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Bioacumulação
A bioacumulação só ocorre quando os processos envolvidos na assimilação são
superiores àqueles envolvidos na eliminação. O Fator de Bioconcentração – FB,
representa a razão no equilíbrio entre a concentração do composto no peixe e a
concentração dissolvida na água adjacente, considerando o mecanismo de difusão
nas guelras como a única fonte desse composto. A bioacumulação é máxima
quando o peso molecular está cerca de 350, o Log de Kow ~ 6,0 e a solubilidade
na água a 0,001 ppm.
Figura 9. Processos de acumulação e perda pelos peixes.
Fenômeno de Biomagnificação
FONTES DE STP
» Efluentes industriais
» Esgotos domésticos
» Incineração de lixo: doméstico, industrial e hospitalar
» Queima incontrolada de lixo
» Derramamento de petróleo (óleos crus contêm 0,2 a 7 % de PAH)
» Produção de asfalto, alumínio, PVC, papel
» Produção de alumínio
» Queima de combustíveis fósseis
» Geração e composição de produtos agrícolas: um grande número de herbicidas,
inseticidas e fungicidas
» Queimadas florestais
A persistência dos PAHs no meio ambiente varia com a massa molar. Os PAHs de baixas
massas molares são degradados mais facilmente. Enquanto os tempos de meia vida para
o naftaleno e antraceno no sedimento são de 9 e 43 horas, respectivamente, os PAHs de
massas molares mais altas apresentam tempos de meia vida em solos e sedimentos de
alguns anos.
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TOXICIDADE DOS PAHS
Compostos Clorados
Os compostos organoclorados que serão abordados compreendem duas classes
diferentes de STP: pesticidas e compostos industriais. Eles têm como principal
característica a alta persistência no meio ambiente, sendo considerados
compostos trans-fronteiriços, isto é, sem limites para seu transporte atmosférico. A
extensão da poluição global por esses compostos tornou-se evidente após eles
terem sido encontrados em áreas onde nunca foram utilizados ou produzidos,
como o Ártico, e por esse motivo são objetos de estudos em todo o mundo.
As misturas de PCB mais utilizadas nos Estados Unidos foram os Arocloros 1242,
1248, 1254 e 1260, que devem ser também os mais utilizados no Brasil, uma vez
que a maioria da importação era oriunda da indústria americana Monsanto. As
principais características de algumas misturas de Arocloro estão descritas na
Tabela a seguir.
Tabela 6: Propriedades físicas e químicas de algumas formulações técnicas de
Arocloros
O setor elétrico é uma fonte ativa de PCB para o ambiente através de seus
transformadores antigos. No estado de São Paulo, as subestações inativas de
energia elétrica já apresentaram diversos casos de vazamentos do óleo. A
empresa Furnas Centrais Elétricas, uma líder no setor de energia elétrica, gerando
66% da demanda energética brasileira, divulga em seu site um estoque de 140 t de
PCB em processo de incineração com o prazo para ser concluído, em 1999, sendo
que em 2003 a página ainda não foi atualizada (Furnas, 2003). Por outro lado, em
1997, a Eletropaulo, maior distribuidora de energia elétrica na América Latina,
responsável pela distribuição a 14 milhões de pessoas no estado de São Paulo,
assumiu possuir um passivo de 562 t de PCB. A siderúrgica CSN, no Rio de
Janeiro, planeja eliminar 800 t de Ascarel, contido em transformadores até o ano
de 2004, incinerando 80 t/ano (COSTA, 2000).
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PESTICIDAS CLORADOS
Dieldrin (1,2,3,4,10,10-
Hexacloro-6,7-epoxi-
1,4,4a,5,6,7,8,8a-octaidroexo-
1,4- endo-5,8-
dimetanonaftaleno). É
altamente persistente no solo,
com um tempo de
vida de 3 a 4 anos em climas
temperados e possui alta
tendência à bioconcentração
(UNEP, 2003).
Endrin (3,4,5,6,9,9-Hexacloro-
1a,2,2a,3,6,6a,7,7a-octaidro-
2,7:3,6- dimetanonaft[2,3-
b]oxireno). É altamente
persistente no solo (em alguns
casos já foram relatados t de
até 12 anos). Em peixes, já
foram relatados fatores de
1/2
bioconcentração de 14 a 18000
(UNEP, 2003).
Heptacloro (1,4,5,6,7,8,8-
Heptacloro-3a,4,7,7a-tetraidro-
4,7-metanoindeno). É
metabolizado em solos, plantas
e animais para heptacloro
epóxido, que é mais estável em
sistemas biológicos, além de
cancerígeno. O t no solo em
regiões temperadas é
1/2
de 0,75 a 2 anos (UNEP,
2003).
Diclorodifeniltricloroetano
(DDT) – (1,1,1-Tricloro-2,2-bis-
(4-clorofenil)-etano).
