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PURIFICAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO
E QUANTIFICAÇÃO DOS
METABÓLITOS SECUNDÁRIOS
DA CANNABIS SATIVA L
UNIDADE I
CANNABIS SATIVA L
Elaboração
Renata Monteiro Dantas Ferreira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................4
UNIDADE I
CANNABIS SATIVA L....................................................................................................................7
CAPÍTULO 1
CANNABIS SATIVA: O FITOTERÁPICO.................................................................................... 7
CAPÍTULO 2
FITOQUÍMICA.................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 3
EFEITO COMITIVA............................................................................................................... 19
CAPÍTULO 4
RENDIMENTO E PRODUTIVIDADE DA PLANTA CANNABIS SATIVA L.................................... 26
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................32
INTRODUÇÃO
A Cannabis sativa é uma planta, conhecida e utilizada há milhares de anos. É provável
que o homem primitivo, atraído pelas resinas de seus frutos e sementes, tenha
experimentado e descoberto despretensiosamente seus efeitos psicotrópicos (LOPES;
RIBEIRO, 2007).
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Shennong.
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Introdução
Desde então, essa planta vem sendo utilizada pela humanidade, e Cannabis vem
caminhando junto com a evolução da humanidade, assim como o homem vem
cultivando e selecionando diversas variedades, sendo que cada uma apresenta
características específicas, com genótipos e fenótipos característicos.
Cada paciente responde de forma individualizada ao tratamento, por isso é uma terapia
tão personalizada. Desta forma, existem alguns métodos de extração e purificação que
são indicados para extrair os princípios ativos da planta Cannabis sativa para o uso
terapêutico.
Alguns desses métodos de extração são utilizados mais a nível industrial e outros
mais simples podem ser realizados em casa pelo próprio paciente ou por uma
associação de pacientes para o uso terapêutico. Além disso, outros métodos de
extração podem ser utilizados na culinária.
Alguns métodos de extração e de purificação não são muito indicados para a Produção
do produto derivado de Cannabis sativa, como a extração com butano (BHO) ou com
propano (PHO).
Vamos abordar quais são os métodos de extração mais utilizados e como eles são
realizados, assim como as suas vantagens e desvantagens.
Objetivos
» Apresentar os diferentes métodos de extração.
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CANNABIS SATIVA L UNIDADE I
Objetivo
O objetivo desta unidade é apresentar um pouco dos aspectos das planta, para, no
final do capítulo, você entender um pouco mais sobre a planta e por que ela tem
inúmeras respostas terapêuticas. Além disso, você vai comprender a importância de
se utilizar a planta toda para se obter uma melhor resposta terapêutica, por meio do
efeito comitiva, e os fatores que podem interferir na produtividade e no rendimento do
produto obtido de cada planta.
Capítulo 1
CANNABIS SATIVA: O FITOTERÁPICO
A espécie Cannabis sativa L foi descrita pela primeira vez em 1753, por Carl Linneus.
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Fonte: https://opiliones.fandom.com/wiki/Carl_Linnaeus.
Fonte: https://hempshopper.com/hemp-history/1753-cannabis-is-given-its-botanical-name/.
Jean Batiste Lamarck descobriu outra espécie, e a nomeou de Cannabis indica Lam.
(ANGELES LOPEZ et al., 2014).
Figura 4. Jean-Baptiste_de_Lamarck.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_de_Lamarck.
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Figura 5. Subespécie.
Fonte: https://maconhabrasil.com.br/todos-os-tipos-de-maconha/.
Esta resina produzida nos tricomas, que são apêndices glandulares epidérmicos, é o
fitocomplexo que contém várias substâncias e propriedades terapêuticas. São cerca de
1.500 compostos, sendo cerca de 179 canabinoides diferentes, encontrados até agora,
não apenas THC e CBD, além dos terpenos e flavonoides que interagem entre si.
Figura 6. Tricomas.
Fonte: https://girlsingreen.net/blog/tricomas-o-que-sao.
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efeito colateral, como acontece quando utilizamos extratos ricos em CBD ou CBG
junto com extratos rico em THC que inibem ou reduzem o efeito psicotrópico do THC.
Essa característica não é exclusiva da Canabis, mas dos fitoterápicos em geral, em que
é obtida uma maior ação terapêutica quando utilizamos a planta toda, ao invés de
usar um composto isolado.
Fonte: https://sechat.com.br/breve-historico-da-introducao-da-cannabis-medicinal-no-ocidente/.
Entre 1840 e 1900, já existiam mais de 100 artigos publicados de grande valor
recomendando a cânabis como agente terapêutico.
Em um artigo publicado em 1889, pela revista “The Lancet”, uma das principais
revistas médicas do mundo, delineou-se a aplicação da cânabis para o tratamento de
dependência do ópio. A erva reduziu o desejo do ópio e agiu como antiemético.
