&RUGLDYHUEHQDFHD'&

MONOGRAFIA / MONOGRAPHY
0RQRJUD¿D0RQRJUDSK\ Boraginaceae

Cordia verbenacea DC
Boraginaceae

*Benjamin Gilbert; Rita Favoreto

Laboratório de Química de Produtos Naturais, Instituto de Tecnologia em

)iUPDFRV)DUPDQJXLQKRV),2&58=5XD6L]HQDQGR1DEXFR
0DQJXLQKRV&(35LRGH-DQHLUR5-±%UDVLO

*Correspondência:HPDLOJLOEHUW#IDU¿RFUX]EU

Palavras chave:
Cordia verbenaceaHUYDEDOHHLUDSODQWDPHGLFLQDOIDUPDFRORJLDKXPXOHQRWUDQVFDULR¿OHQR

Keywords:
Cordia verbenacea. erva-baleeira, medicinal plant, pharmacology, -humulene, trans-caryophyllene.

Resumo
As partes aéreas de Cordia verbenaceaVmRXVDGDVWUDGLFLRQDOPHQWHFRPRXPDQWLLQÀDPDWyULR$EDVHFLHQWt¿FD
GHVWHXVRpGHVFULWDHPWHUPRVGHERWkQLFDIDUPDFRJQRVLDIDUPDFRORJLDHWR[LFRORJLDYLVDQGRRGHVHQYROYL-
PHQWRGHXPPHGLFDPHQWR¿WRWHUiSLFR

Abstract
The green parts of Cordia verbenaceaeDUHWUDGLWLRQDOO\XVHGDVDQDQWLLQÀDPPDWRU\GUXJ7KHVFLHQWL¿FEDVLV
for this use are described in terms of botany, pharmacognosy, pharmacology and toxicology with a view to the
development of a phytotherapy drug.

'H¿QLomRGDGURJDYHJHWDO

+iWUrVGHULYDGRVGDSODQWDHPXVRPHGLFLQDOIROKDVKDVWHVHUDt]HV2yOHRHVVHQFLDOGDVIROKDVpRSUHIHULGR
para produção industrial.

Sinonímia

Cordia salicina DC, Cordia curassavica Jacq. (veja abaixo), Cordia cylindristachya 5XL] 3DY 5RHP 6FKXOW
Lithocardium fresenii .XQW]H Lithocardium salicinum .XQW]H Lithocardium verbenaceum .XQW]H /RUHQ]L H
Matos, 2002).

Nomes comuns

Baleeira, erva-baleeira, camarinha, catinga-de-barão, cordia, erva-balieira, balieiracambará, erva-preta,

PDULDPLODJURVD PDULDSUHWD VDOLFLQLD FDWLQJDSUHWD PDULDUH]DGHLUD FDPDUDPRQHLUDGREUHMR /RUHQ]L H
Matos, 2002).

