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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

ARTHUR ISSAO SANTOS IGUMA


GUILHERME ADRIÃO LOMBA
LUDMYLLA WEBER KIENEN MULLER SIMON
NAIURY DA SILVA MARCONDES

PRODUÇÃO DE CLOROMETANO: RELATÓRIO TÉCNICO PARCIAL

CURITIBA
2022
ARTHUR ISSAO SANTOS IGUMA
GUILHERME ADRIÃO LOMBA
LUDMYLLA WEBER KIENEN MULLER SIMON
NAIURY DA SILVA MARCONDES

PRODUÇÃO DE CLOROMETANO: RELATÓRIO TÉCNICO PARCIAL

Relatório técnico parcial apresentado ao curso de


Graduação à Engenharia Química, Setor de
Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, como
requisito parcial à obtenção da nota parcial na
disciplina de Integração de Processos I.

Orientadora: Profa. Dr(a). Maria Lucia Masson.

CURITIBA
2022
RESUMO

O projeto apresentado para o relatório parcial trata-se de um estudo realizado


com o levantamento de dados acadêmicos e bibliográficos sobre o processo de
obtenção do clorometano, sendo esse um produto de extrema importância para a
indústria química, dada a sua utilização como reagente para a produção de compostos
amplamente utilizados e consumidos no mercado. Na indústria, é utilizado como
intermediário químico para a produção de polímeros de silicone. Em pequenas
quantidades é usado como solvente na fabricação de borracha butílica e no refino de
petróleo. O cloreto de metila é usado em química orgânica como agente de metilação
e cloração. O objetivo é descrever as etapas do procedimento, demonstrando os
cálculos de balanço de massa, estratégia para a realização da purga e demais
dimensionamentos efetuados a partir de informações previamente obtidas na literatura
ou eventualmente fornecidas pelos orientadores, levando em consideração a
produção de 10.000 kg/h de clorometano. A primeira parte do projeto trata-se da
revisão de literatura onde um breve histórico do clorometano e demais compostos que
participam do processo para sua fabricação, além de algumas das suas
características físico-químicas serem descritas, juntamente das suas principais
aplicações. Posteriormente, ocorre a explicação prática do processo, através da
descrição do fluxograma e dos equipamentos utilizados, como também dos cálculos
de balanços de massa efetuados com base nos referenciais obtidos na literatura. Os
cálculos foram realizados com avaliação dos equipamentos e materiais que melhor se
adaptariam aos parâmetros desejados.

Palavras-chave: Clorometano. Planta industrial. Engenharia Química.


ABSTRACT

The project presented for the partial report is a study carried out with the
collection of academic and bibliographic data on the process of obtaining
chloromethane, which is a product of extreme importance for the chemical industry,
given its use as a reagent for the production of compounds widely used and consumed
in the market. In industry, it is used as a chemical intermediate for the production of
silicone polymers. In small amounts it is used as a solvent in the manufacture of butyl
rubber and in the refining of petroleum. Methyl chloride is used in organic chemistry as
a methylating and chlorinating agent. The objective is to describe the steps of the
procedure, demonstrating the mass balance calculations, strategy for performing the
purge and other sizing made from information previously obtained in the literature or
eventually provided by the supervisors, taking into account the production of 10,000
kg/ h of chloromethane. The first part of the project is a literature review where a brief
history of chloromethane and other compounds that participate in the process for its
manufacture, in addition to some of its physicochemical characteristics are described,
along with its main applications. Subsequently, there is a practical explanation of the
process, through the description of the flowchart and the equipment used,as well as
the mass balance calculations carried out based on the references obtained in the
literature. The calculations were performed by evaluating the equipment and materials
that would best adapt to the desired parameters.

Keywords: Chloromethane. Industrial plant. Chemical engineering.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - ESQUEMA DA PLANTA DE PRODUÇÃO DE CLOROMETANO ......... 30


FIGURA 2 - ESQUEMA REDUZIDO DO VAPORIZADOR ........................................ 31
FIGURA 3 - FLUXOGRAMA REDUZIDO DO REATOR RE-01................................ 32
FIGURA 4 - ESQUEMA REDUZIDO DA UNIDADE DE SEPARAÇÃO DE
CLORADOS ....................................................................................... 33
FIGURA 5 - ESQUEMA REDUZIDO DA DESTILADORA 1 (DE-01) ........................ 34
FIGURA 6 - ESQUEMA REDUZIDO DA DESTILADORA 2 (DE-02) ........................ 35
FIGURA 7 - ESQUEMA REDUZIDO DA LAVADORA 1 (LV-01) ............................... 36
FIGURA 8 - ESQUEMA REDUZIDO DA LAVADORA 2 (LV-02) ............................... 37
FIGURA 9 - ESQUEMA REDUZIDO DO PONTO DE PURGA ................................. 37
FIGURA 10 - ESQUEMA REDUZIDO DO VASO DE SEPARAÇÃO ......................... 38
FIGURA 11 - ESQUEMA REDUZIDO DO COMPRESSOR ...................................... 39
FIGURA 12 - ESQUEMA REDUZIDO DA ADSORVEDORA (AD-01) ....................... 40
Figura 13 - ESQUEMA REDUZIDO DO TANQUE DE METANO .............................. 40
Figura 14 - ESQUEMA REDUZIDO DO TANQUE DE GÁS CLORO ........................ 41
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - BALANÇO MOLAR NO VAPORIZADOR ............................................ 42


QUADRO 2 - BALANÇO MOLAR REATOR RE-01................................................... 50
QUADRO 3 - BALANÇO MOLAR UNIDADE DE SEPARAÇÃO DE CLORADOS .... 52
QUADRO 4 - RELAÇÃO DA TEMPERATURA E DA PRESSÃO PARCIAL DA ÁGUA
SATURADA........................................................................................ 53
QUADRO 5 - BALANÇO MOLAR NA LAVADORA 01 .............................................. 58
QUADRO 6 - BALANÇO MOLAR NA LAVADORA 02 .............................................. 59
QUADRO 7 - BALANÇO MOLAR NO PONTO DE PURGA ...................................... 63
QUADRO 8 - BALANÇO MOLAR NO VASO DE SEPARAÇÃO ............................... 66
QUADRO 9 - BALANÇO MOLAR NO COMPRESSOR ............................................ 67
QUADRO 10 - BALANÇO MOLAR NA COLUNA DE ADSORÇÃO .......................... 69
QUADRO 11 - BALANÇO MOLAR NO PRIMEIRO PONTO DE MISTURA .............. 73
QUADRO 12 - BALANÇO MOLAR NO SEGUNDO PONTO DE MISTURA.............. 73
QUADRO 13 - BALANÇO MOLAR DA ENTRADA NA DESTILADORA DE-01 ........ 78
QUADRO 14 - BALANÇO MOLAR DA SAÍDA NA DESTILADORA DE-01 ............... 79
QUADRO 15 - BALANÇO MOLAR DA ENTRADA NA DESTILADORA DE-02 ........ 85
QUADRO 16 - BALANÇO MOLAR DA SAÍDA NA DESTILADORA DE-02 ............... 85
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO METANO............................ 20


TABELA 2 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO CLORO .............................. 21
TABELA 3 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO CLOROMETANO ............... 22
TABELA 4 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO DICLOROMETANO ........... 23
TABELA 5 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO TRICLOROMETANO ......... 24
TABELA 6 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO TETRACLOROMETANO ... 25
TABELA 7 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO ÁCIDO CLORÍDRICO ........ 26
TABELA 8 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO GÁS NITROGÊNIO ............ 27
TABELA 9 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO DIÓXIDO DE CARBONO ... 28
TABELA 10 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA ............................... 29
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS

RE-01 - Reator Químico 1


DE-01 - Destiladora 01
DE-02 - Destiladora 02
LV 01 - Lavadora de Gases 01
LV 02 - Lavadora de Gases 02
AD-01 - Coluna de Adsorção 01
VS - Vaso de Separação
TC01 - Trocador de Calor 1
TC02 - Trocador de Calor 2
TC03 - Trocador de Calor 3
TC04 - Trocador de Calor 4
TC05 - Trocador de Calor 5
TC06 - Trocador de Calor 6
TC07 - Trocador de Calor 7
TC08 - Trocador de Calor 8
TC09 - Trocador de Calor 9
TC10 - Trocador de Calor 10
LISTA DE SÍMBOLOS

𝐹𝑗 – Corrente j
𝑛̇ 𝑖 𝑗 – Taxa de vazão molar do composto i na corrente j

𝑣𝑖,𝑗 - Estequiometria do composto i na reação j


𝜉𝑗 - Grau de avanço da reação j
𝐶𝐻3 𝐶𝑙 - Clorometano
𝐶𝐻4 – Metano
𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 - Diclorometano
𝐶𝐻𝐶𝑙3 - Clorofórmio
𝐶𝐶𝑙4 – Tetracloreto de carbono
𝐻𝐶𝑙 – Ácido clorídrico
𝐶𝑂2 – Dióxido de carbono
𝐶𝑙2 - Gás cloro
𝑁2 – Gás nitrogênio
𝐻2 𝑂 - Água
𝑆𝑗 - Grau de Seletividade da reação j
𝐶𝑗 - Grau de conversão do composto i
𝑒 - Grau de excesso de oxigênio
𝑥𝑖 𝑗 - Fração molar dos compostos i na corrente j

𝑚̇𝑖 𝑗 - Taxa de vazão mássica do composto i na corrente j

𝑀𝑖 - Massa molar do composto i


𝑤𝑖 𝑗 - Fração mássica do composto i na corrente j

𝑃𝑥(𝑖) - Pressão do tipo x no composto i na corrente j


𝑗

𝑃𝑎𝑡𝑚 - Pressão atmosférica


𝑃𝑗 - Pressão na corrente j
𝑇𝑗 - Temperatura na corrente j
𝜌𝑖 𝑇 - Massa específica do composto i na temperatura T

𝐶𝑝 𝐿 - Capacidade calorífica de líquido em pressão constante


Δ𝐻 - Variação de entalpia
𝐸 - Energia
𝑇 - Temperatura
𝑇𝑐 - Temperatura crítica
𝑅 - Constante dos gases
𝑃 - Pressão
𝑃𝑐 - Pressão crítica
𝑇𝑟 - Temperatura reduzida
𝜔 - Fator acêntrico
𝑍 - Fator de compressibilidade
𝑇𝑏 - Temperatura de ebulição
𝑃0 - Pressão atmosférica
𝑄̇𝑉𝐶 - Taxa de calor trocada pelo volume de controle
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 16
1.1 A PRODUÇÃO DE CLOROMETANO........................................................... 16
1.2 DADOS DE MERCADO................................................................................ 17
1.3 ESTUDO DE CASO DE PRODUÇÃO DE CLOROMETANO ....................... 18
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 19
2.1 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E DE SEGURANÇA ........................ 19
2.1.1 Metano.......................................................................................................... 19
2.1.2 Gás Cloro ..................................................................................................... 20
2.1.3 Clorometano ................................................................................................. 21
2.1.4 Diclorometano .............................................................................................. 22
2.1.5 Triclorometano .............................................................................................. 23
2.1.6 Tetraclorometano.......................................................................................... 24
2.1.7 Ácido Clorídrico ............................................................................................ 25
2.1.8 Gás Nitrogênio .............................................................................................. 26
2.1.9 Dióxido de Carbono ...................................................................................... 27
2.1.10 Água ............................................................................................................. 28
2.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO ..................................................................... 30
2.2.1 Vaporizador .................................................................................................. 30
2.2.2 Reator (RE-01) ............................................................................................. 31
2.2.3 Unidade de Separação de Clorados ............................................................. 33
2.2.4 Destiladora 1 (DE-01) ................................................................................... 34
2.2.5 Destiladora 2 (DE-02) ................................................................................... 35
2.2.6 Lavadoras (LV-01 E LV-02) .......................................................................... 36
2.2.7 Vaso de Separação ...................................................................................... 38
2.2.8 Compressor .................................................................................................. 38
2.2.9 Adsorvedora (AD-01) .................................................................................... 39
2.2.10 Tanque de metano........................................................................................ 40
2.2.11 Tanque de gás cloro ..................................................................................... 41
3. MEMORIAL DESCRITIVO DE CÁLCULO ................................................... 41
3.1 VAPORIZADOR............................................................................................ 41
3.2 REATOR QUÍMICO (RE-01) ........................................................................ 42
3.3 UNIDADE DE SEPARAÇÃO DE CLORADOS ............................................. 50
3.4 LAVADORA DE GASES 1 (LV 01) E 2 (LV 02) ............................................ 52
3.5 PONTO DE PURGA ..................................................................................... 59
3.6 VASO DE SEPARAÇÃO .............................................................................. 63
3.7 COMPRESSOR ............................................................................................ 66
3.8 COLUNA DE ADSORÇÃO (AD-01) .............................................................. 67
3.9 PONTOS DE MISTURA ............................................................................... 70
3.10 DESTILADORA 01 (DE-01) .......................................................................... 74
3.11 DESTILADORA 02 (DE-01) .......................................................................... 79
4. CONCLUSÃO DO RELATÓRIO PARCIAL ................................................. 86
5. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 87
ANEXO 1 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO ......................................................... 91
16

1. INTRODUÇÃO

O clorometano (𝐶𝐻3 ), também chamado de cloreto de metila, é, em quase todos


os usos comerciais, usado como reagente para formar outro produto (ATSDR, 1998).
Sua principal utilização na atualidade é a produção de silicones, podendo também ser
utilizado como agente metilante geral. Também é muito utilizado na fabricação de
borracha sintética, agente como refrigerante e extrator, e até mesmo como
intermediário na produção de chumbo tetrametila para adição à gasolina vem
ganhando certo destaque pelo seu crescimento. (HOLBROOK, 1992).
Dessa forma, é evidente que este composto tem utilidade expressiva no
ambiente industrial de hoje, pois também se observa seu emprego como agente de
expansão na moldagem de espuma de poliestireno e poliuretano, assim como
propulsor de aerossol para pesticidas, solvente de catalisador e intermediário químico
para a metilação da indústria de petróleo e gás, na indústria de borracha e como
agente de desparafinação. (LÖF; WALLÉN; BARD, 2000).

1.1 A PRODUÇÃO DE CLOROMETANO

Toneladas de clorometano são produzidas todos os dias de forma natural


pelos nos oceanos (KIRK-OTHMER, 1999 apud DANTAS, 2005). No entanto, a
principal fonte de emissão desse composto na atmosfera é por meio da queima de
biomassa (HARPER, 2000 apud BEZERRA, 2021) e, apesar de possuir um tempo de
vida curto quando comparado aos demais haletos de carbono, ele é o mais abundante
na atmosfera, já que pode ser obtido de forma natural e antropogênica. (BEZERRA,
2021).
De acordo com Medeiros (2003), o clorometano impuro foi preparado pela
primeira vez em laboratório em 1835 por Dumas e Peligot, que aqueceram álcool de
metila cru (o espírito da madeira) com uma mistura de ácido sulfúrico e sal comum.
Ademais, complementa que uma das primeiras preparações de da substância em sua
forma pura foi, provavelmente, realizada por Groves em 1874, o qual passou o
composto por uma solução de cloreto de zinco em álcool de metila cru.
Em escala industrial, os dois principais processos para a produção de cloreto
de metila são as reações deste com metanol e a cloração do metano, sendo utilizadas
inúmeras variantes em ambos os casos. (DANTAS, 2005).
17

A reação do cloreto de metila e metanol produz clorometano como principal


produto e pequenas quantidades de dimetil éter como único subproduto. (DANTAS,
2005).
A cloração do metano, por sua vez, produz outros hidrocarbonetos clorados
em quantidades substanciais e, determinadas condições, o clorometano pode não ser
o principal produto. Ao passo que os coprodutos desse processo (cloreto de metileno,
o clorofórmio e o tetracloreto de carbono) têm grande importância comercial, tal qual
o cloreto de metila, a cloração do metano pode ser considerada como um processo
de produtos múltiplos, o que é atrativo sob a ótica econômica e industrial (DANTAS,
2005).
Comparando os processos citados, a cloração ainda produz ácido clorídrico
(𝐻𝐶𝑙) enquanto a reação com metanol o consome, além de que a separação do
metano não reagido e o clorometano dos produtos na reação de cloração é mais fácil
e, frequentemente, feita pela absorção do em água. No caso de haver um uso
suficientemente grande para o ácido em meio aquoso, este processo pode ser
decisivo para se viabilizar a produção de clorometano através da cloração de metano
em escala industrial. (KIRK-OTHMER, 1999 apud DANTAS, 2005).

