: o amigo à meia-noite 6 e o pai que dá coisas boas aos
filhos 7. Tais exemplos demonstram a importância de perseverar na busca de Deus e de rezar com
confiança, reconhecendo-o como um Pai amoroso e generoso.
Diferenças entre a versão católica e a evangélica
A principal diferença entre a versão católica e a evangélica do Pai Nosso está na tradução da frase
referente ao perdão. Os católicos rezam “Perdoai as nossas ofensas”, enquanto os evangélicos costumam
rezar “Perdoai as nossas dívidas”.
A versão “perdoai as nossas dívidas” é baseada na tradução do Novo Testamento para o grego,
especificamente na palavra “opheilema”, que pode ser traduzida tanto como “dívidas” quanto como
“ofensas” ou “pecados”. Essa interpretação enfatiza a ideia de que somos devedores perante Deus e
precisamos de seu perdão.
Por outro lado, a versão “perdoai as nossas ofensas” baseia-se em uma interpretação mais ampla do termo
grego “opheilema”, que também pode ser traduzido como “ofensas”, “pecados” ou “culpas”. Nesse
contexto, a palavra “ofensas” engloba tanto as dívidas espirituais quanto as transgressões e faltas
cometidas contra Deus e contra os outros.
Além disso, alguns grupos evangélicos acrescentam um trecho final à oração, conhecido como doxologia,
que diz: “Porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém”. Ela é frequentemente recitada
após a frase “mas livra-nos do mal”.
O resumo de todo o Evangelho
O Sermão do Monte por Carl Heinrich Bloch, onde Nosso Senhor
ensina o Pai Nosso.
A oração do Pai Nosso está, portanto, enraizada na oração litúrgica da Igreja e é rezada desde os primeiros
tempos da comunidade cristã 12. Ela faz parte das principais horas do Ofício Divino e é rezada em
conjunto pelos fiéis, demonstrando a dimensão eclesial dessa prece 13. Essa natureza eclesial se sobressai
especialmente nos três sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia.
Nos sacramentos do Batismo e da Confirmação, a entrega da oração do Pai Nosso simboliza o novo
nascimento para a vida divina 14. Através desses sacramentos, somos regenerados pela Palavra de Deus e
aprendemos a invocar o Pai com a única palavra que Ele sempre ouve 14.
Já na liturgia eucarística, a oração do Senhor se manifesta como a oração de toda a Igreja 15. Ela recapitula
as petições e intercessões presentes na oração eucarística, antecipando o festim do Reino que a Comunhão
sacramental celebra 15.
Por fim, na Eucaristia, a oração do Senhor assume um caráter escatológico, relacionado aos tempos finais
e à salvação que se iniciou com o derramamento do Espírito Santo e se concluirá com a volta de Jesus.
Nossos pedidos ao Pai, ao contrário das orações da Antiga Aliança, são embasados no mistério da
salvação já plenamente realizado em Cristo, que foi crucificado e ressuscitou. 16
Em suma, a oração resume todo o evangelho, pois nela encontramos os ensinamentos centrais de Jesus
sobre como nos relacionarmos com Deus e com os outros. Cada petição da oração reflete valores
fundamentais, como a busca pela vontade de Deus, o perdão mútuo, a confiança em Sua providência e a
esperança na vinda do Seu Reino.
Os sete pedidos do Pai Nosso
Na primeira petição do Pai Nosso, “Santificado seja o vosso nome”, reconhecemos a santidade do nome de Deus e damos glória a Ele.
Afinal, nascemos para conhecer e amar a Deus, 17 portanto, dar glória a Ele é corresponder a tal chamado.
São Tomás de Aquino. c. 1395. Por Fra Angelico, que escreveu um licro de comentários ao Pai Nosso.
No segundo pedido do Pai Nosso “Venha a nós o vosso Reino”, desejamos que o Reino de Deus se manifeste em nós e no mundo. Por
isso, buscamos viver segundo os valores desse Reino e, assim, desejamos participar da glória celeste com Cristo.
