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ARQUIDIOCESE DE BELÉM

REGIÃO EPISCOPAL SÃO VICENTE DE PAULO


PARÓQUIA SANTA PAULA FRASSINETTI
PASTORAL DA CATEQUESE
Encontro 06 - Crisma de Adultos _____ / _____ / ______
Catecumenato
Tema: NECESSIDADE DA ORAÇÃO
1. O SENHOR NOS ACOLHE
Catequista: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.
Catequista: Peçamos ao Espírito Santo, Dom de Deus, que nos ilumine nesse
nosso encontro e que nos faça aumentar nossa intimidade com Cristo através
da oração. Que possamos entender que não há salvação sem oração.
“Oração do Espírito Santo” <Todos>
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso
Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo,
fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da
sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém
2. LEITURA DA PALAVRA
“Canto de Aclamação” – Maria cheia de graça, virgem e mãe do Salvador, ensina-nos a
escutar a Palavra do Senhor, ensina-nos a escutar a Palavra do Senhor.

Catequista:
— Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo a alegria de ser
salvo! (Sl 50,12a.14a)

Leitor: (Mt 7,7-12)


— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
3. NECESSIDADE DA ORAÇÃO

Catequista: O erro dos pelagianos.

Erram os pelagianos dizendo que a oração não é


necessária para se conseguir a salvação. O ímpio
Pelágio, seu mestre, afirmava que só se perde quem
não procura conhecer as verdades necessárias. Mas,
como o disse bem Santo Agostinho, Pelágio falava de
tudo, menos da oração, que, conforme sustentava e
ensinava o mesmo santo, é o único meio de adquirir a
ciência dos santos, como escreve São Tiago: "Se
alguém necessita de sabedoria, peça a Deus, que
a concede fartamente a todos" (Tg 1,5).1

Leitor: Nas Sagradas Escrituras são muito claros os textos que nos mostram a
necessidade de rezar, se quisermos alcançar a salvação. "É preciso rezar
sempre e nunca descuidar" (Lc 18,1). "Vigiai e orai para não cairdes em
tentação" (Mt 25,41). "Pedi e dar-se-vos-á" (Mt 7,7). Segundo a doutrina
comum dos teólogos, as referidas palavras: "É preciso rezar, orar, pedir",
significam e impõem um preceito e uma obrigação, um mandamento formal.

Catequista: Vicleff afirmava que todos esses textos não se referiam à oração,
mas tão somente às boas obras, assim, rezar, no seu modo de ver, nada mais é
do que agir corretamente e praticar o bem. A Igreja, entretanto, condenou
expressamente esse erro. (não vamos cair nesse erro)

Leitor: Por isso, ensinava o doutor Léssio que, sem pecar contra a fé, não se
pode negar a necessidade da oração aos adultos, mormente quando se trata de
conseguir salvação. Pois, como consta nos Livros santos, a oração é o único
meio para conseguirmos os auxílios necessários à salvação.

Catequista: A razão desta necessidade é bastante clara: nada de bom podemos


fazer:

Sem o socorro da graça, "Sem mim nada podeis fazer" (Jo 15,5). Nota Santo
Agostinho sobre essas palavras que Jesus Cristo não disse: "nada podeis
cumprir", mas "nada podeis fazer". Com isso, quis Nosso Senhor dar-nos a
entender que sem a graça nem mesmo podemos começar a fazer o bem: "Não

1
S. Afonso de Ligório, livro: Orações
somos capazes de por nós mesmos ter algum pensamento, mas toda a
nossa força vem de Deus" (2Cor 3,5).

Leitor: Se nem sequer podemos pensar no bem, como podemos, então, desejá-
lo? O mesmo nos demonstram muitos outros textos das S. Escrituras: "Deus é
quem opera tudo em todos" (1 Cor 12,6). "Farei i que vós andeis nos meus
preceitos e que guardeis as minhas ordens e as pratiqueis" (Ez 36,27). Por
isso, como diz S. Leão Papa: "Nenhum bem faz o homem sem que Deus não
lhe dê a sua graça para isso". E o Concílio de Trento diz: "Se alguém disser
que, sem a prévia inspiração do Espírito Santo e sem o seu socorro, o
homem pode crer, esperar, amar ou fazer penitência como deve, com o
fim de obter a graça da justificação, seja anátema2".

Leitor: O Autor da "Obra Imperfeita" diz, referindo-se aos animais, que o Senhor
a um concedeu a rapidez, a outros deu unhas, a outros cobriu de penas, para
que, desse modo, pudessem conservar sua vida. O homem, porém, foi formado
em tal estado que só Deus é toda a sua força. Deste modo o homem é
inteiramente incapaz de, por si, efetuar a sua salvação, visto que Deus quis que
tudo o que tem ou pode ter receba por meio de sua graça.

Mais o que é GRAÇA de Deus?

