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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

GIULIA MARINA CHIARELLO ROCHA


ISABELLA DO ROSÁRIO
JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA NETO
LEONARDO CHAVES
RODRIGO ENZO VIERGBISKI SCHWITZNER

RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

CURITIBA
2021
GIULIA MARINA CHIARELLO ROCHA
ISABELLA DO ROSÁRIO
JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA NETO
LEONARDO CHAVES
RODRIGO ENZO VIERGBISKI SCHWITZNER

RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

Trabalho acadêmico apresentado ao curso de


Engenharia Química, Setor de Tecnologia,
Universidade Federal do Paraná, como requisito
avaliativo final na disciplina TQ074 – Integração II.

Orientadora: Profª. Drª. Maria Lúcia Masson

CURITIBA
2021
RESUMO

O processo de produção de acetaldeído é de suma importância para a


indústria química, dado que este é utilizado como reagente para produção de
compostos amplamente utilizados e consumidos no mercado e na indústria, a
exemplo do ácido acético. No Brasil, sua produção é favorecida via oxidação do
etanol, já que a indústria sucroalcooleira é fortemente presente na economia. Sendo
assim, o presente trabalho tem a proposta de selecionar e explicar o processo
industrial para a produção do acetaldeído a partir da oxidação do etanol. Este
trabalho dirige-se, portanto, a estruturar uma abordagem ao estudo de caso para
uma produção de 10000 kg/h de acetaldeído em um processo estacionário com
correntes de reciclo. Ainda, foram desenvolvidos todos os cálculos pertinentes ao
balanço de massa de todas as tubulações da planta, à obtenção das entalpias das
correntes e cargas térmicas de alguns equipamentos previamente estabelecidos.
Além disso, foram calculadas as vazões de utilidades de trocadores de calor
selecionados. No final, foram feitas conclusões sobre aspectos econômicos,
questões energéticas e de projeto da planta.

Palavras-chave: acetaldeído; etanol; reação química; balanço de massa; entalpia.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DO REATOR RE-01 ................................ 17


FIGURA 2 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DA LAVADORA LV-01 ............................ 22
FIGURA 3 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DO VASO DE SEPARAÇÃO VS ............. 26
FIGURA 4 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DA DESTILADORA DE-01 ...................... 29
FIGURA 5 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DA DESTILADORA DE-02 ...................... 33
FIGURA 6 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE
15 E SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS ................... 45
FIGURA 7 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE
P3 E SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS .................. 48
FIGURA 8 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES LÍQUIDOS DA
CORRENTE 4 E SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS 52
FIGURA 9 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES GASOSOS DA
CORRENTE 4 E SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS 52
FIGURA 10 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES LÍQUIDOS DA
CORRENTE 5 E SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS 53
FIGURA 11 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES GASOSOS DA
CORRENTE 5 E SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS 53
FIGURA 12 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE
7 E SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS ..................... 57
FIGURA 13 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS GASES DA CORRENTE 7 E
SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS ........................... 59
FIGURA 14 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS GASES DA CORRENTE 12 E
SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS ........................... 61
FIGURA 15 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DO ETANOL DA CORRENTE 14 E
SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS ........................... 64
FIGURA 16 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS GASES DA CORRENTE 14 E
SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS ........................... 66
FIGURA 17 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 6 .................................................................................... 69
FIGURA 18 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 6 .................. 69
FIGURA 19 - CAMINHO DO ACETALDEÍDO NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA
DA CORRENTE 6 .............................................................................. 70
FIGURA 20 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ACETALDEÍDO NA CORRENTE 6 ....... 71
FIGURA 21 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 6 .................................................................................... 72
FIGURA 22 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 6 ......................... 72
FIGURA 23 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 8A.................................................................................. 74
FIGURA 24 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 8A ................ 74
FIGURA 25 - CAMINHO DO ACETALDEÍDO NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA
DA CORRENTE 8A............................................................................ 75
FIGURA 26 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ACETALDEÍDO NA CORRENTE 8A ..... 76
FIGURA 27 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 8A.................................................................................. 77
FIGURA 28 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 8A ....................... 77
FIGURA 29 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 8B.................................................................................. 79
FIGURA 30 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 8B ................ 79
FIGURA 31 - CAMINHO DO ACETALDEÍDO NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA
DA CORRENTE 8B............................................................................ 80
FIGURA 32 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ACETALDEÍDO NA CORRENTE 8B ..... 80
FIGURA 33 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 8B.................................................................................. 82
FIGURA 34 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 8B ....................... 82
FIGURA 35 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 8 .................................................................................... 83
FIGURA 36 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 8 .................. 84
FIGURA 37 - CAMINHO DO ACETALDEÍDO NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA
DA CORRENTE 8 .............................................................................. 85
FIGURA 38 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ACETALDEÍDO NA CORRENTE 8 ....... 85
FIGURA 39 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 8 .................................................................................... 86
FIGURA 40 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 8 ......................... 87
FIGURA 41 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 9 .................................................................................... 88
FIGURA 42 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 9 .................. 88
FIGURA 43 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA
CORRENTE 9 .................................................................................... 89
FIGURA 44 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 9 ......................... 89
FIGURA 45 - CAMINHO PARA O CÁLCULO DA ENTALPIA NA SAÍDA DO TC8 ... 90
FIGURA 46 - ENTALPIA ASSOCIADA À CORRENTE DE SAÍDA DO TC8 ............. 91
FIGURA 47 - CAMINHO PARA O CÁLCULO DA ENTALPIA DA ENTRADA DO TC9
........................................................................................................... 92
FIGURA 48 - ENTALPIAS ASSOCIADAS À CORRENTE DE ENTRADA DO TC9 .. 93
FIGURA 49 - CAMINHO PARA O CÁLCULO DA ENTALPIA DA SAÍDA DO TC9 ... 93
FIGURA 50 - ENTALPIA ASSOCIADA À CORRENTE DE SAÍDA DO TC9 ............. 93
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - CONDIÇÕES DE USO DA EQUAÇÃO DE ANTOINE ........................ 27


