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FACULDADE DE IMPERATRIZ

CURSO DE FARMÁCIA
DISCIPLINA DE TOXICOLOGIA GERAL

MAYRA REBECA CARVALHO SANTOS DE LIMA - 201951284641


PAULO NATAN BARROSO PESSOA - 201951439597
PEDRO HENRIQUE FREITAS DOS SANTOS – 201951200519
VALÉRIA FERREIRA COSTA - 201951298731
YZAEL FONSECA DE MELO - 201951209818

Clorofórmio

IMPERATRIZ – MA
2021
MAYRA REBECA CARVALHO SANTOS DE LIMA - 201951284641
PAULO NATAN BARROSO PESSOA - 201951439597
PEDRO HENRIQUE FREITAS DOS SANTOS – 201951200519
VALÉRIA FERREIRA COSTA - 201951298731
YZAEL FONSECA DE MELO - 201951209818

Clorofórmio

Trabalho destinado à disciplina de Toxicologia Geral,


do curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz
(FACIMP), ministrado pela professora: Me. Larissa dos
Anjos Marques para a complementação de nota da AV1
e objetivando, especialmente, a compreensão do
assunto.

IMPERATRIZ – MA
05/2021
NTRODUÇÃO

Descoberto simultaneamente por Soubeiran, França, e por Liebig, Alemanha,


por volta de 1831,a partir do álcool etílico, sob a ação de cloro e solução diluída
de hidróxido de sódio, o clorofórmio, ou triclorometano, é um hidrocarboneto
halogenado fórmula CHCl.. É um líquido incolor, solúvel em álcool e em éter,
mais denso que a água e de cheiro característico, foi usado pela primeira vez
em procedimentos cirúrgicos em 1847 na Inglaterra como anestésico, ao ser
aplicado sobre a pele, a temperatura diminuía, pois ele absorvia calor; deste
modo, os nervos sensitivos perdiam a atividade e a sensação de dor diminuía
porém, seu uso foi gradativamente abandonado, por ser bastante tóxico, tanto
por ingestão quanto por inalação, foi comprovado também que o
clorofórmio pode causar parada respiratória, comprometimento do sistema
nervoso central e danos irreparáveis ao fígado e rins, necrose hepática e renal
e também síncope do clorofórmio, que é uma parada cardíaca súbita, devido a
esses fatores de alto risco para o paciente e com a descoberta de novos
anestésicos mais seguros, o uso do clorofórmio como anestésico foi
abandonado.

No início do século XIX, na Inglaterra, o clorofórmio era inalado em festas,


posteriormente surgiram drogas inalantes como o lança perfume que contêm
clorofórmio e que leva a pessoa a ficar eufórica e agressiva, além de causar
confusão mental, palidez, visão embaralhada, perda do autocontrole,
alucinações, convulsões, inconsciência, coma dependência ,lesões
irreversíveis ao cérebro câncer e morte. Com o tempo, observou-se que o uso
do clorofórmio como anestésico trazia várias reações adversas, como o fato
dele oxidar facilmente na presença de luz, produzindo o cloreto de carbonila
(fosgênio), que é um gás tóxico, o que já causou diversos acidentes fatais,
sendo mais usado o clorofórmio como solvente, principalmente de borracha e
verniz.

Cerca de 660 000 toneladas de clorofórmio são emitidas no meio ambiente


todos os anos, e aproximadamente 90% dessas emissões tem origem natural.A
substância se volatiliza facilmente no solo e na superfície da água e degrada
no ar, produzindo fosgênio, diclorometano, cloreto de acila, monóxido de
carbono e cloreto de hidrogênio, sua meia-vida no ar varia entre 55 e 620 dias,
e a degradação no solo e na água é lenta, esse trialometano não se acumula
de forma significativa em organismos aquáticos.Nas estações de tratamento de
água utiliza-se o cloro para a sua purificação, porém, as impurezas misturadas
na água podem reagir com o cloro e formar o clorofórmio, isso é um aspecto
muito preocupante, pois diluído em água, o clorofórmio pode ser carcinogênico.
O tratamento da água, porem implica a utilização de substâncias químicas que
podem, afetar a saúde, porém os riscos relacionados ao processo de cloração
da água estão associados muito mais aos seus subprodutos do que com os
agentes utilizados, existe, normalmente um grande número de compostos
orgânicos na água que podem reagir com o cloro livre levando à formação de
diversos subprodutos, entre eles os denominados trialometanos.
Objetivos

O composto químico apresentado tem um intento plural, pode ser produzido


na atmosfera, na água e no solo, no entanto, a sua principal fonte é a síntese
artificial, seja por cloração do metano, seja pela hidrocloração do metanol,
nesses dois processos há a mistura de clorometanos, em que o clorofórmio é
obtido posteriormente por destilação, também é possível produzir tal composto
por meio de oxicloração do metano, clorofórmio é um trialometano, sua
presença na água é um grande fator de poluição, mesmo que em pequenas
quantidades, a legislação brasileira permite a presença de trialometanos de até
0,1 mg/L, acima disso a água é considerada como não potável, também é
bastante empregado como solvente de verniz e borrachas, apesar de pouco
solúvel na água, ele é um grande poluente dela, atualmente, sua principal
aplicação é como solvente,também é usado como matéria-prima para a
produção de outros compostos, sendo também usado de forma ilegal como
drogas ilicitas.
Desenvolvimento

