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LIÇÃO 09

Orando e Jejuando como


Jesus Ensinou
TEXTO ÁUREO

“[...] Disse o Espírito Santo:


Apartai-me a Barnabé e a Saulo para
a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando, e orando, e pondo
sobre eles as mãos, os despediram.”
(At 13.2,3)

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VERDADE PRÁTICA

A oração e o jejum são disciplinas


espirituais que potencializam
sensivelmente
a vida piedosa do crente.

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OBJETIVOS DA LIÇÃO

Conceituar a oração como um diálogo


com o Pai;

Explicar a oração que Jesus ensinou;

Relacionar oração e jejum.

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Leitura Bíblica em Classe Mateus 6.5-18

Mateus 6
5 - E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se
comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas
das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos
digo que já receberam o seu galardão.
6 - Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e,
fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está
oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te
recompensará.
7 - E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios,
que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos.
Leitura Bíblica em Classe Mateus 6.5-18

Mateus 6
8 - Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai
sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes.
9 - Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos
céus, santificado seja o teu nome.
10 - Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na
terra como no céu.
11 - O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
12 - Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores.
Leitura Bíblica em Classe Mateus 6.5-18

Mateus 6
13 - E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal;
porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre.
Amém!
14 - Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celestial vos perdoará a vós.
15 - Se, porém, não perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas
ofensas.
Leitura Bíblica em Classe Mateus 6.5-18

Mateus 6
16 - E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados
como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que
aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já
receberam o seu galardão.
17 - Porém tu, quando jejuares, unge a cabeça e lava o
rosto,
18 - para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim a
teu Pai, que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto,
te recompensará.
Introdução
Nesta lição, aprenderemos acerca da oração conforme ensinada por
Jesus Cristo, bem como as lições espirituais do jejum.
O Divino Salvador nos assegura que, orando e jejuando ao Pai em
secreto, Ele não estará indiferente às aspirações da alma, isto é, às
nossas orações.
Contudo, é imprescindível que a oração e o jejum sejam realizados
da maneira que Jesus ensinou. Por isso, estudaremos o modelo
verdadeiro de oração e jejum ensinado pelo Senhor Jesus no
Sermão do Monte.

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1.
A ORAÇÃO É UM
DIÁLOGO COM O
PAI
1. A natureza da oração
╸ Podemos dizer que a oração é o diálogo da alma com Deus, a qual aparece na
Bíblia Sagrada em diversas formas como confissão (1 Rs 8.47; Ne 1.6; Dn 9.3-15),
adoração (Sl 45.1,8; Mt 14.33; Ap 4.11), comunhão (Gn 18.33; Êx 25.22; 31.18),
ações de graças, feito de modo belo por Miriã (Êx 15.20,21), Débora (Jz 5) e Davi
(2 Sm 23.1-7).
╸ No Novo Testamento, Paulo exortou os cristãos a fazerem sempre esse tipo de
oração (Fp 4.6; Cl 4.2; Ef 5.20).
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. Filipenses 4:6
╸ Pelo exposto, e em primeiro lugar, o que deve marcar prioritariamente nossas
orações é a busca da glorificação do Pai (Mt 6.9).

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1. A natureza da oração
╸ Mas também devemos pedir, suplicar e perseverar em nosso pedido, como Daniel
(Dn 6.10) e a mulher siro-fenícia fizeram (Mt 15.21-28).
╸ Há resposta de Deus para quem o busca incessantemente (Lc 18.1-8), conforme o
apóstolo Paulo nos incentiva a fazer (Ef 6.18; 1 Tm 2.1,2).
╸ Finalmente, podemos ainda pontuar a oração intercessória com o exemplo de
Samuel (1 Sm 12.23), bem como o da Igreja Primitiva (At 12.5).

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2. Como os homens de Deus viam a oração?
╸ A Bíblia nos incentiva a orar porque há poder nesse maravilhoso recurso espiritual,
o qual não podemos desprezar.
╸ Logo que lemos a Bíblia, percebemos que a oração é apresentada como uma
ordem (Lc 18.1; 1 Ts 5.17; 1 Tm 2.8).
╸ No Antigo Testamento, por exemplo, Esdras via a oração como um recurso mais
poderoso que o exército do rei Artaxerxes (Ed 8.21-23).
Então apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de
nosso Deus, para lhe pedirmos caminho seguro para nós, para nossos filhos e para todos
os nossos bens. Esdras 8:21

╸ No Novo Testamento, o Senhor Jesus tinha a oração como tão necessária quanto o
sono e o alimento (Mt 4.2; Lc 6.12; Mc 1.35); e os apóstolos também
perseveravam em oração (At 6.4).