5HYLVWD)LWRV9ROQžMDQHLURPDUoR 17

0RQRJUD¿D0RQRJUDSK\
Variedades e espécies correlatas
Cordia superba Cham., Cordia rufescens$'&Cordia
sellowiana Cham., Cordia myxa L. (Barroso et al.,
&RVWDHWDO Cordia monosperma Jacq.
WHP VLGR XWLOL]DGD HP VXEVWLWXLomR D C. verbenacea,
HPGRHQoDVGDEH[LJDHFRPRDQWLLQÀDPDWyULD 6RX]D
et al., 2004).
História
2VLQGtJHQDVXWLOL]DYDPRH[WUDWREUXWRGDVSDUWHVDp-
reas da Cordia verbenaceaHPSURFHVVRVDQWLLQÀDPD-
tórios por aplicação tópica.
(P  IRL LGHQWL¿FDGD D HVSpFLH Cordia curassa-
vica DOJXPDV FODVVL¿FDo}HV FRQVLGHUDP HVWD SODQWD
como sinonímia a Cordia verbenacea, mas ainda exis-
tem controvérsias porque há diferenças morfológicas
entre elas (Carvalho, 2010).
O gênero CordiapPHQFLRQDGRSRU3LR&RUUrD  
SRU VHU SURGXWRU GH VXEVWkQFLDV HPSUHJDGDV FRPR
medicamentos e por inúmeras espécies apresen-
WDUHP XVRV PHGLFLQDLV ([LVWHP YiULDV SXEOLFDo}HV
FLHQWt¿FDVQDiUHDGHHQVDLRVIDUPDFROyJLFRVHWR[L-
cológicos para Cordia verbenacea'& %DVLOHHWDO
5DSLVDUGDHWDO6HUWLpHWDO
H 2GHVHQYROYLPHQWRLQGXVWULDODSDUWLUGHVWD
SODQWDIRLGHVHQYROYLGRRDQWLLQÀDPDWyULRGHXVRWySL-
FR$FKHÀDQŠ SHOR /DERUDWyULR$FKH TXH FDXVRX XP
impacto importante no cenário da indústria farmacêu-
WLFDEUDVLOHLUD 4XHLUR]HWDO 
'LVWULEXLomRJHRJUi¿FD
O gênero Cordia p GLVWULEXtGR QDV UHJL}HV WURSLFDO H
subtropical do mundo, ocorrendo na Austrália, Nova
Caledônia, América Central, Guiana e no Brasil (Rapi-
VDUGDHWDO 
18
&RUGLDYHUEHQDFHD'&
Boraginaceae
A espécie Cordia verbenacea é nativa do Brasil, en-
contrando-se do Ceará ao Rio Grande do Sul, pre-
ferencialmente na faixa de 500 a 1000m do litoral
sempre acompanhando as áreas abertas da orla do
$WOkQWLFRRQGHpFRQVLGHUDGDSODQWDGDQLQKD
Cultivo e propagação
Propagada usualmente por sementes, pode sofrer
DOWHUDo}HV QR WHRU GR SULQFtSLR DWLYR HP IXQomR GD
YDULDomR JHQpWLFD H[LVWHQWH /DPHLUD HW DO   H
provavelmente por outros fatores.
Descrição da planta
$UEXVWRPXLWRUDPL¿FDGRHUHWRHDURPiWLFRFRPKDV-
WHVFREHUWDVSRUFDVFD¿EURVDHFRPDOWXUDGHP
Folhas simples, alternas, coriáceas, aromáticas, de
FPGHFRPSULPHQWR$VÀRUHVVmRSHTXHQDVEUDQ-
FDVHGLVSRVWDVHPLQÀRUHVFrQFLDVUDFHPRVDVGH
FPGHFRPSULPHQWR /RUHQ]LH0DWRV 2VIUX-
tos quando maduros apresentam a coloração vermelha.
Ventrella e colaboradores (2008) desenvolveram um
estudo morfológico e histoquímico dos tricomas glan-
dulares das folhas de Cordia verbenacea, reconhe-
cendo duas classes, globular e reniforme. Os tricomas
JOREXODUHVFDUDFWHUL]DPVHSHODVHFUHomRGHXPyOHR
essencial terpenóide, enquanto que nos reniformes
ela contém principalmente compostos fenólicos, como
RVÀDYRQyLGHV
Material vegetal usado
Folhas
6RX]D HW DO   WUDEDOKDQGR FRP PDWHULDO GH
Montes Claros - MG, mostraram que o melhor horário
para coleta das folhas para extrair o óleo essencial da
SODQWDpGDVjVKHSRUYROWDGDVKSRLV
nesses horários obteve-se maior produção.
Componentes químicos principais
1DV DQiOLVHV ¿WRTXtPLFDV IRUDP LGHQWL¿FDGRV PRQR-
WHUSHQRV VHVTXLWHUSHQRV WULWHUSHQRV ÀDYRQyLGHV H
ácidos graxos.
trans-FDULR¿OHQR
8PD DQiOLVH GDV IROKDV IUHVFDV GH C. verbenacea
PRVWURXDSUHVHQoDGH YZ GHyOHRHVVHQFLDO
apresentando como maiores constituintes o D-pineno
  WUDQVFDULR¿OHQR   DORDURPDGHQGUHQR
  H DKXPXOHQR   7DPEpP IRUDP REVHU-
5HYLVWD)LWRV9ROQžMDQHLURPDUoR