O clorofórmio é um líquido claro, volátil e com odor característico, usado como


solvente em vários produtos (vernizes, ceras, gorduras, óleos, graxas), agente
de limpeza a seco, anestésico, em extintores de incêndio, intermediário na
fabricação de corantes e agrotóxicos, fumigante para grãos e na fabricação de
hidroclorofluorcarbonos (HCFC). Atualmente alguns países proíbem o uso de
clorofórmio como anestésico e em determinados medicamentos e cosméticos.

O clorofórmio pode ser liberado para o ar por processos diretos (uso,


produção e armazenamento) e ser formado como subproduto na cloração da
água. Fábricas de papel e celulose, estações de tratamento de esgotos,
incineração de resíduos e indústrias químicas são também fontes
antropogênicas do composto. A meia-vida no ar está entre 55 e 620 dias.
Estima-se que a liberação total de clorofórmio para o ar é de 660.000
toneladas/ano e que 90% das emissões são de origem natural. O clorofórmio é
o trihalometano (THM) mais comum e o principal subproduto do processo de
cloração da água potável. Os THM são formados na água potável como
resultado da interação do cloro com matéria orgânica, particularmente ácidos
húmicos e fúlvicos derivados de solos e da decomposição de plantas,
presentes naturalmente em águas brutas. A taxa e grau de formação dos THM
aumentam em função da concentração de cloro e ácido húmico, temperatura,
pH e concentração de íons brometo.

O principal processo de remoção do clorofórmio da água superficial é a


volatilização, com meia-vida de 1,5 dias para rios e de 9-10 dias para lagos.
Estudos indicam pouca biodegradação após 25 semanas em sistemas
aquáticos sob condições aeróbias. Na água subterrânea, a volatilização restrita
e biodegradação lenta (sob condições anaeróbias) ou nenhuma biodegradação
(na maioria das condições aeróbias) indica que o composto pode ser bastante
persistente. A meia-vida por hidrólise é maior que 100 anos. Estudos sugerem
que a degradação química é lenta em sedimentos e solos, exceto sob
condições anaeróbias metanogênicas. Os principais produtos de degradação
do clorofórmio sob condições anaeróbias são dióxido de carbono, metano e
cloreto de hidrogênio, e pequenas quantidades de diclorometano.

Propriedades físico-químicas do clorofórmio:

 Estado físico – Líquido


 Cor – Incolor
 Cheiro – Característico
 Ponto /intervalo de ebulição - 61,2ºC (101,3 kPa)
 Ponto /intervalo de fusão - 63,5ºC
 Ponto de Inflamação - Não aplicável;
 Inflamabilidade - Não inflamável
 Temperatura de autoignição - Não aplicável
 Propriedades explosivas - Não aplicável
 Limite de explosividade - Não aplicável
 Propriedades de oxidação - Não aplicável
 Pressão de vapor - 1,2 kPa (20ºC)
 Densidade - Aprox. 1,477 Kg/m3 (20ºC)
 Densidade em Massa - Não relevante
 Solubilidade em água - 8 g/l (20ºC)
 Solubilidade em outros Solventes - solúvel em éter (20ºC)
 Ph - Não relevante
 Coeficiente de partição octanol/água - log Pow : 2,0 (25ºC)
 Densidade relativa do vapor (Ar=1) - Não determinado
 Viscosidade - 0,57 mPa.s (20ºC
 Informações Toxicológicas
 Toxicidade Aguda Oral DL 50: Ratos: 908-2000 mg/Kg
 Dérmico DL 50: Coelho: > 3980 mg/kg
 Inalação CL 50: Ratos: 47,7 mg/l (4 horas)
 Irritação – Pele: Irritante para a pele;Olhos: Irritante para os olhos
 Respiratória: Irritante para as vias respiratórias
 Genotoxicidade: Não mutagênico (exceto prova AMES)

Outras informações toxicológicas

Carcinogênio categoria 3 CEE: Substância que causa preocupação ao


homem devido a possíveis efeitos carcinógenos .

