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Fernanda Azevedo Santiago

Julia Galante Christianini


TEMAS ABORDADOS:
DEFINIÇÃO;
HISTÓRICO;
EPIDEMIOGIA;
CANNABIS: FITOCANABINOIDES;
SISTEMA ENDOCANABINOIDE - Neurofarmacologia
CONSEQUÊNCIAS DO USO IMEDIATO E CRÔNICO;
TRANSTORNOS RELACIONADOS À CANNABIS;
APLICAÇÕES DA MACONHA MEDICINAL
DEFINIÇÃO
Maconha. Droga psicoativa produzida a partir da Cannabis
sativa, uma das plantas de cultivo mais antigas do mundo.

Cannabis é um gênero de plantas originárias da Ásia e que, tem


em sua família plantas como a maconha e o cânhamo.

SATIVA INDICA RUDERALIS


HISTÓRICO
Os primeiros registros datam do século VI a.C. Seu uso se difundiu na
Europa e Ásia Oriental no século VIII a.C. Como medicamento, ela era
usada há quase 5 mil anos, na China, e no segundo milênio da era
cristã ela aportou no mundo ocidenta.

Não é uma planta nativa do Brasil. Seu histórico no país tem inicio em
1500 - 1549 – trazida por escravos, denominada como fumo-de-angola,
teve seu uso disseminado entre escravos e índios, que passaram
cultiva-la.

Velas e cordames das embarcações, eram feitas de fibra de cânhamo.


1924: demonização da maconha no Brasil a partir da II Conferência
Internacional do Ópio, em Genebra.

1930: perseguição policial aos usuários de maconha se fez constante e


enérgica
-> Maconha continuou a ser citada nos compêndios médicos e
catálogos de produtos farmacêuticos.

1938: proibição total do plantio, cultura, colheita e exploração por


particulares da maconha, em todo território nacional, em 25/11/1938 pelo
Decreto-Lei nº 891 do Governo Federal.
EPIDEMIOLOGIA - Geral:
A maconha é a droga ilícita mais consumida no mundo, seja como
resina, seja como erva, e o consumo tende a crescer nos países em
desenvolvimento.

Estima-se em 182,5 milhões de usuários no mundo, entre 15 e 64 anos


(WDR, 2016).

África, América do Norte e Oceania são os continentes com maiores


taxas de prevalência.

EPIDEMIOLOGIA - Brasil
Mais de 1,5 milhão de pessoas consomem maconha diariamente.
Da população adulta, 7% (8 milhões) declarou ter experimentado a maconha
alguma vez na vida.
Dos adolescentes, estimado em 14 milhões, cerca de 4,3% (597 mil) já haviam
experimentado a droga.
Mais de 60% dos usuários experimentaram pela primeira vez antes dos 18
anos.
Dentre os usuários regulares, os homens consomem três vezes mais que
as mulheres
Triênio 1997-1999: nº de pessoas internadas por dependência de maconha
não ultrapassou 300 por ano. Em contraste - 119.906 internações no mesmo
triênio por álcool.
SISTEMA ENDOCANABINOIDE:
COMPOSIÇÃO DA CANNABIS:
-> Possuí aproximadamente 480 substâncias químicas diferentes,
agrupadas em 18 classes químicas;

-> Entre as classes, as que mais se destaca são os Terpefenois,


onde são encontrados 60 Canabinóides (substâncias que ativam os
receptores Canabinóides)

-> Os principais Canabinóides (FITOCANABINOIDES) são: Canabidiol


(CBD), Δ 9 -tetra-hidrocanabinol (THC) e Canabinol (CBN)
CANNABIS: os fitocanabinoides
-> São os canabinoides exógenos
SISTEMA
ENDOCANA
BINOIDE
Componentes principais:
Substâncias
endocanabinoides
Receptores
Enzimas responsáveis pela
síntese e degradação dos
endocanabinoides.
SISTEMA ENDOCANABINOIDE
Neurofarmaologia da Cannabis

Substancias endocannabinoides:
Produzidas pelo nosso próprio corpo. Elas receberam este nome, pois sua
estrutura é semelhante à dos canabinoides (extraídos da planta cannabis). Os
endocanabinoides já descobertos e melhor caracterizados são:
anandamida (AEA)
2-arachidonoylglyerol (2-AG)
São produzidos naturalmente por demanda
do corpo
SISTEMA ENDOCANABINOIDE
Neurofarmaologia da Cannabis

Receptores Endocanabinoides:
Encontrados em todo o nosso corpo.
Ativados quando as substâncias endocanabinoides se ligam a eles.
Dois receptores endocanabinoides principais:
Receptores CB1: e
Receptores CB2:

-> CB3
SISTEMA ENDOCANABINOIDE
Neurofarmaologia da Cannabis

Enzimas:
Após sua função de sinalização, a substância é recaptada por um
transportador para ser degradada por outras enzimas
Neurotransmissores clássicos X endocanabinoides -> Não são
armazenados
Produzidos "sob demanda" por enzimas e liberados dos neurônios
imediatamente
SISTEMA ENDOCANABINOIDE
SISTEMA ENDOCANABINOIDE
Neurofarmaologia da Cannabis
O Sistema endocanabinoide (seus receptores + neuromoduladores
- como a anandamida) auxilima regulando diversos sistemas
neurotransmissores, tais como: dopaminérgico, serotonérgico,
colinérgico, glutamatérgico e gabaérgico
SISTEMA ENDOCANABINOIDE
Farmacocinética da Cannabis
Absorção de THC:
Inalação: 10 a 35%
Ingestão: 5 a 20%

Pico de concentração plasmática:


Inalada: 3 a 10 minutos
Ingestão: 2 a 4 horas, podendo perdurar o efeito até
6 horas;

Distribuição
O THC é altamente solúvel em gorduras -
armazenado nos tecidos gordurosos;
SISTEMA ENDOCANABINOIDE
Farmacocinética da Cannabis
Metabolismo
Hepático, principalmente pelo P450; Devido a sua lenta
elimação, o THC pode ser
Eliminação detectado no sangue
vários dias ou semanas
50% Renal
após o uso (1 semana a
15% fecal.
mais de 3 meses,
dependendo da
Meia-vida: 1,6 a 57 horas. intensidade de uso).
PRINCIPAIS EFEITOS
EXPERIÊNCIA SUBJETIVA:
Sensações de relaxamento e bem-estar
Impressões de consciência sensorial aguçada; desaceleração
temporal; despersonalização e desrealização
TESTES
OBJETIVOS:
TRANSTORNOS DE SAÚDE MENTAL
Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos
-> Dose-dependente (frequência e intensidade)
-> Predisposição genética
-> Idade
-> Excitação aumentada de neurônios dopaminérgicos
SÍNDROME AMOTIVACIONAL:
Estado de apatia generalizada, capacidade reduzida para atenção e
adoção de rotinas, e ainda para a aquisição de novos conhecimentos.
Relacionada ao uso crônico.

Maior suscetibilidade em jovens - fase crítica do desenvolvimento


biopsicossocial; conectividade alterada e diminuição de regiões
cerebrais de funções executivas;

Down-regulation na exposição excessiva dos receptores CB1 -


diminuição do valor motivacional e de recompensa de outros
estímulos antes positivos.

Dependência - sindrome de abstinência


A dependência da maconha é comum.
Devido a dificuldade em quantificar a maconha que atinge a corrente
sanguínea, não há doses de THC especificas que geram dependência.
O risco de dependência aumenta conforme a cronicidade do consumo,
apesar disso, existem usuários que não se tornam dependentes.

Dependência - sindrome de abstinência


Tolerância farmacológica e comportamental à maioria de seus efeitos.
A interrupção abrupta do uso diário ou quase diário da droga
frequentemente resulta em síndrome de abstinência da substância
Apresenta como sintomas: ansiedade, inquietação, irritabilidade, raiva ou
agressividade, humor deprimido, insônia, redução do apetite.
EFEITOS TERAPÊUTICOS DA CANNABIS
Obrigado!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Carlini, Elisaldo AraújoA história da maconha no Brasil. Jornal Brasileiro de Psiquiatria
[online]. 2006, v. 55, n. 4 [Acessado 4 Outubro 2022] , pp. 314-317.

Compêndio Psiquiatria 11º Edição

Foster, B. C., Abramovici, H. & Harris, C. S. (2019). Cannabis and Cannabinoids: kinetics and
interactions. The American Journal Of Medicine

HONÓRIO, Káthia et al. Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa, [s.
l.], 2 abr. 2006.

Manual diagnostico e estatístico de transtorno mental 5ª Edição (DSM-5)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CPsicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais – Paulo Dalgalarrondo 3ª Edição

Ritter, James M. Rang & Dale Farmacologia, (9ª edição). Grupo GEN, 2020.

Rong, C., Lee, Y., Carmona, N. E., Cha, D. S., Ragguett, R-M., Rosenblat, J. D., Mansur, R. B.,
Ho, R. C.& McIntyre, R. S. (2017). Cannabidiol in medical marijuana: research vistas
andpotentialopportunities. PharmacologicalResearch

A tragédia da maconha: causas, consequência e prevenção / Conselho Federal de


Medicina, Comissão para Controle de Drogas Lícitas e Ilícitas. – Brasília: CFM, 2019.

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