Você está na página 1de 20

Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC

Curso de Medicina Veterinária


Trabalho de Conclusão de Curso

A utilização da Cannabis sativa para analgesia na Medicina


Veterinária: Uma revisão sistemática

Gama-DF
2020
GABRIEL VINÍCIUS DOS SANTOS

A utilização da Cannabis sativa para analgesia na Medicina


Veterinária: Uma revisão sistemática

Artigo apresentado como requisito para


conclusão do curso de Bacharelado em
Medicina Veterinária pelo Centro
Universitário do Planalto Central Apparecido
dos Santos – Uniceplac.

Orientadora Profa. MSc. Manuella Rodrigues de


Souza Mello

Gama-DF
2020
GABRIEL VINÍCIUS DOS SANTOS

A utilização da Cannabis sativa para analgesia na Medicina


Veterinária: Uma revisão sistemática

Artigo apresentado como requisito para


conclusão do curso de Bacharelado em
Medicina Veterinária pelo Centro
Universitário do Planalto Central Apparecido
dos Santos – Uniceplac.

Gama, 30 de julho de 2020

Banca Examinadora

Prof. MSc. Manuella Rodrigues de Souza Mello


Orientadora

Profa. MSc. Fernanda Barros de Oliveira Melo


Examinadora

_________________________________________________________________________
Prof. Dra. Tatiana Guerrero Marçola
Examinadora
A utilização da Cannabis sativa para analgesia na Medicina
Veterinária: Uma revisão sistemática

Gabriel Vinícius dos Santos1


Manuella Rodrigues de Souza Mello2

Resumo:
Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia de produtos à base de Cannabis sativa para
tratamento de dor crônica em animais. Foi realizado uma revisão sistemática com o intuito de coletar
dados de relatos de casos para comparação dos resultados. Os trabalhos selecionados foram
publicados entre os anos de 2010 a 2020. Os canabinoides apresentam excelente ação terapêutica no
controle da dor, tanto de forma isolada ou associada com outro medicamento. Apesar de possuir
excelentes benefícios, é necessário a avaliação e recomendação de um Médico Veterinário quanto ao
seu uso, assim como também o acompanhamento periódico para observação do estado de saúde,
principalmente de animais senis, visto que podem apresentar possíveis alterações na bioquímica renal
e hepática.

Palavras-chave: Cannabis sativa. Dor crônica. Analgesia. Canabidiol. Animais.

Abstract:
This work aims to evaluate the effectiveness of Cannabis sativa-based products for the treatment of
chronic pain in animals. A systematic review was carried out in order to collect data from case reports
to compare the results. The selected works were published between the years 2010 to 2020.
Cannabinoids have excellent therapeutic action in the control of pain, either alone or combined with
another medication. Despite presenting excellent benefits, it is necessary for a Veterinarian to
evaluate and recommend their use, in addition to periodically monitoring the health status, especially
of senile animals, since they may have possible changes in renal and hepatic biochemistry.

Keywords: Cannabis sativa. Chronic pain. Analgesia. Cannabidiol. Animals

1
Graduando do Curso Medicina Veterinária, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
– Uniceplac. E-mail: g.22vinicius@gmail.com
2
Docente do Curso de Medicina Veterinária, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos
Santos – Uniceplac. E-mail: manuella.mello@uniceplac.edu.br
4

1 INTRODUÇÃO

A Cannabis sativa conhecida popularmente como maconha, é uma planta que faz
parte da família Moraceae, ela é utilizada e comercializada de forma ilícita em diversos
países. Acredita-se que a planta começou a ser utilizada no Brasil na época da escravidão. A
planta tem sido estudada por especialistas com o intuito de utilização dentro da medicina para
fins terapêuticos, tendo sua eficácia comprovada para o tratamento de muitas doenças. A
Cannabis possui vários componentes químicos, dentre eles o Δ9-tetrahidrocanabinol
(Δ9THC) e o canabidiol (CBD), e ambos possuem ações terapêuticas agindo em doenças que
afetam o sistema nervoso e até mesmo sobre o câncer (JESUS et al., 2017).

No Brasil, a maconha é classificada como droga ilícita, sendo assim é proibida a


posse, aquisição e transporte segundo o artigo 16 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976.
Devido a diversas pesquisas e comprovações científicas dos benefícios do canabidiol, em
janeiro de 2015 a Anvisa liberou a utilização e importação de medicamentos com os
compostos da planta (JESUS et al., 2017).

Apesar da utilização da planta, tanto de forma recreativa quanto de forma medicinal,


tem sido estudado com intensidade um sistema chamado sistema endocanabinoide, visando
conhecer e compreender cada vez mais todo o mecanismo gerado no organismo por meio de
sua ativação (FONSECA et al., 2013). Os canabinoides consiste num grupo de substâncias
que têm interação direta com o sistema endocanabinoide presente em várias espécies. Há três
classes de canabinoides: endocanabinoides, fitocanabinoides e canabinoides sintéticos
(CARVALHO et al., 2017). O sistema endocanabinoide é composto por alguns receptores e
sinalizadores, e tem como principal função regular o organismo e o manter em homeostase.
Os receptores CB1 e CB2 são os principais, sendo que o primeiro é encontrado
principalmente em sistema nervoso central e o segundo é encontrado em células e órgãos
responsáveis pela manutenção do sistema imunológico (ESCOBAR, 2018).