1.2 DADOS DE MERCADO

O mercado do clorometano em âmbito geral foi impactado negativamente pelo


COVID-19 em 2020: devido ao cenário de pandemia, vários países ao redor do mundo
entraram em lockdown e a cadeia de oferta e demanda foi completamente
interrompida, o que impactou a demanda por clorometano de várias aplicações, como
agricultura, cuidados pessoais, produtos químicos, dentre outras. (MORDOR
INTELLIGENCE, 2021, não paginado).
Entretanto, em um curto prazo após esse período, o uso crescente de silicone
em várias indústrias de usuários finais e a crescente demanda das indústrias
farmacêutica e de cuidados pessoais estão impulsionando o crescimento do mercado.
Por aplicação, espera-se que o segmento de silicones domine o mercado pelo
aumento do uso de elastômeros de silicone nas indústrias de construção e automotiva,
além de a pesquisa e o desenvolvimento contínuos na produção de clorometano
oferecerem várias oportunidades lucrativas para o crescimento do mercado.
(MORDOR INTELLIGENCE, 2021, não paginado).
18

Segundo um relatório feito pela Mordor Intelligence (© 2021, não paginado)


acerca das tendências e do crescimento do mercado clorometano (que envolve outros
tipos de produtos similares, aplicações e regiões geográficas) para o período de 2021
até 2026, previu-se que o este registrasse um CAGR (Taxa de Crescimento Anual
Composto) de mais de 4% durante o período de previsão.
A região da Ásia-Pacífico também é indicada na projeção como maior agente
para dominar o mercado de clorometano durante o período de previsão. Em países
como China, Índia, Japão e Coréia do Sul, devido à crescente demanda de várias
indústrias de usuários finais, a demanda por clorometano vem aumentando na região,
o que demonstra a importância tecnológica e econômica dessa substância em âmbito
mundial (MORDOR INTELLIGENCE, 2021, não paginado).

1.3 ESTUDO DE CASO DE PRODUÇÃO DE CLOROMETANO

Feitas as considerações acerca da importância do 𝐶𝐻3 nos setores da indústria,


bem como o destaque econômico-financeiro em ascensão que seu mercado
apresenta na atualidade, na matéria de Integração de Processos I, foi proposto um
estudo de caso de uma planta de produção de clorometano, especificamente por meio
da cloração do metano que foi descrita brevemente no tópico anterior. A visualização
desta por completo pode ser feita no Anexo 1 deste trabalho.
Na primeira etapa do presente estudo, os objetivos principais são, em linhas
gerais, delinear - com base no processo e as condições fornecidos - a produção de
10.000 kg/h de uma corrente de clorometano, estabelecendo relações entre cada
equipamento e suas respectivas correntes para que o resultado seja obtido ao final do
balanço de massa realizado na planta.
Para tal, os próximos tópicos aprofundarão, em primeiro momento, o
entendimento do processo com um todo, como as características das substâncias
químicas envolvidas na planta, equipamentos utilizados e especificações de operação
determinadas no processo descrito, de forma que se tenha o alicerce para determinar,
em um segundo momento, as vazões dos equipamentos de forma precisa e,
consequentemente, fazer as devidas considerações acerca da otimização e insights
gerais obtidos dos cálculos, como rendimento geral do processo, economia ou
desperdício dos componentes pelo reciclo e pela purga, dentre outros.
19

2. REVISÃO DE LITERATURA

Ao longo deste tópico, serão discutidos os reagentes e produtos envolvidos


no processo de produção de clorometano em enfoque neste trabalho, com a finalidade
de elencar suas principais características e propriedades físico-químicas pertinentes,
bem como algumas informações de segurança no manejo de cada um deles em
ambiente industrial.
Em seguida, os equipamentos da planta em questão serão descritos, levando
em consideração sua função principal dentro do processo e condições de operação
especificadas pelo documento de apoio fornecido.

2.1 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E DE SEGURANÇA

Nesse momento, será abordado sobre cada um dos componentes do


processo, bem como as principais propriedades que vão estar envolvidas na avaliação
tanto do balanço de massa quanto do balanço de energia.

2.1.1 Metano

Segundo o Cetesb (2020), o metano ou hidreto de metila é um hidrocarboneto


de molécula tetraédrica e apolar (CH4). Em condições normais de temperatura e
pressão, é um gás incolor, inodoro, inflamável e explosivo em ambiente fechado, em
presença de fonte de ignição.
De acordo com Bastviken (2019 apud NOVO, 2015), o metano é um gás com
baixa solubilidade, que possui a propriedade de absorver a radiação infravermelha e
um tempo de residência na atmosfera estimado de 8 a 12 anos, e seu potencial de
efeito estufa é cerca de 23 vezes maior que o CO2.
É matéria-prima para indústria química e petroquímica, sendo muitas vezes
confundido com o gás natural, ou simplesmente “gás metano”. Isso se dá pelo fato de
ser um dos principais constituintes do gás natural, na proporção de cerca de 70%, ao
lado dos demais hidrocarbonetos de cadeia curta etano (C2H6), propano (C3H8) e
butano (C4H8), e outros gases, como gás carbônico, N2, H2S, H2 e impurezas.
(AMSTEL, 2012).
20

Em relação a exposição humana e alguns efeitos na saúde, conforme citado


por CETESB (2020), em sua forma gasosa, o metano é tóxico para a saúde caso não
seja empregado conforme suas recomendações. Seu efeito reside na capacidade de
deslocar o oxigênio do ar e desta forma, com a decorrente ausência do oxigênio, em
uma exposição aguda, os sintomas podem ser insuficiência respiratória, anistia e
perda de consciência. Na Tabela 1 foram incluídas as principais propriedades físico-
químicas do metano.

TABELA 1 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO METANO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (25°C) 914,10 kJ mol-1 Adaptado de BELL (2014)
Entropia (25°C) 6,6951 kJ kg-1 K-1 Adaptado de BELL (2014)
Densidade (25°C) 10,139 mol L-1 Adaptado de NIST (2022)
Massa Molecular 16,04 g/mol Adaptado de NIST (2022)
Temperatura Crítica -82,25 °C Adaptada de CETESB (2022)
Pressão Crítica 45,8 atm Adaptado de GAMA (2022)
Fator Crítico de Compressibilidade 0,288 Adaptado de GAMA (2022)
Ponto de Fusão -182,5°C Adaptado de AGA (2004)
Ponto de ebulição (101,325 kPa) -161,5 °C Adaptado de GAMA (2022)
Estado físico (20°C) Gasoso Adaptado de ATKINS (2011)

Constante de Antoine (20°C - A) 6,61184 Adaptado de WEST (1985)


Constante de Antoine (20°C - B) 389,9278 Adaptado de WEST (1985)
Constante de Antoine (20°C - C) 265,99 Adaptado de WEST (1985)

2.1.2 Gás Cloro

Muitos dos produtos químicos e farmacêuticos encontrados possuem cloro em


sua composição ou são fabricados usando reagentes que contêm esse composto.
(BARBOSA et al., 2015). Ele também é utilizado em diversas aplicações, dentre elas:
a produção de pesticidas, o branqueamento de celulose, a desinfecção da água para
consumo humano e tratamento de piscinas e sistemas industriais. (GARCIA, 2018).
Segundo Netto e Ritcher (2005 apud GARCIA, 2018), em condições
atmosféricas normais, o cloro se apresenta como um gás amarelo esverdeado (que
pode ser comprimido em um líquido claro) e de cheiro imensamente irritante e
penetrante. A umidade também torna a substância extremamente corrosiva aos
metais.
21

Em sua forma gasosa, o cloro por ser irritante e corrosivo, causando danos as
vias respiratórias, olhos e pele, cuja gravidade das lesões dependem da quantidade
inalada ou em contato com o indivíduo e do tempo de exposição ao gás, podendo
ocasionar vômitos, dores de garganta, queimaduras ou até a morte. Nesse sentido, a
legislação brasileira estabelece como limite máximo de tolerância 0,8 ppm ou 2,3
mg/m3 que um trabalhador pode ficar exposto em até 48 horas de trabalho por
semana. No caso de equipamentos e demais materiais, a corrosão causa danos
irreversíveis que acarretam expressivos prejuízos financeiros. (GARCIA, 2018).
Na tabela 2, foram incluídas as principais propriedades físico-químicas do gás
cloro:

TABELA 2 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO CLORO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) 0,0 kJ mol-1 Adaptado de NIST (2022)
Entropia (gás) 223,0 J mol-1 K-1 Adaptado de NIST (2022)
Densidade (20°C) 1,57 g/cm3 Adaptado de NIST (2022)
Massa Molecular 35,453 g/mol Adaptado de NIST (2022)
Temperatura Crítica 143,5 °C Adaptado de NIST (2022)
Pressão Crítica 7,6 atm Adaptado de NIST (2022)
Fator de Compressibilidade 0,276 Adaptado de GAMA (2022)
Ponto de Fusão -100,98°C Adaptado de FISPQ (2022)
Ponto de Ebulição -35,0 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Estado físico (20°C) Gasoso Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - A) 15,9610 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - B) 1978,32 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - C) -27,01 Adaptado de NIST (2022)

2.1.3 Clorometano

O clorometano (𝐶𝐻3 𝐶𝑙), também chamado de monoclorometano ou cloreto de


metila, se apresenta como um gás incolor, de odor e inflamabilidade moderados,
sendo uma das substâncias mais tóxicas da família dos hidrocarbonetos clorados por
causar danos severos à saúde pela exposição prolongada ao composto. É miscível
principalmente em solventes orgânicos e pouco solúvel em água (KIRK-OTHMER,
1999 apud DANTAS, 2005).
Comercialmente, o 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 é manipulado como líquido, que por si só é estável
e não corrosivo, mas, com a presença de umidade, o líquido se decompõe lentamente
22

e passa a corroer metais como alumínio, zinco e magnésio. (KIRK-OTHMER, 1999


apud DANTAS, 2005).
O odor do cloreto de metila é levemente adocicado, semelhante ao éter em
altas concentrações, mas imperceptível em níveis perigosos para a respiração. É
facilmente solúvel em água e facilmente solúvel na maioria dos solventes orgânicos.
O cloreto de metila é ligeiramente corrosivo porque se hidrolisa lentamente em ácido
clorídrico quando exposto à umidade do ar. (GRAEDEL; KEENE, 1995).
A maioria dessas propriedades físicas e químicas, mostradas na tabela 3, estão
dentro das faixas esperadas para gases. No entanto, o cloreto de metila exibe muitas
características incomuns em comparação com outras famílias de compostos
intimamente relacionados nas quais as constantes físicas de outros membros mudam
gradualmente. (ABRAMS et al., 1975).
Na Tabela 3, foram incluídas as principais propriedades físico-químicas do
clorometano.

TABELA 3 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO CLOROMETANO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) -81,9 kJ mol-1 Adaptado de NIST (2022)
Entropia (gás) 234,36 J mol-1 K-1 Adaptado de NIST (2022)
Densidade (20°C) 0,1625 kg/cm3 Adaptado de NIST (2022)
Massa Molecular 50,488 kg kmol-1 Adaptado de NIST (2022)
Temperatura Crítica -82,25 °C Adaptado de NIST (2022)
Pressão Crítica 45,8 atm Adaptado de NIST (2022)
Ponto de Fusão −97.4 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Ponto de Ebulição -161,5 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Estado físico (20°C) Gasoso Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - A) 16,1052 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - B) 2077,97 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - C) 266 Adaptado de NIST (2022)

2.1.4 Diclorometano

O diclorometano (𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ), ou cloreto de metileno, é um composto líquido


incolor que possui um odor característico de éter. A aplicação dessa substância como
solvente representa um importante interesse industrial para sua produção. (DANTAS,
2005).
23

É principalmente utilizado como para produção de removedores de tintas, em


que o diclorometano é misturado com outros produtos químicos (como álcoois, ácidos,
aminas ou hidróxido de amônio, detergentes, dentre outros) para maximizar a sua
eficiência contra superfícies específicas. Sua aplicação também pode ser observada
na indústria alimentícia como um solvente sequestrante ou para o tratamento de
pimentas e cerveja, bem como na fabricação de filmes fotográficos e solventes para a
indústria têxtil. (DANTAS, 2005).
Por sua vez, o diclorometano é um dos metanoclorados menos tóxicos
quando comparado aos seus semelhantes. Mesmo assim, ele causa dores e irritações
quando em contato direto com os olhos, apresentando efeitos mais pronunciados e
severos conforme sua concentração aumenta. (DANTAS, 2005). Na Tabela 4 foram
incluídas as principais propriedades físico-químicas do diclorometano.

TABELA 4 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO DICLOROMETANO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) -95,52 kJ mol-1 Adaptado de NIST (2022)
Entropia (gás) 270,28 J mol-1 K-1 Adaptado de NIST (2022)
Densidade (20°C) 1,3266 g/cm3 Adaptado de NIST (2022)
Massa Molecular 84,933 kg kmol-1 Adaptado de NIST (2022)
Temperatura Crítica 236,68 °C Adaptado de NIST (2022)
Pressão Crítica 61.000 bar Adaptado de NIST (2022)
Fator de Compressibilidade 0,288 Adaptado de GAMA (2022)
Ponto de Fusão -97,2 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Ponto de Ebulição 40,0 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Estado físico (20°C) Gasoso Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - A) 16,3029 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - B) 2622,44 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - C) -14,70 Adaptado de NIST (2022)

2.1.5 Triclorometano

O triclorometano (𝐶𝐻𝐶 𝑙3 ), também conhecido como clorofórmio, possui


geometria molecular tetraédrica. Em temperatura ambiente, encontra-se no estado
líquido, incolor, volátil e miscível em quase todos os solventes. É pouco estável e se
decompõe a temperaturas brandas na presença de luz solar. O composto é muito
tóxico quando ingerido ou, quando em estado gasoso, aspirado. (GRIBBLE, 2004).
24

Essa substância é muito utilizada na mistura com fluoreto de hidrogênio,


produzindo teflon. Além disso, a presença de clorofórmio na água é poluente, inclusive
se estiver em pouca quantidade e por este motivo, no Brasil, é apenas permitido
0,1mg/L de água. Passando disso, a água não é potável. (DANTAS, 2005).
O triclorometano não deve ser inalado nem aspirado. Pode causar câncer,
irritação à pele, olhos e trato respiratório, além de afetar o sistema nervoso central.
(DANTAS, 2005). Na Tabela 5, foram incluídas as principais propriedades físico-
químicas da substância em questão.