0RQRJUD¿D0RQRJUDSK\
vados E-felandreno, citronelol acetato, E-elemeno,
E-gurjuneno, biciclogermacreno, G-cadineno, espa-
WXOHQRO H HSR[LFDULR¿OHQR &DUYDOKR -U HW DO  
Em outro trabalho Santos et al. (2006) encontraram
QRyOHRHVVHQFLDOGDVIROKDVPRQRWHUSHQRV  
H VHVTXLWHUSHQRV   HQWUH RV TXDLV D-pine-
QR   ESLQHQR    transFDULR¿OHQR
 HELFLFORJHUPDFUHQR  FRPRFRPSRV-
tos predominantes.
O D-humuleno é um importante constituinte do óleo
da Cordia verbenacea e foi designado como principal
PDUFDGRUTXtPLFRGRPHVPR9D]HWDO  DYD-
OLDUDPRWHRUPtQLPRGHD-humuleno encontra-
do em Cordia verbenacea, planta fresca, em quatro
municípios paulistas. Além do transFDULR¿OHQRIRUDP
LGHQWL¿FDGRV WULWHUSHQRV GR JUXSR GDPDUDQR FRPR D
FRUGLDOLQD$H% 9HOGHHWDO 
Flavonóides
$UWHPHWLQD IRL LGHQWL¿FDGD SRU 6HUWLp HW DO   H
por Bayeux et al. (2002) em Cordia verbenacea. Tam-
EpP Ki RXWURV ÀDYRQyLGHV SUHVHQWHV GHVFULWRV SRU
$PHLUDHWDO 
Ácidos e ésteres
O ácido rosmarínico foi encontrado no extrato hidro-
alcoólico das folhas da espécie descrita (Hage-Melim,
 2iFLGRFDIpLFRHiFLGRVJUD[RVVmRHQFRQWUD-
GRVQRyOHRGDVVHPHQWHV 6HLJOHUHWDO 'RV
iFLGRVJUD[RVVmRGH&LQFRPXPHQWUHWDLV
yOHRV 0LOOHU HW DO   2 PHVPR yOHR FRQWpP R
iFLGRJDPDOLQROrQLFRFRPYDORUHVGHD
(Arrebola et al., 2004).
Notável também neste óleo é a presença de um lipí-
deo cianogenético, que é um diéster graxo de hidroxi-
5HYLVWD)LWRV9ROQžMDQHLURPDUoR
&RUGLDYHUEHQDFHD'&
Boraginaceae
metilacrolein-cianidrina em que as duas hidroxilas são
HVWHUL¿FDGDVFRPiFLGRVJUD[RVSUHGRPLQDQWHPHQWH
& 6HLJOHUHWDO 
Usos medicinais
Usos apoiados em dados clínicos
&RQKHFLGDFRPRHUYDEDOHHLUDHVWDHVSpFLHpXWLOL]DGD
QDPHGLFLQDWUDGLFLRQDOFRPRDQWLLQÀDPDWyULRDQDOJpVLFR
e antiúlcera (Ventrella et al., 2008).
Usos descritos em farmacopéias e sistemas tradi-
cionais de medicina que têm apoio experimental
A Cordia verbenacea é administrada internamente na
forma de chá para artrite, reumatismo e problemas de
FROXQD 6LOYD-UHWDO /RUHQ]LH0DWRV 
descrevem seu emprego em doenças osteoarticula-
res (artrite, gota, dores musculares e da coluna).
O Formulário Nacional Fitoterápico da Farmacopéia
Brasileira (ANVISA, 2011) descreve o uso tópico das
folhas de Cordia verbenacea FRPR DQWLLQÀDPDWyULR
em forma de infuso, como compressa ou em forma
de pomada.
Usos descritos na medicina popular não apoiados
em evidência experimental ou clínica
'LYHUVRV DXWRUHV FLWDP R XVR WUDGLFLRQDO HP SURVWD-
WLWHV QHYUDOJLDV H FRQWXV}HV FRPR W{QLFR H FLFDWUL-
]DQWHLQFOXVLYHHPIHULPHQWRVSURYRFDGRVSRUSHL[HV
WDOYH]HVWDDRULJHPGRQRPHFRPXPRFKiGHVXDV
IROKDVpHPSUHJDGRQDFLFDWUL]DomRGHIHULGDVH[WHU-
QDVH~OFHUDV /RUHQ]LH0DWRV3DQL]]D
9HQWUHOOD HW DO  $NLVXH HW DO   PHQFLR-
nam o chá das folhas como hemostático e no trata-
mento de tumores.
$WLYLGDGHDQWLLQÀDPDWyULD
'XDVPDQHLUDVGHDGPLQLVWUDomRVmRGHVFULWDVWySL-
ca e oral.
)RUDP LQYHVWLJDGRV R HIHLWR DQWLLQÀDPDWyULR H WR[LFL-
dade dos extratos em vários modelos experimentais
HP UDWRV :LVWDU 1R PRGHOR GR HGHPD LQGX]LGR SRU
carregenina foi administrado por via oral o extrato hi-
GURDOFRyOLFRDGDVIROKDVGHCordia verbenacea
QDVGRVDJHQVGHDPJNJRTXDOLQLELXVLJ-
QL¿FDPHQWHRHGHPD(PHQVDLRVVREUHRJUDQXORPD
LQGX]LGRSRUFKDPXVFRVGHDOJRGmRRQGHIRUDPXWLOL-
]DGDV DV GRVDJHQV GLiULDV GH PJNJ GR H[WUDWR
OLR¿OL]DGRDSDUWLUGRSULPHLURGLDGHLPSODQWDomRDWp
o sexto dia. O extrato inibiu a formação de granulo-
mas nos animais tratados. Em testes de medição de
aumento da permeabilidade vascular osanimais rece-


