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1) A representação gráfica do estagiamento de Tanner para mamas no sexo


feminino encontra-se na Figura 1.

• M1 – mama infantil.

• M2 (8-13 anos) – fase de broto mamário, com elevação da mama e aréola como
pequeno montículo.

• M3 (10-14 anos) – maior aumento da mama, sem separação dos contornos.

• M4 (11-15 anos) – projeção da aréola e das papilas para formar montículo


secundário por cima da mama.

• M5 (13-18 anos) – fase adulta, com saliência somente nas papilas.

Na Figura 2 podemos observar as diversas fases de desenvolvimento puberal,


levando-se em consideração os pêlos pubianos em ambos os sexos e a genitália no
sexo masculino.

• P1 – fase de pré-adolescência (não há pelugem).

• P2 (9-14 anos) – presença de pêlos longos, macios e ligeiramente pigmentados ao


longo dos grandes lábios.
• P3 (10-14,5 anos) – pêlos mais escuros e ásperos sobre o púbis. Figura 1 – Mamas
Figura 2 – Pêlos pubianos nos sexos feminino e masculino • P4 (11-15 anos) –
pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é consideravelmente menor que a do
adulto.

• P5 (12-16,5 anos) – pelugem do tipo adulto, cobrindo todo o púbis e a virilha

5)
As extremidades alargadas abertas das tubas uterinas formam
projeções digitiformes, chamadas de fímbrias. As fímbrias
(Fig. 26.9a) são mantidas próximas ao ovário adjacente por tecido
conectivo, o qual ajuda a assegurar que o ovócito liberado
na superfície do ovário será capturado para dentro da tuba e não
cairá na cavidade abdominal.
A reprodução feminina é um exemplo de processo fisiológico cíclico,
em vez de contínuo. Os ciclos da produção de gametas no
ovário e as interações dos hormônios reprodutivos e as vias de
retroalimentação são parte de um dos sistemas de controle mais
complexos do corpo humano.
A genitália externa feminina é coletivamente conhecida
como vulva ou pudendo. Ela é mostrada na FIGURA 26.9c, do
ponto de vista de um profissional da saúde que está prestes a
realizar um exame ginecológico ou coletar amostras para o teste
de Papanicolau (p. 87).
Lateralmente, estão os lábios maiores do pudendo, dobras
de pele que se originam do mesmo tecido embrionário que o escroto.
Medial e internamente aos lábios maiores, estão os lábios
menores do pudendo, derivados dos tecidos embrionários que,
nos homens, dão origem ao corpo do pênis (ver Fig. 26.2b). O clitóris
é uma pequena saliência de tecido sensorial erétil, situado na
extremidade anterior da vulva, envolto pelos lábios menores e por
uma dobra adicional de tecido equivalente ao prepúcio do pênis.
Nas mulheres, a uretra abre-se para o ambiente externo
entre o clitóris e a vagina, cavidade que recebe o pênis durante
as relações sexuais. Ao nascimento, a abertura externa da vagina
está parcialmente fechada por um anel fino de tecido, chamado de
hímen, ou “virgindade”. O hímen é externo à vagina, e não dentro
dela, de modo que o uso normal de tampões durante a menstruação
não rompe o hímen. Entretanto, ele pode ser estirado durante
atividades normais, como andar de biclicleta e andar a cavalo, e,
dessa forma, não é um indicador preciso da virgindade feminina.
4) Oogenese:
O ovário é uma estrutura elíptica, com cerca de 2 a 4 cm de comprimento
(Fig. 26.9e). Ele possui uma camada externa de tecido
conectivo e uma estrutura de tecido conectivo interior, chamada
de estroma. Grande parte do ovário é constituído por um espesso
córtex externo preenchido por folículos ovarianos em diversos
estágios de desenvolvimento ou de degradação. A pequena medula
central contém nervos e vasos sanguíneos.
O ovário, assim como os testículos, produz gametas e hormônios.
Como mencionado anteriormente, cerca de 7 milhões
de ovogônias no ovário embrionário se desenvolvem, formando
meio milhão de ovócitos primários. Cada ovócito primário
é circundado por uma única camada de precursores das células
da granulosa e envolvido por uma lâmina basal, formando um
folículo primordial (FIG. 26.10). A maior parte dos folículos
primordiais nunca se desenvolverá, degradando-se ao longo dos
anos por um processo semelhante à apoptose, chamado de atresia
(morte celular regulada hormonalmente).
Alguns folículos primordiais se desenvolvem lentamente,
originando folículos primários. O ovócito aumenta, e as células
da granulosa dividem-se, mas permanecem em uma única camada.
Na puberdade, sinais químicos fazem grupos de folículos
primários deixarem o seu estado de repouso e entrarem em um
período de crescimento ativo que pode levar alguns meses. Conforme
os folículos em crescimento aumentam de tamanho, uma
camada de células, conhecida como teca, desenvolve-se na parte
externa da lâmina basal. Neste ponto, os folículos são conhecidos
como pré-antrais ou folículos secundários. Alguns folículos primários
nunca completam a transição para folículos secundários e
são perdidos por atresia.
Conforme os folículos secundários crescem, as células
da granulosa começam a secretar o líquido que se acumula na
cavidade central do folículo, denominada antro. O líquido antral
contém hormônios e enzimas necessários para a ovulação.
Neste ponto, o folículo torna-se um folículo terciário. A partir
do pool de folículos terciários iniciais, somente alguns folículos
sobrevivem até alcançar os estágios finais de crescimento,
e geralmente um único folículo, chamado de folículo dominante,
desenvolve-se-á até o momento em que libera seu ovócito.
O tempo necessário para o crescimento de um folículo secundário
até o folículo terciário dominante é estimado em cerca de
três meses ou mais.
Ciclo menstrual
As mulheres produzem gametas em ciclos mensais (em média
de 28 dias, com variação normal de 24-35 dias). Esses ciclos são
comumente denominados ciclos menstruais, uma vez que apresentam
um período de 3 a 7 dias de sangramento uterino, conhecido
como menstruação. O ciclo menstrual pode ser descrito de
acordo com as mudanças que ocorrem nos folículos ovarianos, o
ciclo ovariano, ou pelas mudanças que ocorrem no revestimento
endometrial do útero, o ciclo uterino.
Observe que o ciclo ovariano é dividido em três fases:

1. Fase folicular. A primeira parte do ciclo ovariano, conhecida


como fase folicular, é um período de crescimento
folicular no ovário. Essa fase é a que tem duração mais
variável, de 10 a 21 dias.

2. Ovulação. Quando um ou mais folículos amadurecem, o


ovário libera o(s) ovócito(s) durante a ovulação.

3. Fase lútea. A fase do ciclo ovariano que segue a ovulação


é conhecida como pós-ovulatória ou fase lútea. O segundo
nome tem origem na transformação do folículo rompido
em um corpo lúteo, assim denominado devido ao pigmento
amarelo e aos depósitos de lipídeos. O corpo lúteo
secreta hormônios que continuam a preparação para a
gestação. Se a gestação não ocorre, o corpo lúteo para de
funcionar após cerca de duas semanas, e o ciclo ovariano é
reiniciado.

O revestimento endometrial do útero também segue um


ciclo – o ciclo uterino – regulado por hormônios ovarianos:

1. Menstruação. O começo da fase folicular no ovário corresponde


ao sangramento menstrual do útero.

2. Fase proliferativa. A parte final da fase folicular do ovário


corresponde à fase proliferativa no útero, durante a qual o
endométrio produz uma nova camada de células em antecipação
à gestação.

3. Fase secretora. Após a ovulação, os hormônios liberados


pelo corpo lúteo convertem o endométrio espessado em
uma estrutura secretora. Assim, a fase lútea do ciclo ovariano
corresponde à fase secretora do ciclo uterino. Se não
ocorrer gravidez, as camadas superficiais do endométrio
secretor são perdidas durante a menstruação, quando o ciclo
uterino inicia novamente.
O controle hormonal do ciclo menstrual
Os ciclos ovariano e uterino estão sob o controle primário de
vários hormônios:
_ GnRH do hipotálamo.
_ FSH e LH da adeno-hipófise.
_ Estrogênio, progesterona, inibina e AMH do ovário.
Durante a fase folicular do ciclo, o estrogênio é o hormônio
esteroide dominante (Fig. 26.11). A ovulação é desencadeada
pelo pico de LH e de FSH. Na fase lútea, a progesterona é dominante,
embora o estrogênio ainda esteja presente.
O hormônio anti-mülleriano (AMH) foi inicialmente conhecido
pelo seu papel no desenvolvimento masculino, porém os
cientistas descobriram que o AMH também é produzido pelos
folículos ovarianos na primeira parte do ciclo ovariano. O AMH
aparentemente atua como um regulador para evitar que muitos
folículos ovarianos se desenvolvam ao mesmo tempo.
Agora, examinaremos o ciclo ovariano em detalhes.

Fase folicular inicial O primeiro dia da menstruação é o


dia 1 do ciclo. Este ponto foi escolhido como o início do ciclo
porque o sangramento menstrual é um sinal físico facilmente
observável. Pouco antes do início de cada ciclo, a secreção de gonadotrofinas
pela adeno-hipófise aumenta. Sob a influência do
FSH, um grupo de folículos ovarianos terciários começa a crescer
(Fig. 26.10 e segunda linha da Fig. 26.11).
Conforme os folículos crescem, as suas células da granulosa
(sob a influência do FSH) e suas células da teca (sob a
influência do LH) começam a produzir hormônios esteroides (FIG. 26.12a).
As células da granulosa também começam a secretar
AMH. Esse AMH diminui a sensibilidade do folículo ao
FSH, o que aparentemente impede o recrutamento de folículos primários
adicionais após um grupo ter iniciado o desenvolvimento.