Leitor: Segundo o CIC 1996 a graça é o favor, o socorro gratuito que Deus nos dá
para responder a seu convite: tornar-nos filhos de Deus3, filhos adotivos4,
participantes da natureza divina5, da Vida Eterna6.

Definição de oração,
Catequista: CIC 2559: "A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a
Deus dos bens convenientes.”7 . De onde falamos nós, ao rezar? Das alturas
de nosso orgulho e vontade própria, ou das "profundezas" (Sl 130,1) de um
coração humilde e contrito? Quem se humilha será exaltado8. A humildade é o
fundamento da oração. "Nem sabemos o que seja conveniente pedir" (Rm
8,26). A humildade é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração;
o homem é um mendigo de Deus9.

2
Anátema do cristianismo é uma sentença extrema de excomunhão que expulsa o indivíduo da igreja com todos os seus ritos eucarísticos e as
atividades voltadas aos fiéis.
3
Cf. Jo 1,12-18
4
Cf. Rm 8,14-17
5
Cf. 2Pd 1,3-4
6
Cf. Jo 17,3
7
S. João Damasceno
8
Cf. Lc 18,9-14
9
Cf. S. Agostinho, Serm, 56,6,9: PL 38,381
Deus chama para a oração,
Leitor: CIC 2567: Deus é o primeiro a chamar o homem. Ainda que o homem
esqueça seu Criador ou se esconda longe de sua Face, ainda que corra atrás de
seus ídolos ou acuse a divindade de tê-lo abandonado, o Deus vivo e verdadeiro
chama incessantemente cada pessoa ao encontro misterioso da oração. Essa
atitude de amor fiel vem sempre em primeiro lugar na oração; a atitude do
homem é sempre resposta a esse amor fiel. A medida que Deus se revela e
revela o homem a si mesmo, a oração aparece como um recíproco apelo, um
drama de Aliança. Por meio das palavras e dos atos, esse drama envolve o
coração e se revela através de toda a história da salvação.
Deus ouve a nossa oração,

Leitor: CIC 2737: "Não possuís porque não pedis. Pedis, mas não recebeis,
porque pedis mal, com o fim de gastardes nos vossos prazeres" (Tg 4,2-3).
Se pedimos com um coração dividido, "adúltero" Deus não nos pode ouvir,
porque deseja nosso bem, nossa vida. "Ou julgais que é em vão que a
Escritura diz: Ele reclama com ciúme o espírito que pôs dentro de nós (Tg
4,5)?" Nosso Deus é "ciumento" de nós, o que é o sinal da verdade de seu amor.
Entremos no desejo de seu Espírito e seremos ouvidos:
Não te aflijas se não recebes imediatamente de Deus o que lhe pedes: pois
Ele quer fazer-te um bem ainda maior por tua perseverança em
permanecer com Ele na oração. Ele quer que nosso desejo seja provado
na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto
a nos dar.10
Jesus ouve a oração

10
Sto Agostnho, Ep. 130,8,17
Catequista: CIC 2616: A oração a Jesus é ouvida por Ele já durante seu ministério,
por meio dos sinais que antecipam o poder de sua Morte e Ressurreição: Jesus
ouve a oração de fé, expressa em palavras (o leproso11, Jairo12, a cananeia13, o
bom ladrão14), ou em silêncio (os carregadores do paralítico15, a hemorroíssa
que lhe toca as vestes16, as lágrimas e o perfume da pecadora17). O pedido
insistente dos cegos: "Filho de Davi, tem compaixão de nós" (Mt 9,27) ou "Filho
de Davi, tem compaixão de mim" (Mc 10,47) foi retomado na tradição da Oração
a Jesus: "Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tem piedade de mim,
pecador!" Quer na cura das enfermidades, quer na remissão dos pecados,
Jesus responde sempre à oração que implora com fé: "Vai em paz, tua fé te
salvou!"

Leitor: Sto. Agostinho resume admiravelmente as três dimensões da oração de


Jesus (cf. CIC 2667): "Ele ora por nós como nosso sacerdote, ora em nós
como nossa cabeça, e a Ele sobe nossa oração como ao nosso Deus.
Reconheçamos pois, nele, os nossos clamores e em nós os seus clamores".

Oração eficaz, (DE QUE MANEIRA É EFICAZ NOSSA ORAÇÃO?)


Catequista: CIC 2738 A revelação da oração na economia da salvação nos ensina
que a fé se apoia na ação de Deus na história. A confiança filial é suscitada por
sua ação por excelência: a Paixão e a Ressurreição de seu Filho. A oração cristã
é cooperação com sua Providência, com seu plano de amor para os homens.
Leitor: CIC 2739 Em S. Paulo, esta confiança é audaciosa18, fundada na oração do
Espírito em nós e no amor fiel do Pai, que nos deu seu Filho único. A
transformação do coração que reza é a primeira resposta a nosso pedido.
Leitor: CIC 2741 Jesus também reza por nós, em nosso lugar e em nosso favor.
Todos os nossos pedidos foram recolhidos uma vez por todas em seu Grito na
Cruz e ouvidos pelo Pai em sua Ressurreição, e por isso Ele não deixa de
interceder por nós junto do Pai. Se nossa oração está resolutamente unida à de
Jesus, na confiança e na audácia filial, obteremos tudo o que pedimos em seu
nome; bem mais do que pequenos favores, receberemos o próprio Espírito
Santo, que possui todos os dons.