0RQRJUD¿D0RQRJUDSK\
EHUDPRH[WUDWR PJNJ QDGRVHGHPO PJ
kg), tendo como resultado redução da permeabilidade
vascular e resposta para histamina. Foi observada
EDL[DWR[LFLGDGHGRH[WUDWR 6HUWLpHWDO 
Na suposição que o principal componente antiin-
ÀDPDWyULR GDV IROKDV GH & YHUEHQDFHD IRVVH R ÀD-
YRQyLGH DUWHPHWLQD 6HUWLp H FRODERUDGRUHV  
DYDOLDUDPRHIHLWRDQWLLQÀDPDWyULRHDWR[LFLGDGHVXE-
DJXGDGDDUWHPHWLQD1RHQVDLRGRHGHPDLQGX]LGR
por carragenina em ratos Wistar foram administradas
DV GRVHV GH     H PJNJ-1
de artemetina, via oral, onde os níveis de dosagem
maiores inibiram o edema num grau comparável com
R FRQWUROH IHQLOEXWD]RQD GH FiOFLR D PJNJ  8P
efeito semelhante foi observado no ensaio do gra-
QXORPD LQGX]LGR SRU FKDPXVFRV GH DOJRGmR D XPD
GRVHGLiULDGHDUWHPHWLQDGHPJNJ-1. Os resul-
tados dos experimentos com artemetina na dose de
PJNJ-1 H '/ PJNJ-1 não demonstra-
ram sinais farmacotóxicos.
6HUWLp H HTXLSH   DYDOLDUDP D LQLELomR GD LQ-
ÀDPDomR SHOR H[WUDWR HWDQyOLFR D  GDV IROKDV
de C. verbenacea em ratos. Em ensaio de edema
LQGX]LGR SRU QLVWDWLQD QDV SDWDV RV DQLPDLV UHFH-
EHUDPDGRVHGHPJNJGRH[WUDWRSRUYLDRUDO
2VUHVXOWDGRVDSRQWDUDPXPDVLJQL¿FDQWHUHGXomR
HPUHODomRDRJUXSRFRQWUROH$DXVrQFLDGHLQÀD-
mação gástrica distingue o extrato da maioria dos
DQWLLQÀDPDWyULRV VLQWpWLFRV HP XVR 3DVVDQGR j
administração tópica foi examinado o efeito do ex-
WUDWR VREUH HGHPD LQGX]LGR SRU yOHR GH FURWRQ HP
RUHOKDGHFDPXQGRQJRV2HIHLWRGHPJRUHOKD
superou aquele do controle naproxeno um inibidor
GHFLFORR[LJHQDVH2XWUDVREVHUYDo}HVGDLQLELomR
de edema de pata com o extrato hidroalcoólico em
UDWRVWDQWRRUDOHWySLFRFRQ¿UPDUDPHVWHVUHVXO-
tados (Sertié et al., 2005).
5HVXOWDGRV GH DOWD GLVFUHSkQFLD VmR UHJLVWUDGRV SRU
Bayeux et al. (2002) que avaliaram a atividade an-
tiedematogênica do extrato bruto da parte aérea de
C. curassavica HVSpFLH TXH RV DXWRUHV D¿UPDP VHU
sinonímia de C. verbenacea, e de uma fração enri-
quecida de artemetina. No modelo de edema de pata
LQGX]LGRSRUFDUUDJHQLQDHPFDPXQGRQJRVRH[WUDWR
GLFORURPHWkQLFR QDV GRVHV GH  D PJNJ YLD
RUDOPRVWURXDWLYLGDGHDQWLHGHPDWRJrQLFDUHGX]LQGR
RVHGHPDVHHQTXDQWRDIUDomRHQULTXH-
cida por artemetina não mostrou atividade. Assim a
presença de um outro componente com atividade an-
WLLQÀDPDWyULDQDSODQWD¿FRXHYLGHQFLDGD
20
&RUGLDYHUEHQDFHD'&
Boraginaceae
$OpP GD DUWHPHWLQD DWLYD VHJXQGR DV REVHUYDo}HV
