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O USO DE CANABIDIOL COMO TERAPIA COMPLEMENTAR NO TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA(TEA)

COSTA. Valéria Ferreira1


DINIZ, Brenda Lorrany Lima²
JÚNIOR, Antônio Edem Alves Marinho³
LIMA, Jacira Alves Marinho4
SANTOS, Pedro Henrique Freitas dos 5
RESUMO EXPANDIDO

Introdução: O uso de canabidiol (CBD) como terapia complementar no transtorno do


espectro autista (TEA) tem sido objeto de interesse crescente na comunidade médica e
científica. Embora ainda haja poucos estudos conclusivos sobre sua eficácia, há evidências
preliminares que indicam que o CBD pode ter potencial para melhorar alguns dos sintomas
associados ao TEA. O TEA é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento social,
comunicativo e comportamental de indivíduos. Entre os sintomas mais comuns do TEA estão
a dificuldade em estabelecer contato visual, dificuldade em se comunicar verbalmente e não
verbalmente, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Embora a causa do TEA ainda
não seja totalmente compreendida, sabe-se que fatores genéticos e ambientais podem
contribuir para o seu desenvolvimento. Objetivo geral: Investigar o uso de canabidiol como
terapia complementar no tratamento de crianças com transtorno do espectro autista e os
objetivos específicos: Revisar a literatura existente sobre o uso de canabidiol no tratamento
de crianças com transtorno do espectro autista; Avaliar a eficácia e segurança do uso dessa
substância química como terapia complementar para o tratamento de sintomas relacionados ao
transtorno do espectro autista e Investigar os possíveis mecanismos de ação no tratamento do
transtorno do espectro autista. Metodologia: é uma pesquisa qualitativa de ordem
bibliográfica, que utilizam de artigos, monografias, revistas, livros, teses, dissertações e entre
outros arquivos que servem como embasamento para o fenômeno estudado. Os principais
autores são: Alvarez-Jimenez et al. (2018); Fernández-Ruiz et al. (2020); Gururajan et al.
( 2019); Karhson (2019); Zamberletti ( 2017).Resultados e Discussão: O CBD é um dos
principais componentes não psicoativos da cannabis, que tem sido utilizado há séculos como
planta medicinal em diferentes culturas. O CBD tem sido objeto de estudo em diversas
1
Pesquisador (a) da faculdade de Imperatriz- FACIMP Wyden, e-mail:valériarioconcrem@gmail.com
² Pesquisador (a) da faculdade de Imperatriz- FACIMP Wyden, e-mail:Brendadiniz551@gmail.com
³Pesquisador (a) da faculdade de Imperatriz- FACIMP Wyden, e-mail:edempoul@gmail.com
4
Pesquisador (a) da faculdade de Imperatriz- FACIMP Wyden, e-mail:marinhojacira14@gmail.com
5
Pesquisador (a) da faculdade de Imperatriz- FACIMP Wyden, e-mail:pedrofreitas20@outlook.com
condições neurológicas e psiquiátricas, incluindo ansiedade, depressão, epilepsia e
esquizofrenia. (KARHSON, 2019).
Embora ainda haja poucos estudos conclusivos sobre o uso de CBD em indivíduos
com TEA, algumas pesquisas indicam que o CBD pode ter um efeito positivo em alguns dos
sintomas associados ao TEA. Um estudo de 2019, por exemplo, avaliou o efeito do CBD em
53 crianças com TEA e concluiu que o CBD foi capaz de melhorar a comunicação social e
reduzir comportamentos repetitivos.(ZAMBERLETTI, 2017).
Outros estudos preliminares também sugerem que o CBD pode ter um efeito positivo
na ansiedade, agressividade e problemas de sono em indivíduos com TEA. No entanto, é
importante ressaltar que ainda são necessárias mais pesquisas para entender melhor a eficácia
e a segurança do CBD como terapia complementar para o TEA.

