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Gama-DF
2020
GABRIEL VINÍCIUS DOS SANTOS
Gama-DF
2020
GABRIEL VINÍCIUS DOS SANTOS
Banca Examinadora
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Prof. Dra. Tatiana Guerrero Marçola
Examinadora
A utilização da Cannabis sativa para analgesia na Medicina
Veterinária: Uma revisão sistemática
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia de produtos à base de Cannabis sativa para
tratamento de dor crônica em animais. Foi realizado uma revisão sistemática com o intuito de coletar
dados de relatos de casos para comparação dos resultados. Os trabalhos selecionados foram
publicados entre os anos de 2010 a 2020. Os canabinoides apresentam excelente ação terapêutica no
controle da dor, tanto de forma isolada ou associada com outro medicamento. Apesar de possuir
excelentes benefícios, é necessário a avaliação e recomendação de um Médico Veterinário quanto ao
seu uso, assim como também o acompanhamento periódico para observação do estado de saúde,
principalmente de animais senis, visto que podem apresentar possíveis alterações na bioquímica renal
e hepática.
Abstract:
This work aims to evaluate the effectiveness of Cannabis sativa-based products for the treatment of
chronic pain in animals. A systematic review was carried out in order to collect data from case reports
to compare the results. The selected works were published between the years 2010 to 2020.
Cannabinoids have excellent therapeutic action in the control of pain, either alone or combined with
another medication. Despite presenting excellent benefits, it is necessary for a Veterinarian to
evaluate and recommend their use, in addition to periodically monitoring the health status, especially
of senile animals, since they may have possible changes in renal and hepatic biochemistry.
1
Graduando do Curso Medicina Veterinária, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
– Uniceplac. E-mail: g.22vinicius@gmail.com
2
Docente do Curso de Medicina Veterinária, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos
Santos – Uniceplac. E-mail: manuella.mello@uniceplac.edu.br
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1 INTRODUÇÃO
A Cannabis sativa conhecida popularmente como maconha, é uma planta que faz
parte da família Moraceae, ela é utilizada e comercializada de forma ilícita em diversos
países. Acredita-se que a planta começou a ser utilizada no Brasil na época da escravidão. A
planta tem sido estudada por especialistas com o intuito de utilização dentro da medicina para
fins terapêuticos, tendo sua eficácia comprovada para o tratamento de muitas doenças. A
Cannabis possui vários componentes químicos, dentre eles o Δ9-tetrahidrocanabinol
(Δ9THC) e o canabidiol (CBD), e ambos possuem ações terapêuticas agindo em doenças que
afetam o sistema nervoso e até mesmo sobre o câncer (JESUS et al., 2017).
Com suas funções terapêuticas, e sendo utilizada dentro da medicina humana desde
meados da metade do século XIX, os benefícios da Cannabis começaram a se propagar no
Brasil após a divulgação de trabalhos vindo da Faculdade de Medicina da Tours, na França
(JESUS et al., 2017). A procura pelo canabidiol para animais domésticos por parte dos tutores
tem crescido também, visto que o tratamento com a planta se mostra benéfico também em
animais. Há um grande número de relatos sobre as possibilidades de uso da planta e seus
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efeitos positivos na medicina humana, seu potencial foi demonstrado no tratamento de muitos
distúrbios, incluindo dor, inflamação, câncer, asma, glaucoma, epilepsia, hipertensão, infarto
do miocárdio, arritmia, artrite reumatoide, diabetes, esclerose múltipla, doenças de
Parkinson, depressão, distúrbios alimentares e muitos outros (LANDA; SULCOVA;
GBELEC, 2016).
O objetivo desse trabalho é relatar por meio de uma revisão sistemática, a utilização
de compostos derivados da planta Cannabis sativa para controle da dor em animais,
mostrando sua eficácia assim como limitações do uso da planta dentro da medicina
veterinária.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A Cannabis é uma planta exótica, ou seja, não é típica do Brasil. Acredita-se que foi
trazida pelos escravos ao Brasil, pois sua antiga denominação era fumo-de-angola. Anos
depois se tornando popular entre outros países, passou a ser utilizada como uma planta
medicinal. Após 1930, ano do acontecimento da II Conferência Internacional do Ópio no
qual foi alegado que a maconha era uma droga perigosa, intensificaram as perseguições
policiais aos usuários (CARLINI, 2005).