Os médicos, atualmente, usam os níveis sanguíneos de
AMH como indicador de quantos folículos estão em desenvolvimento
inicial em um ciclo e como um marcador para uma condição
chamada de síndrome dos ovários policísticos (SOP), em que os
folículos ovarianos formam cistos cheios de líquido.
As células da teca sintetizam androgênios que se difundem
para as células vizinhas da granulosa, onde a aromatase os
converte em estrogênios (Fig. 26.12a). Gradualmente, os níveis
crescentes de estrogênio na circulação têm diversos efeitos. Os estrogênios
exercem retroalimentação negativa na secreção de FSH
e de LH pela adeno-hipófise, o que impede o desenvolvimento adicional de
folículos no mesmo ciclo. Ao mesmo tempo, o
estrogênio estimula a produção de mais estrogênio pelas células
da granulosa. Esta alça de retroalimentação positiva permite
que os folículos continuem sua produção de estrogênio mesmo
que os níveis de FSH e de LH diminuam.
No útero, a menstruação termina durante a fase folicular
inicial (Fig. 26.11). Sob a influência do estrogênio proveniente
dos folículos que estão se desenvolvendo, o endométrio começa
a crescer, ou proliferar. Este período é caracterizado por aumento
no número de células e aumento do suprimento sanguíneo para
levar nutrientes e oxigênio para o endométrio espessado. O estrogênio
também estimula as glândulas mucosas do colo do útero
a produzirem um muco claro e aquoso.
Fase folicular tardia Conforme a fase folicular se aproxima do
final, a secreção de estrogênio ovariano atinge o seu ponto máximo
(Fig. 26.12b). Neste ponto do ciclo, somente um folículo ainda
está se desenvolvendo. Assim que a fase folicular está completa,
as células da granulosa do folículo dominante começam a secretar
inibina e progesterona, além do estrogênio. O estrogênio, que até então tinha
exercido um efeito de retroalimentação negativa sobre
a secreção de GnRH na fase folicular inicial, muda para uma retroalimentação
positiva, levando ao pico pré-ovulatório de GnRH.
Imediatamente antes da ovulação, os níveis persistentemente
altos de estrogênio, auxiliados pelos níveis crescentes de
progesterona, aumentam a responsividade da adeno-hipófise ao
GnRH. Como resultado, a secreção de LH aumenta significativamente,
um fenômeno conhecido como pico de LH. O FSH
também aumenta, mas em menor grau, presumivelmente por estar
sendo suprimido pela inibina e pelo estrogênio.
O pico de LH é parte essencial da ovulação, pois ele desencadeia
a secreção de inúmeros sinais químicos necessários para os passos
finais da maturação do ovócito. A meiose é retomada no folículo
em desenvolvimento com a primeira divisão meiótica. Esta etapa
divide o ovócito primário em ovócito secundário (2n DNA) e em
um primeiro corpúsculo polar (2n), que se degenera (Fig. 26.5). Enquanto
essa divisão ocorre, o líquido antral acumula-se, e o folículo
cresce, atingindo seu maior tamanho, preparando-se para liberar o
ovócito.
Os altos níveis de estrogênio na fase folicular tardia preparam
o útero para uma possível gestação. O endométrio cresce até
uma espessura de 3 a 4 mm (Fig. 26.11). Imediatamente antes da
ovulação, as glândulas cervicais produzem grandes quantidades
de muco fino e filante (elástico) para facilitar a entrada do espermatozoide.
A cena está preparada para a ovulação.