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Existem, desde 1889, registros comprovando que a cânabis é uma porta de saída de
outras drogas e não a porta de entrada, como se vem afirmando até os dias de hoje,
e provocando uma guerra não contra as drogas, mas contra o ser humano que utiliza
essas substâncias. A guerra das drogas tem matado e prejudicado o ser humano
muito mais do que o uso de qualquer droga.
Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/o-medico-europeu-que-deu-inicio-a-pesquisa-
com-maconha-ha-mais-de-170-anos,10b486b57bdab2ece0e3fee73d90300copncanyd.html.
Até essa época era amplamente utilizada e comercializada com receita médica.
Na década de 1960, cânabis passou a ser vista preconceituosamente por uma elite
moralista, muitas vezes estimulada pela indústria concorrente do cânhamo (indústria
do petróleo, algodão e farmacêutica).
Em 1961, a ONU declara que drogas são ruins para saúde e bem-estar da humanidade
e que eram necessárias ações coordenadas e universais para reprimir o uso, lançando
a “Guerra às drogas”, mas, na verdade, acaba sendo uma guerra contra o próprio ser
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humano, em que milhares de pessoas morrem, não pelo uso das drogas, e sim pela
guerra as drogas.
Somente em 2019, a OMS solicita que a Cânabis (planta toda e a resina) seja removida
do anexo IV – a categoria mais restritiva da convenção de drogas de 1961. Desde então,
ela foi proibida, porém seu uso terapêutico é indiscutível.
Esse interesse foi renovado da década de 1990 com a descrição dos receptores
endocanabinoides e a identificação de um sistema canabinoide endógeno; o sistema
endocanabinoide (HAZEKAMP et al., 2018). Um ciclo novo e mais consistente do
uso de componentes da cânabis como medicação começa, uma vez que a eficácia
e a segurança do tratamento começaram a se cientificamente comprovadas
(PAMPLONA, 2014).
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Capítulo 2
FITOQUÍMICA
Segundo pesquisa da Dra Marilyn Barrett e sua equipe, eles conseguiram isolar, em
1985, na Universidade de Londres, flavonoides específicos como, a Cannflavin A e B,
comprovando ser 30 vezes mais eficaz que a aspirina (AAS).
Existem mais de 3.000 cepas catalogadas, e cada uma tem uma combinação específica
de canabinoides, terpenos e flavonoides, o que se tem constatado é que cada indivíduo
tem respostas terapêuticas diferentes para o mesmo diagnóstico, mesmo tendo o
mesmo peso, altura, sexo, cada indivíduo responde melhor a determinada cepa e dose.
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UNIDADE i | CANNABIS SATIVA L
Por isso a necessidade de várias cepas, para testar até encontrar aquela que forneça ao
paciente a melhor resposta terapêutica, lembrando que, dentro do nosso organismo,
temos diversos receptores canabinoides, espalhados pelo corpo todo principalmente
no cérebro e intestino.
Por isso a necessidade do cultivo de varios quimiotipos, cada uma com concentrações
de canabinoides, flavonoides e terpenos diferentes, para nas diferentes fases do
tratamento, poder utilizar essas variedades para se obter uma melhor resposta
terapêutica.
Todas as fases da planta são utilizadas tanto in natura, ou seja, quando ela não passou
pelo processo de descarboxilação, que é o processo de aquecimento da planta, nessa
fase encontramos os canabinoides na forma ácida que também possuem efeito
terapêutico, como o THCA, CBDA, CBGA, entre outros, e é a interação entre todos os
compostos que vai potencializar a ação terapêutica.
O THC e o CBD não possuem apenas ação terapêutica, mas sim todos os compostos;
eles apenas são os mais estudados até hoje. A interação entre eles também é
muito importante, por exemplo, quando utilizamos extratos ricos em THC junto
com extratos ricos em CBD ou CBG ou plantas que tenham proporções adequadas
desses canabinoides. Eles inibem ou reduzem o efeito psicotrópico do THC fazendo
que consiga se administrar uma quantidade maior de THC no paciente sem ter o
efeito colateral que seria o efeito psicotrópico, já que estamos buscando um efeito
terapêutico.
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Existem alguns métodos de extração que são indicados para se extrair os princípios
ativos, que pode ser com CO2- supercritical, Soxhlete, gelo Bubble hash, gelo
seco Kief- Drysifting, Rosin ou solvente orgânico. A maior concentração de
princípios ativos está nos tricomas e eles estão presentes em maior concentração
nas inflorescências da planta feminina e nas pequenas folhas superiores, então,
dependendo de quanto resinada se encontra essa planta, vai se determinar o
rendimento, levando em conta que vários fatores podem influenciar nessa produção.