Com suas funções terapêuticas, e sendo utilizada dentro da medicina humana desde
meados da metade do século XIX, os benefícios da Cannabis começaram a se propagar no
Brasil após a divulgação de trabalhos vindo da Faculdade de Medicina da Tours, na França
(JESUS et al., 2017). A procura pelo canabidiol para animais domésticos por parte dos tutores
tem crescido também, visto que o tratamento com a planta se mostra benéfico também em
animais. Há um grande número de relatos sobre as possibilidades de uso da planta e seus
5

efeitos positivos na medicina humana, seu potencial foi demonstrado no tratamento de muitos
distúrbios, incluindo dor, inflamação, câncer, asma, glaucoma, epilepsia, hipertensão, infarto
do miocárdio, arritmia, artrite reumatoide, diabetes, esclerose múltipla, doenças de
Parkinson, depressão, distúrbios alimentares e muitos outros (LANDA; SULCOVA;
GBELEC, 2016).

O objetivo desse trabalho é relatar por meio de uma revisão sistemática, a utilização
de compostos derivados da planta Cannabis sativa para controle da dor em animais,
mostrando sua eficácia assim como limitações do uso da planta dentro da medicina
veterinária.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A maconha no Brasil

A Cannabis é uma planta exótica, ou seja, não é típica do Brasil. Acredita-se que foi
trazida pelos escravos ao Brasil, pois sua antiga denominação era fumo-de-angola. Anos
depois se tornando popular entre outros países, passou a ser utilizada como uma planta
medicinal. Após 1930, ano do acontecimento da II Conferência Internacional do Ópio no
qual foi alegado que a maconha era uma droga perigosa, intensificaram as perseguições
policiais aos usuários (CARLINI, 2005).

Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), a maconha é a


substância ilícita mais consumida no mundo. Diversos países como: Estados Unidos,
Holanda, Uruguai, Espanha, Canadá e entre outros, já possuem a legalização tanto para fins
recreativos quanto para terapêuticos. Desde 2014 o uso para fins medicinais tem crescido
intensamente após relatos de pacientes diagnosticados com epilepsia que estão sendo tratados
com canabidiol, e outras doenças a nível neurológico. Com isso, muitos pacientes iniciaram
recorrência à justiça para autorização e importação de produtos medicinais com o princípio
ativo da maconha. Em 2014, foi liberado pelo Conselho Federal de Medicina o uso do
composto e no ano seguinte a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), retirou o
canabidiol como componente de substâncias proibidas, mas ainda não sendo liberado sua
venda em território brasileiro (JESUS et al., 2017).

No mês de dezembro de 2019, foi aprovado pela Anvisa, a criação de uma nova
categoria de produtos derivados da Cannabis. O comércio agora legalizado no Brasil será
feito exclusivamente por farmácias e mediante receita médica de controle especial. Os
6

produtos derivados da planta ainda não são chamados de medicamento, segundo a Anvisa
atualmente não há comprovação técnica-científica para tal intitulação (ANVISA, 2019).

Para a utilização dos produtos oriundos da Cannabis, foram- se estabelecidas regras.


Para formulações de produtos com concentração de THC até 0,2%, deverá haver prescrição
por meio de receituários tipo B, com numeração fornecida pela Vigilância Sanitária local
com renovação de receita em até 60 dias. Produtos com concentrações de THC acima de
0,2%, só serão prescritos para pacientes em estado terminal ou que tenham esgotados as
possibilidades alternativas de tratamento, nesse caso a prescrição de receituário será do tipo
A, com validade de apenas 30 dias, fornecido pela Vigilância Sanitária local (ANVISA,
2019).

2.2 O sistema endocanabinoide

Os canabinoides são substâncias presentes na planta Cannabis, seus benefícios são


diversos, tendo ação anti-inflamatória, imunomoduladora e analgésica. Os principais
fitocanabinoides conhecidos são o Δ9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC) e o canabidiol (CBD).
O CBD é o principal componente da planta, sendo esse não psicotrópico e constitui cerca de
40% do seu extrato. Na década de 1990, foi descoberto o sistema endocanabinoide, e os
estudos relatam a importância desse novo sistema para manutenção da homeostase, através
da produção de forma fisiológica de canabinoides endógenos (CERETTA, 2015; GODOY-
MATOS et al., 2006).

O sistema endocanabinoide é um importante sistema que trabalha de forma


harmônica para manter a homeostase do organismo, atuando principalmente no sistema
nervoso central (SNC) e imunológico (ESCOBAR, 2018). Dentro desse sistema há
receptores e agonistas endógenos que formam uma rede de comunicação entre o sistema
nervoso central e o periférico (GODOY-MATOS et al., 2006). O sistema é constituído
basicamente por dois receptores canabinoides tipo 1 e tipo 2 (CB1 e CB2), por
endocanabinoides, por enzimas metabolizadoras e pelo transportador membranar (COSTA,
2017).