Ovulação
Cerca de 16 a 24 horas após o pico de LH, a ovulação
ocorre (Fig. 26.11). O folículo maduro secreta prostaglandinas
e enzimas proteolíticas, como metaloproteinases de matriz
(MMPs) (p. 74) que dissolvem o colágeno e outros componentes
do tecido conectivo que mantêm as células foliculares unidas.
As prostaglandinas podem contribuir para a ruptura da parede
folicular em seu ponto mais fraco. O líquido antral jorra do ovário
junto com o ovócito, o qual é circundado por duas ou três camadas de células da
granulosa.
O óvocito é arrastado para dentro
da tuba uterina para ser fertilizado ou para morrer.

Fase lútea inicial Após a ovulação, as células foliculares da


teca migram para o espaço antral, misturando-se com as células
da granulosa e preenchendo a cavidade. Ambos os tipos celulares,
então, transformam-se em células lúteas do corpo lúteo. Esse processo,
conhecido como luteinização, envolve mudanças bioquímicas
e morfológicas. As células lúteas recém-formadas acumulam
gotículas de lipídeos e grânulos de glicogênio em seu citoplasma
e começam a secretar hormônios. Conforme a fase lútea progride,
o corpo lúteo produz continuamente quantidades crescentes
de progesterona, estrogênio e inibina.
A progesterona é o hormônio dominante na fase lútea.
A síntese de estrogênio diminui inicialmente e depois aumenta.
Entretanto, os níveis de estrogênio nunca atingem o pico observado
antes da ovulação.
A combinação de estrogênio e progesterona exerce retroalimentação
negativa sobre o hipotálamo e a adeno-hipófise
(Fig. 26.12c). A secreção de gonadotrofinas, adicionalmente inibidas
pela produção de inibina lútea, permanece baixa ao longo
da maior parte da fase lútea.
Sob influência da progesterona, o endométrio continua
sua preparação para a gestação e se torna uma estrutura secretora.
As glândulas endometriais enrolam-se e crescem vasos sanguíneos
adicionais na camada de tecido conectivo. As células endometriais
depositam lipídeos e glicogênio no seu citoplasma. Esses depósitos
fornecerão a nutrição para o embrião em desenvolvimento enquanto
a placenta, a conexão materno-fetal, está se desenvolvendo.
A progesterona também causa o espessamento do muco
cervical. O muco mais espesso cria um tampão que bloqueia a
abertura do colo uterino, impedindo que bactérias e espermatozoides
entrem no útero.
Um efeito interessante da progesterona é a sua capacidade
termogênica. Durante a fase lútea de um ciclo ovulatório, a temperatura
corporal basal da mulher, medida logo que ela acordar
pela manhã e antes de sair da cama, aumenta cerca de 0,3 a 0,5°C
e permanece elevada até a menstruação. Como essa mudança no
ponto de ajuste da temperatura ocorre após a ovulação, ela não
pode ser usada para prever efetivamente a ovulação. Todavia, é
uma maneira simples de verificar se a mulher está tendo ciclos
ovulatórios ou ciclos anovulatórios (sem ovulação).
Fase lútea tardia e menstruação O corpo lúteo tem uma
duração intrínseca de aproximadamente 12 dias. Se a gestação
não ocorrer, o corpo lúteo sofre apoptose espontânea. Conforme
as células lúteas degeneram, a produção de progesterona e de estrogênio
diminui (Fig. 26.12d). Essa queda retira o sinal de retroalimentação
negativa sobre a hipófise e o hipotálamo, e, assim, a
secreção de FSH e de LH aumenta. Os remanescentes do corpo
lúteo formam uma estrutura inativa, chamada de corpo albicante.
A manutenção de um endométrio secretor depende da
presença de progesterona. Quando o corpo lúteo degenera e a
produção hormonal diminui, os vasos sanguíneos da camada
superficial do endométrio contraem. Sem oxigênio e nutrientes,
as células superficiais morrem. Cerca de dois dias após o
corpo lúteo parar de funcionar, ou 14 dias após a ovulação,
o endométrio começa a descamar a sua camada superficial, e a
menstruação inicia.
A quantidade total de menstruação liberada do útero é de
aproximadamente 40 mL de sangue e 35 mL de líquido seroso
e restos celulares. Em geral, existem poucos coágulos no fluxo
menstrual devido à presença de plasmina (p. 528), que degrada
os coágulos. A menstruação continua por 3 a 7 dias, já na fase
folicular do próximo ciclo ovulatório.

