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EUCARÍSTICA
Esquema de Adoração Eucarística
Este texto é uma proposta que deve e pode ser adaptado para cada realidade
onde será realizada: cantos, orações, tempos em silêncio etc.
Na realização da Vigília, cumpram-se todas as normas (protocolos)
epidemiológico-sanitárias em vigor.
Tendo em conta a duração da Vigília, o número de participantes, as
possibilidades de organização e outros fatores, a animação da Adoração
Eucarística poderia ser feita por turnos,
Durante a celebração da Vigília não deverão faltar momentos de oração
silenciosa diante do Santíssimo Sacramento.
ESCALA DE UM TURNO
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Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e
foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor
mandou-o chamar e disse: 'Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias,
porque me pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu
companheiro, como eu tive compaixão de ti?'. E o senhor, indignado,
entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim
procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu
irmão de todo o coração».
Fica-se em silêncio.
O Senhor contou esta parábola para nos instruir e, com esta advertência,
quis que nós nos salvássemos. Assim – diz Ele – procederá convosco o vosso
Pai que está no céu, se cada um de vós não perdoar de coração ao seu irmão.
Irmãos, fica claro que esta admoestação é útil e que é preciso obedecer-lhe,
com grande vantagem para a salvação, colocando em prática o que nos é
mandado.
Uma vez que cada homem não está em dívida apenas com Deus, mas
também está em dívida com o seu irmão. Efetivamente haverá alguém que não
esteja em dívida com Deus, a não ser Aquele em Quem não se pode encontrar
pecado algum? Além disso, haverá alguém que não tenha o seu irmão em
dívida consigo mesmo, a não ser aquele contra quem não cometeu culpa
alguma? Será possível encontrar, entre o gênero humano, alguém que não seja
culpado de alguma má ação para com o seu irmão?
Então todo o homem está em dívida, mas, por sua vez, há também alguém
que está em dívida com ele. É por isso que Deus justo te estabeleceu uma norma
em relação a quem te deve, da mesma forma que ele se comportará com quem
lhe deve a ele. Uma vez que há duas obras de misericórdia que nos libertam e
que são enunciadas brevemente pelo próprio Senhor no Evangelho: “Perdoai
[as dívidas] aos outros e também a vós serão perdoadas”; “Dai e dar-se-vos-á”.
“Perdoai [as dívidas] e também a vós serão perdoadas” refere-se ao perdão.
“Dai e dar-se-vos-á” refere-se às obras de beneficência. Quanto ao preceito de
perdoar, também tu queres que te sejam perdoadas as culpas que cometes e tens
alguém a quem podes perdoar. Por outro lado, em relação às obras de
beneficência, se há um mendigo que te pede esmola, afinal também tu és um
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mendigo de Deus. Com efeito, quando rezamos, todos somos mendigos de
Deus; estamos diante da porta de casa do grande pai de família, ou melhor,
prostramo-nos com a cabeça por terra, gememos em súplicas, desejosos de
receber algo; e este algo é o próprio Deus! Que te pede um mendigo? Pão. E tu
que pedes a Deus senão Cristo que diz: Eu sou o pão vivo descido do céu?
Quereis ser perdoados? Perdoai. Perdoai e sereis perdoados. Quereis receber?
Dai e ser-vos-á dado.
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Proclama o: 2Cor 5, 17-21
Leitura orante
Este texto faz parte dos escritos paulinos redigidos entre 54 e 57 d.C.,
provavelmente na Macedónia, dirigidos à Igreja em Corinto, que nesse tempo
enfrentava a ameaça da “divisão”, provocando grande sofrimento ao Apóstolo,
o qual escreveu aos membros desta comunidade, pelo menos em duas ocasiões,
«para conhecerdes o grande amor que vos tenho» (2Cor 2,4), convidando-os a
manter a “comunhão”. Como? Através da “reconciliação”.
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2. Meditatio (Que me diz o texto?)
Este texto assenta no querigma, aquele anúncio que é preciso escutar várias
vezes, porque enche de alegria o coração humano e confere à existência um
sentido novo: Deus amou-nos em Cristo sem o merecermos e, em
consequência disso, somos chamados a corresponder a esse amor que sempre
nos precede e sustenta (cf. Francisco, Mensagem para a Quaresma 2020, 7 de
outubro de 2019, n.2).
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Como afirma São Paulo em 2Cor 5,17, Cristo, a Quem pertencemos pelo
batismo, transformou-nos, pela ação do Espírito Santo, em «novas criaturas»,
ou seja, em “seus irmãos” e “filhos de Deus” seu Pai. Isto deu origem a uma
“nova relação” dos crentes com Deus (com cada uma das Pessoas da Trindade)
e entre nós mesmos. E, bem diferente das repreensões do “filho mais velho” da
parábola, Jesus intervém de forma favorável: «morreu por todos» (2Cor 5,15)
para reconciliar toda a humanidade com Deus – seu e nosso Pai – «não levando
em conta as faltas dos homens» (2Cor 5,19).
Esta ação tem uma dupla consequência. Por um lado, foi confiado à Igreja o
«ministério da reconciliação» (2Cor 5,18), que está exerce através dos
presbíteros, que receberam «o dom do Espírito Santo para o perdão dos
pecados» e são chamados a «acolher os fiéis como o pai na parábola do filho
pródigo», sem fazer «perguntas impertinentes», sendo «sempre e por todo o
lado, em cada situação e apesar de tudo, o sinal do primado da misericórdia»
(Misericordiae Vultus, 17). Por outro lado, a comunidade cristã tem a missão
de proclamar «a palavra da reconciliação» (2Cor 5,19) porque «o perdão das
ofensas torna-se a expressão mais evidente do amor misericordioso e, para nós
cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Muitas vezes, como
parece difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas
nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de lado o
ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para
se viver feliz» (Misericordiae Vultus, 9).
Por isso, deixemo-nos interpelar pelo Apóstolo nesta Quaresma e «em nome de
Cristo, deixemo-nos reconciliar com Deus» (cf. 2Cor 5,20).
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proceder, ao mesmo tempo, desconcertante e dramático. Deus não segue a
lógica humana, mas «em Jesus Cristo, o próprio Deus vai atrás da humanidade
sofredora e transviada. Quando Jesus fala, nas suas parábolas, do pastor que vai
atrás da ovelha perdida, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao
encontro do filho pródigo e o abraça, não se trata apenas de palavras, mas
constituem a explicação do seu próprio ser e agir. Na sua morte de cruz,
cumpre-se aquele virar-se de Deus contra Si próprio, com o qual Ele Se entrega
para levantar o homem e salvá-lo – o amor na sua forma mais radical» (Bento
XVI, Deus caritas est, 12).
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um holocausto, não o aceitareis. Sacrifício agradável a Deus é o espírito
arrependido; não desprezareis, Senhor, um espírito humilhado e contrito.
A iniciativa “24 horas para o Senhor” é um tempo de graça que a Igreja nos
oferece para fazer de novo a experiência do amor misericordioso de Deus
através do Sacramento da Reconciliação, de modo particular quando estamos
conscientes de ter rompido a comunhão com Deus e com os nossos irmãos
devido ao pecado.
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