IPANGUAÇU – DISCIPLINA: QUÍMICA AMBIENTAL DISCENTE: ANA RUTE, AYARA CLARA, CLAELSON OLIVEIRA, JEFERSON GUILHERME, THUIZA CARLA PROFESSOR: MARCUS MEDEIROS
POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES (POPs)
Há milhares de produtos químicos que podem ser considerados como POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes), eles recebem essa denominação, pois são resistentes a degradação e altamente estáveis, por isso persistentes e têm grande tempo de meia- vida. São tóxicos e oferecem riscos de bioacumulação e biomagnificação. São substâncias hidrofóbicas e lipofílicas. Eles têm tendência a evaporar em temperatura ambiente a partir do solo, vegetação e corpos aquáticos – POPs possuem resistência à degradação no ar – e por isso podem viajar longas distâncias antes de serem depositados novamente. Esse ciclo de volatilização e deposição pode ser repetido diversas vezes. Por causa da capacidade de bioacumulação em organismos vivos e biomagnificação na cadeia alimentar, além de serem transportados por longas distâncias, podendo serem encontrados em lugares onde nunca foram aplicados atualmente há vinte e duas substâncias banidas pela convenção de Estocolmo, que pertencem as seguintes categorias: 1. Pesticidas – (13 compostos banidos): alfa-Hexaclorociclohexano, beta-Hexaclorociclohexano, Lindano (gama- Hexaclorociclohexano), DDT, Aldrin, Clordano, Dieldrin, Endrin, Heptacloro, Mirex, Toxafeno, Clordecona, e Endosulfan. 2. Produtos industriais – (7 compostos banidos): usados como isolantes, retardadores de chamas e podendo ser usados na fabricação de pesticidas, estes são: bifenilos policlorados, ácido sulfônico perfluorooctano, fluoreto de perfluorooctanosulfonil, Hexaclorobenzeno, pentaclorobenzeno, etc. 3. Subprodutos não intencionais – (2 compostos banidos): As para- dibenzodioxinas policloradas (dioxinas) e os dibenzofuranos policlorados (furanos) ocorrem na forma de misturas complexas nos processos de incineração, siderurgia, e combustão da madeira. Para investigar a contaminação por POPs existem métodos analíticos bastante sensíveis e seletivos a sua disposição. Dessa forma, métodos mais modernos de análise se beneficiam, aumentando a captura de elétrons e em decorrer disso os POPs podem ser detectados com mais facilidade, porém, a detecção de POPs precisa levar em consideração a quantidade emitida, porque não significa necessariamente que exista algum problema. Outro fator importante é que a amostragem e a análise dos POPs são demoradas e caras em comparação com outros contaminantes. A maior parte dos POPs no ambiente reside em solos e sedimentos onde eles se transformam em principalmente matéria orgânica. Alterações na massa dos solos ou sedimentos afetaria drasticamente as concentrações “adjacentes” como ar ou a água. Diversos processos podem influenciar na concentração ou cargas de POPs nos solos/sedimentos, envolvendo a volatilização, biodegradação e efeitos de “envelhecimento” que podem produzir menos resíduos ou resíduos não extraíveis ao longo do tempo. Tais efeitos estão sendo investigados, pois a compreensão desses fatores é importante já que se trata da polução ambiental por POPs, poluição essa que preocupa a humanidade em geral, pois é um fenômeno em escalas globais.
HIDROCARBONETOS POLIAROMÁTICOS (PAH's)
Os hidrocarbonetos são formados pelos elementos de carbono e hidrogênio, desses dois, o carbono, por ser o mais flexível, possibilita uma diversidade de estruturas moleculares, ou seja, algumas propriedades como o ponto de ebulição, podem variar drasticamente de um hidrocarboneto para o outro. Seguidamente, as moléculas são apolares com forças intermoleculares do tipo dipolo-induzido e densidade menor que a da água. Os hidrocarbonetos são normalmente identificados por meio das suas nomenclaturas que dependem de como a estrutura molecular é formada. Compostos aromáticos que são formados por hidrocarbonetos cíclicos, são caracterizados pela presença de um ou mais anéis benzênicos que tem como característica a estrutura C6H6.
Os hidrocarbonetos poliaromáticos são um grande grupo de compostos
orgânicos e poluentes persistentes no meio ambiente, possuem estruturas específicas e diferentes toxicidades, e contêm dois ou mais anéis aromáticos fundidos. Encontram-se inúmeros tipos de PAHs, porém o mais aprofundado é o benzo [a] pireno. No total, ele constitui: naftaleno; acenafteno; acenaftileno; antraceno; fluoreno; fenantreno; fluoranteno; pireno; benzo(a)antraceno; criseno; benzo(b)fluoranteno; benzo(k)fluoranteno; dibenzo(a,h)antraceno; benzo(a) pireno; indeno(1,2,3-cd)pireno e benzo(g,h,i)perileno. Eles são constituídos pelos processos: Pirogênicos: é quando a matéria orgânica é exibida a altas temperaturas (350°C - 1.200°C) sob circunstâncias com oxigênio insuficiente ou nulo; Petrogênicos: são óleos brutos compostos ao longo de milhões de anos em temperaturas baixas (100°C - 150°C); Biológicos: a origem natural são os incêndios florestais, vulcões, síntese de bactérias e algas, infiltrações de petróleo e decomposição de biomassa. Produtos de petróleo como gasolina, querosene e outros hidrocarbonetos, podem causar pneumonia química em humanos após ingestão ou inalação e contato com os pulmões. Segundo dados de biossegurança da Fiocruz, muitas famílias que armazenam querosene sem os devidos cuidados aumentam o risco de acidentes em crianças, e as crianças podem ingerir essa substância e desenvolver pneumonia química (FIOCRUZ, 2014). Segundo o Jornal de Pneumologia (2002), outro risco da doença pode ser observado em algumas oficinas mecânicas que utilizam o "torçal" (mangueira) para retirar o combustível do tanque do veículo. No início da operação, o operário tem uma forte sucção para a “rotação”, e a outra ponta fica imersa no combustível, correndo o risco de inalar o produto, além disso, há a poluição ambiental decorrente do derramamento de óleo no oceano.