do grupo de Sertié, Ticli et al. (2005) demonstraram
DDomRDQWLLQÀDPDWyULDGRIHQLOSURSDQyLGHHGRiFLGR
rosmarínico, e os pesquisadores do grupo de Calix-
WR PRVWURX D LPSRUWkQFLD GR yOHR HVVHQFLDO H HVSH-
FLDOPHQWH R WUDQVFDULR¿OHQR H KXPXOHQR 7UDEDOKRV
VXEVHTHQWHV FRQFHQWUDUDP DWHQomR QHVWHV VHVTXL-
terpenos (Fernandes et al. 2007; Medeiros et al, 2007;
Passos et al. 2007).
Passos e colaboradores (2007) avaliaram a ativida-
GHDQWLLQÀDPDWyULDHDVSURSULHGDGHVDQWLDOpUJLFDVGR
óleo essencial das folhas e de alguns constituintes
ativos presentes no óleo. O tratamento sistêmico com
R yOHR HVVHQFLDO PJNJ YLD RUDO HP UDWRV
H FDPXQGRQJRV  UHGX]LX R HGHPD GH SDWD H RXWURV
HIHLWRV DVVRFLDGRV FRP D LQÀDPDomR LQGX]LGD SRU
carragenina e, em camundongos inibiu a atividade
GHPLHORSHUR[LGDVHEUDGLTXLQLQDVXEVWkQFLD3±XP
neuropeptídeo associado com estresse psicológico, a
histamina e o fator de ativação de plaquetas. Estudos
com os componentes sesquiterpênicos, D-humuleno
H WUDQVFDULR¿OHQR PJNJ YLD RUDO  GHPRQVWUDUDP
TXHQDLQÀDPDomRLQGX]LGDQDSDWDSRUFDUUDJHQLQD
o D-humuleno ocasionava uma redução da produção
do fator de necrose de tumor TNFD, da interleucina IL-
-1E, da prostaglandina PGE2, do óxido nítrico sintase
L126GDFLFORR[LJHQDVH&2;2WUDQVFDULR¿OHQR
também exercia efeitos semelhantes embora não ini-
bisse interleucina IL-1E, e os dois sesquiterpenos se
equivaleram a dexametasona usada como controle
(Fernandes et al., 2007). Os sesquiterpenos não ini-
ELDPDPLJUDomRGHQHXWUy¿ORVSDUDDFDYLGDGHSOHX-
UDOLQGX]LGRSRURYDOEXPLQDXPHIHLWRSRVLWLYRFRP
a dexametasona.
Extendendo os estudos destes dois sesquiterpe-
QRV QD LQÀDPDomR LQGX]LGD SRU OLSRSROLVVDFDUtGHR ±
LPS em pata do rato, foram observados a redução
GD PLJUDomR GH QHXWUy¿ORV H GD DWLYDomR GH 1)NB.
(QWUHWDQWR VRPHQWH KXPXOHQR UHGX]LD DV FLWRFLQDV
SURLQÀDPDWyULDV71) H ,/E, o edema na pata e o
DXPHQWR GD H[SUHVVmR GH UHFHSWRUHV % LQGX]LGRV
por LPS e nenhum dos dois interferiram com as qui-
nases das classes proteína mitógeno ativada - MAP,
H[WUDFHOXODU DWLYDGD  (5. S H F-XQ 1WHUPLQDO ±
JNK (Medeiros et al., 2007).
Continuando o estudo dos sesquiterpenos, Rogério
HWDO  DYDOLDUDPDDWLYLGDGHDQWLLQÀDPDWyULDHP
alergias respiratórias e o efeito de mediador da via
GH UHGXomR GD LQÀDPDomR 1RV H[SHULPHQWRV IRUDP
XWLOL]DGRVFDPXQGRQJRV%$/%&RVTXDLVUHFHEHUDP
5HYLVWD)LWRV9ROQžMDQHLURPDUoR

