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A descoberta desse composto veio a partir de estudo da Cannabis sativa, uma das plantas mais
antigas conhecidas por suas propriedades medicinais e recreativas. Ela possui mais de 500
substâncias químicas, das quais mais de 100 são denominadas fitocanabinóides. O delta-9-tetra-
hidrocanabinol (THC), popular por sua ação psicoativa e o canabidiol (CBD), mais reconhecido
pelo alto potencial terapêutico e por não apresentar psicoatividade, são os fitocanabinóides
mais abundantes e famosos, e estão presentes em diferentes proporções dependendo da cepa
da planta.
O isolamento dos fitocanabinóides levou à identificação dos alvos biológicos pelos quais eles
exercem seus efeitos, incluindo receptores canabinóides tipo 1 (CB1) e tipo 2 (CB2). Logo após
veio a descoberta dos ligantes endógenos para esses receptores, mensageiros lipídicos
denominados endocanabinóides, como a anandamida (AEA) e o 2 araquidonoilglicerol (2-AG).
Os endocanabinóides, a maquinaria enzimática responsável pela sua síntese e degradação e os
receptores acima mencionados constituem um importante sistema denominado Sistema
Os canabinóides têm atraído considerável interesse como candidatos terapêuticos a uma série
de doenças neurológicas e psiquiátricas devido à amplitude da sinalização endocanabinóide. Os
receptores CB1 e CB2 e os outros mediadores moleculares subjacentes à sinalização
endocanabinóide são expressos em áreas cerebrais importantes para cognição, regulação
emocional, comportamentos defensivos e suas respostas fisiológicas associadas (por exemplo,
córtex pré-frontal, hipocampo, amígdala, núcleo leito da estria terminal, estriado, hipotálamo,
substância cinzenta periaquedutal, núcleos serotoninérgicos e adrenérgicos do mesencéfalo).
Figura 03. Imagem ilustrativa da localização dos receptores canabinóides no cérebro humano.
Estudos em voluntários saudáveis mostraram que o THC e o CBD têm efeitos opostos na
ansiedade. O THC é ansiogênico, mas esse efeito é diminuído quando coadministrado com o CBD
(Zuardi et al., 1982). Em contraste, o CBD administrado isoladamente possui propriedades
ansiolíticas, particularmente em resposta a estímulos que normalmente provocam ansiedade.
Essas propriedades demonstradas pelo CBD deram origem a uma série de estudos que
investigaram seus efeitos em diferentes modelos animais de medo inato e de comportamento
semelhante ao da ansiedade. Os resultados desses estudos, que estão bem detalhados na
revisão de 2014 de Mello Schier e colaboradores, confirmaram o potencial ansiolítico do CBD
O canabidiol possui baixa afinidade para os receptores CB1 e CB2, exercendo atividade
antagonista ou modulação alostérica negativa nesses receptores, uma propriedade
farmacológica que pode explicar como o CBD atenua os efeitos ansiogênicos do THC via receptor
CB1. Porém o CBD atua na facilitação da sinalização canabinóide, aumentando os níveis dos
endocanabinóides circulantes através da inibição da sua recaptação celular pela ligação as
proteínas transportadoras (FABs) e pela redução da sua degradação mediada pelas enzimas
FAAH e MAGL. O canabidiol pode atuar ainda no bloqueio da recaptação de adenosina e como
agonista dos receptores TRPV1 e 5HT1A (Bonaccorso et al., 2019).
Figura 04. Ações farmacológicas do canabidiol (CBD). Fonte: Lee et al., 2017.
Nos estudos iniciais sobre os efeitos ansiolíticos do canabidiol os resultados eram contraditórios.
Por exemplo, a administração de CBD 100 mg/kg em ratos não demonstrou ser eficaz no modelo
de conflito Geller Seifter de ansiedade, porém 10 mg/kg de CBD atenuaram as respostas
emocionais condicionadas, conforme relatado em uma revisão abrangente de Blessing e colegas.
Estes resultados aparentemente contraditórios foram esclarecidos com a publicação de outros
estudos, sugerindo que o CBD produz curvas dose-resposta em forma de U invertido. Essas
curvas foram descritas pela primeira vez em um estudo realizado em roedores no modelo de
ansiedade labirinto em cruz elevado (Guimarães et al., 1990). Nesse estudo, o CBD aumentou a
exploração do braço aberto (efeito do tipo ansiolítico) em doses de 2,5 a 10 mg/kg, mas não a
20 mg/kg. Curvas dose-respostas semelhantes foram descritas em outros estudos, investigando
os efeitos comportamentais do CBD. Posteriormente, esses resultados foram confirmados por
Figura 05. Alterações nos escores do fator de ansiedade da Escala Visual Analógica de Humor
(VAMS) em mm induzida por falar em público em voluntários saudáveis (A) As fases representam:
baseline (B) pré-estresse (P) durante o discurso (S) e pós-estresse (F). Por uma questão de
clareza, os resultados da última fase (F) também são mostrados como um gráfico de barras (B).