TABELA 5 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO TRICLOROMETANO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) -134,3 kJ mol-1 Adaptado de HAYNES (2010)
Entropia (gás) 295,61 J mol-1 K-1 Adaptado de HAYNES (2010)
Densidade (20°C) 1,48 g/cm3 Adaptado de GRIBBLE (2004)
Massa Molecular 119,38 g/mol Adaptado de GRIBBLE (2004)
Temperatura Crítica 263,2 °C Adaptado de DANTAS (2005)
Pressão Crítica 54 atm Adaptado de DANTAS (2005)
Ponto de Fusão -63,5 °C Adaptado de GRIBBLE (2004)
Ponto de Ebulição 61,2 °C Adaptado de GRIBBLE (2004)
Estado físico (20°C) Líquido Adaptado de DANTAS (2005)
Constante de Antoine (20°C - A) 4,20772 Adaptado de STULL (1947)
Constante de Antoine (20°C - B) 1233,129 Adaptado de STULL (1947)
Constante de Antoine (20°C - C) -40,953 Adaptado de STULL (1947)

2.1.6 Tetraclorometano

O tetraclorometano, também conhecido como tetracloreto de carbono, possui


a fórmula química 𝐶𝐶𝑙4. Em temperatura e pressão ambientes, essa substância é um
líquido denso, incolor, não inflamável e miscível em diversos líquidos orgânicos, sendo
assim um ótimo solvente para substâncias como resinas e graxas (PERRY;
GREEN,1997). Na Tabela 6 foram incluídas as principais propriedades físico-químicas
do tetraclorometano.
25

TABELA 6 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO TETRACLOROMETANO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) 214,43 J mol-1 Adaptado de PERRY (1997)
Entropia (gás) 309,41 J mol-1 K-1 Adaptado de PERRY (1997)
Densidade (20°C) 1,5842 g/cm3 Adaptado de DOHERTY (2000)
Massa Molecular 153,82 g/mol Adaptado de DOHERTY (2000)
Temperatura Crítica 283 °C Adaptado de DANTAS (2005)
Pressão Crítica 45 atm Adaptado de DANTAS (2005)
Ponto de Fusão -22,92 °C Adaptado de DOHERTY (2000)
Ponto de Ebulição 76,72 °C Adaptado de DOHERTY (2000)
Estado físico (20°C) Líquido Adaptado de DOHERTY (2000)
Constante de Antoine (20°C - A) 15,8742 Adaptado de STULL (1947)
Constante de Antoine (20°C - B) 2808,19 Adaptado de STULL (1947)
Constante de Antoine (20°C - C) -45,99 Adaptado de STULL (1947)

2.1.7 Ácido Clorídrico

O ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙 ) é um composto inorgânico descoberto ao misturar sal


de cozinha (cloreto de sódio) com ácido sulfúrico (ácido sulfúrico). A produção
industrial de ácido clorídrico atualmente empregada pela grande maioria da indústria
química envolve quatro processos principais: síntese direta; subprodutos via cloração
de compostos orgânicos; via processo de Mannheim e via reações do tipo Hargreaves
(LÖF; WALLÉN; BARD, 2000).
É um insumo básico para a produção de produtos químicos para tratamento de
água, aditivos para a indústria alimentícia, siderúrgica e metalúrgica e para
neutralização de efluentes. Por sua vez, pode reagir perigosamente com alguns
materiais incompatíveis, situação em que uma reação violenta ocorrerá caso entre em
contato com metais alcalinos, alcalinos concentrados e metais alcalino-terrosos.
(SMITH; MARCH, 2001).
Deve-se manter esse ácido em recipiente fechado e armazená-lo em local
bem ventilado, longe da luz solar, não havendo necessidade de adicionar
estabilizantes e antioxidantes para garantir a durabilidade do produto. Em relação aos
perigos que apresenta à saúde humana, pode causar queimaduras graves na pele de
cor marrom amarelada, dor intensa persistente e difícil de curar, além de lesões
oculares graves, incluindo dor, lacrimejamento, inchaço da conjuntiva e danos na
26

córnea. Se ingerido, ainda, pode causar queimaduras na boca, faringe e abdômen,


com vômitos e diarreia escura. (DIAS; FERREIRA; CUNHA, 2012).
Na Tabela 7 abaixo foram incluídas as principais propriedades físico-químicas
do ácido clorídrico.

TABELA 7 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO ÁCIDO CLORÍDRICO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) -92,5 kJ mol-1 Adaptado de NIST (2022)
Entropia (gás) 186,79 J mol-1 K-1 Adaptado de NIST (2022)
Densidade (20°C) 1,12 g/cm3 Adaptado de NIST (2022)
Massa Molecular 36,46 g/mol Adaptado de NIST (2022)
Temperatura Crítica 51,0 °C Adaptado de NIST (2022)
Pressão Crítica 81,6 atm Adaptado de NIST (2022)
Ponto de Fusão -24,4 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Ponto de Ebulição 50,5 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Estado físico (20°C) Líquido Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - A) 16,5040 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - B) 1714,25 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - C) -14,45 Adaptado de NIST (2022)

2.1.8 Gás Nitrogênio

O gás nitrogênio, de fórmula molecular N2, em temperatura e pressão


ambiente, é um gás incolor, inodoro e comprimido a altas pressões. Pode atuar como
asfixiante, uma vez que reduz a concentração de oxigênio do ambiente. Não é um gás
inflamável e é insolúvel em água. (GREENWOOD; EARNSHAW, 1984).
O nitrogênio é um gás inerte e adequado para uma ampla gama de aplicações,
abrangendo vários aspetos da fabricação, processamento, manuseamento e
transporte de produtos químicos. As aplicações dos compostos de nitrogênio são
naturalmente e extremamente variadas devido ao tamanho imenso dessa classe. Dois
terços do nitrogênio produzido pela indústria são vendidos como o gás e o restante
como o líquido. O gás é usado principalmente como uma atmosfera inerte uma vez
que o oxigénio, no ar, representaria um risco de incêndio, explosão ou oxidação.
(GREENWOOD; EARNSHAW, 1984).
27

TABELA 8 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO GÁS NITROGÊNIO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) 0 kJ mol-1 Adaptado de FELTRE (2005)
Entropia (gás) J mol-1 K-1 Adaptado de PERRY (1997)
Densidade (gás, 25°C) 1,1455 kg/m3 Adaptado de GAMA (2022)
Massa Molecular 28,0134 g/mol Adaptado de SCOTT (2003)
Temperatura Crítica -149,9 °C Adaptado de SCOTT (2003)
Pressão Crítica 33,45 atm Adaptado de SCOTT (2003)
Massa Específica 314,03 kg/m3 Adaptado de SCOTT (2003)
Fator de compressibilidade 0,2916 Adaptado de SCOTT (2003)
Ponto de Fusão -210 °C Adaptado de SCOTT (2003)
Ponto de Ebulição -190,8 °C Adaptado de SCOTT (2003)
Estado físico (20°C) Gasoso Adaptado de SCOTT (2003)
Constante de Antoine (20°C - A) 14,9542 Adaptado de PERRY (1997)
Constante de Antoine (20°C - B) 588,72 Adaptado de PERRY (1997)
Constante de Antoine (20°C - C) -6,60 Adaptado de PERRY (1997)

2.1.9 Dióxido de Carbono

O dióxido de carbono (𝐶𝑂2) à temperatura ambiente e à pressão atmosférica


é um gás não inflamável, incolor e inodoro com um sabor ligeiramente ácido (o mesmo
que a água mineral com gás). Essa substância é extremamente solúvel em água. O
dióxido de carbono é embalado e transportado em cilindros de gás liquefeito sob sua
própria pressão de vapor, a uma pressão de aproximadamente 58,2 bar e uma
temperatura de 21,1°C. (AFTALION, F., 1991).
Uma aplicação muito importante é como agente extintor de incêndios.
Também usado para a inertização de dutos que transportam materiais inflamáveis e
a inertização de materiais inflamáveis durante a produção ou armazenamento. O
dióxido de carbono também é usado no tratamento de água para neutralizar efluentes
alcalinos, como agente protetor na soldagem de metais e como propulsor para certos
líquidos. No campo laboratorial, é usado em cromatografia supercrítica.
(GREENWOOD, N. N.; EARNSHAW, A., 1997).
O dióxido de carbono é frequentemente considerado um asfixiante simples,
no entanto, este produto tem alguns efeitos nocivos. A inalação de altas
concentrações deste gás na atmosfera pode causar asfixia e morte. Os sintomas que
indicam o início do processo de asfixia podem ser: dor de cabeça, tontura, respiração
28

e batimentos cardíacos acelerados, fraqueza muscular e zumbido nos ouvidos.


(SHREEVE, R. N.; BRINK, J. A. JR., 1980).
O dióxido de carbono é inodoro, então não é possível saber se há um
vazamento pelo cheiro. Não se deve colocar cilindros de gás onde haja risco de
contato com circuitos elétricos, um curto-circuito do cilindro de gás pode causar um
aquecimento localizado muito alto que afeta a resistência da parede do cilindro de
gás. Nunca use o rolo como rolo para evitar impactos. Ao usar cilindros de dióxido de
carbono, certifique-se de prendê-los adequadamente para evitar quedas acidentais
(BRINGMANN; KÜHN, 1980). Na tabela 9 pode-se observar aa principais propriedades
físico-químicas do dióxido de carbono.

TABELA 9 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO DIÓXIDO DE CARBONO


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) -393,52 kJ mol-1 Adaptado de NIST (2022)
Entropia (gás) 213,79 J mol-1 K-1 Adaptado de NIST (2022)
Densidade (20°C) 1,87 kg/m3 Adaptado de NIST (2022)
Massa Molecular 44,01 g/mol Adaptado de NIST (2022)
Temperatura Crítica 31,1° C Adaptado de NIST (2022)
Pressão Crítica 72,85 atm) Adaptado de NIST (2022)
Fator de compressibilidade 0,274 Adaptado de FISPQ (2022)
Ponto de Fusão -56,6 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Ponto de Ebulição -78,46 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Estado físico (20°C) Gasoso Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - A) 14,3686 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - B) 530,22 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - C) -13,15 Adaptado de NIST (2022)

2.1.10 Água

A água é um recurso natural abundante na Terra e é essencial para a existência


e sobrevivência de diferentes formas de vida. É um produto químico composto de dois
átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio ligados formando a molécula de água.
(LAWSON; LOVELI; JAIN, 1959).
Ela pode existir na natureza em três estados físicos (sólido, líquido e gasoso).
O estado muda dependendo do seu aquecimento ou resfriamento. Essa substância é
considerada um solvente universal porque pode dissolver diferentes substâncias,
29

desde o sal do mar até as moléculas necessárias para a atividade humana. Este
recurso natural mantém uma temperatura estável e armazena calor quando a
temperatura muda. (SAFFORD; NAUMANN; SCHAFFER, 1967).
A maneira como as moléculas se organizam na superfície de uma quantidade
de água cria um filme resistente, que é chamado de tensão superficial. A água potável
própria para beber é inodora, insípida, incolor e livre de microrganismos nocivos à
saúde. (KATZ, 1965).
A característica mais marcante é a semelhança dos estados líquido e sólido. O
pequeno aumento no volume, a pequena diferença entre o calor latente de fusão e o
calor latente de evaporação, e o calor específico semelhante da matéria simples
sugerem que o líquido é altamente condensado. com forte coesão intermolecular.
Movimentos térmicos podem ser vibrações de pequena magnitude, pois grandes
vibrações são impossíveis no estado sólido. (RABINOVICH, 1970).
A condutividade térmica da água aumenta aproximadamente linearmente entre
20 e 60°C. Em seguida, atinge seu valor máximo em cerca de 130°C. Ou seja, a curva
se aproxima de uma parábola. A condutividade térmica é de considerável importância
técnica, mas o comportamento molecular subjacente a este fenômeno é pouco
compreendido. (LUCK, 1968).

TABELA 10 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA


Propriedades Valores Fonte
Entalpia (líquido) -241,826 kJ mol-1 Adaptado de NIST (2022)
Entropia (gás) 188,72 J mol-1 K-1 Adaptado de NIST (2022)
Densidade (20°C) 0.99823 g/cm3 Adaptado de NIST (2022)
Massa Molecular 18,01528 g/mol Adaptado de NIST (2022)
Temperatura Crítica 374 °C Adaptado de NIST (2022)
Pressão Crítica 22,09 MPa Adaptado de NIST (2022)
Fator de compressibilidade 0,229 Adaptado de FISPQ (2022)
Ponto de Fusão 0 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Ponto de Ebulição 100 °C Adaptado de FISPQ (2022)
Estado físico (20°C) Líquido Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - A) 18,3036 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - B) 3816,44 Adaptado de NIST (2022)
Constante de Antoine (20°C - C) -46,13 Adaptado de NIST (2022)
30

2.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO

As matérias-primas desse processo estão inicialmente armazenadas em


tanques, sendo os de Cl2, comercializado em sua forma líquida e CH4, no estado
gasoso. A partir dessas informações, já é identificado a necessidade de vaporização
do primeiro composto antes mesmo de os reagentes entrarem no reator, assim como
é feito com a presença inicial de um vaporizador. A base de cálculo utilizada para esse
processo é a produção de 10.000 kg/h de clorometano (MAFRA et al., 2022).
Ao longo desse tópico, serão descritos os equipamentos, com suas respectivas
características e especificações, envolvidos na produção de clorometano da planta
proposta, cujo esquema completo é ilustrado pela Figura 1 abaixo.

FIGURA 1 - ESQUEMA DA PLANTA DE PRODUÇÃO DE CLOROMETANO

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

2.2.1 Vaporizador

O Cl2 líquido que está armazenado no seu tanque, o qual opera a uma pressão
de 7,8 bar, é bombeado para o vaporizador a partir da corrente 2 (MAFRA et al., 2022).
Assim como pode ser visualizado na Figura 2.
31

FIGURA 2 - ESQUEMA REDUZIDO DO VAPORIZADOR

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

O vaporizador atua como uma troca térmica com o reagente, neste caso, o
cloro líquido que ele consegue absorver a energia do fluido térmica e, a partir disso,
consegue passar do estado líquido para o gasoso. Sendo o estado de interesse para
o processo.
Essa mudança de fase acaba aumentando a pressão do sistema, assim como
é visto esse aumento de 7,8 bar para os 28 bar. Enquanto isso, o vapor d’água que é
utilizado como o fluído térmico, perde energia e passa para o seu estado líquido,
sendo então encaminhado pelo dispositivo localizado na base do vaporizador.

2.2.2 Reator (RE-01)

O reator é a primeira etapa do processo que envolve reações química nessa


produção. O balanço de massa será feito avaliando as correntes 5 e 6 (entrada e saída
respectivamente) do volume de controle, utilizando dados de conversão, rendimento
e componentes fornecidos na planta. O esquema do reator é demonstrado abaixo
esquematizado na Figura 3.
32

FIGURA 3 - FLUXOGRAMA REDUZIDO DO REATOR RE-01

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

Após a saída do cloro, agora gasoso, direto do vaporizador, este é


encaminhado para o reator junta à corrente 4, a qual contém o gás metano e parte do
reciclo do processo. Essas duas correntes juntas formam a corrente 5, encaminhando
a mistura dos gases do nosso interesse, neste caso o cloro e metano, bem como o
CO2 e N2 que acompanha desde os tanques e o reciclo, e a fração pequena de água
que não foi adsorvida. (MAFRA et al., 2022).
A reação de interesse do processo é para a produção de clorometano a partir
de uma quantidade de metano que é colocada para reagir com o gás cloro. No entanto,
para essa reação, existem quatro possibilidades de reações químicas, conforme é
mostrado na Equação 1, 2, 3 e 4. Desta forma, dá-se o nome de reação principal para
aquela que fornece o produto de interesse, neste caso o clorometano.

𝐶𝐻4   +  𝐶𝑙2   →  𝐶𝐻3 𝐶𝑙  +  𝐻𝐶𝑙 Equação 1

𝐶𝐻4   +  2𝐶𝑙2   →   𝐶𝐻2 𝐶𝑙2   +  2𝐻𝐶𝑙 Equação 2

𝐶𝐻4   +  3𝐶𝑙2   →   𝐶𝐻𝐶𝑙3   +  3𝐻𝐶𝑙 Equação 3

𝐶𝐻4   +  4𝐶𝑙2   →   𝐶𝐶𝑙4   +  4𝐻𝐶𝑙 Equação 4

Como pode ser visto, essas reações formam o produto de interesse da planta,
sendo o clorometano, acompanhado do diclorometano, triclorometano,
tetraclorometano e ácido clorídrico. (MAFRA et al., 2022).
33

Os reagentes que entram no reator estão a uma temperatura de 360°C e


pressão de 28 bar. Para atingir esta temperatura, a corrente 5 passa por dois
trocadores de calor, com a pressão controlada no vaporizador e no tanque de injeção
de Cl2. Os produtos que são formados durante essas reações, bem como o metano
que não reagiu e alguns produtos que não participam da reação (CO2, N2 e a água),
saem pelo topo do reator a uma temperatura de 400°C. (MAFRA et al., 2022).