Um deles são as diferentes épocas do ano, quando não temos alto incidência de sol
o ano todo e nas diferentes regiões (TOONEN et al., 2006).
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UNIDADE i | CANNABIS SATIVA L
Para que isso não ocorra e prejudique o tratamento, é necessário ter um cultivo com
quantidade suficiente de plantas para que não falte em nenhuma fase do ano.
Quando o cultivo é coletivo, exige-se um pouco mais de cuidados, já que está sendo
cultivado para diferentes pessoas com diferentes diagnósticos, então, é necessário
profissionais habilitados para isso. Portanto, em produção de longa escala, para que
haja uma padronização e estabilidade no produto final, a presença de um profissional
qualificado para produção desse medicamento pode se diminuir os riscos, conforme
RDC n. 459, do Conselho Federal de Farmácia.
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CANNABIS SATIVA L | UNIDADE i
Então, por que não ser um produto de primeira escolha já que estamos falando
de um fitoterápico com poucos efeitos colaterais e grande resposta terapêutica?
Temos esses dois caminhos a seguir: a cânabis, utilizada como um fitoterápico, com
seus baixos riscos e preço, ou como um produto industrializado bem mais caro,
sintetizando ou isolando canabinoides, não garantindo assim um bom tratamento para
o paciente, desconsiderando o efeito comitivo da planta e o nosso próprio sistema
endocanabinoide e muitas vezes fazendo com que o paciente tenha que abandonar
o tratamento por não ter condições financeiras para custear o tratamento importado.
Em 2017, a Anvisa cria o código DCB (denominação comum Brasileira) e publica na lista
de plantas medicinais- farmacopeia, sendo uma única espécie, a Cannabis sativa L e as
sub –espécies: Cannabis sativa sativa, Cannabis sativa indica, Cannabis sativa ruderalis
e alguns ainda falam da Cannabis sativa afegânista, entre outras.
Alguns autores discordam dessa classificação, pois elas são bem diferentes, tanto
na sua estrutura física, quanto química. Encontramos inúmeras variedades, as quais
são chamadas de híbridas, que são criadas por meio da cruza dessas subspécies. Um
exemplo é a Cannabis Lusus, monstra a Freakshow, desenvolvida pelo criador Cali
Metamorfo, a qual tem uma morfologia única.
Atualmente, existem mais de 3.000 variedades catalogadas pelo mundo e muitas sendo
criadas. Essas variedades são destintas devido ao perfil de compostos que existem em
cada variedade, não só de canabinoides mas dos outros compostos.
Segundo o químico Tcheco Lumír Ondřej Hanuš, a Cannabis sativa L contém cerca
1.500 compostos diferentes, sendo 179 canabinoides, os quais são denominados de
fitocanabinoides, divididos em 11 famílias principais.
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UNIDADE i | CANNABIS SATIVA L
Fonte: https://www.cannabisesaude.com.br/efeito-entourage-cannabis/.
Essa característica não é exclusiva da Cannabis sativa L, mas dos fitoterápicos em geral,
pois são fito complexos que interagem entre si e alcançam uma maior ação terapêutica
quando utiliza a planta toda, ao invés de usar apenas um composto isolado.
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Capítulo 3
EFEITO COMITIVA
Fonte: https://drbanz.com.br/2018/10/25/3-tipos-tricomas-comuns-strain-cannabis/.
Fonte: https://drbanz.com.br/2018/10/25/3-tipos-tricomas-comuns-strain-cannabis /.
E, quando aumentamos ainda mais essa lente, podemos ver inclusive que existe um
tempo de maturação da planta que vemos atraves dos tricomas.
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UNIDADE i | CANNABIS SATIVA L
Fonte: https://greenpower.net.br/blog/o-dia-da-tesourada/.
Fonte: https://pt.cannabis-mag.com/como-usar-a-folha-de-cannabis/.
Estas são folhas de açúcar, que, devido a alta quantidade de tricomas presentes nas
folhas que ficam próxima as infrutescências, elas se assemelham a pontinhos brancos,
lembrando pontos de açúcar, conforme mostra a imagem a seguir.
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CANNABIS SATIVA L | UNIDADE i
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/botanico-flora-flor-plantar-7584663/.
Na imagem anterior, vocês podem ver as duas folhas na mesma planta, para entender
a diferença.
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A Cannabis sativa apresenta um ciclo cultural da germinação até que mature, podendo
variar de (03) três a (10) dez meses, a depender da genética e das condições ambientais.
O ciclo completo pode ser dividido em três fases principais, que é a fase de germinação,
que vai da semente até o aparecimento das primeiras folhas; a fase vegetativa,
– caracterizada pelo desenvolvimento e crescimento do caule e folhas; e a fase
reprodutiva, caracterizada pelo desenvolvimento dos frutos.