2.2.1 Receptores canabinoides

Em meados de 1990, foi realizada a descoberta do primeiro receptor canabinoide


constatando após pesquisas a presença de dois receptores principais assim denominados CB1
7

e CB2 e seus ligantes endógenos. Esses receptores canabinoides são receptores de membrana
acoplados à proteína G (GPCR, vindo do inglês G protein-coupled receptor). Quando os
receptores são ativados após a devida ligação com agonistas, é sucedido uma série de reações
em cadeia, como por exemplo: a inibição da enzima amplificadora adenilato ciclase;
fechamento dos canais de cálcio e abertura dos canais de potássio; e estimulação de proteínas
quinases. Devido à toda essa interação, ocorre uma diminuição de neurotransmissores sendo
eficaz para o controle da dor (ASCENÇÃO et al., 2016).

Uma série de mecanismos são gerados dentro de uma célula a partir de um


estimulador, podendo ser um hormônio como também neurotransmissores. Esses
mecanismos são chamados de transdução de sinal, e pode ocorrer de duas formas: através de
receptores dentro de uma célula ou por receptores de superfície celular ou de membrana. As
G-proteínas representam um grupo de proteínas acopladas na membrana celular no qual
contém três subunidades chamadas de alfa (α), beta (β) e gama (δ). A ativação das Gproteínas
se dá pela estimulação de um agonista (EVORA; NOBRE, 1998). Os canabinoides ligam-se
principalmente a proteínas Gi/o, mas também há interação com as proteínas Gs ou Gq
(COSTA, 2017).

O CB1 é o mais abundante receptor GPCR no cérebro, presente principalmente em


neurônios pré-sinápticos do sistema nervoso central, mas também se encontra no sistema
nervoso periférico com quantidades menores comparadas ao receptor CB2 e tecido adiposo
(GODOY-MATOS et al., 2006). Os receptores CB1 distribuídos no sistema nervoso central
são responsáveis por efeitos psicotrópicos, ou seja, altera função cerebral, o humor,
comportamento e consciência. Esse tipo de receptor está densamente distribuído no sistema
nervoso central presente na pars reticulata da substância escura, cerebelo, hipocampo,
estriado e córtex cerebral e são responsáveis também por influenciar neurotransmissores na
pré-sinapse podendo causar alterações de percepção, funcionamento motor, apetite, sono,
neurodesenvolvimento e liberação hormonal (COSTA, 2017).

Outro receptor amplamente conhecido é o CB2, e está localizado principalmente no


sistema imunológico e hematopoiético, ou seja, presente em células imunes, microgliais e
baço. Quando ativado exerce influência sobre a proteína Gi, promovendo a inibição da
adenilciclase ativando a cascata proteínas quinases ativadas por mitógenos, também
conhecida como MAPK, no qual tem como principal papel regular as funções celulares que
inclui mitose, apoptose, expressão do gene, diferenciação e entre outras ações para a
8

manutenção da homeostase (COSTA, 2017). Esses receptores aumentam de forma


proporcional com estímulos inflamatórios, e podem ser mais expressos até mesmo em
neurônios que sofrem algum tipo de lesão, sendo assim demonstram efeito anti-inflamatório
eficaz (ESCOBAR, 2018).

2.2.2 Endocanabinoides

Em aproximadamente 1992, foram identificados a presença de endocanabinoides,


assim chamados pois são agonistas endógenos dos receptores canabinoides CB1 e CB2,
sendo os mais conhecidos e relevantes a etanolamina araquidonoil ou anandamida (AEA) e
o 2-araquinodoilglicerol (2-AG). Esses compostos endógenos são derivados de ácidos
graxos, poli-insaturados de cadeia longa, principalmente do ácido araquidônico. A produção
e secreção dos endocanabinoides acontecem por demanda de acordo com alterações da
homeostase celular, que ocorre no corpo e dentritos dos neurônios em resposta ao influxo de
cálcio induzido por glutamato ou GABA que gera a ativação de fosfolipases que irão
converter os fosfolipídeos em endocanabinoides (COSTA, 2017). Quando liberados na fenda
sináptica ocorre estímulo dos receptores CB1 nos terminais pré-sinápticos neuronais, que age
como mediador local de maneira parácrina e autócrina, e serão captados pelas células
neuronais através de transportadores, e então hidrolizados por enzimas específicas (GODOY-
MATOS et al., 2006).

A anandamida (AEA) foi o primeiro endocanabinoide endógeno descoberto e o mais


estudado, sendo comparada com o fitocanabinoide Δ9-THC presente na Cannabis já que
ambas possuem afinidade pelo receptor CB1, no qual apresenta efeitos farmacológicos
similares (HONÓRIO et al., 2005).

Devido ao amplo conhecimento à respeito da presença dos receptores canabinoides


distribuídos no organismo, já é sabido que há várias funções fisiológicas relacionadas a esse
sistema como: habilidade de modular o eixo hipotalâmico hipofisário, modulação a resposta
imune e inflamatória, alteração de frequência cardíaca e vasodilatação, influência sobre o
sistema respiratório, reprodutor e entre diversas outras funções (RIBEIRO, 2012; GODOY-
MATOS et al., 2006).

2.2.3 Fitocanabinoides

As plantas do gênero Cannabis possuem mais de 100 compostos denominados de


9

fitocanabinoides no qual são substâncias terpenoides lipofílicos derivados do resorcinol no


qual possuem ação farmacológica semelhantes aos endocanabinoides (CARVALHO et. al.,
2017).