2.2.3 Unidade de Separação de Clorados

Após a formação dos produtos mencionados, estes são encaminhados para


a unidade de separação dos clorados, constituída por um tanque cuja função é separar
os produtos clorados através de um sistema de decantação. Assim como pode ser
observado no esquema abaixo. (MAFRA et al., 2022).

FIGURA 4 - ESQUEMA REDUZIDO DA UNIDADE DE SEPARAÇÃO DE CLORADOS

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

Os produtos formados no reator descem pelo tanque para a corrente de saída


na base, ou seja, a corrente 7, por apresentarem uma densidade maior que a dos
componentes gasosos. Seguindo esta lógica, os componentes gasosos ao passar por
esse tanque, sobem devido a sua densidade ser maior e desta forma, saem na
corrente de topo, ou seja, a corrente 8. (MAFRA et al., 2022).
34

2.2.4 Destiladora 1 (DE-01)

Após esse processo de separação, os componentes da corrente 7 são


misturados e encaminhados para um sistema que conta com duas destiladoras, a fim
de realizar a separação destes e obter o maior grau de pureza possível do nosso
produto de interesse, o clorometano. (MAFRA et al., 2022). Neste tópico será
abordado a primeira destiladora desse sistema, como é apresentado na Figura 5.

FIGURA 5 - ESQUEMA REDUZIDO DA DESTILADORA 1 (DE-01)

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

Nessa destiladora, nosso interesse é separar o clorometano da mistura feita


na corrente 7, composta por diclorometano, triclorometano e tetraclorometano. Esses
componentes, avaliando individualmente seus pontos de ebulição anteriormente
tabelados, é possível identificar que há uma diferença entre esses pontos de ebulição
e é com base nisso que ocorre o processo de destilação simples, a qual é realizada
por meio de um aquecimento na destiladora até atingir a temperatura que condiz a
temperatura de ebulição do produto de interesse, no caso, o clorometano. Em
seguida, essa substância será encaminhada para a corrente de topo, sendo a corrente
22a. (MAFRA et al., 2022).
Nesse processo, é identificada a necessidade de reciclo para separar a
corrente 22 (a qual é direcionada ao tanque de reserva de clorometano) da 22b, visto
que que ainda pode haver a presença de outros componentes que não sejam o
clorometano, bem como alguns remanescentes do processo anterior e que podem
35

acabar prejudicando o rendimento do processo, bem como a pureza do produto. Esse


reciclo acompanha um trocador de calor que resfria parte do gás que sai pela corrente
de topo e a partir disso, ele é novamente condensado e enviado novamente para a
destiladora. (MAFRA et al., 2022).
Além da corrente de topo, há outro reciclo presente na parte de baixo da
destiladora, cujo intuito é passar essa corrente para um trocador de calor, que por
meio da passagem do vapor saturado, acaba aquecendo a mistura e retornando-a
para a destiladora, com o intuito de refazer o processo de destilação. Dessa forma, é
possível recuperar o clorometano que não tenha evaporado e assim, possa ser
recuperado. A corrente de base, sendo a corrente 21, vai conter o restante dos
componentes e serão enviados para a destiladora 2. (MAFRA et al., 2022).

2.2.5 Destiladora 2 (DE-02)

Já na destiladora 2, há a entrada da corrente 21 e o objetivo principal desta é


separar os componentes em dois tanques. O primeiro deles não terá nada de
tetraclorometano, mas terá a maior parte da vazão molar de diclorometano. Enquanto
o outro, possuirá a maior parte de triclorometano e toda a vazão molar do
tetraclorometano. (MAFRA et al., 2022). Nessa destiladora, há um reciclo como é
observado na FIGURA 6 - ESQUEMA REDUZIDO DA DESTILADORA 2 (DE-02).

FIGURA 6 - ESQUEMA REDUZIDO DA DESTILADORA 2 (DE-02)

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

Sabe-se que a diferença nos pontos de ebulição que possibilitam o uso da


destilação simples, onde ocorre o aquecimento da mistura até atingir o menor ponto
36

de ebulição, fazendo com que essa substância saia na corrente de topo. Como pode-
se observar nas tabelas 3,4,5 3 6, o clorometano e o diclorometano possuem os
menores PE e por isso seguem para a corrente 24a.
Nessa mesma corrente, ocorre um reciclo que permite uma melhora no
rendimento da operação, retirando mais uma parte de triclorometano e clorometano
que saem na corrente de topo. Assim como o reciclo da destiladora 1, esse também
possui um trocador de calor acoplado que permite o resfriamento do gás para que ela
saia na corrente de topo, seja condensado e possa retornar para a destiladora.
(MAFRA et al., 2022).

2.2.6 Lavadoras (LV-01 E LV-02)

Para ambas as lavadoras o funcionalmente é bem semelhante: o equipamento


tem duas alimentações e duas saídas, sendo a de topo referente aos produtos e ao
de fundo geralmente relacionada aos resíduos a serem retirados do processo.
A alimentação na lavadora 1 ocorre através da corrente 8 e 9 com uma pressão
absoluta de 1,5 bar e uma temperatura de 30ºC respectivamente. Pela corrente 8, o
reator é alimentado CH4, N2, CO2, HCl e H2O vindos da unidade de separação dos
clorados, enquanto na corrente 9 temos entrada de HCl e H2O vindos da lavadora 2.
Na corrente de fundo (corrente 11), tem-se como componentes o ácido clorídrico a
33% e água, os quais se dirigem ao tanque de armazenamento da solução ácida pela
mesma, enquanto, na corrente de topo (corrente 10), segue a 25ºC para a segunda
lavadora. (MAFRA et al., 2022).

FIGURA 7 - ESQUEMA REDUZIDO DA LAVADORA 1 (LV-01)

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).


37

Já na lavadora 2, sua alimentação ocorre pela corrente 10, contendo os gases


de interesse, água e ácido clorídrico a 7,00%, e pela corrente 12, em que ocorre a
entrada de água a 20ºC a partir do tanque de armazenamento. A corrente de fundo
desta lavadora (corrente 9) retorna para a lavadora 1 enquanto a corrente de topo
(corrente 13) vai até o ponto de purga, em que ocorre a divisão entre as correntes 13,
14 e 15 à 32ºC. Vale ressaltar que o único composto que não entra no ponto de mistura
é o HCl (MAFRA et al., 2022).

FIGURA 8 - ESQUEMA REDUZIDO DA LAVADORA 2 (LV-02)

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

Em ambas as lavadoras, há um trocador de calor para que ocorra seu


funcionamento em temperaturas adequadas, de modo que o ácido clorídrico líquido
seja lavado de forma eficiente enquanto os gases seguem nas correntes de topo para
o continuar o processo de reciclo.

FIGURA 9 - ESQUEMA REDUZIDO DO PONTO DE PURGA

FONTE: Adaptado de MAFRA et al. (2022).


38

2.2.7 Vaso de Separação

É no vaso de separação onde ocorre o processo de separação dos fluidos,


tendo sua alimentação originária da corrente 16, entrando nela metano (CH 4), gás
nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2) e água (H2O). (MAFRA et al., 2022). Os
vasos separadores são feitos de metais como aço inoxidável, cobre e ferro e são
usados para separar gás, óleo e água. Podem ser verticais ou horizontais, bifásicas
ou trifásicas.
O gás de alimentação é normalmente introduzido no fundo do recipiente,
enquanto o produto é retirado do topo. Os dois recipientes operam em modo
descontínuo, ou seja, o gás de alimentação é separado em um recipiente e o
absorvente saturado é regenerado no outro recipiente previamente utilizado. No
recipiente de separação, todas as impurezas são geralmente adsorvidas e o gás
produto que não é adsorvido passa.
Na corrente 17 (de fundo), há saída de 100% de água (H2O), sendo esta
dispensada do restante do processo. Já na corrente de topo, ocorre a saída dos
demais componentes que continuam até passarem pelo compressor e seguindo até a
coluna de adsorção. (MAFRA et al., 2022).

FIGURA 10 - ESQUEMA REDUZIDO DO VASO DE SEPARAÇÃO

Fonte: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

2.2.8 Compressor

Antes de a corrente 18 prosseguir para as etapas finais do reciclo, ela adentra


o compressor, cuja função é basicamente aumentar a pressão da corrente, antes no
valor de 1,5 bar (por conta da perda de carga das lavadoras), para 28 bar, de forma a
39

adequá-la para as necessidades das etapas posteriores da planta industrial. (MAFRA


et al., 2022).

FIGURA 11 - ESQUEMA REDUZIDO DO COMPRESSOR

Fonte: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

2.2.9 Adsorvedora (AD-01)

Após a passagem da corrente 18 pelo compressor e se transformando na


corrente 19 a uma temperatura de 28ºC, os componentes que não foram descartados
no vaso de separação passam pela coluna de adsorção, sendo estes, metano (CH4),
gás nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2), água (H2O) e gás cloro (Cl2). (MAFRA
et al., 2022). O absorvedor é feito de aço inoxidável e pode ser instalado em vários
locais, mesmo em locais de difícil acesso. Seu objetivo é reduzir algumas das forças
resultantes, remover a energia da queda e convertê-la em energia de deformação.
Adsorção é uma operação de transferência de massa sólido-líquido em que a
capacidade de certos sólidos de concentrar certas substâncias presentes em soluções
líquidas ou gasosas em sua superfície, o que lhes permite separar dos demais
componentes dessas soluções, ou seja, os sólidos geralmente são seletivos, esta
permite fracionar a solução. Após sair do equipamento, a corrente 20 passa a ter uma
temperatura de 15ºC e este segue até encontrar o ponto de mistura entre a corrente
1 e 4. (MAFRA et al., 2022).
40

FIGURA 12 - ESQUEMA REDUZIDO DA ADSORVEDORA (AD-01)

Fonte: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

2.2.10 Tanque de metano

O tanque de metano é um dos alimentadores do processo e é responsável por


armazenar uma das matérias-primas do clorometano. O material mais utilizado para
a fabricação de tanques de armazenamento é o aço carbono. Outros materiais são
usados com relativa moderação, com pequenos tanques feitos de alumínio, aço
inoxidável e polímeros especiais para produtos químicos específicos.
O metano ali presente sai do tanque a partir da corrente 1 a 20ºC e se une no
ponto de mistura com os outros compostos resultantes da coluna de adsorção. Após
alimentado, a mistura resultante segue em direção à corrente 4 até o próximo ponto
de mistura. (MAFRA et al., 2022).

Figura 13 - ESQUEMA REDUZIDO DO TANQUE DE METANO

Fonte: Adaptado de MAFRA et al. (2022).


41

2.2.11 Tanque de gás cloro

O tanque de armazenamento de cloro a uma pressão manométrica de 7,8 bar


é outro ponto de alimentação do processo, este começa na corrente 2, onde uma
bomba é responsável por fazer o transporte do fluido. Este composto saí do tanque
com uma temperatura de 20ºC rumo ao vaporizador, tendo sua pressão aumentada
para 28 bar. (MAFRA et al., 2022).

Figura 14 - ESQUEMA REDUZIDO DO TANQUE DE GÁS CLORO

Fonte: Adaptado de MAFRA et al. (2022).

3. MEMORIAL DESCRITIVO DE CÁLCULO

Nesta seção do trabalho, será apresentado a construção do memorial de


cálculo do balanço molar da planta de produção de clorometano a partir do gás cloro
e metano. Como o processo apresenta correntes de reciclo, o método de raciocínio
empregado foi iniciar os cálculos.
Para os cálculos, foram consideradas as massas molares de cada composto
apresentadas nas tabelas em suas respectivas seções de propriedades físico-
químicas no tópico anterior.

3.1 VAPORIZADOR

O balanço de massa desse equipamento será com base no quanto de cloro


está sendo utilizado no processo inicialmente, portanto, aquele que está armazenado
42

no tanque. O quadro 1 exemplifica as correntes de cada componente, bem como as


suas frações molares.

QUADRO 1 - BALANÇO MOLAR NO VAPORIZADOR


ENTRADA SAÍDA
Fórmulas Corrente 2 Corrente 3
kmol/h % kmol/h %
Cl2 266,52 99,99 266,52 99,99
CO2 0,03 0,01 0,03 99,99
Total 266,55 100,00 266,55 100,00
Fonte: Os autores (2022).

3.2 REATOR QUÍMICO (RE-01)

A primeira informação que foi fornecida para este balanço de massa é de que
a planta desse processo deve produzir 10.000 kg/h (ou 200 kmol/h) de clorometano,
bem como as reações que estão envolvidas dentro desse processo que já foram
descritas nesse trabalho.
Para se identificar se um determinado processo é de fato vantajoso para obter
um produto de interesse em questão, é interessante levar em consideração o
rendimento (𝜂 ) da reação química adotada para a sua produção. Para essa produção,
é informado que os rendimentos de cada reação envolvida, para uma conversão de
100% do Cl2, ou seja, este será o reagente limitante. Os rendimentos são,
respectivamente, de 75,8% (𝜂1 ) para a primeira reação, 17,4% (𝜂2 ) para a segunda
reação e assim sucessivamente para as outras, que terão 6% (𝜂3 ) e 0,5% (𝜂4 ).
O rendimento é dado pela razão entre a quantidade real de produto que é
formada pela reação, ou seja, a quantidade que é obtida na prática, e a quantidade
teórica de produto que seria gerado considerando a quantidade de reagente limitante
adicionado ao processo e a estequiometria da reação. Assim, a equação para calcular
o rendimento é a seguinte:

𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑙2 Equação 5


𝜂=
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑙2
43

Inicialmente, antes de calcular a vazão molar de cada componente, bem


como, em cada corrente. É importante relembrar o conceito de balanço global de
massa para um sistema que possui reação, como é o caso do sistema dentro do
reator, assim como é representado abaixo. Considerando que não haverá acúmulo de
nenhum componente, durante todo o processo, temos que o balanço de massa será:

𝑛̇ 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 − 𝑛̇ 𝑅𝑒𝑎𝑔𝑒 + 𝑛̇ 𝐹𝑜𝑟𝑚𝑎 − 𝑛̇ 𝑆𝑎í𝑑𝑎 = 0 Equação 6

Além disso, é levado em consideração que a corrente de entrada do reator se


refere a corrente 5, enquanto a corrente de saída será a corrente 6. Portanto, é
possível fazer a seguinte relação:

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 5 = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 6 Equação 7

Primeiramente, com a informação de recuperação de 99% do clorometano na


destiladora 1 (DE-01), além da concentração molar de CH2Cl2 de 2% no topo da
destiladora, ou seja, na corrente 22a e a informação que a corrente 22 terá uma
corrente de 10.000 kg/h. Como o ponto de separação dita que as concentrações serão
as mesmas, assim como é feito na Equação 8.

𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙, 22𝑎   =  𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙, 22𝑏   =  𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙, 22 = 2% Equação 8

A partir disso, é possível determinar a vazão molar na corrente de topo da


destiladora, bem como a quantidade de clorometano que está sendo recuperado na
corrente de topo, ou seja, a corrente 22a. Desta forma, sabe-se que:

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎   =  𝑛̇ 22 × 𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 Equação 9


𝑘𝑔
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎   = 10.000  × 0,02

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎 ≅ 200

44

Sabendo da vazão molar da corrente de topo, é possível determinar a vazão


molar de clorometano nesta corrente, visto que sua concentração molar é de 98%
nesta corrente. Além disso, é conhecido que esta quantidade representa 99% do total.
Portanto, é possível obter a quantidade de clorometano produzido durante o processo,
ou seja, a quantidade que sairá do reator, portanto, na corrente 6.

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎 Equação 10


𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,6 =
0,99
200 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,6 =
0,99
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,6 ≅ 202,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Por meio da estequiometria da reação envolvidas no processo de produção


de clorometano (3.1-2), é determinado que a relação estequiométrica entre cloro e
clorometano é de 1:1, portanto, para 1 mol que é formado de CH3Cl, é necessário um
mol de Cl2, para uma conversão de 100%.