0RQRJUD¿D0RQRJUDSK\
doses diárias de DKXPXOHQRHWUDQVFDULR¿OHQRQDGR-
sagem de 50mg.kg-1 (de cada dos terpenos), via oral
ou D-humuleno (1mg.ml-1 via aerosol) como dose pre-
ventiva por 22 dias. O D-humuleno se revelou como
RSURGXWRH¿FD]QHVWHPRGHORGHDOHUJLDUHVSLUDWyULD
PXULQD H[LELQGR XPD DomR DQWLLQÀDPDWyULD PDUFDGD
QDVYLDVUHVSLUDWyULDVHUHGX]LQGRRUHFUXWDPHQWRGH
HRVLQy¿ORV2EVHUYRXVHDUHGXomRGHPHGLDGRUHVGD
LQÀDPDomR GD H[SUHVVmR GH PROpFXODV GH DGHVmR
e da ativação de fatores de transcrição [INFJ-, IL-5,
CCL11, (LT)B4 e NF-NB].
Atividade antiúlcerogênica
6HUWLp HW DO   PRVWUDUDP TXH R H[WUDWR HWDQyOL-
FR  GDV IROKDV GH Cordia verbenacea OLR¿OL]DGR
DRQtYHOGHPJNJYLDRUDOHPUDWRVSRVVXtDXP
importante efeito de proteção à mucosa gástrica, re-
GX]LQGR HP  R Q~PHUR GH OHV}HV JiVWULFDV SUR-
GX]LGDVSRUHVWUHVVH5ROGmRHFRODERUDGRUHV  
mostraram que o extrato também protegia o estômago
GHFDPXQGRQJRVFRQWUDOHV}HVLQGX]LGDVSRUHWDQROH
etanol-ácido clorídrico. O grau de proteção alcançado
era o dobro do registrado por Sertié e equipe quando
DVGRVHVXWLOL]DGDVIRUDPGHDYH]HVPDLR-
UHV DPJNJ 2VDXWRUHVDWULEXHPRHIHLWR
como possivelmente associado à ação antioxidante
do extrato.
Atividade analgésica
Em ensaio com o objetivo de avaliar a atividade anal-
JpVLFD GR H[WUDWR HWDQyOLFR D  GDV IROKDV GH C.
verbenacea OLR¿OL]DGR UDWRV IRUDP WUDWDGRV FRP D
GRVDJHPGHRXPJNJ SHVRFRUSRYLDRUDO 
8P GLVFUHWR HIHLWR DQDOJpVLFR IRL REVHUYDGR FRP D
GRVHGHDPJNJ 6HUWLpHWDO 5ROGmRHWDO
 QmRDFKDUDPHIHLWRVDQDOJpVLFRVVLJQL¿FDQWHV
HPFDPXQGRQJRVQDGRVDJHPGHPJNJYLDRUDO
nos modelos de placa quente (56oC), ácido acético
DPJNJLS HWHVWHGHUHWLUDGDGDFDXGDGH
água a 51ºC.
Atividade antiofídica
Seguindo um uso tradicional de C. verbenacea contra
veneno de cobra, foi examinado o efeito do extrato
hidroalcoólico da folhas contra o veneno de jarara-
cussu, Bothrops jararacussu. O extrato inibiu a ação
hemorrágica do veneno bruto. O ácido rosmarínico,
isolado do extrato metanólico das folhas também ini-
biu a hemorragia como também a citotoxicidade e a
miotoxicidade do componente fosfolipásico do veneno
BthTX-I, e em menor grau da outra fosfolipase BthTX-
-II, mas não teve ação sobre o efeito edematogênica
GHVWDVIRVIROLSDVHV6LPXODo}HVGDLQWHUDomRGHiFLGR
5HYLVWD)LWRV9ROQžMDQHLURPDUoR
&RUGLDYHUEHQDFHD'&
Boraginaceae
rosmarínico com as fosfolipases mostraram o encaixe
GDPROpFXODGRiFLGRQHODV +DJH0HOLP7LFOL
et al. 2005).
Atividade antimicrobiana
Carvalho Jr. e equipe (2004) avaliaram a atividade
antimicrobiana do óleo essencial das partes aéreas
e folhas da espécie Cordia verbenacea frente a bac-
térias Gram-positivas e Gram-negativas pelo método
de difusão em ágar. Foram observadas atividades
positivas contra bactérias Gram-positivas (duas espé-
cies de Staphylococcus, uma delas S. aureus±$7&&
5051; duas de Bacillus) e contra fungos (oito espécies
de Candida, uma delas C. albicans, várias cepas, e
uma de Cryptococcus), mas contra apenas um gêne-
ro de Gram-negativas (Protium mirabilis e P. vulgaris),
enquanto os demais gram-negativos (duas espécies
de Enterobacter, Escherichia coli, Klebisiella pneumo-
niae, Pseudomonas aeruginosa, e duas espécies de
Salmonella) foram resistentes.
Atividade esquistossomicida
A atividade de uma fração etanólica de C. verbenacea
SDUWH QmR HVSHFL¿FDGD GD SODQWD  FRQWUD 6chistoso-
ma mansoni foi avaliada in vitro (vermes acasalados
em meio de cultura) e in vivo (camundongos). Os re-
sultados indicam atividade sobre os vermes adultos in
vitro e possivelmente alguma ação in vivo )UH]]DHW
al., 2010).
Farmacocinética
9LVWRTXHDDWLYLGDGHDQWLLQÀDPDWyULDGHC. verbena-
cea foi associada principalmente com D-humuleno,
&KDYHVHWDO  UHDOL]DUDPXPHVWXGRTXDQWLWDWLYR
avaliando a velocidade de absorção e excreção após
administração oral, endovenosa e tópica. A absorção
do humuleno é rápida alcançando a concentração
Pi[LPDQRSODVPDDSyVPLQSRUYLDRUDO PJ
kg) e após 30min quando administrado como óleo
HVVHQFLDOWRWDOGDSODQWD JNJRUDO 2DF~PXORQRV
órgãos como o fígado foi observado e demonstrou-se
que ultrapassa a barreira sangue-cérebro. A aplicação
tópica de fórmulas como o creme ou o spray também
resultou em rápida absorção. Após 4h a redução da
FRQFHQWUDomR GH KXPXOHQR p VLJQL¿FDQWH VHQGR HP
grande parte oxidado a vários epóxidos pelos citocro-
PRV$ELRGLVSRQLELOLGDGHSRUYLDRUDOpGH
Toxicologia
In vivo
Na série de trabalhos sobre a farmacologia de Cordia
verbenacea em animais de laboratório não foram ob-
21