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3. A maneira de orar
╸ A Bíblia nos ensina que a oração tem um interlocutor direto: “Portanto, vós orareis
assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt 6.9).
╸ Por isso, não podemos orar de qualquer maneira. É preciso ter a mesma atitude dos
discípulos a respeito da forma de orar: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11.1).
╸ E a Palavra de Deus nos ensina a respeito da maneira de orar:
a) A quem a oração dever ser dirigida? A oração deve ser dirigida a Deus Pai
em nome de seu Filho, Jesus Cristo (Ne 4.9; Jo 16.23,24).

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3. A maneira de orar
b) A postura do corpo na oração. Não há uma exigência específica na Bíblia a
respeito da postura do crente no ato da oração, pois as Escrituras revelam
formas diversas de orar: em pé, deitado, prostrado, assentado, andando, de
joelhos, com as mãos estendidas etc (Is 38.2; 1 Rs 8.54).
c) O horário da oração. Ter um horário regular para falar com Deus é bíblico e
bom (Sl 55.17; Dn 6.10; At 3.1), mas a Bíblia também diz que devemos orar
sempre (Lc 18.1; Ef 6.18).
d) O lugar da oração. Jesus disse que podemos orar secretamente em nosso
aposento (Mt 6.6) ou noutro lugar solitário (Mc 1.35). A ideia é de intimidade,
de momentos a sós com Deus. O apóstolo Paulo diz que podemos orar em todo
lugar (1 Tm 2.8).

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3. A maneira de orar
e) O decoro na oração. O decoro diz respeito à sinceridade, decência e
reverência no ato de orar (At 2.1,2).
f) O estado do coração na oração. Se o coração estiver transformado e cheio da
Palavra de Deus, nossa oração será ouvida (Jo 15.7).

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2.
A ORAÇÃO QUE
JESUS ENSINOU
1. Jesus não condenou a oração em público
╸ No texto bíblico em estudo, o Senhor Jesus não condenou a oração pública, visto
que pelo aspecto bíblico ela é aceitável e recomendada (2 Cr 6.12-42; At 4.24-31).
╸ O que Jesus condena é a oração, quer individual, quer coletiva, dominada pelo
espírito de exibição, ostentação, cuja intenção do “orador” é ser visto e louvado
pelos homens, o que os hipócritas fariseus buscavam (Mt 6.5; Lc 18.9-14).
╸ Um cristão transformado por Jesus anda em sinceridade com Cristo, não busca
glória para si e age com humildade.

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2. Jesus quer que sejamos discretos
╸ As expressões “entra no teu aposento” e “fechando a tua porta” (Mt 6.6) não
significam que devemos ter um quarto só para a oração.
╸ É claro que podemos fazer de algum cômodo de nossa casa um local particular
para falarmos com o Pai. Contudo, no ensino de Cristo em Mateus 6.5,6, sua
ênfase não é o lugar, mas a atitude de quem ora.
╸ Esse lugar secreto traz o sentido de que quem tem a mente e coração
transformados orará a Deus de modo humilde e sincero, sem buscar o aplauso dos
homens. Para o cristão, o lugar secreto é visto como especial a fim de se afastar
do mundo e estar sozinho com Deus. Ele sabe que a sua recompensa não vem de
homens, mas do Pai que está nos céus.

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3. Não useis de vãs repetições nas orações
╸ Quando a oração é balbuciada apenas em palavras vazias perde o foco, que é Deus,
e se firma nas vãs repetições.
╸ Sobre esse assunto, Cristo novamente combate os escribas, os quais faziam longas
orações (Mc 12.40; Lc 20.47).
╸ Não é verdade que o Senhor desprezava longos períodos de oração, pois na Bíblia
encontramos esse tipo de oração (2 Cr 6.14-42; Ne 9; Sl 18); mas o que Ele
contraria aqui é a atitude de alguém achar que quanto mais fizer barulho, Deus lhe
ouvirá.
╸ Esse procedimento era peculiar dos pagãos, como bem se observa no caso dos
profetas de Baal (1 Rs 18.25-29). Ora, na Bíblia encontramos orações curtas feitas
pelos homens de Deus, com verdadeiro sentimento, e que foram respondidas
prontamente, como por exemplo: Salomão (1 Rs 3.6-12); Ezequias (2 Rs 19.14-
20).