Em 1964, por Gaoni e Mechoulam, ocorreu o primeiro caso comprovado do


isolamento de um princípio ativo da planta Cannabis, Δ9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC)
principal agente psicotrópico, mas que também apresenta ação farmacológica. Após o
isolamento e descoberta, desde então diversos estudos têm sido realizados com o intuito de
aprofundar o conhecimento a respeito da atividade biológica apresentada pelos compostos da
planta. Suas propriedades terapêuticas incluem analgesia, diminuição de espasmos de
pacientes portadores de esclerose múltipla e anticonvulsivante, por outro lado o composto
também pode causar efeitos colaterais. O THC possui afinidade igualada para ambos os
receptores canabinoides, porém, quando comparada com a AEA apresenta até quatro vezes
mais afinidade pelos receptores CB1 (ESCOBAR, 2018; HONÓRIO et al., 2005).

Outro composto também bastante conhecido é o canabidiol (CBD), sendo esse o


principal componente não psicotrópico da planta, sendo assim o interesse terapêutico para
tratamento de várias doenças passou a ser investigado e utilizado por muitos médicos e
retirado da lista de substâncias proibidas pela Anvisa. O canabidiol também apresenta efeitos
farmacológicos positivos para tratamento de doenças e alterações no sistema nervoso, assim
como também é eficaz para tratamento de doenças crônicas (COSTA, 2017; ESCOBAR,
2018).

2.3 A dor e a função terapêutica da Cannabis

A dor na rotina clínica do Médico Veterinário é um dos aspectos mais importantes


quando se trata do bem-estar animal, de total responsabilidade com o paciente, a dor deve ser
evitada ou minimizada para promover conforto e qualidade de vida. Para isso o Médico
Veterinário deve estar familiarizado com os processos fisiológicos da dor e a devida conduta
para promover a analgesia (COUTINHO, 2012).

O processo de percepção e propagação da dor inicia a partir de um estímulo que pode


ser provocado por um traumatismo, isquemia ou inflamação que promove a liberação de
mediadores inflamatórios, que por sua vez ativa receptores específicos para a dor, chamado
de nociceptores. Os nociceptores são terminações nervosas que enviam respostas após
estimulados para o sistema nervoso central onde a dor é reconhecida (ALEIXO et al., 2017).
10

O tratamento para dores neuropáticas é difícil e controverso, porém com o uso de


opioides, bastante comum na rotina clínica, a dor pode ser modulada. Compostos com
canabinoides assim como os opioides possuem ação analgésica, esse ponto em comum sugere
a sua interação funcional com receptores localizados em regiões similares do sistema
nervoso. Comprovado cientificamente, os receptores Mu, um dos principais receptores
opioides, e o CB1 estão localizados nos mesmos neurônios do corno dorsal superficial da
medula espinhal. Os receptores canabinoides tipo 2 localizados em tecido linfoide, quando
estimulados ajudam a mediar a liberação de citocinas das células imunológicas auxiliando na
redução da dor e inflamação. No cérebro os receptores CB1 modulam a liberação de
neurotransmissores que evitam a atividade neuronal excessiva, promovendo um efeito
calmante e redução da ansiedade que consequentemente também afeta na modulação da dor
(BUSHLIN et al., 2010).

A região pré-sináptica dos axônios também estão envolvidos no mecanismo de


modulação da dor, quando o receptor se conecta com canabinoides, inibem o impulso nervoso
devido a supressão da adenilato ciclase (ASCENÇÃO et al., 2016).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta revisão sistemática foi realizada em bases de dados eletrônicos, foram incluídos
trabalhos de relatos de casos da utilização da planta cannabis em animais, que abordaram
controle da dor dos pacientes, assim como também trabalhos que comprovaram a eficácia e
segurança da utilização da planta na medicina veterinária. A busca eletrônica foi conduzida
na base de dados Google Scholar selecionando trabalhos publicados mundialmente de 2010
a 2020. As palavras-chaves utilizadas foram: “cannabidiol”, “pain” and “dogs”. O resultado
inicial correspondeu a 1650 trabalhos.

Uma análise inicial foi realizada com base nos títulos que resultou em 32 trabalhos
selecionados, após essa etapa foram excluídos aqueles que não era possível obter o trabalho
completo, resultando em 16, outra etapa consistiu na leitura dos resumos e materiais e
métodos e foram excluídos trabalhos que haviam apenas dados laboratoriais, focando então
em resultados clínicos com uso do composto, resultado em 5 trabalhos para esta revisão
sistemática.
11

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A tabela 1, mostra os resultados dos trabalhos analisados que foram selecionados por
meio dos procedimentos metodológicos da revisão sistemática. Foram incluídos a quantidade
de animais no final de cada experimento realizado e a dose do composto a base de Cannabis.

Tabela 1 – Resultados obtidos nos trabalhos selecionados na revisão sistemática

Autor Ano Nº de Animais Posologia

MARTELO et al 2019 8 cães 0,16mg/kg s.i.d


ÁLAVA 2019 1 cão 1mg/kg b.i.d
GAMBLE et al. 2018 16 cães 2mg/kg b.i.d

KOGAN et al. 2020 32 cães 0,25mg/kg b.i.d


ELLIS et al. 2019 1 égua 0,5mg/kg b.i.d

Dos relatos de casos analisados, quatro deles foram em cães diagnosticados por meio
de exame clínico e de exames de imagem com osteoartrite, o intuito da utilização do
composto da Cannabis foi diminuir a dor crônica causada pela afecção e proporcionar mais
qualidade de vida aos pacientes. O trabalho de Ellis et al. (2019) apresentou um relato de
caso de uma égua que também apresentava dor crônica idiopática.