A exposição humana ao clorofórmio ocorre por ingestão, inalação e


contato dérmico, a água clorada é a principal fonte de exposição, pois a água
de beber e de piscinas contêm trialometanos como subprodutos do uso do
cloro para desinfecção, composto também pode ser encontrado em pequenas
quantidades nos alimentos; o principal efeito da inalação de clorofórmio por
curto prazo é a depressão do sistema nervoso central; o uso do clorofórmio
como anestésico foi interrompido devido a mortes por arritmia cardíaca e
insuficiência respiratória, alguns pacientes tratados com o anestésico
clorofórmio apresentaram náusea, vômito, prostração, icterícia e coma devido à
disfunção hepática, a necropsia revelou necrose e degeneração hepática. A
ingestão de clorofórmio pode causar sintomas e sinais similares aos
observados na exposição inalatória. A exposição crônica oral pode produzir
efeitos no fígado, rins e sangue, a exposição também pode ocorrer durante o
banho, atividades de limpeza e preparo de alimentos quando a água de
torneira clorada contém concentrações elevadas de clorofórmio.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica o
clorofórmio como possível cancerígeno humano (Grupo 2B), com base na
presença de tumores malignos e benignos em roedores expostos por via oral e
inalatória; o fígado é primeiro órgão alvo da toxicidade do clorofórmio, este
composto é, predominantemente, metabolizado no fígado, via citocromo P450,
levando à produção de metabolitos tóxicos, nomeadamente o fosgénio, como
visto anteriormente. Quando a formação de metabolitos tóxicos excede a
capacidade de destoxificação do fígado pela glutationa (GSH), devido à sua
depleção, a via que leva à formação de aductos com os fosfolípidos prevalece
e, como consequência, ocorre necrose dos hepatócitos. para além disso,
também se desenvolve esteatose hepática, decorrente da formação de radicais
livres, na presença do radical diclorometilo ocorre a indução do dano oxidativo,
assistindo-se assim ao fenómeno de peroxidação lipídica, para além da
formação de aductos com os fosfolípidos; todos estes processos em conjunto
levam à falência hepática.

Informações de Segurança de Produtos Químicos – ISPQ

 De acordo com a NBR 14725-4:2014 No. de catálogo 102431


 Nome do produto Clorofórmio
 Classificação (Perigoso para o meio ambiente)
 Toxicidade aguda, Categoria 4, Oral, H302
 Toxicidade aguda, Categoria 3, Inalação, H331
 Irritação da pele, Categoria 2, H315 Irritação ocular, Categoria 2, H319
 Carcinogenicidade, Categoria 2, H351
 Toxicidade à reprodução, Categoria 2, H361d
 Toxicidade sistêmica de órgão-alvo específico - exposição repetida,
Categoria 1, Fígado, Rim, H372

 Pictogramas de risco:
 Palavra de advertência: Perigo
 Frases de perigo H302 Nocivo se ingerido.
 H315 Provoca irritação à pele.
 H319 Provoca irritação ocular grave.
 H331 Tóxico se inalado. H351 Suspeito de provocar câncer.
 H361d Suspeita-se que prejudique o feto.
 H372 Provoca dano aos órgãos (Fígado, Rim) por exposição repetida ou
prolongada.
 Informações Ecológicas:
 Efeitos biológicos: prejudicial aos organismos aquáticos.
 Peixe: Toxicidade aguda, 96h-LC50: 18-300 mg/l
 Daphnia: Toxicidade aguda 48h-EC50 : 90-950 mg/l
 Degradação abiótico: Metade do tempo (atmosfera) : 106 dias
 Degradação biótico: Não facilmente biodegradável
 Bioacumulação: Fator de Bioconcentração.
 Toxicidade nos peixes: L.macrochirus LC50: 18 mg / l / 96 h 12.2
 Persistência e degradabilidade: Não rapidamente biodegradável 12.3
 Potencial bioacumulativo: Não é bio acumulável 12.4
 Efeitos sobre organismo do solo: Pode afetar o solo e, por percolação
degradar a qualidade da água do lençol freático,em casos de ocorrência,
todas as medidas deverão ser tomadas respeitando as exigências dos
órgãos ambientais locais.
Conclusão

Pelo exposto, fica evidente que o uso do clorofórmio foi descontinuado como
anestésico devido a comprovação de que esta droga poderia ocasionar danos
em vários órgãos do corpo humano, o clorofórmio produz dependência e suas
principais vias de contato compreendem a ingestão, a inalação e o contato
dérmico, este pode causar intoxicação dependendo do nível e da duração da
exposição, decorrentes de estágios mais graves é cancerígeno, em grandes
quantidades pode ser letal.Temos a segurança química, como um sério
problema a ser enfrentado pela nossa sociedade, coloca a necessidade e o
desafio de se constituírem novos metódos preventivos e educacionais,
informativos e preventivos, abrangendo um contexto universal em busca de um
modelo de desenvolvimento sustentável que tenha por base a priorização da
saúde humana e a priorização do seu habitat. Outro desafio é se constituir,
concomitantemente, uma ciência mais contextualizada afim de trabalhar uma
realidade, baseada em abordagens integradas que possam incluir a análise
de reações químicas, físicas e biológicas combinadas com ações
humanizadas, contribuindo para a busca de soluções mais amplas e
duradouras.
Referências

https://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp-content/uploads/sites/24/2013/11/
Cloroformio.pdf

http://cosmoquimica2.tempsite.ws/waUpload/0022592015114941.pdf

https://grupo7toxi.wixsite.com/cloroformio/toxicologia

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