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3. Não useis de vãs repetições nas orações
╸ Oração que tem repetição, mas que não envolve futilidade, mecanicismo, tem seu
valor e é aceitável, pois assim Jesus orou (Mt 26.36-46).
╸ Quando entregamos tudo nas mãos de Deus em oração sincera e humilde, Ele
cuida de nós.

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3.
ORAÇÃO E JEJUM
1. Oração e jejum: uma combinação perfeita
╸ Em inúmeras passagens bíblicas podemos notar que a oração e o jejum estão bem
combinados (1 Sm 7.5,6; 2 Cr 20.3,5; Ed 8.21-23; Ne 1.4; 9.1; Lc 2.37; At 13.2,3).
E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a
Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.
Lucas 2:37

╸ Por meio das Escrituras, podemos dizer que a oração e o jejum são vistos como
atos que revelam disciplina, autonegação e humilhação, e mostram também
dependência total de Deus em momentos mais extremos, quando precisamos
buscá-lo para resolver um problema específico ou receber uma determinada
orientação.

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2. O aspecto bíblico sobre o jejum
╸ Na Bíblia, há três eventos que caracterizam a necessidade do jejum: o ato de
humilhar-se, que, por meio da confissão, acontecia por causa da tristeza do pecado
(Dt 9.18; Jn 3.5); o da lamentação, fosse por causa de um mal sofrido, fosse por
alguma praga, uma derrota sofrida em uma batalha ou uma ameaça (Jz 20.26; Ne
1.4; Et 4.3); e o evento espiritual de grande concentração de fiéis, como no caso do
envio de missionários e a escolha de homens para obra (At 13.2,3; 14.23).
E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns
dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. Neemias 1:4
╸ Pela Lei Mosaica havia um jejum anual, no dia da expiação (Lv 16.29-34; Nm
29.7-11; At 27.9).

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2. O aspecto bíblico sobre o jejum
╸ Essa prática se multiplicou em diversas formas: do nascer ao pôr do sol (Jz 20.26);
jejum de sete dias (1 Sm 31.13); de três semanas (Dn 10.3); de quarenta dias (Êx
34.2,28; 1 Rs 19.8); nos meses quinto e sétimo (Zc 7.5).
╸ Diante disso, os judeus decidiram jejuar duas vezes por semana, que se tornou uma
prática degenerada por causa do orgulho, como no caso dos fariseus (Lc 18.12).
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. Lucas
18:12
╸ Entretanto, o Senhor Jesus não estabeleceu dias fixos sobre o jejum. Ele jejuou de
modo espontâneo, tendo como objetivo principal estar mais preparado e sensível à
missão para a qual fora enviado pelo Pai (Mt 4.2), jamais por mera tradição.

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3. O ensino de Jesus sobre o jejum
╸ Segundo o Sermão do Monte, entendemos que a prática do jejum é livre, um ato
voluntário, espontâneo, isso porque deve nascer do desejo genuíno da alma com
motivos especiais, quer seja diante do perigo, quer seja diante da tristeza ou da
tentação (Mt 9.14,15).
╸ No texto de Mateus 6.16-18, o ensino do jejum também é a respeito da humildade
e descrição na prática.
╸ Para jejuar não é preciso desfigurar o rosto e ostentar espiritualidade, pois nosso
Senhor ensina: “unge a cabeça e lava o rosto” (Mt 6.17).
╸ Assim como a oferta e a oração, o jejum não pode ser usado para atrair os olhares
humanos, pois trata-se de uma prática piedosa diante do Pai. Toda prática
verdadeiramente piedosa busca a glória de Deus.

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Conclusão
O cristão que conhece a Palavra de Deus sabe da importância da
oração e do jejum como exercícios espirituais (1 Tm 4.8).
Pela prática de ambos, o crente estará mais sensível ao Espírito
Santo, de modo que sua realização traz constantes benefícios
para a nossa vida espiritual, especialmente diante de um mundo
materialista e utilitarista.

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Próxima Lição:
10 – Nossa
Segurança vem de
Deus

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