A farmacocinética de produtos feitos com Cannabis tem sido testada na medicina


veterinária com o intuito de explicar o mecanismo de ação em animais. Um estudo feito por
Trapero et al. (2020) em 6 cães teve como objetivo avaliar a farmacocinética de um produto
contendo canabinoides. Nesse experimento os cães foram tratados com três pulverizações
consecutivas diariamente durante 14 dias e tiveram o sangue coletado antes da administração
e vários outros momentos após. O estudo certificou que os animais toleraram e produziram
o perfil farmacocinético esperado com níveis máximos de canabinoides detectados entre uma
e duas horas, sugerindo acúmulo progressivo após tratamento com múltiplas doses.

No trabalho de Martello et al. (2019) foi avaliada a eficácia de uma nova dieta
suplementada que teve como principal intuito reduzir a dor crônica e melhorar a mobilidade
dos cães diagnosticados com osteoartrite, os comprimidos administrados aos cães continham
ingredientes naturais como canabidiol, Boswellia serrata e extrato de Cucumis melo. A
Boswellia apresenta propriedades anti-inflamatórias e analgésicas e o extrato de Cucumis
12

além de também apresentar ações anti-inflamatórias tem ação antioxidante. O tablete foi
administrado de forma oral durante trinta dias consecutivos e a dose diária foi calculada de
acordo com as instruções do fabricante (Candioli Pharma). Cada tablete de 1,2g continha
10,08 mg de Cucumis melo, 35,64 mg de óleo de semente de cânhamo, 150mg de
Casperome® (Boswellia serrata Roxb.) e 2,4mg de Canabidiol 99,9% puro. Estima-se que
cada animal recebeu diariamente cerca de 2,04 a 2,56 mg de Canabidiol a cada 15 kg.

Oito entre dez cães completaram o estudo, um cão foi diagnosticado com um
transtorno que não foi relatado no dia 21 e o segundo, o tutor decidiu suspender a
administração do suplemento no qual o motivo não foi explícito. Os cães passaram por
análise médica no dia 0, no dia 15 e no dia 30 no qual os tutores responderam questionários
para mensurar a dor e a evolução dos pacientes. Os oito cães apresentaram uma diminuição
significativa da dor principalmente entre o período de 15 a 30 dias, apresentando um
excelente resultado, e comprovando por meio da pesquisa o sucesso do CBD mesmo em dose
baixa comparado aos outros estudos, vale ressaltar que o composto não foi utilizado puro,
mas sim associado com componentes naturais que melhoraram a eficácia e a palatabilidade
visto que os animais não tiveram problemas quanto a administração.

Gamble et al. (2018) também publicaram trabalho analisando a melhora clínica de


cães diagnosticados com osteoartrite através de evidências radiográficas. Durante o estudo,
os cães foram autorizados a receber apenas AINEs, óleo de peixe e/ou sulfato de glucosamina
e condroitina sem qualquer alteração nesses medicamentos por quatro semanas antes ou
durante o período do estudo, que levou dez semanas. Inicialmente, foram recrutados vinte e
dois cães para o experimento, um cão foi removido devido a osteossarcoma no momento da
inscrição, os outros cães apresentaram alterações no decorrer do estudo devido à torção
gástrica, diarreia e pododermatite recorrente devido ao óleo placebo. A administração do
CBD alguns animais apresentaram problemas de agressão prévio, pielonefrite e insuficiência
renal, restando 16 cães até o final do experimento.

O cânhamo industrial usado continha 10mg/ml de CBD como uma mistura igual de
CBD e ácido carboxílico de CBD (CBDa), 0,24mg/ml de tetra-hidrocanabidiol (THC),
0,27mg/ml de canabicromeno (CBC) e 0,11mg/ml de canabigerol (CBG) e todos os outros
canabinoides utilizados eram inferiores a 0,01mg/ml. Cada cão recebeu via oral um dos dois
tratamentos em ordem aleatória: CBD, 2mg/kg a cada 12 horas ou placebo com um volume
equivalente de azeite contendo óleo de anis e óleo de hortelã-pimenta a cada 12 horas
13

também. Cada tratamento foi realizado por quatro semanas havendo um período de lavagem
de duas semanas entre os tratamentos e cada cão teve seu sangue coletado para hemogramas
e análises químicas nas semanas dois e quatro do experimento.

O óleo CBD resultou em uma diminuição significativa nos escores de dor quando
comparado à linha de base na avaliação na semana 2 e na semana 4. O óleo placebo
apresentou resultados maiores na média da escala de dor utilizada no estudo e sem alterações
entre a semana 2 e 4. Os valores da bioquímica sérica não foram diferentes entre o placebo
em comparação com o óleo de CBD, exceto a fosfatase alcalina (ALP) que apresentou um
aumento significativamente ao longo do tempo desde a linha de base até a semana 4, nove
dos dezesseis cães apresentaram essa elevação. A glicose aumentou em cães que receberam
o placebo em cada momento, e os níveis de creatinina aumentaram ao longo do tratamento
em ambos os cães que receberam o óleo de CBD e naqueles que receberam o óleo placebo,
embora todos os valores permaneceram dentro dos valores de referência.