0RQRJUD¿D0RQRJUDSK\
servadas níveis sigQL¿FDQWHVde toxicidade aguda nos
H[WUDWRVRXQDVVXEVWkQFLDVLVRODGDVQHPSRUYLDRUDO
QHP WySLFD 6HUWLp HW DO    H 
%D\HX[ HW DO  %DVLOH HW DO  &DUYDOKR HW
DO  2OLYHLUD HW DO  3DVVRV HW DO 
Roldão et al., 2008). Sertié et al. (2005) mostraram
TXH R H[WUDWR KLGURDOFRyOLFR OLR¿OL]DGR DGPLQLVWUDGR
por via oral a ratos fêmeas ou machos antes do aca-
VDODPHQWRRXQDVIrPHDVGXUDQWHJUDYLGH]QmRDIH-
tou o ciclo das fêmeas nem o desenvolvimento normal
dos fetos, nem a estrutura óssea, maturação sexual
ou fertilidade deles.
Nos estudos de fase I (Calixto e Vergnanini 2000-
  IRUDP FRPSURYDGDV TXH DV FRQFHQWUDo}HV GH
DWpGRyOHRHVVHQFLDOGHIROKDVGHCordia
verbenacea por aplicação tópica são seguras e não
apresentaram qualquer reação alérgica ou irritativa
nos voluntários sadios que participaram do estudo.
Ensaios Clínicos
(PHVWXGRVFOtQLFRVGHIDVH,UHDOL]DGRVSRU &DOL[WRHW
al. 2000 e 2001), fase II e fase III (Refsio et al., 2005)
TXH GHPRQVWUDUDP DomR DQWLLQÀDPDWyULD H H[FHOHQWH
tolerabilidade da Cordia verbenacea na forma de cre-
PHFRQWHQGRGHyOHRHVVHQFLDOSDGURQL]DGRHP
GHD-humuleno, conforme citação na Enciclo-
SpGLD0pGLFDGHVFULWDQDVUHIHUrQFLDVELEOLRJUi¿FDV
Nos estudos de fase II para avaliar o uso da Cordia
verbenacea de aplicação tópica no tratamento da dor
PLRIDVFLDOHGDWHQGLQLWHFU{QLFDUHDOL]DGRFRPSD-
FLHQWHVREVHUYRXVHTXHPDLVGHGRVFDVRVWUD-
tados com CordiaDSUHVHQWDUDPH¿FiFLDFRQVLGHUDGD
ótima ou muito boa, enquanto o mesmo foi observado
HPDSHQDVGRVFDVRVWUDWDGRVFRPGLFORIHQDFR
dietilamônio (emulgel). Já nos estudos de fase III com
268 pacientes, os resultados indicaram que o creme
de Cordia verbenacea IRL H¿FD] QR WUDWDPHQWR GH
tendinite e dor miofascial quando aplicado no local
da lesão a cada 8 horas. A avaliação comparativa do
creme de Cordia verbenacea  FRP GLFORIHQDFR
GLHWLODP{QLR  VRE IRUPD GH HPXOJHO GHPRQVWURX
que CordiaDSUHVHQWDYDH¿FiFLDVHPHOKDQWHDRGRGL-
clofenaco para os casos de tendinite crônica, dor mio-
IDVFLDO H PHVPR TXDQGR FRQVLGHUDGDV DV DIHFo}HV
associadas (Refsio et al., 2005).
Em estudo clínico fase III, aleatório, duplo-cego e
comparativo, com os mesmos produtos nas mesmas
FRQGLo}HV DSOLFDomRWySLFDGHKRUDVGXUDQWHGH]
GLDVHPSDFLHQWHVSRUWDGRUHVGHFRQWXV}HVHOHV}HV
22
&RUGLDYHUEHQDFHD'&
Boraginaceae
traumáticas). Os pacientes foram divididos em 2 gru-
SRVGHHSDFLHQWHVUHFHEHQGRUHVSHFWLYDPHQWH
o creme de Cordia e diclofenaco-dietilamôneo (emul-
JHO $H¿FiFLDGRWUDWDPHQWRFRPRFUHPHGHCordia
verbenacea   HP WUDXPDV IRL GHPRQVWUDGD
SRLVGRVSDFLHQWHVDSUHVHQWDUDPXPDPHOKR-
UDDFHQWXDGDDSyVRVGLDVGHWUDWDPHQWRH
WLYHUDP PHOKRUD PRGHUDGD DSHQDV  WLYHUDP
PHOKRUD GLVFUHWD H HP DSHQDV  GRV FDVRV R
PHGLFDPHQWRIRLLQH¿FD]SRLVRTXDGURSHUPDQHFHX
inalterado. O tratamento com o diclofenaco dietila-
P{QLR HPXOJHO   WDPEpP GHPRQVWURX D H¿FiFLD
do mesmo, porém, em menor proporção quando
comparado a Cordia verbenacea   VHQGR TXH
 GRV FDVRV D PHOKRUD IRL DFHQWXDGD  D
PHOKRUD IRL PRGHUDGD  R TXDGUR FOtQLFR DSUH-
VHQWRX XPD GLVFUHWD PHOKRUD H HP  R TXDGUR
permaneceu inalterado. O estudo detectou apenas um
caso de evento adverso (prurido no local de aplicação),
possivelmente relacionado ao medicamento. Ambos os
tratamentos apresentaram excelente segurança, não
KDYHQGR GLIHUHQoD HVWDWtVWLFD VLJQL¿FDQWH GH WROHUDELOL-
dade entre os dois medicamentos (Brandão et al, 2006).
Efeitos adversos
Em geral não foram encontrados relatos de efeitos
adversos com exceção do caso isolado acima citado.
Precauções
Gerais
O tratamento deve ser suspenso em caso de alergia
(ANVISA, 2011).
Genotoxicidade
Não foram encontrados relatos de efeitos adversos.
Carcinogenese, mutagenese
Não foram encontrados relatos de efeitos.
Efeitos sobre a fertilidade
&RQIRUPHUHODWDGRDFLPDRH[WUDWRHWDQyOLFRD
administrado por 45 dias consecutivos, via oral, em
GRVDJHPGHDWpPJNJQmRDSUHVHQWRXTXDOTXHU
sinal de toxicidade para o feto (Sertié et al., 2005).
Formas de dosagem e Posologia
(QWUH DSOLFDo}HV SDUD R DOtYLR GH UHXPDWLVPR DUWUL-
te reumatóide, gota, dores musculares e da coluna,
SURVWDWLWHVQHYUDOJLDVHFRQWXV}HVDVVHJXLQWHVIRU-
mas de apresentação são recomendadas:
5HYLVWD)LWRV9ROQžMDQHLURPDUoR