É, provavelmente, o composto
químico mais controverso do
Século XX. Salvou várias vidas
no controle de pragas como a
malária, porém sua
persistência e lipofilicidade
causavam a morte de vários
animais.
O DDT foi amplamente utilizado numa variedade de tipos de plantações. O produto
técnico é uma mistura de cerca de 85% p,p’-DDT e 15 % do o,p’-DDT (UNEP,
2003). O DDT é altamente persistente em solos com uma meia vida de cerca de
1,1 a 3,4 anos. Ele também exibe altos fatores de bioconcentração (na ordem de
5x104 para peixes e 5x105 para bivalves). No ambiente, o produto é metabolizado
para DDD e DDE. O DDT tem alta reatividade e o DDE é o produto de degradação
da maioria das reações que ocorrem no meio ambiente. O DDE é estável a
oxidação, redução e hidrólise e, por isso, é o principal composto da classe dos
DDT encontrado no meio ambiente quando a fonte de contaminação não é mais
ativa. Foi demonstrado que DDT atua como desregulador endócrino.
NÚMERO CA
COMPOSTO S SOLUBILIDADE PRESSÃO DE VAPOR LOG KOW
Aldrin 309-00-2 27 µg/L a 25 oC 2,31 x 10–5 mm Hg a 20 oC 5,17-7,4
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LEGISLAÇÃO
Bem-vindo!
Neste capítulo estudaremos
O CASO DO MERCÚRIO
1
INTRODUÇÃO
2
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE O MERCÚRIO
O Brasil não produz mercúrio. A sua importação e comercialização são controladas
pelo IBAMA por meio da Portaria no 32 de 12/5/1995 e do Decreto no
97.634/1989, que estabelece a obrigatoriedade do cadastramento no IBAMA das
pessoas físicas e jurídicas que “importem, produzam ou comercializem a
substância mercúrio metálico”. O uso do mercúrio metálico na extração do ouro é
também regulamentado.
O Decreto no 97.507/1989 proíbe o uso de mercúrio na atividade de extração de
ouro, “exceto em atividades licenciadas pelo órgão ambiental competente”. Por
outro lado, a obrigatoriedade de recuperação das áreas degradadas pela atividade
garimpeira é igualmente regulamentada pelo Decreto no 97.632/1989.
Toxicologia
Os efeitos tóxicos causados pelo mercúrio metálico são produzidos depois de sua
oxidação no organismo e por causa de sua grande afinidade pelos grupos
sulfidrilas das proteínas e, em menor grau, por grupos fosforilas, carboxílicos,
amidas e aminas. Nas células, o mercúrio é um potente desnaturador de proteínas
e inibidor de aminoácidos, interferindo nas funções metabólicas celulares. Ele
causa, também, sérios danos à membrana celular ao interferir em suas funções e
no transporte por meio da membrana, especialmente nos neurotransmissores
cerebrais. Por outro Iado, estudos citogenéticos já realizados em pessoas
contaminadas por Hg, em níveis considerados toleráveis pela Organização Mundial
de Saúde – OMS, revelaram aumento significativo de quebras cromatídicas, com a
possível interferência nos mecanismos de reparo do DNA. Esse efeito pode
resultar em quebras cromossômicas e em morte celular, o que justificaria o quadro
progressivo de deterioração mental nos indivíduos mais altamente contaminados.
Doenças causadas pelo mercúrio
O mercúrio penetra no organismo humano e deposita-se nos tecidos, causando
lesões graves, principalmente nos rins, no fígado, no aparelho digestivo e no
sistema nervoso central.
A exposição aguda, por inalação de vapores de mercúrio, pode acarretar em
fraqueza, fadiga, anorexia, perda de peso e perturbações gastrointestinais. A
ingestão de compostos mercuriais, em particular cloreto mercúrico, provoca úlcera
gastrointestinal e necrose tubular aguda. A exposição excessiva ao Hg dá origem a
reações psicóticas, como, por exemplo, delírio, alucinação e tendência suicida.
A cadeia trófica, isto é, a cadeia alimentar, é formada em sua base inferior por
microrganismos e peixes de espécies mais simples (de nível trófico baixo),
terminando por peixes predadores (de nível trófico elevado) e, finalmente, o
homem, que se alimenta de peixes. As populações ribeirinhas da Bacia Amazônica
são dependentes do consumo de peixe para o seu sustento, chegando a consumir
em média 200 gramas por dia.
Clique sobre os números abaixo:
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A contaminação por mercúrio na Amazônia
Após a sua utilização no processo de extração do ouro, o mercúrio residual é
descartado nas margens e nos leitos dos rios, no solo, ou é lançado na atmosfera
durante o processo de queima do amálgama.
OBSERVAÇÃO