Apesar dos animais terem apresentados resultados positivos em relação a dor,


ocorreram alguns efeitos colaterais como o aumento da fosfatase alcalina e da creatinina,
mesmo estando dentro dos parâmetros ideais, é um fator que deve ser observado a longo
prazo. Comparando com os trabalhos de Álava (2019), Martello et al. (2019) e Kogan et al.
(2020) que também utilizaram compostos a base de Cannabis para tratamento de osteoartrose
em cães, a dose utilizada foi superior a todos os relatos de casos desta revisão. Brutlag e
Hommerding (2018), pesquisadores do Colorado State University publicaram um estudo
examinando a farmacocinética do CBD em 30 cães, os cães receberam o óleo de CBD micro
encapsulado, 10mg/kg a 20mg/kg diariamente durante 6 semanas, foram incluídos menções
inespecíficas da elevação de enzimas hepáticas, porém sem evidências clínicas
correspondente de doença. Outro fator ressaltado neste artigo é que em doses elevadas,
efeitos adversos relacionados ao sistema renal podem acontecer, afirmando que, mesmo não
sendo frequente, a insuficiência renal aguda pode ser uma afecção secundária devido a altas
doses de canabinoides.

Relatado por Murphy et al. (2012), o departamento de saúde de Wyong foi notificado
pelas autoridades de saúde pública sobre três pessoas hospitalizadas por lesão renal aguda,
todos relataram ter feito o uso de canabinoides sintéticos. O estudo relatou que os casos
poderiam estar associados a uma toxicidade não reconhecida até então por parte do uso de
canabinoides ou a presença de alguma nefrotoxina. Após a notificação do caso, surgiram
14

mais 16 casos em outros estados. Os autores enfatizaram que profissionais de saúde devem
estar cientes sobre a possibilidade de existir um potencial de toxicidade renal em usuários de
produtos com canabinoides sintéticos.

No trabalho de Álava (2018), um cão com 10 anos de idade apresentava dor crônica
devido a osteoartrite, o tratamento foi realizado com a administração de Epifractán 5%, que
contém 5g de CBD, menos de 0,2% de THC e ácido tetra hidrocanabinólico a cada 100ml.
A dose utilizada foi de 1mg/kg a cada 12 horas, o tratamento foi realizado durante 30 dias
consecutivos e 15 dias antes foi suspenso o uso de analgésicos e anti-inflamatórios. No final
dos 30 dias de tratamento foi constatado uma diminuição significativa de 32% na dor do
paciente, na bioquímica sanguínea não houve alterações significativas, exceto um aumento
da fosfatase alcalina, que ultrapassou o valor de referência.

Realizando um comparativo com o trabalho de Gamble et al. (2018) no qual os cães


também apresentaram aumento da fosfatase alcalina, uma similaridade é notada, 62% dos
pacientes têm idade superior a 9 anos, ou seja, ambos os estudos trabalharam com cães senis.
Um estudo realizado em 2019 por Deabold et al. utilizou CBD em cães e gatos saudáveis
com o intuito de avaliar a farmacocinética e segurança, oito cães de 11 meses a 5 anos
receberam o composto a base de CBD na dose de 2 mg/kg duas vezes ao dia durante 87 dias.
No final do tratamento nas avaliações químicas séricas não houve diferenças estatisticamente
significativas, os níveis de fosfatase alcalina não excederam o intervalo de referência durante
o estudo em nenhum cão, o que pode ser observado é que cães senis podem apresentar o
aumento da fosfatase alcalina em doses mais altas.

O estudo realizado por Kogan et al. (2020) teve como desígnio utilizar o óleo de CBD
para tratamento para dor crônica de 37 cães diagnosticados com osteoartrite, 32 cães
concluíram o tratamento de 90 dias com êxito, os outros 5 cães não iniciaram o protocolo
terapêutico devido a problemas de saúde prévios. A dose utilizada inicialmente foi de
0,25mg/kg com ajustes ao longo do tempo variando de 0,5mg/kg a 0,75mg/kg de 12 em 12
horas. Aqueles animais que estavam sendo tratados com gabapentina, a dosagem foi
diminuída com o intuito de avaliar a capacidade do óleo de CBD em reduzir a dose necessária
de gabapentina para observar o nível de conforto do cão.

No final dos 90 dias de estudo, dois cães não alcançaram melhora alguma nas dores,
segundo seus tutores e apoiados pelas avaliações dos médicos veterinários. A dose final de
15

CBD utilizada nos dois cães foram de 2mg/kg a cada 12 horas, o estudo não deixou claro o
motivo pelo qual não houve resultados positivos e nem se esses animais estavam fazendo o
uso da Gabapentina. Durante o estudo 5 cães não receberam administração da Gabapentina,
os outros 27 fizeram o uso do medicamento associado ao CBD, sendo que 10 cães pararam
de tomar a Gabapentina e se manteve bem ao longo do experimento e 13 cães não
conseguiram parar com o uso e se mantiveram associando as duas medicações, porém 11
deles conseguiram diminuir a dose.