Em seguida, “Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”, reconhecemos que a vontade de Deus já é feita no Céu. Em
Jesus, a vontade do Pai se cumpriu perfeitamente. Pela oração e pela comunhão da Igreja buscamos os meios para discernir e cumprir
a vontade divina nesta vida terrena também.
Ao rezarmos “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”, devemos lembrar que nosso verdadeiro alimento espiritual é a Eucaristia e que
também nos alimentamos da Palavra de Deus. Além disso, reconhecemos que Deus é o provedor de nossas necessidades materiais e
espirituais. O que nos impele a compartilhar nossos bens com os necessitados.
Na quinta petição, pedimos a Deus que nos perdoe como perdoamos aqueles que nos ofendem. Dessa forma, admitimos a nossa
própria necessidade de perdão e, ao mesmo tempo, o compromisso de perdoar os outros — seja quem for, “[…] perdoai, e sereis
perdoados” 18.
No sexto pedido, “Não nos deixeis cair em tentação”, reconhecemos a fragilidade humana diante da tentação e pedimos ao Espírito
Santo discernimento e fortaleza. Pedimos a Deus que nos livre do caminho que leva ao pecado e nos fortaleça para resistir à tentação.
Por fim, na sétima petição, pedimos a Deus para nos livrar do mal, especialmente do poder de Satanás. Sabemos do papel do Maligno
na introdução do pecado e da morte no mundo, mas confiamos na vitória de Cristo sobre ele. Imploramos pela paz em nossos dias e
aguardamos a gloriosa vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Santo Tomás de Aquino sobre o Pai Nosso
A oração do Pai Nosso é considerada a mais importante entre todas as orações, pois
contém cinco virtudes fundamentais para que uma oração seja adequada, de acordo com o
Santo e filósofo Tomás de Aquino. Dessa forma, uma oração deve ser segura, correta,
ordenada, devota e humilde.
Segura
Em primeiro lugar, a oração do Pai Nosso é segura, pois permite que nos aproximemos do
trono da graça com confiança. Ela foi formulada pelo próprio Cristo, nosso advogado
perfeito. É uma súplica amigável e devota por meio da qual dizemos a Deus as nossas
necessidades. Além disso, quem nos ouve em oração é aquele que nos ensinou a rezar, e
nunca fazemos essa oração sem obter fruto.
Correta
Em seguida, para que uma oração seja correta, devemos pedir a Deus o que é apropriado e
alinhado com Sua vontade. Muitas vezes, podemos nos equivocar ao fazer pedidos que não
são adequados para nós ou para os outros. No entanto, o Pai Nosso nos orienta a pedir de
forma correta, pois foi ensinado pelo próprio Jesus Cristo. Ao seguir essa oração perfeita,
asseguramo-nos de que nossos pedidos estejam em conformidade com a vontade divina.
Ordenada
Efeitos da Oração
A oração do Pai Nosso, de acordo com Santo Tomás de Aquino, produz três efeitos benéficos. Em primeiro lugar, a oração é
um remédio eficaz contra diversos males. Ela nos liberta do pecado já cometido; exemplos bíblicos como o ladrão na cruz e o
publicano mostram como a oração conduz ao perdão e à justificação. Além disso, a oração nos liberta do medo dos pecados futuros,
das tribulações e das tristezas. Ela também nos protege das perseguições e dos inimigos.
Em seguida, a oração é eficaz para alcançar todos os desejos. Jesus nos ensinou que tudo o que pedirmos com fé receberemos. No
entanto, se não somos ouvidos, é porque não pedimos com insistência ou porque não pedimos o que é mais útil para nossa salvação.
Lembra-nos Santo Agostinho que o Senhor é bom, pois Ele muitas vezes não concede o que queremos, mas sim o que realmente
precisamos. Paulo, por exemplo, pediu três vezes para ser libertado de um espinho na carne, e não foi atendido.
Por fim, a oração é útil porque nos torna íntimos de Deus. Ela nos aproxima da presença divina e estabelece uma relação de
intimidade com o Pai: “Suba minha oração como incenso à tua presença” 19. Ao nos dirigirmos a Deus como Pai na oração do Pai
Nosso, expressamos essa proximidade e comunhão com Ele.
A Oração do Pai Nosso
Deus Chama!
Jesus Envia!