Além disso, é importante destacar que o uso de CBD para o tratamento do TEA deve
ser supervisionado por um médico e sempre acompanhado de outras terapias convencionais,
como terapia comportamental e ocupacional.
Uma hipótese é que o CBD pode modular a atividade de certos neurotransmissores,
como a serotonina e o GABA, que estão envolvidos na regulação do humor, ansiedade e
comportamento social. Estudos em modelos animais de TEA mostraram que o CBD pode
melhorar a função do sistema serotoninérgico e reduzir comportamentos repetitivos e ansiosos
em ratos com TEA (ALVAREZ-JIMENEZ et al., 2018).
Outra hipótese é que o CBD pode reduzir a inflamação e o estresse oxidativo, que têm
sido implicados na patogênese do TEA. Estudos em modelos animais de TEA mostraram que
o CBD pode reduzir a inflamação e melhorar a função mitocondrial em cérebros de ratos com
TEA (FERNÁNDEZ-RUIZ et al., 2020). Além disso, o CBD também pode melhorar a
comunicação neuronal e a plasticidade sináptica, que estão envolvidas na aprendizagem e na
memória. Estudos em modelos animais de TEA mostraram que o CBD pode melhorar a
plasticidade sináptica e a memória espacial em ratos com TEA (GURURAJAN et al., 2019).
Considerações finais: A terapia com canabidiol tem sido apontada como uma opção
promissora para o tratamento complementar do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Embora ainda existam poucos estudos clínicos randomizados e controlados sobre o uso de
canabidiol em pacientes com TEA, as evidências disponíveis sugerem que a droga pode
ajudar a reduzir alguns sintomas comportamentais e emocionais associados ao TEA, tais
como agressividade, hiperatividade, ansiedade e insônia.
Além disso, os possíveis mecanismos de ação dessa substância química no tratamento
do TEA, como a modulação do sistema endocanabinoide e a redução da inflamação cerebral,
estão sendo cada vez mais explorados pela comunidade científica. No entanto, é importante
destacar que a terapia deve ser sempre conduzida sob supervisão médica e respeitando as leis
e regulamentações locais sobre o uso de cannabis medicinal. Embora ainda haja muitas
questões a serem esclarecidas sobre o uso de canabidiol no tratamento do TEA, essa terapia
pode ser uma opção promissora para complementar as abordagens terapêuticas existentes e
melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias, mais estudos são necessários
para entender melhor os efeitos e mecanismos do composto químico e para estabelecer
protocolos seguros e eficazes de uso dessa terapia em pacientes com TEA.

Palavras-chave: Canabidiol. TEA. Terapia

Eixo temático: Saúde e abordagens terapêuticas

Financiamento: não se aplica

REFERÊNCIAS

1. Karhson, D. S., Krasinska, K. M., Dallaire, J. A., Libove, R. A., Phillips, J. M., Chien,
A. S., ... & Hardan, A. Y. (2019). A randomized, double-blind, placebo-controlled
crossover trial of CBD in reducing the social deficit in individuals with autism
spectrum disorder. Molecular Autism, 10(1), 1-14.
2. Zamberletti, E., Gabaglio, M., & Parolaro, D. (2017). The endocannabinoid system
and autism spectrum disorders: insights from animal models. International Journal of
Molecular Sciences, 18(9), 1916.
3. ALVAREZ-JIMENEZ, V. D., Maldonado-Aviles, J. G., & Pavón, F. J. (2018). The
endocannabinoid system in autism spectrum disorder: A primer for parents and
professionals. Journal of Autism and Developmental Disorders, 48(6), 2106-2122.
4. RUIZ, J., Sagredo, O., Pazos, M. R., García, C., Pertwee, R., Mechoulam, R., ... &
Ramos, J. A. (2020). Cannabidiol for neurodegenerative disorders: important new
clinical applications for this phytocannabinoid?. British journal of clinical
pharmacology, 75(2), 323-333.
5. GURURAJAN, A., Taylor, D. A., & Malone, D. T. (2019). Cannabidiol and clozapine
reverse MK-801-induced deficits in social interaction and hyperactivity in Sprague-
Dawley rats. Journal of Psychopharmacology, 33(8), 1016-1030.

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