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,6 ≅ 𝑛̇ 𝐶𝑙2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (1) ≅ 202,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ Equação 11

Baseando-se nisso, é possível determinar a quantidade de Cl2 que entra no


reator por meio do rendimento dessa reação.

𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (1) Equação 12


𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,5 =
𝜂1
202,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ
𝑛̇ 𝐶𝑙2,5 =
0,758
𝑛̇ 𝐶𝑙2,5 ≅ 266,52 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

A partir do conhecimento da quantidade de Cl2 que está entrando no reator, é


possível determinar a quantidade que CH4 que entra no reator por meio da informação
fornecida sobre a razão molar de metano em relação ao cloro é de 3,5 (Equação 13),
bem como estabelecer a quantidade de Cl2 que será convertida em cada reação de
acordo com a sua porcentagem de rendimento, respectivamente (Equação 14, 15 e
16).
45

𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,5 = 𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,5 × 3,5 Equação 13


𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,5 ≅ 906,16 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (2) = 𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,5 × 𝜂2 Equação 14


𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (2) = 266,52 × 0,175
𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (2) ≅ 46,37 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (3) = 𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,5 × 𝜂3 Equação 15


𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (3) = 266,82 × 0,06
𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (3) ≅ 15,95 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (4) = 𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,5 × 𝜂4 Equação 16


𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (4) = 266,82 × 0,005
𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (4) ≅ 1,33 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Com as vazões molares de Cl2 consumido, temos a quantidade formada de


CH2Cl2, CHCl3, CCl4 e HCl em cada reação por meio das relações estequiométricas
de cada reação. Com a quantidade de Cloro consumido em cada reação, é possível
descobrir o quanto está consumindo de metano em cada reação por meio da relação
estequiométrica. Como ele é um reagente em excesso, já é possível identificar que
ele sairá em excesso na corrente 6, assim como é feito logo abaixo.

𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (1) × 𝜈𝐶𝑂2(1) Equação 17


𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (1) =
𝜈𝐶𝑙2 (1)
202,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ × 1
𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (1) =
1
𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (1) ≅ 202,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝑙2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (2) × 𝜈𝐶𝑂2(2) Equação 18


𝑛̇ 𝐶𝑂2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (2) =
𝜈𝐶𝑙2(2)
46

46,37 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ × 1
𝑛̇ 𝑐𝑜2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (2) =
2
𝑛̇ 𝐶𝑙2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (3) ≅ 23,19 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (3) × 𝜈𝐶𝑂2(3) Equação 19


𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (3) =
𝜈𝐶𝑙2 (3)
16,79 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ × 1
𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (3) =
3
𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (3) ≅ 5,60 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝑙2 ,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (4) × 𝜈𝐶𝑂2(4) Equação 20


𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (4) =
𝜈𝐶𝑙2 (4)
1,33 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ × 1
𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (4) =
4
𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (4) ≅ 1,33 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝑐𝑜2,6 = 𝑛̇ 𝑐𝑜2,5 − 𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒 − 𝑛̇ 𝑐𝑜2,𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 Equação 21


𝑛̇ 𝑐𝑜2,6 = 906,16 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ − 231,14 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ − 0 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ
𝑛̇ 𝑐𝑜2,6 ≅ 675,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Com as vazões molares de Cl2 e CH4 consumido, temos a quantidade formada


de CH2Cl2, CHCl3, CCl4 e HCl em cada reação por meio das relações estequiométricas
de cada reação. Além disso, sabendo a quantidade formada, já é possível conhecer a
quantidade que saíra do reator, na corrente 6, por meio da Equação Global de Massa
com Reação Química, já apresentada nesse descritivo. Esses resultados foram
calculados a partir da Equação 22.

𝑛̇ 𝐶𝑙2,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (𝑘) × 𝑣𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑘) Equação 22


𝑛̇ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒,𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (𝑘) =
𝑣𝐶𝑙2(𝑘)

𝑛̇ CH2Cl2 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (2) = 𝑛̇ CH2Cl2 ,6 ≅ 23,19 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3,𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (3) = 𝑛̇ 𝐶𝐻Cl3 ,6 ≅ 5,60 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ


47

𝑛̇ CCl4 ,𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (4) = 𝑛̇ CCl4 ,6 ≅ 0,33 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (1) ≅ 202,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (2) ≅ 46,3752 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (3) ≅ 16,7915,95 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (4) ≅ 1,33 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Fazendo a soma de todas as quantidades formadas de HCl em cada reação


individualmente, é possível descobrir o quanto de HCl sairá na corrente 6.

𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,6 = 𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,5 − 𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,𝑅𝑒𝑎𝑔𝑒 + 𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,𝐹𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 Equação 23


𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,6 = 0 − 0 + 266,52 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ
𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,6 ≅ 266,52 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Outra estratégia para o balanço de massa no reator, a qual será útil para o
balanço de energia, é considerar transformações por meio de reações químicas
paralelas, logo, para obter as taxas molares de entrada e saída do volume de controle,
utilizando o princípio do grau de avanço, demonstrado pela Equação 26.

𝑛
Equação 24
𝑛̇ 𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑛̇ 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + ∑ 𝜈𝑗 × 𝜉𝑗
𝑗=1

Aplicando esse princípio para o clorometano, é possível calcular o grau de


avanço da reação principal (𝜉1 ), visto que a vazão molar de saída desse produto é foi
calculada, a vazão de entrada é nula e esse produto participa exclusivamente da
reação principal. Esse mesmo raciocínio da Equação pode ser replicado para as
outras reações, utilizando os produtos de diclorometano, triclorometano e
tetraclorometano, respectivamente.
48

𝜉1 = 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,6 Equação 25


𝜉1 ≅ 202,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝜉2 = 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,6 Equação 26


𝜉2 ≅ 23,19 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝜉3 = 𝑛̇ 𝐶ℎ𝐶𝑙3,6 Equação 27
𝜉3 ≅ 5,60 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝜉4 = 𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4,6 Equação 28
𝜉4 ≅ 0,33 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Por fim, a última informação fornecida e a que merece maior atenção, é as


concentrações limites que é estabelecido na corrente de entrada do reator para os
componentes de CO2 e N2 que vêm respectivamente, da corrente 2, diretamente do
tanque de Cl2 e da corrente 1, do tanque de CH4. Além da corrente de reciclo que se
juntará a essas duas.
Para o cálculo desses dois limitantes, primeiramente é feita a descoberta da
vazão molar total da corrente de entrada, sendo a corrente 5, assim como é feita a
seguir com base nas concentrações já conhecidas, sendo a do N2 de 0,01% e de CO2
1%. A água reciclada terá uma vazão molar desprezível em relação aos outros
componentes, portanto, nesse cálculo não será considerada. No entanto, para fins de
cálculo, posteriormente ela será calculada.

𝑛̇ Cl2,5 + 𝑛̇ 𝑐𝐻4,5 Equação 29


𝑛̇ corrente 5 =
1 − 𝑥𝐶𝑂2,5 − 𝑥𝑛2 ,5
266,52 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ + 906,16 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ
𝑛̇ corrente 5 =
1 − 0,01 − 0,0001
𝑛̇ corrente 5 ≅ 1.184,65 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Tendo conhecimento da vazão molar da corrente 5, bem como as


concentrações desses componentes que não participam das reações químicas, a
quantidade que entrará no reator será a mesma quantidade que vai sair.
49

𝑛̇ 𝐶𝑂2,5 = 𝑛̇ corrente 5 × 𝑥𝐶𝑂2,5 Equação 30


𝑛̇ 𝐶𝑂2,5 ≅ 0,121 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Desta forma, é possível montar o balanço molar do reator indicando tanto as


correntes de cada componente como as frações molares de cada um, assim como é
feito no Quadro 1 utilizando a Equação 31.

𝑛̇ componente Equação 31
𝑥𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 =
𝑛̇ total

Uma consideração importante a se mencionar, tanto para este balanço quanto


para os de equipamentos afetados pelo reciclo na planta, é a vazão de água que
adentra o reator. Ela é proveniente da coluna de adsorção, a qual retira da corrente
de reciclo (corrente 20) 99,99% da água presente, deixando passar somente uma
fração de 0,01%, que representa 0,00009 kmol/h (0,00162 kg/h ou 1,62 g/h) que
seguem no processo até serem retirados do sistema pelo vaso de separação.
A fim de tornar esse balanço mais objetivo e pertinente ao reator, os cálculos
dessa vazão de água reciclada foram deixados para o balanço molar na coluna de
adsorção, onde ele foi calculado propriamente. No entanto, para não negligenciar esse
dado, ele foi adicionado aos quadros de cada seção do Memorial Descritivo até que
ele chegasse ao equipamento em questão.
Vale ressaltar que, apesar de ser considerada para todos os cálculos de
balanço nos equipamentos, essa vazão representa uma quantia muito pequena
quando comparada às vazões que entram ou saem de qualquer equipamento, então
sua fração será apresentada como 0,00% nos quadros de forma a não estender os
cálculos de cada balanço, sendo somente mencionado à qual corrente essa
quantidade de água será direcionada.
Dessa forma, abaixo consta o Quadro 2 contendo o balanço molar do Reator
para melhor visualização.
50

QUADRO 2 - BALANÇO MOLAR REATOR RE-01


ENTRADA SAÍDA
Fórmulas Corrente 5 Corrente 6
kmol/h % kmol/h %
CH4 906,16 76,49 675,02 56,98
Cl2 266,52 22,50 0,00 0,00
CH3Cl 0,00 0,00 202,02 17,05
CH2Cl 0,00 0,00 23,19 1,96
CHCl3 0,00 0,00 5,60 0,47
Cl4 0,00 0,00 0,33 0,03
HCl 0,00 0,00 266,52 22,50
N2 11,85 1,00 12,08 1,00
CO2 0,12 0,01 0,12 0,01
H2O 0,00009 0,00 0,00009 0,00
Total 1.184,65 100,00 1.184,65 100,00
Fonte: Os autores (2022).

3.3 UNIDADE DE SEPARAÇÃO DE CLORADOS

Esta unidade de separação de clorados será a segunda etapa do processo e


do balanço de massa e será feito avaliando as correntes 6, 7 e 8, portanto, seguem a
seguinte relação:

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 6 = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 7 + 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 8 Equação 32

Primeiramente, é informado que N2, CO2, HCl e CH4, bem como a água, que
ainda não foi calculada, são recuperados na corrente de topo em uma porcentagem
de 100%, ou seja, serão completamente recuperados na corrente 8.

𝑛̇ 𝑁2,6 = 𝑛̇ 𝑁2,8 ≅ 11,85 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝑂2,6 = 𝑛̇ 𝐶𝑂2,8 ≅ 0,121 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,6 = 𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,8 ≅ 266,52 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ


51

𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,6 = 𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,8 ≅ 675,02 kmol/h

𝑛̇ 𝐻2 𝑂,6 = 𝑛̇ 𝐻2 𝑂,8 ≅ 0,00009 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Além disso, é informado que os demais clorados, bem como o clorometano


sairão na corrente de base, portanto, na corrente 7.

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,6 = 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,7 ≅ 202,02 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,6 = 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,7 ≅ 23,19 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ,6 = 𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ,7 ≅ 5,60 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 ,6 = 𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 ,7 ≅ 0,33 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

A partir disso, é possível encontrar quando será a vazão molar total, tanto na
corrente 7 quanto na corrente 8, assim como é feito nas Equações 35 e 36.

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,7 = 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,7 + 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,7 + 𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ,7 + 𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4,7 Equação 33


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,7 ≅ 231,14

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,8 = 𝑛̇ 𝑁2 ,8 + 𝑛̇ 𝐶𝑂2,8 + 𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,8 + 𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,8 Equação 34


𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,8 ≅ 953,51 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Com as informações, é possível montar uma tabela com todas as informações


de cada componente, bem como suas frações molares por meio da equação 31 já
descrita anteriormente.
Por fim, a seguir está o Quadro 3 que agrupa os cálculos feitos acima para
melhor entendimento.
52

QUADRO 3 - BALANÇO MOLAR UNIDADE DE SEPARAÇÃO DE CLORADOS


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 6 Corrente 8 Corrente 7
kmol/h % kmol/h % kmol/h %
CH4 675,02 56,98 675,02 70,79 0,00 0,00

N2 11,85 1,00 11,85 1,24 0,00 0,00

CO2 0,12 0,01 0,12 0,01 0,00 0,00

CH3Cl 202,02 17,05 0,00 0,00 202,02 87,40

CH2Cl2 23,19 1,96 0,00 0,00 23,19 10,03


CHCl3 5,60 0,47 0,00 0,00 5,60 2,42
CCl4 0,33 0,03 0,00 0,00 0,033 0,14
HCl 266,52 22,50 266,52 27,95 0,00 0,00
H2O 0,00009 0,00 0,00009 0,00 0,00 0,00
Total 1.184,65 100,00 953,51 100,00 231,14 100,00
FONTE: Os autores (2022).

3.4 LAVADORA DE GASES 1 (LV 01) E 2 (LV 02)

Para efetuar o balanço molar das lavadoras nesta etapa, primeiramente se


considerou um volume de controle envolvendo ambos os equipamentos, em que
consideraram somente as correntes que entram (8 e 12) e saem (11 e 13) do mesmo
na seguinte relação:

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 8  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 12  =  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 11  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 13 Equação 35

Sabe-se que a corrente 12 é composta apenas por água, a corrente 11 é uma


mistura de 𝐻𝐶𝑙 em água na concentração de 33% e que, na corrente 13, somente os
componentes incondensáveis (metano, gás nitrogênio, gás carbônico e água) são
encontrados. Dessa forma, relaciona-se esta última com a corrente 8 já conhecida:

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻4, 8 = 𝑛̇ 𝐶𝐻4, 13 ≅ 675,02 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑁2, 8 = 𝑛̇ 𝑁2, 13 ≅ 11,85 

53

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂̇ 2, 8 = 𝑛𝐶𝑂2,̇ 13 ≅ 0,12 

Ainda na corrente 13, pode-se descobrir a fração molar de água por meio da
Lei de Dalton, demonstrada abaixo:

𝑃𝑃𝑎𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑔á𝑠 Equação 36
𝑥𝐺á𝑠 =
𝑃𝐴𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎

Pelo documento de apoio (MAFRA et al., 2022), já é conhecida a pressão


absoluta total da corrente 13, cujo valor é de 1,5 bar. Então, resta se descobrir o valor
da pressão parcial da água saturada em 32 °C por meio da interpolação dos dados
fornecidos. Os cálculos e informações utilizados para tal constam abaixo.

QUADRO 4 - RELAÇÃO DA TEMPERATURA E DA PRESSÃO PARCIAL DA ÁGUA SATURADA


Temperatura (°C) Pressão (bar)
0,01 0,006113
5 0,008721
10 0,012276
15 0,017051
20 0,023385
25 0,031691
30 0,042461
35 0,056280
40 0,073837
45 0,095934
50 0,123500
55 0,157580
FONTE: Adaptado de BORGNAKKE, SONTAGE (2013).