2) Métodos contraceptivos
Uma desvantagem do ato sexual realizado pelo prazer, em vez
de para a reprodução, é a possibilidade de uma gravidez não
planejada. Em média, 85% das mulheres jovens que têm relações
sexuais sem fazer qualquer tipo de controle de natalidade
ficarão grávidas dentro de um ano. Muitas mulheres, porém,
ficam grávidas após um único encontro sexual sem proteção.
Casais que querem evitar a gravidez indesejada geralmente
usam algum tipo de controle de natalidade ou contracepção.
As práticas contraceptivas podem ser incluídas em diversos
grupos. A abstinência, a abstenção total de relações
sexuais, é o método mais seguro de evitar a gestação (e as doenças
sexualmente transmissíveis). Alguns casais praticam a abstinência
somente durante os períodos em que a fertilidade está
aumentada, calculados pela utilização de métodos de controle de
natalidade baseados na conscientização da fertilidade.**
A esterilização é o método contraceptivo mais eficaz
para pessoas sexualmente ativas, porém é um procedimento
cirúrgico e não é facilmente revertido. A esterilização feminina
é chamada de ligação tubária.*** Ela consiste na ligação e
secção das tubas uterinas. Uma mulher com uma ligação tubária
ainda ovula, mas os ovócitos permanecem no abdome.
A esterilização masculina é a vasectomia, em que os ductos
deferentes são ligados e seccionados ou clampeados. Os espermatozoides
ainda são produzidos nos túbulos seminíferos, mas, como
não podem sair do trato genital, são reabsorvidos.
Os métodos de intervenção da contracepção incluem:
(1) métodos de barreira, que impedem a união do espermatozoide
com o ovócito; (2) métodos que impedem a implantação do
ovócito fertilizado; e (3) tratamentos hormonais que diminuem
ou interrompem a produção de gametas. A eficácia da intervenção
contraceptiva depende em parte de quão constante e corretamente
ela é usada (TAB. 26.1).

