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BENEFÍCIO DO USO DA CANNABIS NA REDUÇÃO DA DOR E

INFLAMAÇÃO EM PROCEDIMENTOS DE HARMONIZAÇÃO


OROFACIAL
Lucas Felipe de Barros¹; Eliny dos Santos Silva²; Maria Luiza Vieira Santos³; Renata
Carolina de Lima Silva4 ; Adriano Costa Ramos5

RESUMO
A Cannabis sativa é composta por uma variedade de substâncias químicas, isoladas e
identificadas. São princípios ativos de ação farmacológicas onde se destacam o
tetrahidrocanabinol (THC) e principalmente o canabidiol (CBD). No âmbito odontológico tem
sido objeto de estudo dentro dos procedimentos realizados na harmonização orofacial. A
utilização da Cannabis sativa em técnicas terapêutica visa proporcionar ações relaxantes aos
músculos faciais, facilitando a redução de tensões dos musculares e inflamações, devido às
propriedades analgésicas naturais do CBD. A pesquisa foi realizada através de uma revisão
bibliográfica de artigos publicados, nos sites PubMed, Science Direct, Scientific Electronic
Library Online (SciELO), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica
(MEDLINE) e Google Acadêmico. Dentre os anos de 2018 a 2023. Utilizando os seguintes
descritores: ‘odontologia’; ‘Cannabis sativa’; ‘harmonização orofacial’. No contexto
odontológico, a aplicação do uso de canabioides visa proporcionar conforto ao paciente e
minimizar danos ao tratamento odontológico, permitindo que o tratamento seja executado com
êxito. A pesquisa realizada tem como finalidade dissertar os benefícios ao uso da Cannabis
sativa em procedimentos realizados na harmonização orofacial. Em suma a farmacoterapia com
uso desse fármaco é um recurso inestimável auxiliando para uma melhor experiência mais
branda e assertiva no consultório.
Palavras-chave: cannabioids; tratamento farmacoterapêutico; analgésico natural

1. INTRODUÇÃO
_________________________
1
Acadêmico do curso de graduação em Odontologia; Centro Universitário Facol-UNIFACOL;
Email: lucasf.barros@unifacol.edu.br
2
Acadêmica do curso de graduação em Odontologia; Centro Universitário Facol-UNIFACOL;
Email: elinys.silva@unifacol.edu.br
3
Acadêmica do curso de graduação em Odontologia; Centro Universitário Facol-UNIFACOL;
Email: marialv.santos@unifacol.edu.br
4
Acadêmica do curso de graduação em Odontologia; Centro Universitário Facol-UNIFACOL;
Email: renatac.silva@unifacol.edu.br
5
Doutor em Odontologia (UFPE); Docente do Curso de graduação em Odontologia; Centro
Universitário Facol-UNIFACOL; Email: adrianocramos1@gmail.com

A harmonização orofacial é uma área da odontologia responsável por buscar o equilíbrio


entre a relação e a estética e funcional do rosto e sorriso do paciente. O processo de
envelhecimento facial altera a harmonia, simetria e o equilíbrio encontrados na juventude
podendo ocasionar processos deletérios psicológicos, sociais e emocionais no indivíduo, afetar
a autoestima e alterar a autopercepção das pessoas e de como elas são vistas pelos outros (Gupta,
2005).
As alterações estéticas causadas pelo envelhecimento podem impactar nas relações
interpessoais influenciando na percepção de caráter e traços de personalidade, contribuindo
com emoções erroneamente projetadas (exemplo: raiva, cansaço ou tristeza) que não refletem
o verdadeiro sentimento do indivíduo. Um rosto jovem, de características harmoniosas,
simétricas e equilibradas transmite sentimentos mais positivos (Friedman, 2005).
A atuação do sistema imunológico mediante a estímulos de inflamação e dor, desencadeia
reações a nível fisiológico como medidas de proteção. O canabidiol apresenta a capacidade de
interagir com diversos receptores endógenos (endocanabinoides) levando a ação terapêutica no
tratamento da depressão, epilepsia, psicose, inflamação e dor (DEVINSKY O, et al., 2014).
No tratamento da dor, o mecanismo de ação do CBD envolve a interação com os
receptores endocanabinoides envolvidos na cascata de ativação, gerando o efeito analgésico por
redução da excitabilidade neuronal, sendo assim um potencial composto aplicável como
analgesia adjuvante alternativa na manutenção da dor crônica (VALE NB, 2006; GUNTER A
e KUBRUSLY RCC, 2018). Dessa forma, os seus benefícios contribuem na terapêutica dessas
complicações após os procedimentos estéticos, proporcionando conforto ao paciente.