Realizando a interpolação com os dados encontrados acima, obteve-se a


expressão da pressão parcial da água em função da temperatura em graus Celsius:
54

𝑃(𝑇) = 0,0107 − (7,06 ⋅ 10−4 ) ⋅ 𝑇 + (5,96 ⋅ 10−5 ) ⋅ 𝑇 2 Equação 37


−4 ) −5 ) 2
𝑃(32) = 0,0107 − (7,06 ⋅ 10 ⋅ 32 + (5,96 ⋅ 10 ⋅ 32
𝑃(32) ≅ 0,049138400 𝑏𝑎𝑟

Em seguida, descobriu-se a fração molar de água utilizando a Lei de Dalton


(da equação 36):

0,049138400 𝑏𝑎𝑟
𝑥𝐻2 𝑂,13 =
1,5 𝑏𝑎𝑟
𝑥𝐻2 𝑂,13 = 0,032758933
𝑥𝐻2 𝑂,13 ≅ 3,28%

Com essa informação, agora é possível descobrir a vazão molar da corrente


13, bem como a vazão molar de água pelas equações abaixo:

𝑛̇ 𝐶𝐻4, 13 + 𝑛̇ 𝑁2, 13 + 𝑛̇ 𝐶𝑂2, 13 Equação 38


𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,13 =
(1 − 𝑥𝐻2 𝑂,13 )
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
675,02  + 11,85  + 0,12 
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,13 = ℎ ℎ ℎ
(1 − 0,0328)
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,13 ≅ 710,25 

𝑛̇ 𝐻2 𝑂,13 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,13 × 𝑥𝐻2 𝑂,13 Equação 39


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻2 𝑂,13 = 710,25  × 3,28%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻2 𝑂,13 ≅ 23,27 

Então, se calculam as frações dos componentes restantes da corrente pela


equação 31:

𝑛̇ 𝐶𝐻4, 13
𝑥𝐶𝐻4, 13 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,13
55

𝑘𝑚𝑜𝑙
675,02 
𝑥𝐶𝐻4, 13 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
710,25 

𝑥𝐶𝐻4, 13 ≅ 95,04%

𝑛̇ 𝑁2, 13
𝑥𝑁2, 13 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,13
𝑘𝑚𝑜𝑙
11,85 
𝑥𝑁2, 13 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
710,25 

𝑥𝑁2, 13 ≅ 1,67%

𝑛̇ 𝐶𝑂2, 13
𝑥𝐶𝑂2, 13 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,13
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,12 
𝑥𝐶𝑂2, 13 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
710,25 

𝑥𝐶𝐻4, 13 ≅ 0,02%

Passando para a próxima corrente, também pode afirmar-se que toda a vazão
de 𝐻𝐶𝑙 na corrente 8 vai para a corrente 11, já que nenhuma outra do volume de
controle delineado contém esse componente. Como essa vazão representa uma
fração molar de 33% da corrente em questão (67% são de água), calcula-se a vazão
total da corrente e a vazão da água. O pensamento descrito é traduzido nos cálculos
abaixo:

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,8 = 𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,11 ≅ 266,52 

𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,11 Equação 40
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,11 =
𝑥𝐻𝐶𝑙,11
𝑘𝑚𝑜𝑙
266,52 
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,11 = ℎ
33%
56

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,11 ≅ 807,63 

𝑛̇ 𝐻2 𝑂,11 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,11 × 𝑥𝐻2 𝑂,11 Equação 41


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻2 𝑂,11 = 807,63  × 67%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻2 𝑂,11 ≅ 541,11 

Por fim, descobre-se a vazão da corrente 12 pela equação 45:

𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,12
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,12
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,11
̇ + 𝑛𝐻2 𝑂,13
̇ − 𝑛𝐻2̇ 𝑂,8 Equação 42
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,12
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,12
̇ = 541,11  + 23,27  − 0,00009
ℎ ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,12
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,12
̇ ≅ 564,38 

Feito o balanço molar do volume de controle proposto, agora podem ser feitos
os balanços de ambas as lavadoras individualmente. Começado com lavadora 01, a
relação de suas correntes é dada por:

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 8  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 9 = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 10 + 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 11 Equação 43

É importante mencionar que a corrente 9 de reciclo é composta somente por


uma mistura de 𝐻𝐶𝑙 e água vinda da lavadora 2, e que a corrente 10 - topo da lavadora
1 – possui uma composição similar à da corrente 8, conforme as equações abaixo:

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻4, 8 = 𝑛̇ 𝐶𝐻4, 10 ≅ 675,02 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑁2, 8 = 𝑛̇ 𝑁2, 10 ≅ 11,85 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝑂2, 8 = 𝑛̇ 𝐶𝑂2, 10 ≅ 0,12 

57

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻2 𝑂,8 = 𝑛̇ 𝐻2 𝑂,10 ≅ 0,00009 

Quanto ao balanço do 𝐻𝐶𝑙 , sabe-se que sua concentração na corrente é de


7% (MAFRA et al., 2022). Dessa forma, é possível descobrir a vazão total de 10 e a
vazão do ácido na corrente:

𝑛̇ 𝐶𝐻4, 10 + 𝑛̇ 𝑁2, 10 + 𝑛̇ 𝐶𝑂2, 10 + 𝑛̇ 𝐻2 𝑂,10 Equação 44


𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,10 =
(1 − 𝑥𝐻𝐶𝑙,10 )
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
675,02  + 11,85  + 0,12  + 0,00009
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,10 = ℎ ℎ ℎ ℎ
(1 − 0,07)
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,10 ≅ 738,70 

𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,10 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,10 × 𝑥𝐻𝐶𝑙,10 Equação 45


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,10 = 738,70  × 0,07

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻𝐶𝑙,10 ≅ 51,71 

Em seguida, descobrem-se as frações dos componentes restantes da corrente


10:
𝑛̇ 𝐶𝐻4, 10 Equação 46
𝑥𝐶𝐻4, 10 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,10
𝑘𝑚𝑜𝑙
675,02 
𝑥𝐶𝐻4, 10 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
738,79 

𝑥𝐶𝐻4, 10 ≅ 91,38%

𝑛̇ 𝑁2, 10 Equação 47
𝑥𝑁2, 10 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,10
𝑘𝑚𝑜𝑙
11,85 
𝑥𝑁2, 10 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
738,79 

𝑥𝑁2, 10 ≅ 1,60%
58

𝑛̇ 𝐶𝑂2, 10 Equação 48
𝑥𝐶𝑂2, 10 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,10
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,12 
𝑥𝐶𝑂2, 10 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
738,79 

𝑥𝐶𝑂2, 10 ≅ 0,02%

Tendo finalizado o balanço da lavadora 1, também se finaliza o balanço da


segunda lavadora, já que esta, por sua vez, possui a seguinte relação em suas
correntes de entrada e saída (as quais já foram calculadas):

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 10  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 12  =  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 9  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 13  Equação 49

De forma a resumir o que foi descrito acima, a seguir estão esquematizadas a


Quadro 3 e 4, contendo o balanço molar de ambas as lavadoras.

QUADRO 5 - BALANÇO MOLAR NA LAVADORA 01


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 8 Corrente 9 Corrente 10 Corrente 11
kmol/h % kmol/h % kmol/h % kmol/h %
CH3Cl 675,02 70,79 0,00 0,00 675,02 91,38 0,00 0,00
N2 11,85 1,24 0,00 0,00 11,85 1,60 0,00 0,00
CO2 0,12 0,01 0,00 0,00 0,12 0,02 0,00 0,00
HCl 266,52 27,95 51,71 8,72 51,17 7,00 266,52 33,00
H2O 0,00009 0,00 541,11 91,28 0,00009 0,00 541,11 67,00
Total 953,50 100,00 592,82 100,00 738,70 100,00 807,63 100,00
FONTE: Os autores (2022).
59

QUADRO 6 - BALANÇO MOLAR NA LAVADORA 02


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 10 Corrente 12 Corrente 9 Corrente 13
kmol/h % kmol/h % kmol/h % kmol/h %
CH3Cl 675,02 91,38 0,00 0,00 0,00 0,00 675,02 95,04
N2 11,85 1,60 0,00 0,00 0,00 0,00 11,85 1,67
CO2 0,12 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,02
HCl 51,17 7,00 0,00 0,00 51,71 8,72 0,00 0,00
H2O 0,00009 0,00 564,38 100,00 541,11 91,28 23,27 3,28
Total 738,70 100,00 564,38 100,00 592,82 100,00 710,25 100,00
FONTE: Os autores (2022).

3.5 PONTO DE PURGA

Saindo da lavadora, a corrente 13 é dividida em duas outras: a corrente 14,


chamada daqui em diante de purga, e a corrente 15 que segue para o vaso de
separação, conforme a relação abaixo:

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 13  =  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 14  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 15 Equação 50

Nesse ponto de divisão, realiza-se o balanço molar de modo a determinar a


quantidade de componentes provenientes da primeira corrente que serão descartados
e quanto dos mesmos será reciclado, retornando ao início do processo.
Para se obter esses valores, considera-se que a composição de ambas as
correntes derivadas de 13 possuem a mesma composição da original, de modo que:

𝑥𝐶𝐻4, 13 = 𝑥𝐶𝐻4, 14 = 𝑥𝐶𝐻4, 15 ≅ 95,04%

𝑥𝑁2, 13 = 𝑥𝑁2, 14 = 𝑥𝑁2, 15 ≅ 1,67%

𝑥𝐶𝑂2, 13 = 𝑥𝐶𝑂2, 14 = 𝑥𝐶𝑂2, 15 ≅ 0,02%

𝑥𝐻2 𝑂,13 = 𝑥𝐻2 𝑂,14 = 𝑥𝐻2 𝑂,15 ≅ 3,28%


60

No começo do processo, também se sabe que as correntes 3 e 4 se misturam


para formar a corrente 5, que entra para o reator. Nesse sentido, a corrente 3 fornece
gás cloro (proveniente do tanque de gás cloro) para a reação e a corrente 4, o metano,
juntamente com determinadas quantidades de 𝑁2 e 𝐶𝑂2 previamente calculadas no
memorial do reator e cujas quantidades são conhecidas pelo balanço molar nos
tópicos anteriores.
Também é conhecida a composição da corrente 3, em que 99,99% são de gás
cloro e 0,01% de 𝐶𝑂2 (MAFRA et al., 2022), além de se ter que, na corrente 5, entram
𝑘𝑚𝑜𝑙
266,52  de 𝐶𝑙2 , o qual só pode ser proveniente do tanque supracitado. Assim, as
ℎ 

vazões relacionadas são calculadas por:

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝑙,5 = 𝑛̇ 𝐶𝑙,3 ≅ 266,52 
ℎ Equação 51
𝑛̇ 𝐶𝑙,3
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,3 =
𝑥𝐶𝑙2, 3
𝑘𝑚𝑜𝑙
266,52 
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,3 = ℎ
99,99%
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,3 ≅ 266,55 

𝑛𝐶𝑂̇ 2, 3 = 𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,3
̇ × 𝑥𝐶𝑂2, 3 Equação 52
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂̇ 2, 3 = 266,55  × 0,01%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂̇ 2, 3 ≅ 0,03 

Dessa forma, pode-se obter a quantidade de 𝐶𝑂2 proveniente da corrente 4, ou


seja, da corrente que não foi purgada (corrente 15) no ponto em questão:

𝑛𝐶𝑂̇ 2, 5 = 𝑛𝐶𝑂̇ 2, 3 + 𝑛𝐶𝑂̇ 2, 4 Equação 53


𝑛𝐶𝑂̇ 2, 5 = 𝑛𝐶𝑂̇ 2, 3 + 𝑛𝐶𝑂2,̇ 15
𝑛𝐶𝑂2,̇ 15 = 𝑛𝐶𝑂̇ 2, 5 − 𝑛𝐶𝑂̇ 2, 3
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂2,̇ 15 = 0,12  − 0,03 
ℎ ℎ
61

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂2,̇ 15 = 0,09 

Então, com o valor da vazão e da fração de um componente, é possível


determinar a vazão total da corrente 15 por meio da equação 56:

𝑛𝐶𝑂2,̇ 15 Equação 54
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,15
̇ =
𝑥𝐶𝑂2, 15
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,09 
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,15
̇ = ℎ
0,02%
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,15
̇ ≅ 550,45 

Com esse dado em mãos, pode-se calcular as respectivas vazões de cada um


dos componentes restantes dessa corrente pelas equações abaixo:

𝑛𝐶𝐻4,̇ 15 = 𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,15
̇ × 𝑥𝐶𝐻4, 15 Equação 55
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝐻4,̇ 15 = 550,45  × 95,04%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝐻4,̇ 15 ≅  523,14 

Equação 56
𝑛𝑁2,̇ 15 = 𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,15
̇ × 𝑥𝑁2, 15
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑁2,̇ 15 = 550,45  × 1,67%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑁2,̇ 15 ≅  9,18 

𝑛𝐻2 𝑂,15
̇ = 𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,15
̇ × 𝑥𝐻2 𝑂,15 Equação 57
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,15
̇ = 550,45  × 3,28%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,15
̇ ≅ 18,03 

Por fim, ao se conhecerem os valores das vazões dos componentes das


correntes 13 e 15, calculam-se as vazões da purga por meio da relação a seguir,
replicada para cada:
62

𝑛̇  𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒,14 =  𝑛̇  𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒,13 −  𝑛̇  𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒,15 Equação 58

𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝐻4,̇ 14 = 675,02  − 523,14 
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝐻4,̇ 14 = 151,88 

𝑛𝑁2,̇ 14 = 𝑛𝑁2,̇ 13 − 𝑛𝑁2,̇ 15


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑁2,̇ 14 = 11,85  − 9,18 
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑁2,̇ 14 = 2,67 

𝑛𝐶𝑂2,̇ 14 = 𝑛𝐶𝑂2,̇ 13 − 𝑛𝐶𝑂2,̇ 15


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂2,̇ 14 = 0,12  − 0,09 
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂2,̇ 14 = 0,03 

𝑛𝐻2 𝑂,14
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,13
̇ − 𝑛𝐻2 𝑂,15
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,14
̇ = 23,27  − 18,03 
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,14
̇ = 5,24 

𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,14
̇ = 𝑛Total,13
̇ − 𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,15
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,14
̇ = 710,26  − 550,45 
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,14
̇ = 159,81 

Sumarizando os passos descritos, a seguir consta o Quadro 7 com o balanço


molar dessa etapa.
63

QUADRO 7 - BALANÇO MOLAR NO PONTO DE PURGA


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 13 Corrente 14 (purga) Corrente 15
kmol/h % kmol/h % kmol/h %
CH4 675,02 95,04 151,88 95,04 523,14 95,04
N2 11,85 1,67 2,67 1,67 9,18 1,67
CO2 0,12 0,02 0,03 0,02 0,09 0,02
H2O 23,27 3,28 5,24 3,28 18,03 3,28
Total 710,26 100,00 159,81 100,00 550,45 100,00
FONTE: Os autores (2022).

3.6 VASO DE SEPARAÇÃO

Após a corrente 13 se dividir em purga (corrente 14) e na corrente 15, esta


última passa por um trocador de calor com objetivo de reduzir a temperatura da
corrente e condensar o vapor de água presente na mesma. Então, a corrente em
questão se torna a corrente 16 e se dirige ao vaso de separação, cuja função é separar
líquidos de gases, os quais, nesse caso, são os de interesse para o reciclo na planta.

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝐻4,̇ 15 = 𝑛𝐶𝐻4,̇ 16 ≅ 523,14 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑁2,̇ 15 = 𝑛𝑁2,̇ 16 ≅ 9,18 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂2,̇ 15 = 𝑛𝐶𝑂2,̇ 16 ≅ 0,09 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,15
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,16
̇ ≅ 18,03 

Do equipamento, serão formadas duas correntes: uma composta somente por


água (corrente 17) e outra composta principalmente pelos gases (corrente 18)
provenientes da corrente originária, conforme dita a equação 62.