Métodos de barreira Os métodos contraceptivos com base


em barreiras químicas ou físicas estão entre os métodos de controle
de natalidade mais facilmente lembrados. Após ter sido feita
a associação entre a gestação e o esperma, foram inventadas
diversas barreiras físicas e espermicidas para matar os espermatozoides.
Um papiro do Egito antigo, com a primeira referência conhecida
ao controle de natalidade, descreve o uso de uma barreira
vaginal feita com folhas, penas, figos e alume,* misturados com
esterco de crocodilo e de elefante. Esponjas marinhas embebidas
em vinagre e discos de seda com óleo também foram utilizados
em um momento ou outro. Nos séculos subsequentes, as mulheres
usaram alho, terebintina e pétalas de rosa para lavar a vagina
após o coito. Como você pode imaginar, muitos desses métodos
também causaram infecções vaginais ou uterinas.
Versões modernas de barreiras femininas incluem o diafragma,
introduzido nos Estados Unidos em 1916. Esta membrana
de borracha em forma de cúpula e uma versão menor,
denominada capuz cervical, são geralmente preenchidos com
creme espermicida e depois inseridos no topo da vagina para
cobrir o colo do útero. Uma vantagem do diafragma é que ele
não é hormonal. Quando usado de forma apropriada e regularmente,
o diafragma é bastante eficaz (97-99%). Entretanto, ele
nem sempre é utilizado, uma vez que deve ser inserido perto do
momento do intercurso e, consequentemente, 20% das mulheres
que dependem do diafragma para a contracepção engravidam no
primeiro ano de uso. Outra barreira contraceptiva feminina é a
esponja contraceptiva, que contém um espermicida químico.
A barreira contraceptiva do homem é o preservativo, uma
capa que se encaixa sobre o pênis e coleta o sêmen ejaculado.
Os homens usaram preservativos feitos de bexigas e intestinos
de animais durante séculos. Os preservativos perderam popularidade
quando os contraceptivos orais tiveram seu uso ampliado
nas décadas de 1960 e 1970, mas recentemente eles voltaram a
ser utilizados por combinar proteção contraceptiva com proteção
contra muitas doenças sexualmente transmissíveis. Entretanto,
preservativos de látex podem causar reações alérgicas, e existem
evidências de que o HIV pode passar através dos poros de alguns
preservativos que são hoje produzidos. Uma versão feminina do
preservativo também está disponível comercialmente. Ela recobre
o colo do útero e reveste completamente a vagina, fornecendo
mais proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis.

Prevenção da implantação Alguns métodos contraceptivos


não impedem a fertilização, mas impedem que o ovócito
fertilizado se implante no endométrio. Eles incluem tanto os
dispositivos intrauterinos (DIUs) quanto o uso de compostos
químicos que mudam as propriedades do endométrio. Os DIUs
são dispositivos de plástico envolto em cobre que são inseridos
dentro da cavidade uterina, onde matam os espermatozoides e
criam uma leve reação inflamatória que impede a implantação.
Eles têm baixas taxas de falha (0,5% ao ano), mas os efeitos colaterais
variam desde dor e sangramento até infertilidade causada
por doença inflamatória pélvica e bloqueio das tubas uterinas.
Alguns DIUs contêm hormônios semelhantes à progesterona.

Tratamentos hormonais Técnicas que diminuem a produção


de gametas dependem da alteração do ambiente hormonal
do corpo. Nos séculos passados, as mulheres ingeriam ou bebiam
misturas de várias plantas para obter contracepção. Algumas
dessas substâncias realmente funcionavam porque as plantas
continham compostos semelhantes ao estrogênio. A farmacologia
moderna tem aprimorado este método, e hoje as mulheres
podem escolher entre pílulas contraceptivas orais, injeções que
duram meses ou anel vaginal contraceptivo.

Os contraceptivos orais, também chamados de pílulas


de controle da natalidade, tornaram-se disponíveis pela primeira
vez em 1960. Eles baseiam-se em várias combinações de estrogênio
e progesterona, que inibem a secreção de gonadotrofinas
pela hipófise. Sem níveis adequados de FSH e de LH, a ovulação
é suprimida. Além disso, a progesterona presente nas pílulas
contraceptivas torna o muco cervical espesso e ajuda a impedir a
penetração dos espermatozoides. Estes métodos hormonais de
contracepção são muito eficazes quando usados corretamente,
mas também trazem alguns riscos, como o aumento na incidência
de formação de coágulos sanguíneos (trombos) e de acidente
vascular encefálico (principalmente em mulheres fumantes).
O desenvolvimento de um contraceptivo hormonal masculino
tem sido lento devido aos efeitos colaterais indesejáveis.