2. METODOLOGIA

O trabalho foi feito a partir da revisão bibliográfica de artigos publicados sobre as


Complicações da harmonização orofacial e sobre o uso da Cannabis sativa para o cuidado
terapêutico dessas complicações.
A pesquisa das informações foi realizada nos sites PubMed, Science Direct, Scientific
Electronic Library Online (SciELO), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica
(MEDLINE) e Google Acadêmico.
Como critério de busca foram utilizados os seguintes descritores: ‘’Uso terapêutico da
cannabis’’, ‘’Propriedade analgésica da cannabis’’, “Harmonização orofacial” “Complications
in orofacial harmonization” e ‘’Cannabis medicinal no tratamento das dores orofaciais’’.
Como critérios de inclusão foram definidos: trabalhos científicos, em português, inglês e
espanhol, dos anos de 2018 a 2023, que apresentassem sobre a Cannabis, o uso de Canabinóides
como intervenção terapêutica e sobre as dores orofaciais.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Sistema Endocanabinóide (SEC) é capaz de regular todas as respostas orgânicas


humanas. Esse sistema está envolvido na modulação de diversos outros receptores acoplados à
proteína G. O SEC também exerce controle sobre os receptores opióides (Mi e Delta,
predominantemente), envolvidos com a condução e percepção dos estímulos álgicos (Pertwee
et al., 2010). O mecanismo de ação dos receptores Canabinóides ocorre de maneira retrógrada.
Quando o terminal sináptico é hiperestimulado, como em um quadro álgico inflamatório, o
terminal pós-sináptico sintetiza e libera à montante Anandamida e 2-AG, que se conectam nos
receptores canabinoides presentes no terminal pré-sináptico. Após a ativação, ocorre a abertura
de canais de potássio e o fechamento de canais de cálcio, o que gera uma hiperpolarização,
diminuindo então sua excitabilidade. Essa mesma ativação dos receptores pode ser feita através
de ligantes canabinóides exógenos, como o THC presente na maconhaou a partir de
canabinoides sintéticos. Isso demonstra seu incrível potencial na modulação das respostas
neuronais (Wilson & Nicoll, 2002). Atuam no alívio das dores orofaciais, por meios de
mecanismos envolvendo os receptores CB1 e CB2, com modulação da dor e da inflamação,
além da possibilidade de interações com opioides, potencializando a ação analgésica e
diminuindo os casos refratários. O estudo sobre as formas de ativação do sistema
endocanabinóide e a integração da terapia canabinoide nas práticas odontológicas, permitiu a
diminuição no uso de analgésicos, proporcionou conforto na vida de pacientes com dores
orofaciais crônicas e no momento após procedimentos estéticos.

Figura: quadro dos principais efeitos dos compostos tetrahidrocanabinol (THC) e o


canabidiol (CBD), da Cannabis sativa.
Fonte: Ríos, M. Fernandez-Solari, J (2022)

4. CONCLUSÃO

Conclui-se que nas últimas décadas, tem ocorrido um acréscimo contínuo na expectativa
de vida da população global, com os indivíduos existindo mais tempo e mantendo socialmente
ativas por mais tempo. Portanto Tem como finalidade que o uso do cannabidiol na odontologia
em atuação na harmonização orofacial, facilitando no redução e alívio da dor e inflamação.)

 A terapia canabinoide se complementa nessa abordagem integrativa para melhor


resultado terapêutico, à vista disso facilita-se no procedimento odontológico
tornando-o mais eficazes.)
 Dessa maneira vale ressaltar os resultados encontrados durante a revisão de
literatura ao uso da terapia canabidiol em procedimento de harmonização facial
acarretando para a amenização de dores e inflamações, além disso visa tratar
patologias bucais, tais como bruxismos, alterações temporomandibulares dentre
outros.)
 Ademais, é crucial utilizar canais de comunicações abertos, como q televisão e
mídias sociais, para educar a população sobre o uso farmacológico e as técnicas
disponíveis para o alívio de desconfortos relacionados à saúde bucal. Essa
conscientização é essencial para promover a aceitação e o uso responsável desse
recurso terapêutico.)

REFERÊNCIAS

Campos, E et al, cannabis Sativa sp. Como adjuvante no manejo de dores orofaciais: revisão
narrativa, 2023.
DEVINSKY O, et al. Cannabidiol: Pharmacology and potential therapeutic role in epilepsy and
other neuropsychiatric disorders. Wiley Online Library, 2014, 55(6): 791-802.
Ferreira, T, o uso da cannabis para tratamento da dor orofacial: revisão de literatura, 2022.
Friedman O. (2005). Changes associated with the aging face. Facial plastic surgeru clinics of
North America, 13(3), 371-380
GUNTER A, KUBRUSLY RC. Efeito do Sistema endocanabinoide no desenvolvimento de
culturas de células de retina de galinha após exposição aguda e crônica ao Win 55, 212-2.
Monografia (Graduação em Biomedicina) - Instituto Biomédico. Universidade Federal
Fluminense, Niterói, 2018; 54.
Gupta, M. A, Gilchrest, B. A (2005). Psychosocial aspects of aging skin. Dermatologic clinics,
23(4), 643-648
Machado, L S R et al, potencial analgésico do canabidiol no tratamento da dor crônica: uma
revisão integrativa, 2022
Mangnaro NL. et al. Complicações em procedimentos de harmonização orofacial: uma revisão
sistemática. São Paulo, 2022.Ribeiro, G et al, potencial uso terapêutico dos compostos
canabinoides- canabidiol e delta-9- tetrahidrocanabinol, 2021.
Moroz, F et al, rejuvenescimento perioral minimamente invasivo na HOF- uma revisão de
narrativa da literatura, 2023.
Ríos, M. Fernandez-Solari, J. cannabis. Usos y aplicaciones en la práctica odontológica diaria.
Revisión la literatura, 2022.
Schwartz D, et al, uso do extrato de canibidiol para a modulação de resposta infamatória,
2021.
Tambeli, C et al, abordagem integrativo do uso terapêutico da cannabis nas dores orofaciais,
2023.
VALE NB.Analgesia adjuvante e alternativa. Ciências da Saúde, 2006; 56(5): 530-555.

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