No mês de dezembro de 2019, foi aprovado pela Anvisa, a criação de uma nova
categoria de produtos derivados da Cannabis. O comércio agora legalizado no Brasil será
feito exclusivamente por farmácias e mediante receita médica de controle especial. Os
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produtos derivados da planta ainda não são chamados de medicamento, segundo a Anvisa
atualmente não há comprovação técnica-científica para tal intitulação (ANVISA, 2019).
e CB2 e seus ligantes endógenos. Esses receptores canabinoides são receptores de membrana
acoplados à proteína G (GPCR, vindo do inglês G protein-coupled receptor). Quando os
receptores são ativados após a devida ligação com agonistas, é sucedido uma série de reações
em cadeia, como por exemplo: a inibição da enzima amplificadora adenilato ciclase;
fechamento dos canais de cálcio e abertura dos canais de potássio; e estimulação de proteínas
quinases. Devido à toda essa interação, ocorre uma diminuição de neurotransmissores sendo
eficaz para o controle da dor (ASCENÇÃO et al., 2016).
2.2.2 Endocanabinoides
2.2.3 Fitocanabinoides
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta revisão sistemática foi realizada em bases de dados eletrônicos, foram incluídos
trabalhos de relatos de casos da utilização da planta cannabis em animais, que abordaram
controle da dor dos pacientes, assim como também trabalhos que comprovaram a eficácia e
segurança da utilização da planta na medicina veterinária. A busca eletrônica foi conduzida
na base de dados Google Scholar selecionando trabalhos publicados mundialmente de 2010
a 2020. As palavras-chaves utilizadas foram: “cannabidiol”, “pain” and “dogs”. O resultado
inicial correspondeu a 1650 trabalhos.
Uma análise inicial foi realizada com base nos títulos que resultou em 32 trabalhos
selecionados, após essa etapa foram excluídos aqueles que não era possível obter o trabalho
completo, resultando em 16, outra etapa consistiu na leitura dos resumos e materiais e
métodos e foram excluídos trabalhos que haviam apenas dados laboratoriais, focando então
em resultados clínicos com uso do composto, resultado em 5 trabalhos para esta revisão
sistemática.
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A tabela 1, mostra os resultados dos trabalhos analisados que foram selecionados por
meio dos procedimentos metodológicos da revisão sistemática. Foram incluídos a quantidade
de animais no final de cada experimento realizado e a dose do composto a base de Cannabis.
Dos relatos de casos analisados, quatro deles foram em cães diagnosticados por meio
de exame clínico e de exames de imagem com osteoartrite, o intuito da utilização do
composto da Cannabis foi diminuir a dor crônica causada pela afecção e proporcionar mais
qualidade de vida aos pacientes. O trabalho de Ellis et al. (2019) apresentou um relato de
caso de uma égua que também apresentava dor crônica idiopática.
No trabalho de Martello et al. (2019) foi avaliada a eficácia de uma nova dieta
suplementada que teve como principal intuito reduzir a dor crônica e melhorar a mobilidade
dos cães diagnosticados com osteoartrite, os comprimidos administrados aos cães continham
ingredientes naturais como canabidiol, Boswellia serrata e extrato de Cucumis melo. A
Boswellia apresenta propriedades anti-inflamatórias e analgésicas e o extrato de Cucumis
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além de também apresentar ações anti-inflamatórias tem ação antioxidante. O tablete foi
administrado de forma oral durante trinta dias consecutivos e a dose diária foi calculada de
acordo com as instruções do fabricante (Candioli Pharma). Cada tablete de 1,2g continha
10,08 mg de Cucumis melo, 35,64 mg de óleo de semente de cânhamo, 150mg de
Casperome® (Boswellia serrata Roxb.) e 2,4mg de Canabidiol 99,9% puro. Estima-se que
cada animal recebeu diariamente cerca de 2,04 a 2,56 mg de Canabidiol a cada 15 kg.
Oito entre dez cães completaram o estudo, um cão foi diagnosticado com um
transtorno que não foi relatado no dia 21 e o segundo, o tutor decidiu suspender a
administração do suplemento no qual o motivo não foi explícito. Os cães passaram por
análise médica no dia 0, no dia 15 e no dia 30 no qual os tutores responderam questionários
para mensurar a dor e a evolução dos pacientes. Os oito cães apresentaram uma diminuição
significativa da dor principalmente entre o período de 15 a 30 dias, apresentando um
excelente resultado, e comprovando por meio da pesquisa o sucesso do CBD mesmo em dose
baixa comparado aos outros estudos, vale ressaltar que o composto não foi utilizado puro,
mas sim associado com componentes naturais que melhoraram a eficácia e a palatabilidade
visto que os animais não tiveram problemas quanto a administração.