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 16  =  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 17  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 18 Equação 59


64

Além disso, como somente a água, dentre os componentes da corrente 16, é


direcionada à corrente 17, os demais componentes vão para a corrente 18, permitindo
fazer as seguintes relações:

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝐻4,̇ 16 = 𝑛𝐶𝐻4,̇ 18 ≅ 523,14 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑁2,̇ 16 = 𝑛𝑁2,̇ 18 ≅ 9,18 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂2,̇ 16 = 𝑛𝐶𝑂2,̇ 18 ≅ 0,09 

Vale ressaltar que, de acordo com os dados fornecidos (MAFRA et al., 2022),
95% da água da corrente 16 é destinada à corrente 17, enquanto a porcentagem
restante segue pela corrente 18. Tendo em mente essas informações, descobrem-se
as vazões de água das correntes 17 e 18:

𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,17
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,17
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,16
̇ × 0,95 Equação 60
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,17
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,17
̇ = 18,03  × 0,95

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,17
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,17
̇ ≅ 17,13 

𝑛𝐻2 𝑂,18
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,16
̇ × (1 − 0,95) Equação 61
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,18
̇ = 18,03  × 0,05

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,18
̇ ≅ 0,90 

Então, agora pode ser calculada a vazão total da corrente 18 pela seguinte
equação:

𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,18
̇ = 𝑛𝐶𝐻4,̇ 18 + 𝑛𝑁2,̇ 18 + 𝑛𝐶𝑂2,̇ 18 + 𝑛𝐻2 𝑂,18
̇ Equação 62
65

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,18
̇ = (523,14 + 9,18 + 0,09 + 0,90) 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,18
̇ ≅ 533,32 

Por fim, pode-se descobrir as frações molares de cada componente da


corrente 18 seguindo os cálculos abaixo seguindo a equação 31:

𝑛𝐶𝐻4,̇ 18
𝑥𝐶𝐻4, 18 =
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,18
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙
523,14 
𝑥𝐶𝐻4, 18 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
533,32 

𝑥𝐶𝐻4, 18 = 98,09%

𝑛𝑁2,̇ 18
𝑥𝑁2, 18 =
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,18
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙
9,18 
𝑥𝑁2, 18 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
533,32 

𝑥𝑁2, 18 = 1,72%

𝑛𝐶𝑂2,̇ 18
𝑥𝐶𝑂2, 18 =
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,18
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,09 
𝑥𝐶𝑂2, 18 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
533,32 

𝑥𝐶𝑂2, 18 = 0,02%

𝑛𝐻2 𝑂,18
̇
𝑥𝐻2 𝑂,18 =
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,18
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,90 
𝑥𝐻2 𝑂,18 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
533,32 

𝑥𝐻2 𝑂,18 = 0,17%
66

Resumindo os cálculos acima, a seguir consta o balanço molar do vaso de


separação:

QUADRO 8 - BALANÇO MOLAR NO VASO DE SEPARAÇÃO


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 16 Corrente 17 Corrente 18
kmol/h % kmol/h % kmol/h %
CH4 523,14 95,04 0,00 0,00 523,14 98,09
N2 9,18 1,67 0,00 0,00 9,18 1,72
CO2 0,09 0,02 0,00 0,00 0,09 0,02
H2O 18,13 3,28 17,13 100,00 0,90 0,17
Total 550,45 100,00 17,13 100,00 533,32 100,00
FONTE: Os autores (2022).

3.7 COMPRESSOR

Do vaso de separação, a corrente 18 segue para o compressor, cuja função


é unicamente comprimir os gases presentes na corrente antes que esta entre na
coluna de adsorção. Assim, ela possui a mesma composição - tanto em vazão quanto
fração de cada componente - quando sai do equipamento por meio da corrente 19.
Portanto, suas vazões e frações são dadas por:

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝐻4,̇ 18 = 𝑛𝐶𝐻4,̇ 19 ≅ 523,14 

𝑥𝐶𝐻4, 18 = 𝑥𝐶𝐻4, 19 ≅ 98,09%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑁2,̇ 18 = 𝑛𝑁2,̇ 19 ≅ 9,18 

𝑥𝑁2, 18 = 𝑥𝑁2, 19 ≅ 1,72%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂2,̇ 18 = 𝑛𝐶𝑂2,̇ 19 ≅ 0,09 

𝑥𝐶𝑂2, 18 = 𝑥𝐶𝑂2, 19 ≅ 0,02%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,18
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,19
̇ ≅ 0,90 

67

𝑥𝐻2 𝑂,18 = 𝑥𝐻2 𝑂,19 ≅ 0,02%

Dessa forma, a seguir Quadro 9 esquematiza o balanço no compressor:

QUADRO 9 - BALANÇO MOLAR NO COMPRESSOR


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 18 Corrente 19
kmol/h % kmol/h %
CH4 523,14 98,09 523,14 98,09
N2 9,18 1,72 9,18 1,72
CO2 0,09 0,02 0,09 0,02
H2O 0,90 0,17 0,90 0,17
Total 533,32 100,00 533,32 100,00
FONTE: Os autores (2022).

3.8 COLUNA DE ADSORÇÃO (AD-01)

Saindo da compressor, a corrente 19 entra na coluna de adsorção para que a


água remanescente na corrente seja adsorvida pela sílica presente no maquinário,
liberando os gases para avançarem ao início do processo como reciclo. A princípio, a
água absorvida ficaria retida na sílica e, após determinado tempo de acúmulo, seria
retirada do sistema, caracterizando um processo não contínuo.
No entanto, para esta etapa, será considerada a existência de uma corrente
20ads, a qual ilustraria a retirada contínua da água adsorvida da coluna. Nesse
sentido, sabe-se que 99,99% da água que entra é retirada da corrente, restando
0,01% que vai continuar no processo e seria retirada posteriormente no vaso de
separação (MAFRA et al., 2022).
Primeiramente, sabe-se que as vazões de todos os componentes, com
exceção da água, da corrente 19 são iguais aos da corrente 20:

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝐻4,̇ 19 = 𝑛𝐶𝐻4,̇ 20 ≅ 523,14 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑁2,̇ 19 = 𝑛𝑁2,̇ 20 ≅ 9,18 

68

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐶𝑂2,̇ 19 = 𝑛𝐶𝑂2,̇ 20 ≅ 0,09 

Dessa forma, calcula-se as vazões de água da corrente 20ads (e


consequentemente sua corrente total) e da corrente 20 por meio das equações abaixo:

𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20𝑎𝑑𝑠
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,20𝑎𝑑𝑠
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,19
̇ × 99,99% Equação 63
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20𝑎𝑑𝑠
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,20𝑎𝑑𝑠
̇ = 0,90  × 99,99%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20𝑎𝑑𝑠
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,20𝑎𝑑𝑠
̇ = 0,89991 

𝑛𝐻2 𝑂,20
̇ = 𝑛𝐻2 𝑂,19
̇ − 𝑛𝐻2 𝑂,20𝑎𝑑𝑠
̇ Equação 64
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,20
̇ = 0,90  − 0,89991 
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝐻2 𝑂,20
̇ = 0,00009 

Assim, calculam-se a vazão total da corrente 20 e as frações de cada


componente, respectivamente pelas equações, 68 e 31:

𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20
̇ = 𝑛𝐶𝐻4,̇ 20 + 𝑛𝑁2,̇ 20 + 𝑛𝐶𝑂2,̇ 20 + 𝑛𝐻2 𝑂,20
̇ Equação 65
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20
̇ = (523,14 + 9,18 + 0,09 + 0,00009) 

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20
̇ ≅ 533,32 

𝑛𝐶𝐻4,̇ 20
𝑥𝐶𝐻4, 20 =
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙
523,14 
𝑥𝐶𝐻4, 20 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
533,32 

𝑥𝐶𝐻4, 20 ≅ 98,26%
69

𝑛𝑁2,̇ 20
𝑥𝑁2, 20 =
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙
9,18 
𝑥𝑁2, 20 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
533,32 

𝑥𝑁2, 20 ≅ 1,72%

𝑛𝐶𝑂2,̇ 20
𝑥𝐶𝑂2, 20 =
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,09 
𝑥𝐶𝑂2, 20 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
533,32 

𝑥𝐶𝑂2, 20 ≅ 0,02%

𝑛𝐻2 𝑂,20
̇
𝑥𝐻2 𝑂,20 =
𝑛𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20
̇
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,00009 
𝑥𝐻2 𝑂,20 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
533,32 

𝑥𝐻2 𝑂,20 ≅ 0,00%

Compilaram-se os cálculos no Quadro 10 abaixo com o balanço molar


realizado.

QUADRO 10 - BALANÇO MOLAR NA COLUNA DE ADSORÇÃO


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 19 Corrente 20 Corrente 20ads
kmol/h % kmol/h % kmol/h %
CH4 523,14 98,09 523,14 98,26 0,00 0,00
N2 9,18 1,72 9,18 1,72 0,00 0,00
CO2 0,09 0,02 0,09 0,02 0,00 0,00
H2O 0,90 0,17 0,00009 0,00 0,89991 100,00
Total 533,32 100,00 532,41 100,00 0,89991 100,00
FONTE: Os autores (2022).
70

3.9 PONTOS DE MISTURA

Depois de passar pela coluna, a corrente 20 finalmente se direciona ao início


da planta, ou seja, como corrente de reciclo, para se unir à corrente de alimentação
de metano (corrente 1), as quais serão chamadas de “entrada” neste ponto, formando
a corrente 4, a “saída” do ponto. É importante mencionar que esta última, por sua vez,
servirá juntamente à corrente 3 para alimentar o reator por meio da corrente 5, de
modo que as relações descritas possam ser expressas pelas equações abaixo.

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 4  =  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 1  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 20  Equação 66

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 5  =  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 3  +  𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 4 Equação 67

Também se sabem as composições das correntes 3 e 5 pelos balanços


realizados no reator e no vaporizador, respectivamente, sendo possível calcular por
consequência as vazões dos componentes da corrente 4. Primeiramente, sabe-se que
o metano, nitrogênio e água presentes na corrente 5 são totalmente provenientes da
corrente 4, ao passo que a de número 3 só é composta por cloro e gás carbônico.
Assim, pelas equações abaixo:

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,5 = 𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,4 ≅ 906,16

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑁2,5 = 𝑛̇ 𝑁2 ,4 ≅ 11,85

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐻2 𝑂,5 = 𝑛̇ 𝐻2 𝑂,4 ≅ 0,00009

Quanto ao CO2 presente em 4, este pode ser calculado pela equação X:

𝑛̇ 𝐶𝑂2,5 = 𝑛̇ 𝐶𝑂2,3 + 𝑛̇ 𝐶𝑂2,4 Equação 68


𝑛̇ 𝐶𝑂2,4 = 𝑛̇ 𝐶𝑂2,5 − 𝑛̇ 𝐶𝑂2,3
71

𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝑂2,4 = 0,12 − 0,03
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝑂2,4 = 0,09

Em seguida, calcula-se as frações de cada componente da corrente 4 por


meio de sua vazão total pela Equação 69 e Equação 31, respectivamente:

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,4 = 𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,4 + 𝑛̇ 𝑁2 ,4 + 𝑛̇ 𝐶𝑂2,4 + 𝑛̇ 𝐻2 𝑂,4 Equação 69


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,4 = (906,16 + 11,85 + 0,09 + 0,00009)

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,4 = 918,10

𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,4
𝑥𝐶𝐻4 ,4 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,4
𝑘𝑚𝑜𝑙
906,16
𝑥𝐶𝐻4 ,4 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
918,10

𝑥𝐶𝐻4 ,4 ≅ 98,70%

𝑛̇ 𝑁2,4
𝑥𝑁2,4 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,4
𝑘𝑚𝑜𝑙
11,85
𝑥𝑁2,4 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
918,10

𝑥𝑁2 ,4 = 1,30%

𝑛̇ 𝐶𝑂2,4
𝑥𝐶𝑂2,4 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,4
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,09
𝑥𝐶𝑂2,4 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
918,10

𝑥𝐶𝑂2,4 ≅ 0,00%
72

𝑛̇ 𝐻2 𝑂,4
𝑥𝐻2 𝑂,4 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,4
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,00009
𝑥𝐻2 𝑂,4 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
918,10

𝑥𝐻2 𝑂,4 ≅ 0,00%

Agora que são conhecidas as vazões da corrente 4, além de já se saber


as vazões da corrente 20, agora pode-se calcular a corrente 1 e suas vazões de CH4
e N2 utilizando da equação a seguir, bem como a Equação 31, nessa ordem:

𝑛̇ 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒,1 = 𝑛̇ 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒,4 − 𝑛̇ 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒,20 Equação 70

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,1 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,4 − 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,20


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,1 = 918,10 − 532,42
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,1 ≅ 385,69

𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,1 = 𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,4 − 𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,20


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,1 = 906,16 − 523,14
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻4 ,1 = 383,02

𝑘𝑚𝑜𝑙
383,02
𝑥𝐶𝐻4 ,1 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
385,69

𝑥𝐶𝐻4 ,1 ≅ 99,31%

𝑛̇ 𝑁2 ,1 = 𝑛̇ 𝑁2,4 − 𝑛̇ 𝑁2,20
𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑁2 ,1 = 11,85 − 9,18
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑁2,1 = 2,67

73

𝑘𝑚𝑜𝑙
2,67
𝑥𝑁2,1 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
385,69

𝑥𝑁2 ,1 ≅ 0,69%

Em suma, os balanços dos pontos de mistura constam abaixo


esquematizados, enfatizando que o primeiro é referente ao ponto de encontro da
corrente do tanque de metano com a corrente de reciclo (corrente 20) e o segundo,
ao ponto que as correntes 3 e 4 se encontram para formar a alimentação do reator.

QUADRO 11 - BALANÇO MOLAR NO PRIMEIRO PONTO DE MISTURA


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 1 Corrente 20 Corrente 4
kmol/h % kmol/h % kmol/h %
CH4 383,02 99,31 523,14 98,09 906,16 98,70
N2 2,67 0,69 9,18 1,72 11,85 1,30
CO2 0,00 0,00 0,09 0,02 0,09 0,00
H2O 0,00 0,00 0,00009 0,00 0,00009 0,00
Total 385,69 100,00 532,41 100,00 918,10 100,00
FONTE: Os autores (2022).

QUADRO 12 - BALANÇO MOLAR NO SEGUNDO PONTO DE MISTURA


Entrada Saída
Fórmulas Corrente 3 Corrente 4 Corrente 5
kmol/h % kmol/h % kmol/h %
CH4 0,00 0,00 906,16 98,70 906,16 76,49
Cl2 266,52 0,00 0,00 0,00 266,52 22,50
N2 0,00 0,00 11,85 1,72 11,85 1,00
CO2 0,03 0,00 0,09 0,02 0,12 0,01
H2O 0,00 0,00 0,00009 0,00 0,00009 0,00
Total 266,55 100,00 918,10 100,00 1.184,65 100,00
FONTE: Os autores (2022).
74

3.10 DESTILADORA 01 (DE-01)

A corrente de base que saí na unidade de separação de clorados é


encaminhada para a primeira destiladora. Fazendo a avaliação com base nessas
correntes, tanto de entrada quanto de saída, é possível identificar que a seguinte
relação.

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 7 = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 22𝑎 + 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 21 Equação 71

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 22𝑎 = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 22𝑏 + 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 22 Equação 72

Sendo que, a corrente 7 será a corrente de entrada na destiladora, enquanto


a corrente 22a será a corrente de topo e a corrente 21 será a corrente de base. Além
disso, como a corrente de topo conta com um reciclo, ou seja, parte da corrente será
reciclada para a destiladora, é possível dizer que a corrente 22a será a soma da
corrente 22b, a reciclada, e a corrente 22 que será encaminhada para o tanque.
Primeiramente, a informação que é fornecida é de que 99% do clorometano
produzido é recuperado na corrente de topo, portanto, sairá na corrente 22a, bem
como esta será comporta por 2% de diclorometano.

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎 = 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,7 × 99% Equação 73


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎 = 202,02 × 99%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎 ≅ 200

Sabendo, portanto, que os outros 98% da corrente serão de clorometano, é


possível descobrir a vazão molar total da corrente de topo. Assim como é feito na
Equação 74.

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎 Equação 74


𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22𝑎 =
𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎
𝑘𝑚𝑜𝑙
200
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22𝑎 = ℎ
0,98
75

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22𝑎 ≅ 204,08

Desta forma, é possível descobrir a quantidade de diclorometano que estará


a corrente de topo. Assim como é feito abaixo.

𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑎 = 𝑛̇ 22𝑎 × 0,02 Equação 75


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑎 ≅ 4,08

Com a informação de que a corrente que irá para o tanque, sendo a corrente
22, terá 10.000 kg/h e que por consequência, terá a mesma composição em termos
de fração molar que a corrente 22a e 22b. Diante disso, primeiramente é preciso
calcular as frações mássicas da corrente, assim primeiramente é preciso converter a
vazão molar de diclorometano na corrente de topo para vazão mássica.

𝑚̇𝐶𝐻2𝐶𝑙2 ,22𝑎 = 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑎 × 𝑀𝑀𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,22𝑎 Equação 76


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑔
𝑚̇𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑎 = 4,08 × 84
ℎ 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑘𝑔
𝑚̇𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑎 ≅ 342,9

Feito isso, agora é só preciso calcular a sua fração mássica na corrente de


topo, a qual será igual as da corrente 22b e 22.