Todas as fases da planta são utilizadas, na fase in natura, que é quando ela não passou
pelo processo de descarboxilação, que é o processo de aquecimento da planta se
encontram os canabinoides na forma ácida que também possuem efeito terapêutico,
como o THCA, CBDA, CBGA, entre outros.
Por isso a importância de ter uma quantidade de planta in natura para utilizar para
o tratamento, pois além de terem propriedades terapêuticas, reativam o sistema
endocanabinoide.
Após algum tempo utilizando um mesmo extrato, é preciso ajustar a dose ou até
mesmo incluir outro quimiotipo, por isso a importância de ter plantas com quimiotipos
distintos, e em diferentes fases de maturação, para ter em mãos diferentes extratos
para o ajuste terapêutico.
Quando a planta passa pelo processo de envelhecimento, ela ativa outros canabinoides
como o CBN que também tem efeito terapêutico, por isso é necessário também que
o paciente tenha plantas nas diferentes fases, já que em cada fase se encontram
canabinoides diferentes.
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Fonte: https://cromvallab.com/2021/03/17/vamos-falar-de-analise-cromatografica-de-canabinoides/.
Nesse processo, o ideal é que seja feito de forma bem lenta em temperaturas mais
baixas, para que a descaroxilação tenha melhor resultado.
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UNIDADE i | CANNABIS SATIVA L
Fonte: https://cbdlifeuk.com/cannabinoid-boiling-points/.
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Capítulo 4
RENDIMENTO E PRODUTIVIDADE DA PLANTA
CANNABIS SATIVA L
Já vimos que a maior concentração de princípios ativos da planta está nos tricomas
e eles estão presentes em maior concentração nas infrutescências da planta feminina
e nas pequenas folhas superiores próximas as infrutescências, chamadas de folhas de
açúcar. Portanto, o rendimento, depende da concentração de resina presente na planta,
levando em conta que vários fatores podem influenciar nessa produção.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93leo_de_haxixe.
Fonte: https://aweederia.com/saiba-como-identificar-se-uma-planta-de-maconha-e-macho-ou-femea/.
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A planta macho, além de não ser utilizada para produção de remédio, por conter baixa
concentração de tricomas, ela pode polinizar a planta fêmea, e quando ela é polinizada
ela para de produzir tricomas pois coloca toda a sua energia para a produção de
sementes, por essa razão todo macho é descartado quando se apresenta no cultivo.
Fonte: http://cannabrasil.com.br/fase-de-floracao-na-cannabis/.
Obsereve a imagem a seguir para verificar a diferença entre a planta macho e a planta
fêmea.
Fonte: https://plantarparanaocomprar.blogspot.com/p/a-cannabis-como-quase-toda-as-plantas.html.
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Todas as outras partes da planta, como raiz, caule, galhos e folhas, as quais não contém
concentrações significativas de princípios ativos, não são utilizadas para produção do
remédio.
Fonte: https://www.sanarmed.com/cannabis-medicinal-perspectivas-fisiologicas-e-clinicas-colunistas.
É necessário ter plantas em cada uma das fases de produção: fase de germinação
ou clone, fase vegetativa, fase reprodutiva, secagem, amadurecimento (cura) e a fase
pronta para o consumo.
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Fonte: https://plantandobem.com.br/wp-content/uploads/2017/12/germina%C3%A7%C3%A3o-
300x129.jpg.
Fonte: https://growithjane.com/pt-br/cannabis-planta-vegetativo-estagio/.
Fonte: https://bsfseeds.com/br/estagio-de-floracao-nas-plantas-de-cannabis/.
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Para uma melhor resposta terapêutica, é importante que o paciente tenha a erva em
quantidade suficiente para fazer a extração para produzir o seu remédio, assim como
tenha uma quantidade suficiente de cada quimiotipo em todas as fases, para garantir
que não falte durante todo o tratamento.
Caso ocorra algum problema com o cultivo e ele não consiga fazer novas extrações
correndo o risco de faltar o remédio, causando a recidiva de sintomas e até uma piora
acentuada no caso.
Outro fator importante do autocultivo é que os extratos ricos em THC são mais difíceis
de se encontrar no mercado farmacêutico e de suplemento alimentar, dificultando o
tratamento do paciente.
Além de caro e difícil o acesso a extratos ricos em THC para os pacientes no Brasil,
devido à falta de regulamentação, o paciente ainda se beneficia do efeito comitiva de
quando se utiliza a planta full spectrum, por ter uma maior variedade de canabinoides.
Se for utilizado o método Rosin ou com solvente orgânico, o método de extração com
CO2 consegue um rendimento um pouco maior, porém ele é muito caro, pois necessita
de equipamento especializado.
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REFERÊNCIAS
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