Os dois cães do estudo que precisaram de doses mais altas de CBD e que mesmo
assim não obtiveram resultados clínicos não apresentaram alterações e nem elevações das
enzimas hepáticas mesmo ambos tendo 8 anos de idade. Alguns cães tiveram um aumento da
fosfatase alcalina, sendo importante ressaltar que 60% dos cães tinham acima de 9 anos de
idade.

Além dos canabinoides terem ação analgésica em pacientes com osteoartrite, também
tem função neuroprotetora. Um estudo realizado em cobaias por PHILPOTT et al. (2017)
teve o intuito de investigar se o CBD é anti-nociceptivo na osteoartrite e se a inibição da
inflamação pelo CBD poderia impedir o desenvolvimento de dor e neuropatia articular dessa
afecção. A osteoartrite foi induzida em ratos Wistar por injeção intra-articular de
monoiodoacetato de sódio (MIA), e tratada com CBD injetável intra-arterial e de maneira
tópica. O estudo apresentou resultados positivos mostrando que a administração local do
CBD inibiu a dor e a sensibilização periférica, e o tratamento tópico reduziu o tráfico de
leucócitos e a hiperemia articular durante os estágios iniciais da MIA. Concluindo a eficácia
de bloquear a inflamação aguda que pode levar a progressão de doenças e neuropatia
articular.

Ellis et al. (2019), publicou um relato de caso utilizando o CBD para tratamento de
dor crônica em uma égua. O animal tinha 4 anos de idade, e tinha uma acentuada
sensibilidade e desconforto na região da cernelha, após serem feitos exames não houve
constatação de nenhuma afecção que pudesse justificar tal comportamento sendo assim tendo
como suspeita siringo-hidromielia, trauma, dor neuropática idiopática levando à hiperestesia
cutânea e alodinia mecânica. O animal foi tratado com dexametasona, gabapentina,
magnésio/vitamina E, prednisolona e acupuntura, por tanto não obteve sucesso e nem
redução dos sinais clínicos.
16

O tratamento com CBD foi iniciado através de um cristalino puro na dose 0,5mg/kg
sendo administrado juntamente a sua alimentação, duas vezes ao dia. Após 36 horas do início
do tratamento o animal já apresentou uma melhora significativa nos sinais clínicos com dor
e incômodo bastante reduzidos, após 60 dias a dose de CBD foi reduzida à metade, em um
dia o animal retornou a apresentar as mesmas sintomatologias clínicas, retornando então para
a dose inicial, e então reduzida gradativamente no qual foi mantido então 150mg,
aproximadamente 0,3mg/kg. Segundo os autores, a eficácia do tratamento foi de 90% sem
qualquer alteração indesejada, sendo considerado um caso de sucesso.

Portanto, os resultados foram satisfatórios do uso de compostos a base de Cannabis


para tratamento de dor crônica tanto em pequenos animais, quanto em grandes animais,
promovendo uma excelente analgesia e conforto aos pacientes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos, foi possível observar a eficácia dos compostos a base
de Cannabis, no qual ofereceu eficiência no tratamento dando suporte para promover
analgesia em afecções crônicas, tanto em seu uso isolado ou associado com outros
medicamentos. Vale se atentar quanto ao uso em pacientes senis, que são propensos a ter
alterações hepáticas e renais, sendo o indicado iniciar o protocolo terapêutico a partir de doses
mais baixas.

Um fator observado por meio desta pesquisa, foi a escassez de trabalhos publicados
sobre relatos de casos da utilização dos compostos a base de Cannabis na medicina
veterinária tanto no Brasil como no exterior. A escassez pode estar relacionada as restrições
provenientes da legislação de cada país, visto que a legalização para o uso medicinal tem
ocorrido de forma gradual no mundo.

6 REFERÊNCIAS

ALEIXO, G. A. S. et al. Tratamento da dor em pequenos animais: fisiopatologia e reconhecimento


da dor (revisão de literatura: parte I). Medicina Veterinária (UFRPE), v. 10, n. 1-4, p. 19-24,
2017.

ANVISA. Entenda: produtos derivados de Cannabis. Brasil, 2019. Disponível em:


http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/entenda-
produtos-derivados-de-cannabis/219201/. Acesso em: 03 de mar. 2020.

ASCENÇÃO, Marina Doles; LUSTOSA, Victor Rodrigues; DA SILVA, Ledismar José.


Canabinoides no tratamento da dor crônica. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, v.
17

5, n. 3, 2017.

BUSHLIN, Ittai; ROZENFELD, Raphael; DEVI, Lakshmi A. Cannabinoid–opioid


interactions during neuropathic pain and analgesia. Current opinion in pharmacology, v.
10, n. 1, p. 80-86, 2010.

BRUTLAG, Ahna; HOMMERDING, Holly. Toxicology of marijuana, synthetic


cannabinoids, and cannabidiol in dogs and cats. Veterinary Clinics: Small Animal
Practice, v. 48, n. 6, p. 1087-1102, 2018.

CARLINI, Elisaldo Araújo. A história da maconha no Brasil. Jornal brasileiro de


psiquiatria, v. 55, n. 4, p. 314-317, 2006.

CERETTA, Renan Antonio. Avaliação dos efeitos do Canabidiol sobre os parâmetros


inflamatórios e comportamentais em modelo experimental de meningite
pneumocócica. 2016. Tese (Doutorado) – Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde,
Universidade do Extremo Sul Catarinense.