O cânhamo industrial usado continha 10mg/ml de CBD como uma mistura igual de
CBD e ácido carboxílico de CBD (CBDa), 0,24mg/ml de tetra-hidrocanabidiol (THC),
0,27mg/ml de canabicromeno (CBC) e 0,11mg/ml de canabigerol (CBG) e todos os outros
canabinoides utilizados eram inferiores a 0,01mg/ml. Cada cão recebeu via oral um dos dois
tratamentos em ordem aleatória: CBD, 2mg/kg a cada 12 horas ou placebo com um volume
equivalente de azeite contendo óleo de anis e óleo de hortelã-pimenta a cada 12 horas
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também. Cada tratamento foi realizado por quatro semanas havendo um período de lavagem
de duas semanas entre os tratamentos e cada cão teve seu sangue coletado para hemogramas
e análises químicas nas semanas dois e quatro do experimento.
O óleo CBD resultou em uma diminuição significativa nos escores de dor quando
comparado à linha de base na avaliação na semana 2 e na semana 4. O óleo placebo
apresentou resultados maiores na média da escala de dor utilizada no estudo e sem alterações
entre a semana 2 e 4. Os valores da bioquímica sérica não foram diferentes entre o placebo
em comparação com o óleo de CBD, exceto a fosfatase alcalina (ALP) que apresentou um
aumento significativamente ao longo do tempo desde a linha de base até a semana 4, nove
dos dezesseis cães apresentaram essa elevação. A glicose aumentou em cães que receberam
o placebo em cada momento, e os níveis de creatinina aumentaram ao longo do tratamento
em ambos os cães que receberam o óleo de CBD e naqueles que receberam o óleo placebo,
embora todos os valores permaneceram dentro dos valores de referência.
Relatado por Murphy et al. (2012), o departamento de saúde de Wyong foi notificado
pelas autoridades de saúde pública sobre três pessoas hospitalizadas por lesão renal aguda,
todos relataram ter feito o uso de canabinoides sintéticos. O estudo relatou que os casos
poderiam estar associados a uma toxicidade não reconhecida até então por parte do uso de
canabinoides ou a presença de alguma nefrotoxina. Após a notificação do caso, surgiram
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mais 16 casos em outros estados. Os autores enfatizaram que profissionais de saúde devem
estar cientes sobre a possibilidade de existir um potencial de toxicidade renal em usuários de
produtos com canabinoides sintéticos.
No trabalho de Álava (2018), um cão com 10 anos de idade apresentava dor crônica
devido a osteoartrite, o tratamento foi realizado com a administração de Epifractán 5%, que
contém 5g de CBD, menos de 0,2% de THC e ácido tetra hidrocanabinólico a cada 100ml.
A dose utilizada foi de 1mg/kg a cada 12 horas, o tratamento foi realizado durante 30 dias
consecutivos e 15 dias antes foi suspenso o uso de analgésicos e anti-inflamatórios. No final
dos 30 dias de tratamento foi constatado uma diminuição significativa de 32% na dor do
paciente, na bioquímica sanguínea não houve alterações significativas, exceto um aumento
da fosfatase alcalina, que ultrapassou o valor de referência.
O estudo realizado por Kogan et al. (2020) teve como desígnio utilizar o óleo de CBD
para tratamento para dor crônica de 37 cães diagnosticados com osteoartrite, 32 cães
concluíram o tratamento de 90 dias com êxito, os outros 5 cães não iniciaram o protocolo
terapêutico devido a problemas de saúde prévios. A dose utilizada inicialmente foi de
0,25mg/kg com ajustes ao longo do tempo variando de 0,5mg/kg a 0,75mg/kg de 12 em 12
horas. Aqueles animais que estavam sendo tratados com gabapentina, a dosagem foi
diminuída com o intuito de avaliar a capacidade do óleo de CBD em reduzir a dose necessária
de gabapentina para observar o nível de conforto do cão.
No final dos 90 dias de estudo, dois cães não alcançaram melhora alguma nas dores,
segundo seus tutores e apoiados pelas avaliações dos médicos veterinários. A dose final de
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CBD utilizada nos dois cães foram de 2mg/kg a cada 12 horas, o estudo não deixou claro o
motivo pelo qual não houve resultados positivos e nem se esses animais estavam fazendo o
uso da Gabapentina. Durante o estudo 5 cães não receberam administração da Gabapentina,
os outros 27 fizeram o uso do medicamento associado ao CBD, sendo que 10 cães pararam
de tomar a Gabapentina e se manteve bem ao longo do experimento e 13 cães não
conseguiram parar com o uso e se mantiveram associando as duas medicações, porém 11
deles conseguiram diminuir a dose.
Os dois cães do estudo que precisaram de doses mais altas de CBD e que mesmo
assim não obtiveram resultados clínicos não apresentaram alterações e nem elevações das
enzimas hepáticas mesmo ambos tendo 8 anos de idade. Alguns cães tiveram um aumento da
fosfatase alcalina, sendo importante ressaltar que 60% dos cães tinham acima de 9 anos de
idade.