QUADRO 2 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI NA
CORRENTE 15 .................................................................................. 46
QUADRO 3 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RÙZICKA-DOMALSKI NA
CORRENTE 15 PARA O ETANOL .................................................... 47
QUADRO 4 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE WAGNER PARA O ETANOL ...... 47
QUADRO 5 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI NA
CORRENTE P3.................................................................................. 49
QUADRO 6 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RIEDEL PARA A CORRENTE P3
........................................................................................................... 49
QUADRO 7 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE GÁS IDEAL DA CORRENTE P3 49
QUADRO 8 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE PENG-ROBINSON PARA A
CORRENTE P3.................................................................................. 50
QUADRO 9 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI NA
CORRENTE 7 PARA O ETANOL ...................................................... 57
QUADRO 10 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RÙZICKA-DOMALSKI NA
CORRENTE 7 PARA O ETANOL ...................................................... 57
QUADRO 11 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RIEDEL NA CORRENTE 7 PARA
O ETANOL ......................................................................................... 58
QUADRO 12 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA DE GÁS IDEAL PARA
O ETANOL NA CORRENTE 7 ........................................................... 58
QUADRO 13 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA RESIDUAL DE PENG-
ROBINSON PARA O ETANOL NA CORRENTE 7 ............................ 58
QUADRO 14 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA DE GÁS IDEAL PARA
OS GASES DA CORRENTE 7........................................................... 59
QUADRO 15 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA RESIDUAL DE PENG-
ROBINSON PARA OS GASES DA CORRENTE 7 ............................ 59
QUADRO 16 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI PARA O
ETANOL DA CORRENTE 12 ............................................................. 62
QUADRO 17 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RÙZICKA-DOMALSKI PARA O
ETANOL DA CORRENTE 12 ............................................................. 62
QUADRO 18 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI PARA O
ETANOL DA CORRENTE 14 ............................................................. 64
QUADRO 19 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RÙZICKA-DOMALSKI PARA O
ETANOL DA CORRENTE 14 ............................................................. 64
QUADRO 20 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RIEDEL PARA O ETANOL DA
CORRENTE 14 .................................................................................. 65
QUADRO 21 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA DE GÁS IDEAL PARA
O ETANOL NA CORRENTE 14 ......................................................... 65
QUADRO 22 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA RESIDUAL DE PENG-
ROBINSON ........................................................................................ 65
QUADRO 23 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA DE GÁS IDEAL PARA
OS GASES DA CORRENTE 14......................................................... 66
QUADRO 24 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA RESIDUAL DE PENG-
ROBINSON PARA OS GASES DA CORRENTE 14 .......................... 66
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - BALANÇO MOLAR REATOR RE-01..................................................... 21