Os pontos representam as médias ± SEM de 11 a 12 sujeitos. Asteriscos (∗) indicam diferenças
estatisticamente significativas em comparação com o grupo placebo, (+) indicam uma diferença
significativa em comparação com o grupo CBD 900 e (&) indica uma diferença significativa em
comparação com o grupo CBD 100. Fonte: Zuardi et al., 2017
Além de suas ações nos receptores CB1 e TRPV1, o canabidiol mostrou atuar em outras vias de
sinalização que podem impactar na ansiedade, como na facilitação da sinalização de adenosina
inibindo sua recaptação, gerando assim efeitos ansiolíticos (Carrier et al., 2006). Outro alvo do
CBD é o receptor 5-HT1A, um receptor metabotrópico de sete domínios transmembranas,
acoplado às proteínas G inibitórias, que tem sido objeto de interesse por suas propriedades
ansiolíticas há décadas. O CBD aumenta rapidamente os níveis de serotonina e glutamato
extracelular no córtex do rato e amplia inibição de interneurônios GABAérgicos mediado pelos
receptores 5HT1A para desinibir a produção glutamatérgica nessas estruturas. Por sua vez, é
provável que ele aumente a atividade dos neurônios 5-HT no núcleo dorsal da rafe (NDR)
aprimorando o a transmissão serotoninérgica nos campos de projeção corticolímbicos para
concluir um loop funcional a nível do sistema. Também existem efeitos potenciais da ativação
do CBD nos receptores 5-HT1A localizados em interneurônios proximais ao NDR. Assim, a
interação entre o CBD e o sistema serotoninérgico se mostra altamente complexa e pode ocorrer
em vários níveis.
Estudos clínicos
Dada a riqueza de evidências pré-clínicas para o potencial uso ansiolítico do CBD, não é
surpreendente que relatos de casos e estudos de pequena escala investigando seus efeitos em
uma variedade de distúrbios relacionados à ansiedade surgiram recentemente, produzindo
resultados animadores.
Os dois estudos clínicos com pacientes diagnosticados com transtorno de ansiedade social
generalizada (TAS) reportados na literatura tiveram resultados interessantes. O primeiro,
realizado por Crippa e colaboradores, demonstrou através de exames de neuroimagem
funcional as bases neurofisiológicas dos efeitos do CBD em pacientes com TAS. Com base em
estudos anteriores de tomografia computadorizada por emissão de fótons (SPECT) (Crippa et al.,
2004) e imagens funcionais de ressonância magnética (fMRI) (Fusar-Poli et al., 2009) eles
propuseram que a administração do CBD poderia reduzir a ansiedade em indivíduos com TAS e
associaram esse efeito à modulação da atividade funcional de estruturas temporo-límbicas
(complexo amígdala-hipocampo e giro parahipocampal) e regiões paralímbicas, incluindo o
córtex cingulado.
O resultado deste estudo demonstrou que a administração aguda de 400 mg de CBD via oral
reduziu a ansiedade subjetiva em pacientes com diagnóstico clínico de transtorno de ansiedade,
além de indicar que essa resposta comportamental está associada a alterações na atividade
funcional de áreas cerebrais implicadas no processamento da ansiedade conforme ilustra a
figura 07. É importante ressaltar que as áreas do cérebro onde foram verificados efeitos
moduladores do CBD, além de estarem claramente implicadas na mediação da expressão de
ansiedade, também foram associadas aos efeitos ansiolíticos do diazepam (Di Piero et al., 2001),
citalopram (Van der Linden et al., 2000), escitalopram (Spindelegger et al., 2009), nefazodona
(Kilts et al., 2006), sertralina, desipramina (Hoehn -Saric et al., 2005) e terapia comportamental
cognitiva para transtornos de ansiedade (Roffman et al., 2005).
Semelhante aos resultados anteriores em indivíduos saudáveis (Crippa et al., 2004), estes
resultados mostraram que, em comparação com o placebo, uma dose única de CBD diminui
significativamente a ansiedade antes do teste de varredura por SPECT em pacientes com TAS.
Esses efeitos ansiolíticos foram detectados antes da situação provocadora de ansiedade
(procedimento de injeção e varredura do SPECT), sugerindo que o CBD facilita a habituação da
ansiedade antecipada na fobia social. Também foram detectados efeitos ansiolíticos do CBD na
fase pós-SPECT em comparação com o placebo. Essa descoberta é consistente com os resultados
de um estudo (Zuardi et al., 1993), no qual o efeito ansiolítico do CBD persistiu após o estresse
de falar em público. O CBD foi bem tolerado pelos pacientes e nenhum efeito colateral foi
relatado, o que também condiz com estudos anteriores em seres humanos que mostraram que
o CBD é um composto seguro e tolerável, sem grandes efeitos colaterais quando administrado
por via oral, inalação ou injeção intravenosa (Zuardi et al., 2006).
Figura 08. Alterações no fator VAMS (Visual Analogue Mood Scale) induzidas pelo teste simulado
de falar em público (SPST), medido em 12 pacientes com ansiedade social que receberam
canabidiol (azul), 12 pacientes com ansiedade social que receberam placebo (vermelho) e 12
controles saudáveis (verde). As fases do experimento são: (B) basal; (P) pré-teste; (A)
antecipação; (S) desempenho de fala; (F1) medidas pós-fala 1; (F2) medidas pós-fala 2. Os
pontos são médias (± SEM). O asterisco (*) indica diferenças significativas em relação ao controle
saudável e (+) indica diferenças significativas em relação aos pacientes com ansiedade social que
receberam canabidiol. Fonte: Bergamaschi et al., 2011.
Considerações finais
Existe uma clara necessidade de explorar novas formas de gerenciar os transtornos de ansiedade,
uma vez que eles são cada vez mais comuns, afetando parcela significativa da população. Os
tratamentos disponíveis permanecem precários, geralmente envolvendo uma combinação de
medicamentos, incluindo benzodiazepínicos e antidepressivos. Esses medicamentos têm suas
desvantagens, como risco de síndrome de dependência e abstinência, efeitos colaterais como
comprometimento cognitivo e psicomotor, demora para o início da ação e a necessidade de um
cuidadoso controle da dosagem.
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