Além dos canabinoides terem ação analgésica em pacientes com osteoartrite, também
tem função neuroprotetora. Um estudo realizado em cobaias por PHILPOTT et al. (2017)
teve o intuito de investigar se o CBD é anti-nociceptivo na osteoartrite e se a inibição da
inflamação pelo CBD poderia impedir o desenvolvimento de dor e neuropatia articular dessa
afecção. A osteoartrite foi induzida em ratos Wistar por injeção intra-articular de
monoiodoacetato de sódio (MIA), e tratada com CBD injetável intra-arterial e de maneira
tópica. O estudo apresentou resultados positivos mostrando que a administração local do
CBD inibiu a dor e a sensibilização periférica, e o tratamento tópico reduziu o tráfico de
leucócitos e a hiperemia articular durante os estágios iniciais da MIA. Concluindo a eficácia
de bloquear a inflamação aguda que pode levar a progressão de doenças e neuropatia
articular.
Ellis et al. (2019), publicou um relato de caso utilizando o CBD para tratamento de
dor crônica em uma égua. O animal tinha 4 anos de idade, e tinha uma acentuada
sensibilidade e desconforto na região da cernelha, após serem feitos exames não houve
constatação de nenhuma afecção que pudesse justificar tal comportamento sendo assim tendo
como suspeita siringo-hidromielia, trauma, dor neuropática idiopática levando à hiperestesia
cutânea e alodinia mecânica. O animal foi tratado com dexametasona, gabapentina,
magnésio/vitamina E, prednisolona e acupuntura, por tanto não obteve sucesso e nem
redução dos sinais clínicos.
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O tratamento com CBD foi iniciado através de um cristalino puro na dose 0,5mg/kg
sendo administrado juntamente a sua alimentação, duas vezes ao dia. Após 36 horas do início
do tratamento o animal já apresentou uma melhora significativa nos sinais clínicos com dor
e incômodo bastante reduzidos, após 60 dias a dose de CBD foi reduzida à metade, em um
dia o animal retornou a apresentar as mesmas sintomatologias clínicas, retornando então para
a dose inicial, e então reduzida gradativamente no qual foi mantido então 150mg,
aproximadamente 0,3mg/kg. Segundo os autores, a eficácia do tratamento foi de 90% sem
qualquer alteração indesejada, sendo considerado um caso de sucesso.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos, foi possível observar a eficácia dos compostos a base
de Cannabis, no qual ofereceu eficiência no tratamento dando suporte para promover
analgesia em afecções crônicas, tanto em seu uso isolado ou associado com outros
medicamentos. Vale se atentar quanto ao uso em pacientes senis, que são propensos a ter
alterações hepáticas e renais, sendo o indicado iniciar o protocolo terapêutico a partir de doses
mais baixas.
Um fator observado por meio desta pesquisa, foi a escassez de trabalhos publicados
sobre relatos de casos da utilização dos compostos a base de Cannabis na medicina
veterinária tanto no Brasil como no exterior. A escassez pode estar relacionada as restrições
provenientes da legislação de cada país, visto que a legalização para o uso medicinal tem
ocorrido de forma gradual no mundo.
6 REFERÊNCIAS
5, n. 3, 2017.
DE JESUS, Antonio Carlos Justo et al. Legalização da maconha para fins medicinais.
Revista Do Curso De Direito Do Centro Universitário Brazcubas, v. 1, n. 1, 2017.
EVORA, Paulo Roberto B.; NOBRE, Fernando. O papel das G-proteínas na fisiopatologia
das doenças cardiovasculares. Arq Bras Cardiol, v. 72, n. 2, p. 209-29, 1999.
18
HONÓRIO, Káthia Maria; ARROIO, Agnaldo; SILVA, Albérico Borges Ferreira da.
Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa. Química nova, v. 29, n. 2,
p. 318-325, 2006.
LANDA, Leoš; SULCOVA, A.; GBELEC, Petr. The use of cannabinoids in animals and
therapeutic implications for veterinary medicine: a review. Veterinární medicína, v. 61, n.
3, 2016.
MARTELLO, E. et al. Effects on pain mobility of a new diet supplement in dogs with
osteoarthritis: A pilot Study. Annals of Clinical Laboratory Research, v. 7, n. 2, p. 304,
2019.
MURPHY, Tracy D. et al. Acute kidney injury associated with synthetic cannabinoid use—
multiple states, 2012. MMWR. Morbidity and mortality weekly report, v. 62, n. 6, p.
93, 2013.
Agradecimentos
A minha mãe, pelo apoio ao longo desses anos de graduação, me incentivando todos
os dias a ser um profissional de excelência.
Aos familiares e amigos, que nos momentos mais difíceis me ofereceram palavras
de conforto e incentivo.