𝑚̇𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑎 Equação 77


𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,22𝑎 =
𝑚̇𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑎 + 𝑚̇𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎
𝑘𝑔
10.000
𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,22𝑎 = ℎ
𝑘𝑔 𝑘𝑔
342,9 + 10.000
ℎ ℎ
𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑎 ≅ 0,03

Portanto, como é conhecido que a corrente é composta apenas de


diclorometano e clorometano, é possível extrair a informação e os outros 97% serão
de clorometano em todas as três correntes. A partir disso, é possível descobrir a vazão
76

molar de clorometano que acompanha a corrente 22, assim como é feito na Equação
222x.

𝑚̇𝐶𝐻3𝐶𝑙,22 = 𝑚̇ 22 × 0,97 Equação 78


𝑘𝑔
𝑚̇𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 = 10.000 × 0,97

𝑘𝑔
𝑚̇𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 ≅ 9.668,51 ℎ

Fazendo a conversão da vazão mássica para a vazão molar de clorometano,


assim como é feito na Equação 79, identifica-se o quanto será reciclado de
clorometano pela corrente 22b, de acordo com a Equação 80.

𝑚̇𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 Equação 79


𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 =
𝑀𝑀𝐶𝐻3 𝐶𝑙
𝑘𝑔
9.668,51
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 = ℎ
𝑘𝑔
50
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 ≅ 193,37

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑏 = 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎 − 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 Equação 80


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑏 = 200 − 193,37
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑏 ≅ 6,63

O mesmo raciocínio é feito para descobrir a quantidade, em vazão mássica e


posteriormente, através da conversão, em vazão molar, de diclorometano que sairá
na corrente 22, bem como na corrente 22b. Por meio da substituição dos valores, já
se denota os resultados.

𝑘𝑔
𝑚̇𝐶𝐻2𝐶𝑙2 ,22 ≅ 331,49

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22 ≅ 3,95

77

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,22𝑏 ≅ 0,14

Por fim, conhecido todas as vazões molares de cada componente, calcula-se


a vazão molar de cada corrente. Assim como é feito na Equação 81 e 82.

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22 = 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,22 + 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22 Equação 81


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22 = 3,95 + 193,37
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22 ≅ 197,32

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22𝑏 = 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,22𝑏 + 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑏 Equação 82


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22𝑏 = 0,14 + 6,63
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,22𝑏 ≅ 6,77

Com os cálculos da corrente de topo e subsequentes feitos, agora realiza-se


os cálculos da corrente de base, ou seja, a corrente 21. Como todos os outros clorados
serão encaminhados para a corrente de base, pode-se fazer as seguintes relações.

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4,7 = 𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4,21 ≅ 0,33

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ,7 = 𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3,21 ≅ 5,60

Além disso, parte do clorometano e do diclorometano que não será


encaminhado para a corrente de topo, sairá na corrente de base. Estes podem ser
descobertos pela diferença, assim como é feito nas equações abaixo.

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,21 = 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,7 − 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,22𝑎 Equação 83


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,21 = 202,02 − 200
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,21 ≅ 2,02

78

𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,21 = 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,7 − 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,22𝑎 Equação 84


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,21 = 23,19 − 4,08
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,21 ≅ 19,11

Por fim, com todas as vazões molares dos componentes da corrente 21


conhecidas, calcula-se a vazão molar total desta.

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,21 = 𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4,21 + 𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ,21 + 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙,21 + 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2,21 Equação 85


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,21 = 0,33 + 5,60 + 2,02 + 19,11
ℎ ℎ ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,21 ≅ 27,06

A partir do que foi visto acima, montaram-se os Quadros 13 e 14 com todas as


informações para melhor visualização.

QUADRO 13 - BALANÇO MOLAR DA ENTRADA NA DESTILADORA DE-01

ENTRADA

Fórmulas Corrente 7 Corrente 22b

kmol/h % kmol/h %

CH3Cl 202,02 87,40 6,63 98,00

CH2Cl2 23,19 10,03 0,14 2,00

CHCl3 5,60 2,42 0,00 0,00

CCl4 0,33 0,14 0,00 0,00

Total 231,14 100,00 6,77 100,00

Fonte: Os autores (2022).


79

QUADRO 14 - BALANÇO MOLAR DA SAÍDA NA DESTILADORA DE-01

SAÍDA

Fórmulas Corrente 22a Corrente 22 Corrente 21

kmol/h % kmol/h % kmol/h %


CH3Cl 200,00 98,00 193,37 98,00 2,02 7,47
CH2Cl2 4,08 2,00 3,95 2,00 19,11 19,11
CHCl3 0,00 0,00 0,00 0,00 5,60 5,60

CCl4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33

Total 204,08 100,00 9,21 100,00 27,06 27,06


Fonte: Os autores (2022).

3.11 DESTILADORA 02 (DE-01)

Após a destiladora 01, foi feito o balanço de massa da destiladora 2, onde as


correntes 21 e 24b são as de entrada, e as correntes 23, 24a e 24 são as de saída.
Dentro dela, ocorre a separação da mistura de diclorometano (CH2Cl2), de
triclorometano (CHCl3) e de tetraclorometano (CCl4). Dessa forma, a maior parte de
CH2Cl2 segue para o próprio tanque e as outras duas substâncias saem pela corrente
23 e permanecem no mesmo tanque.
Para a realização do balanço de massa é válido lembrar que as equações que
representam os cálculos são as mostradas nas equações a seguir:

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 21 = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 24𝑎 + 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 23 Equação 86

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 24𝑎 = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 24𝑏 + 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 24 Equação 87

Os dados a serem utilizados nos cálculos da DE-02 são: 95% de recuperação


do diclorometano; 10% de recuperação no topo de CHCl3; 100% de recuperação do
tetraclorometano e Razão de Reciclo de 1,8. (MATERIAL DE AULA, 2022).
Para iniciar os cálculos, sabe-se todas as vazões molares da corrente 21, uma
vez que é a saída da DE-01. Portanto,

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 2,02
21 ℎ
80

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 21 = 19,11

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 5,60
21 ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 21 = 0,33

Sabe-se que todo CH3Cl que entra na corrente 21 sai na corrente 24a.

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 Equação 88


21 24𝑎

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑚̇𝐶𝐻3 𝐶𝑙 ≅ 2,02
24𝑎 ℎ

Em relação ao CH2Cl2, 95% (recuperação) da vazão molar do diclorometano


sai na corrente de topo.

𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,24𝑎 = 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 × 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,21 Equação 89


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,24𝑎 = 95% × 19,11

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 ,24𝑎 ≅ 18,15

Já para o CHCl3, a recuperação no topo é de 10%.

𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ,24𝑎 = 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 × 𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ,21 Equação 90

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ,24𝑎 = 10% × 5,60

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3,24𝑎 ≅ 0, 560

Finalizando a corrente 24a, sabe-se que a recuperação de CCl4 no fundo é de


100%, por isso não há vazão molar dessa substância nessa corrente.

𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 ,24𝑎 = 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 × 𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 ,21 Equação 91


81

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 ,24𝑎 = 0 × 0,33

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4,24𝑎 ≅ 0,00

Percebe-se que da corrente 24a para a corrente 24b e para a corrente 24 têm-
se apenas uma divisão de correntes. Por este motivo, pode-se encontrar a vazão
molar dos componentes a partir das frações molares e da razão de reciclo (RR).
Primeiramente, a vazão molar total da corrente 24b será:

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,24𝑏 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,24𝑎 × 𝑅𝑅 Equação 92

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,24𝑏 = 20,73 × 1,8

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙,24𝑏 ≅ 11,52

Assim sendo, é possível encontrar as vazões molares de todas as


substâncias, logo após de encontrar as frações molares de cada um deles, como
pode-se ver a seguir:

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 Equação 93
24𝑎
𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙 =
24𝑏 24𝑎 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑎
𝑘𝑚𝑜𝑙
2,02
𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = ℎ
24𝑏 24𝑎 𝑘𝑚𝑜𝑙
20,73

𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙 ≅ 9,75%
24𝑏 24𝑎

𝑚̇𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑎 Equação 94


𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑏 = 𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑎 =
𝑚̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑎
𝑘𝑚𝑜𝑙
18,15
𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑏 = 𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑎 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
20,73

𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑏 = 𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑎 ≅ 87,55%
82

𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 Equação 95
24𝑎
𝑥𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 𝑥𝐶𝐻𝐶𝑙3 =
24𝑏 24𝑎 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑎
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,56
𝑥𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 𝑥𝐶𝐻𝐶𝑙3 = ℎ
24𝑏 24𝑎 𝑘𝑚𝑜𝑙
20,73

𝑥𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 𝑥𝐶𝐻𝐶𝑙3 ≅ 2,70%
24𝑏 24𝑎

𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 24𝑎 Equação 96


𝑥𝐶𝐶𝑙4 24𝑏 = 𝑥𝐶𝐶𝑙4 24𝑎 =
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑎
𝑘𝑚𝑜𝑙
0,00
𝑥𝐶𝐶𝑙4 24𝑏 = 𝑥𝐶𝐶𝑙4 24𝑎 = ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
20,73

𝑥𝐶𝐶𝑙4 24𝑏 = 𝑥𝐶𝐶𝑙4 24𝑎 ≅ 0,00%

Em seguida, calculam-se as vazões molares da corrente 24b.

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑏 × 𝑥𝐶𝐻3 𝐶𝑙 Equação 97


24𝑏 24𝑏

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 11,52 × 9,75%
24𝑏 ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 ≅ 1,12
24𝑏 ℎ

𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑏 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑏 × 𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑏 Equação 98


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑏 = 11,52 × 87,55%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑏 ≅ 10,08

𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑏 × 𝑥𝐶𝐻𝐶𝑙3 Equação 99


24𝑏 24𝑏

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 11,52 × 2,70%
24𝑏 ℎ
83

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 ≅ 0,31
24𝑏 ℎ

𝑚̇𝐶𝐶𝑙4 24𝑏 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑏 × 𝑥𝐶𝐶𝑙4 24𝑏 Equação 100


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑚̇𝐶𝐶𝑙4 24𝑏 = 11,52 × 0,00 %

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑚̇𝐶𝐶𝑙4 24𝑏 = 0,00

O próximo passo então para o balanço de massa na destiladora 2 é encontrar


as vazões molares na corrente 24. Lembrando que, como houve apenas uma divisão
de corrente, as frações molares seguem as mesmas e a vazão molar total da corrente
24 será a subtração entre as vazões totais da corrente 24a e a corrente 24b.

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑎 − 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑏 Equação 101


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24 = 20,73 − 11,52
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24 ≅ 9,21

Assim, encontram-se as vazões molares da corrente 24:

𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24 × 𝑥𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24 Equação 102

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24 = 9,21 × 87,55%

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24 ≅ 8,07

𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24 × 𝑥𝐶𝐻𝐶𝑙3 Equação 103


24 24

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 9,21 × 2,70%
24 ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 0,25
24 ℎ
84

𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 24 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24 × 𝑥𝐶𝐶𝑙4 24 Equação 104


𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 24 = 9,21 × 0,00 %

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑚̇𝐶𝐶𝑙4 24 = 0,00

𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24 × 9,75% Equação 105


24

𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 = 9,21 × 9,75%
24 ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻3 𝐶𝑙 ≅ 0,90
24 ℎ

Como já dito anteriormente, as vazões molares da corrente 23, seguindo as


equações abaixo, serão iguais à diferença entre as vazões da corrente 21 e da
corrente 24a.

𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 23 = 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 21 − 𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 24𝑎 Equação 106

𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 23 = 19,11 − 18,15
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2 23 = 0,96

𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 − 𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 Equação 107


23 21 24𝑎

𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 5,60 − 0,56
23 ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐻𝐶𝑙3 = 5,04
23 ℎ

𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 23 = 𝑛̇ 𝐶 𝐶𝑙4 21 − 𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 24𝑎 Equação 108


𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶𝐶𝑙4 23 = 0,33 − 0,00
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝐶 𝐶𝑙4 23 = 0,33

𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 23 = 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 21 − 𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 24𝑎 Equação 109


85

𝑘𝑚𝑜𝑙 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 23 = 27,06 − 20,73
ℎ ℎ
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑛̇ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 23 = 6,33

A partir do que foi visto acima, montou-se o Quadro 15 e o Quadro 16 com


todas as informações para melhor visualização.

QUADRO 15 - BALANÇO MOLAR DA ENTRADA NA DESTILADORA DE-02

ENTRADA

Fórmulas Corrente 21 Corrente 24b

kmol/h % kmol/h %

CH3Cl 2,02 7,47 1,12 9,75

CH2Cl2 19,11 70,62 10,08 87,55

CHCl3 5,60 20,69 0,31 2,70

CCl4 0,33 1,23 0,00 0,00

Total 27,06 100,00 11,52 100,00

Fonte: Os autores (2022).

QUADRO 16 - BALANÇO MOLAR DA SAÍDA NA DESTILADORA DE-02

SAÍDA

Fórmulas Corrente 24a Corrente 24 Corrente 23

kmol/h % kmol/h % kmol/h %


CH3Cl 2,02 9,75 0,90 9,75 0,00 0,00
CH2Cl2 18,15 87,55 8,07 87,55 0,96 15,10
CHCl3 0,56 2,70 0,25 2,70 5,04 79,63

CCl4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 5,27

Total 20,73 100,00 9,21 100,00 6,33 100,00


Fonte: Os autores (2022).

A corrente 24 leva a mistura para o tanque de CH2Cl2, ou seja, as frações de


CH3Cl, CH2Cl2, CHCl3 e CCl4 serão as mesmas no tanque e na corrente. O mesmo
ocorre em relação ao tanque de CCl4 e CHCl3.
86

4. CONCLUSÃO DO RELATÓRIO PARCIAL

No decorrer deste trabalho, foi realizado uma análise, embasada na literatura,


de um caso de uma planta de produção do clorometano, tendo em mente a
importância econômica e utilitária para diversos campos da indústria mundial que este
composto representa na atualidade, considerando suas características, propriedades,
bem como as propriedades dos subprodutos envolvidos em sua produção e
conclusões tiradas de cálculos do balanço de massa nos equipamentos envolvidos.
A partir dessas informações, e seguindo a rota fornecida para esse processo,
foi apresentada uma descrição dos equipamentos pertencentes a esse processo,
tendo como referência o fluxograma, no qual os cálculos do balanço de massa do
processo foram baseados. Conforme apresentado, foi considerada uma entrada de
matéria-prima (metano e gás cloro) através dos tanques de alimentação de cada
composto, bem como uma corrente de reciclo composta principalmente por metano,
para que, ao final do processo, a saída no tanque de armazenamento fosse de 10.000
kg/h.
É necessário ressaltar a importância do reciclo na planta ao passo que, em
primeiro lugar, este permite um melhor desempenho operacional. Ao analisarmos a
corrente 22, percebemos que era necessária uma reciclagem para separá-la em duas
correntes, sendo estas a corrente 22a e 22b, pois ainda poderia haver outros
componentes além do clorometano, além de alguns resíduos do processo anterior, o
que poderia eventualmente reduzindo o rendimento do processo, bem como a pureza
do produto. O reciclo também é utilizado na parte inferior do destilador, para que fosse
possível refazer o processo de destilação através da passagem do vapor saturado por
meio de um trocador de calor.
Após realizar os cálculos, obteve-se que 22,5% da corrente de reciclo são
purgados, sendo 77,5% a quantidade reciclada. Com isso, percebe-se que a maior
parte do processo está sendo aproveitado em contraste a uma taxa de 151 kmol/h de
matéria sendo descartada, cuja composição é de metano em sua maioria. Como
formas alternativas para aproveitar essa perda, que é de certa forma expressiva, seria
dimensionar uma planta industrial que consiga aproveitar a queima do gás em
questão, mediante análise se o investimento inicial compensaria ou não a
implementação do processo, ou até mesmo uma opção mais sustentável como utilizá-
lo como fonte de energia na planta industrial.
87

5. REFERÊNCIAS

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ANEXO 1 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO

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