TABELA 2 - BALANÇO DE MASSA REATOR RE-01 ............................................... 22
TABELA 3 - BALANÇO MOLAR LAVADORA LV-01................................................. 25
TABELA 4 - BALANÇO DE MASSA LAVADORA LV-01 ........................................... 25
TABELA 5 - BALANÇO MOLAR VASO DE SEPARAÇÃO VS .................................. 28
TABELA 6 - BALANÇO DE MASSA VASO DE SEPARAÇÃO VS ............................ 28
TABELA 7 - BALANÇO MOLAR DESTILADORA DE-01 .......................................... 32
TABELA 8 - BALANÇO DE MASSA DESTILADORA DE-01..................................... 32
TABELA 9 - BALANÇO MOLAR DESTILADORA DE-02 .......................................... 37
TABELA 10 - BALANÇO DE MASSA DESTILADORA DE-02................................... 37
TABELA 11 - BALANÇO DE MASSA REATOR RE-01 PÓS-RECICLO ................... 39
TABELA 12 - BALANÇO DE MASSA LAVADORA LV-01 PÓS-RECICLO ............... 40
TABELA 13 - BALANÇO DE MASSA DESTILADORA DE-01 PÓS RECICLO ......... 40
TABELA 14 - BALANÇO DE MASSA DESTILADORA DE-02................................... 40
TABELA 15 - BALANÇO DE MASSA GLOBAL DO PROCESSO ............................. 40
TABELA 16 - ENTALPIAS DA CORRENTE 15 ......................................................... 46
TABELA 17 - ENTALPIAS DA CORRENTE 15 COM O MÉTODO DE RÙZICKA-
DOMALSKI......................................................................................... 47
TABELA 18 - ENTALPIAS DA CORRENTE P3 ........................................................ 50
TABELA 19 - ENTALPIAS DA CORRENTE P3 COM O MÉTODO DE RÙZICKA-
DOMALSKI......................................................................................... 50
TABELA 20 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 4 ..................... 54
TABELA 21 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 5 ..................... 54
TABELA 22 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 4 COM O
MÉTODO DE RÙZICKA-DOMALSKI ................................................. 54
TABELA 23 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 5 COM O
MÉTODO DE RÙZICKA-DOMALSKI ................................................. 55
TABELA 24 - ENTALPIAS DE FORMAÇÃO E COEFICIENTES
ESTEQUIOMÉTRICOS DOS COMPOSTOS ENVOLVIDOS NAS
REAÇÕES.......................................................................................... 55
TABELA 25 - ENTALPIAS DA CORRENTE 7 COM O MÉTODO DE RÙZICKA-
DOMALSKI......................................................................................... 60
TABELA 26 - ENTALPIAS DA CORRENTE 7 EMPREGANDO A EQUAÇÃO DE
ROWLINSON-BONDI ........................................................................ 60
TABELA 27 - ENTALPIA DO ETANOL NA CORRENTE 12 COM O MÉTODO DE
RÙZICKA-DOMALSKI ........................................................................ 62
TABELA 28 - ENTALPIA DO ETANOL NA CORRENTE 12 COM A EQUAÇÃO DE
ROWLINSON-BONDI ........................................................................ 62
TABELA 29 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 14 COM O
MÉTODO DE RÙZICKA-DOMALSKI ................................................. 67
TABELA 30 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES NA CORRENTE 14
EMPREGANDO A EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI ................. 67
TABELA 31 - CARGA TÉRMICA DO VASO DE SEPARAÇÃO ................................ 68
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS

RE-01 – Reator 1
LV-01 – Lavadora 1
VS – Vaso de Separação
DE-01 – Destiladora 1
DE-02 – Destiladora 2
LISTA DE SÍMBOLOS

𝑛̇ 𝑖 𝒋 – Taxa de vazão molar do composto i na corrente j

𝜈𝑖,𝑗 – Estequiometria do composto i na reação j


𝜉𝑗 – Grau de avanço da reação j
𝐶2 𝐻5 𝑂𝐻 – Etanol
𝑂2 – Gás oxigênio
𝐶2 𝐻4 𝑂 – Acetaldeído
𝐻2 𝑂 – Água
𝐶𝑂2 – Gás carbônico
𝑁2 – Gás nitrogênio
𝑆𝑗 – Grau de seletividade da reação j
𝐶𝑖 – Grau de conversão do composto i
𝑒 – Grau de excesso de oxigênio
𝑦𝑖 𝑗 – Fração molar do compostos i na corrente j