11
Cf.. Mc 1,40-41 90
12
Cf.. Mc 5,36
13
Cf. Mc 7,29
14
Cf. Lc 23.39-43
15
Cf. Mc 2,5
16
Cf. Mc 5,28
17
Cf. Lc 7.37-38
18
Cf Rm 10,12-13
4. Oração da Coleta (SANTA MISSA)
Catequista: Com a Oração da Coleta encerra o rito de entrada e introduz a
assembléia na celebração do dia.
Leitor: “O Sacerdote convida o povo a rezar,
(OREMOS!) todos se conservam em silêncio com o
sacerdote por alguns instantes, tomando
consciência de que estão na presença de Deus e
formulando interiormente os seus pedidos. Depois
o sacerdote diz a oração que costumar chamar de
coleta, pela qual exprime a índole da celebração
(...) e a assembleia dá o seu assentimento com o ‘Amém’ final”” (IGMR19, n.54).
Leitor: Na Oração da Coleta será onde o presidente da celebração reúne,
recolhe, coleta as orações de toda a assembleia e as apresenta a Deus Pai.
De acordo com Frei Turra, a cada oração que somos convidados, pelo OREMOS,
somos despertados como Jacó daquele sonho descrito em Gn 28,10-22, onde
confessa a sua sinceridade de fé:
Todos: “De fato, o Senhor está neste lugar, e eu não sabia disso”.
Leitor: E esse despertar é dado a nós por meio deste momento ritual (Oração da
Coleta), ao qual, é o fechamento dos ritos introdutórios, seguido da abertura à
Palavra de Deus, ou seja, somos estimulados à escuta atenta da Palavra, bem
como, celebrar a Eucaristia, que vem expressado nesta oração no seu caráter de
festividade.
Catequista: Desta forma, faz necessário uma reflexão sobre a estrutura da
Oração, visto que, muitas vezes na celebração não percebemos que ela é
dotada de um grande sentido espiritual.
Leitor: A estrutura interna, de maneira geral20, nas orações da Igreja, se dá pelos
seguintes elementos:
Invocação: chamada pelo nome + seus atributos;
memória (anamnese): recordar algo que Deus fez ou faz;
pedido: já que Deus é assim e faz tudo isso, então nos sentimos na
confiança de pedir. E pedimos;
Conclusão: Como reforço do sentido e valor do pedido feito.

19
INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO
20
Pode ter outras estrutura como: invocação, pedido, finalidade e conclusão
Catequista: Esta é a estrutura comum da oração. Desta maneira, vejamos sua
aplicação no texto eucológico21. Como exemplo, a oração do 34º Domingo do
Tempo Comum, dia em que se celebra a Solenidade de Nosso Senhor Jesus
Cristo Rei do Universo, e também, conclusão do ano litúrgico (Ano C):
Invocação: Deus eterno e todo-poderoso,
Memorial: que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho,
Rei do Universo,
Pedido: fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo a
vossa majestade, vos glorifiquem eternamente.
Conclusão (TODOS): Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo.
5. Oração com e como Maria

leitor: CIC 2673 Em comunhão com a Santa


Mãe de Deus. Na oração, o Espírito Santo
nos une à Pessoa do Filho Único, em sua
humanidade glorificada. Por ela e nela,
nossa oração filial entra em comunhão,
na Igreja, com a Mãe de Jesus.

leitor: CIC 2674 A partir do consentimento


dado na fé por ocasião da Anunciação
e mantido sem hesitação sob a cruz, a
maternidade de Maria se estende aos
irmãos e às irmãs de seu Filho "que
ainda são peregrinos e expostos aos
perigos e às misérias". Jesus, o único
Mediador, é o Caminho de nossa
oração; Maria, sua Mãe e nossa Mãe,
é pura transparência dele. Maria
"mostra o Caminho" ("Hodoghitria"), é
seu "sinal" conforme a iconografia
tradicional no Oriente e no Ocidente.

21
o estudo da oração
6. ORAÇÃO FINAL
Catequista: Rezemos juntos: Pai-Nosso, 3 Ave-Maria, Gloria ao Pai.

Obs.: Não se esqueçam de rezarem todas as noites o Ato de Contrição.


Ato de Contrição
Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração de todos os meus pecados e
os detesto, porque pecando não só mereci as penas que justamente
estabeleceste, mas principalmente, porque Vos ofendi a Vós, Sumo Bem e
digno de ser amado sobre todas as coisas.
Por isso proponho firmemente, com a ajuda da Vossa Graça, não mais
pecar e fugir das ocasiões próximas de pecar. Amém.

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