7) HORMÔNIO DO CRESCIMENTO
O crescimento em seres humanos é um processo contínuo que
inicia antes do nascimento. Entretanto, a taxa de crescimento em
crianças não é estável. Os dois primeiros anos de vida e a adolescência
são marcados por picos de crescimento e desenvolvimento
rápidos. O crescimento normal é um processo complexo que depende
de inúmeros fatores:

1. Hormônio do crescimento e outros hormônios. Sem


quantidades adequadas de hormônio do crescimento, as
crianças simplesmente deixam de crescer. Os hormônios
da tireoide, a insulina e os hormônios sexuais na puberdade
também desempenham papéis diretos e permissivos.
Uma deficiência em qualquer desses hormônios leva ao
crescimento e ao desenvolvimento anormais.

2. Uma dieta adequada que inclua proteínas, energia (ingestão


calórica) suficiente, vitaminas e minerais. Muitos aminoácidos
podem ser produzidos no corpo a partir de outros
precursores, porém os aminoácidos essenciais devem vir de
fontes alimentares. Entre os minerais, o cálcio, em particular,
é necessário para a formação adequada dos ossos.

3. Ausência de estresse crônico. O cortisol proveniente do


córtex da glândula suprarrenal é liberado nos períodos de estresse e tem
significativos efeitos catabólicos que inibem
o crescimento. As crianças que estão sujeitas a ambientes
estressantes podem apresentar uma condição conhecida
como falha no crescimento,* que é marcada pelo crescimento
anormalmente lento.
4. Genética. O tamanho adulto potencial de cada pessoa é
determinado geneticamente na concepção.

O hormônio do crescimento é anabólico


O hormônio do crescimento (GH, do inglês, growth hormone, ou
somatotrofina [p. 213]) é liberado por toda a vida, embora o seu
maior papel seja na infância. O pico de secreção do GH ocorre
durante a adolescência. O estímulo para a liberação do hormônio
do crescimento é complexo e não está completamente esclarecido,
mas inclui nutrientes circulantes, estresse e outros hormônios
que interagem com o seu ritmo diário de secreção (FIG. 23.8).
Os estímulos para a secreção de GH são integrados no
hipotálamo, o qual secreta dois neuropeptídeos no sistema porta
hipotalâmico-hipófisário: hormônio liberador do hormônio do crescimento
(GHRH, do inglês, growth hormone-releasing
hormone) e hormônio inibidor do hormônio do crescimento, mais
conhecido como somatostatina (SS). Os pulsos do GHRH proveniente
do hipotálamo estimulam a liberação de GH. Em adultos,
o maior pulso de liberação do GH ocorre nas duas primeiras
horas do sono. Especula-se que o GHRH tenha propriedades
indutoras do sono, porém o papel do GH nos ciclos do sono não
está claro.

O GH é secretado por células da adeno-hipófise. Ele é


um hormônio peptídico típico na maioria dos aspectos, exceto
que aproximadamente metade do GH no sangue está ligado à
proteína ligadora do hormônio do crescimento plasmática.
A ligação com as proteínas protege o GH plasmático de ser filtrado
para a urina e estende a sua meia-vida por mais 12 minutos.
Os pesquisadores têm sugerido que a concentração das
proteínas ligadoras é determinada geneticamente e exerce um
papel na determinação da estatura do adulto.

Os tecidos-alvo para o GH incluem tanto células endócrinas


como não endócrinas. O GH atua como um hormônio
trófico para estimular a secreção de fatores de crescimento
semelhantes à insulina (IGFs, do inglês, insulin-like growth
factors) (primeiramente chamados de somatomedinas) pelo fígado
e por outros tecidos. Os IGFs têm um efeito de retroalimentação
negativa na secreção do hormônio do crescimento, atuando na
adeno-hipófise e no hipotálamo. Os IGFs atuam em conjunto
com o hormônio do crescimento para estimular o crescimento
dos ossos e dos tecidos moles (Fig. 23.8).

Metabolicamente, o hormônio do crescimento e os IGFs


são anabólicos para as proteínas e promovem a síntese proteica,
uma parte essencial do crescimento dos tecidos. O hormônio do
crescimento também atua com os IGFs para estimular o crescimento
ósseo. Os IGFs são responsáveis pelo crescimento das
cartilagens. O GH aumenta as concentrações plasmáticas de ácidos
graxos e de glicose por promover a degradação dos lipídeos e
a produção de glicose hepática.

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