COSTA, Rafaela. Análise das evidências científicas do uso do canabidiol em doenças


psiquiátricas e neurológicas. 2017. Dissertação (Mestrado) – Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal de Santa Catarina.

COUTINHO, Ana Filipa Oliveira Samúdio Viana. Subjetividade na avaliação da dor


animal. 2012. Tese de Doutorado. Universidade Técnica de Lisboa. Faculdade de Medicina
Veterinária.

DEABOLD, Kelly A. et al. Single-dose pharmacokinetics and preliminary safety


assessment with use of CBD-rich hemp nutraceutical in healthy dogs and cats. Animals, v.
9, n. 10, p. 832, 2019.

DE ÁLAVA, Adriana Furtado. Cannabis de uso medicinal para el tratamiento de dolor


crónico de un labrador retriever con osteoartrosis: relato del caso. 2019. Tese (Doutorado) –
Facultad de Veterinaria, Universidad de la Republica.

DE CARVALHO, Cristiane Ribeiro et al. Canabinoides e Epilepsia: potencial terapêutico


do canabidiol. VITTALLE-Revista de Ciências da Saúde, v. 29, n. 1, p. 54-63, 2017.

DE JESUS, Antonio Carlos Justo et al. Legalização da maconha para fins medicinais.
Revista Do Curso De Direito Do Centro Universitário Brazcubas, v. 1, n. 1, 2017.

ELLIS, K. L.; CONTINO, E. K. Treatment using cannabidiol in a horse with mechanical


allodynia. Equine Veterinary Education, 2019.

ESCOBAR, Maíra Barros. O potencial do canabidiol na terapêutica veterinária: revisão


de literatura. 2018. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Centro de ciências
agrárias, Universidade Federal de Roraima.

EVORA, Paulo Roberto B.; NOBRE, Fernando. O papel das G-proteínas na fisiopatologia
das doenças cardiovasculares. Arq Bras Cardiol, v. 72, n. 2, p. 209-29, 1999.
18

FERNÁNDEZ-TRAPERO, María et al. Pharmacokinetics of Sativex® in Dogs: Towards a


Potential Cannabinoid-Based Therapy for Canine Disorders. Biomolecules, v. 10, n. 2, p.
279, 2020.

FONSECA, B. M. et al. O Sistema Endocanabinóide–uma perspetiva terapêutica. Acta


Farmacêutica Portuguesa, v. 2, n. 2, p. 37-44, 2013.

GAMBLE, Lauri-Jo et al. Pharmacokinetics, safety, and clinical efficacy of cannabidiol


treatment in osteoarthritic dogs. Frontiers in veterinary science, v. 5, p. 165, 2018.

GODOY-MATOS, Amélio F. de et al. O sistema endocanabinóide: novo paradigma no


tratamento da síndrome metabólica. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia &
Metabologia, v. 50, n. 2, p. 390-399, 2006.

HONÓRIO, Káthia Maria; ARROIO, Agnaldo; SILVA, Albérico Borges Ferreira da.
Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa. Química nova, v. 29, n. 2,
p. 318-325, 2006.

KOGAN, Lori; HELLYER, Peter; DOWNING, Robin. (2020). The Use of


CannabidiolRich Hemp Oil Extract to Treat Canine Osteoarthritis-Related Pain: A Pilot
Study. AHVMA Journal, v. 28, p. 35-45, 2020.

LANDA, Leoš; SULCOVA, A.; GBELEC, Petr. The use of cannabinoids in animals and
therapeutic implications for veterinary medicine: a review. Veterinární medicína, v. 61, n.
3, 2016.

MARTELLO, E. et al. Effects on pain mobility of a new diet supplement in dogs with
osteoarthritis: A pilot Study. Annals of Clinical Laboratory Research, v. 7, n. 2, p. 304,
2019.

MURPHY, Tracy D. et al. Acute kidney injury associated with synthetic cannabinoid use—
multiple states, 2012. MMWR. Morbidity and mortality weekly report, v. 62, n. 6, p.
93, 2013.

PHILPOTT, Holly T.; O'BRIEN, Melissa; MCDOUGALL, Jason J. Attenuation of early


phase inflammation by cannabidiol prevents pain and nerve damage in rat osteoarthritis.
Pain, v. 158, n. 12, p. 2442, 2017.

RIBEIRO, Alison. Efeitos do canabidiol, um canabinóide derivado da Cannabis sativa,


em um modelo murino de inflamação pulmonar aguda: uma avaliação imune-neuro-
endocrinológica. 2012. Tese (Doutorado em Patologia Experimental e Comparada) –
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo.

Agradecimentos

A minha mãe, pelo apoio ao longo desses anos de graduação, me incentivando todos
os dias a ser um profissional de excelência.

A minha orientadora, pela paciência, atenção e ensinamentos que me permitiram


19

apresentar um melhor desempenho no desenvolvimento neste trabalho.

Aos familiares e amigos, que nos momentos mais difíceis me ofereceram palavras
de conforto e incentivo.

Ao corpo docente da medicina veterinária, por todos os ensinamentos e por me


mostrar o quão gratificante é ter o privilégio e o dom de exercer essa profissão.

Você também pode gostar