0RQRJUD¿D0RQRJUDSK\
Infusão: o Formulário (ANVISA, 2011) recomenda
preparar a infusão com 3g de folhas secas em 150mL
GH iJXD IHUYHQWH 3DQL]]D   LQGLFD D XWLOL]DomR
das folhas frescas ou secas à sombra e recomenda
XPD[tFDUDGHFKiYH]HVDRGLD
Tintura SDUD DSOLFDomR WySLFD 3DQL]]D   UHFR-
menda 3 colheres de folhas em uma xícara de álcool
SRUGLDVHPPDFHUDomR'HSRLVGHFRDGDDWLQWXUDp
aplicada de 4 em 4 horas no local afetado. O uso inter-
no da tintura é indicada para uso em adultos na dose
GHPOYH]HVDRGLDGLOXtGDHPFRSRG¶iJXDH
SDUDDVFULDQoDVPOYH]HVDRGLDGLOXtGRHP
FRSRG¶iJXD 3DQL]]D6HFUHWDULD0XQLFLSDOGH
Saúde, Memento terapêutico, RJ, 2002).
Em compressas pode também ser usada empregando fo-
OKDVSUHYLDPHQWHDTXHFLGDVSRUH[SRVLomRDYDSRUG¶iJXD
HPXPSDQRHDSOLFDGDGXUDQWHDQRLWH 3DQL]]D 
O Formulário (ANVISA, 2011) descreve uma pomada
IHLWD FRP P/ GD WLQWXUD IHLWD FRP iOFRRO D  H
100g de base de lanolina e vaselina. Baseado em da-
dos clínicos acima esta pomada teria que ter um teor
GHKXPXOHQRHQWUHH
5HIHUrQFLDVELEOLRJUi¿FDV
Akisue, M.K.; Oliveira, F.; Moraes, M.S.; Akisue, G.;
0DQFLQL%&DUDFWHUL]DomRIDUPDFRJQyVWLFDGD
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