𝑚̇𝑖𝑗 – Taxa de vazão mássica do composto i na corrente j

𝑀𝑖 – Massa molar do composto i


𝑥𝑖 𝑗 – Fração mássica do composto i na corrente j

𝐸𝑡𝑂𝐻 – Simplificação da fórmula molecular de etanol


𝑃𝑥 (𝑖)𝑗 – Pressão do tipo x do composto i na corrente j

𝑃𝑎𝑡𝑚 – Pressão atmosférica


𝑃𝑗 – Pressão da corrente j
𝑇j – Temperatura da corrente j
𝜌𝑖 𝑇 – Massa específica do composto i na temperatura T

𝐶𝑝 𝑔𝑖 – Capacidade calorífica de gás ideal em pressão constante


𝐶𝑝 𝐿 – Capacidade calorífica de líquido em pressão constante
∆𝐻 – Variação de entalpia
𝐸 - Energia
𝑇 – Temperatura
𝑇𝑐 – Temperatura crítica
𝑅 – Constante dos gases
𝑃𝑐 – Pressão crítica
𝑇𝑟 – Temperatura reduzida
𝜔 – Fator acêntrico
𝑃 – Pressão
𝑍 – Fator de compressibilidade
𝑇𝑏 – Temperatura de ebulição
𝑃0 – Pressão atmosférica
𝑄̇𝑉𝐶 – Taxa de calor trocada pelo volume de controle
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
2 DESCRIÇÃO DA PLANTA .................................................................................... 15
3 MEMORIAL DE CÁLCULO ................................................................................... 17
3.1 REATOR RE-01 .................................................................................................. 17
3.2 LAVADORA LV-01 .............................................................................................. 22
3.3 VASO DE SEPARAÇÃO VS ............................................................................... 25
3.4 DESTILADORA DE-01 ........................................................................................ 29
3.5 DESTILADORA DE-02 ........................................................................................ 32
3.6 RECICLO ............................................................................................................ 37
4 EQUAÇÕES PARA CÁLCULOS DE ENTALPIAS ................................................ 41
4.1 ENTALPIA DE GÁS IDEAL ................................................................................. 41
4.2 ENTALPIA RESIDUAL ........................................................................................ 41
4.3 ENTALPIA DE VAPORIZAÇÃO OU CONDENSAÇÃO ....................................... 43
4.4 ENTALPIA DE LÍQUIDOS ................................................................................... 43
4.5 ENTALPIA TOTAL .............................................................................................. 44
4.6 VAPORIZADOR .................................................................................................. 45
4.7 REATOR ............................................................................................................. 51
4.8 VASO DE SEPARAÇÃO ..................................................................................... 56
4.9 DESTILADORA DE-01 ........................................................................................ 68
4.10 VAZÕES DE UTILIDADES ................................................................................ 90
5 CONCLUSÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................ 95
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 97
APÊNDICE 1 – CÓDIGO EM JAVA-SCRIPT ........................................................... 98
14

1 INTRODUÇÃO

O acetaldeído é uma substância utilizada majoritariamente como matéria


prima de fabricação de outros compostos na indústria (como o ácido acético, por
exemplo). Traçando um perfil físico-químico dessa substância temos um líquido
incolor, volátil, extremamente inflamável e com odor pungente característico de
frutas (CETESB, 2012).
No mercado atual, o acetaldeído vem sendo substituído por novas
tecnologias que desempenham um papel similar ao anteriormente desempenhado
por ele, de forma mais eficiente. Apesar disso, a projeção de mercado para os
próximos 5 anos (de 2021 até 2025) é de que aconteça um aumento de 4% por ano
na média de produção desse reagente, devido à queda de 11% que ocorreu em
2020, advinda do impacto da pandemia ocasionada pela COVID-19. Atualmente,
essa projeção consiste principalmente no aumento do consumo e produção no
mercado asiático (MARKIT, 2020).
O primeiro registro de produção de acetaldeído da história foi realizado por
Scheele em 1774, a partir de uma reação do dióxido de Manganês e do ácido
sulfúrico com álcool. Atualmente existem rotas de produção industriais de
acetaldeído a partir do acetileno, etileno, etanol, e outros hidrocarbonetos (ECKERT
et al., 2006). Dessas rotas, a mais utilizada é a do etanol, com mais de 50% da
produção mundial, seguida diretamente pela rota de produção a partir da oxidação
do etileno (processo Wacker), com 40% da produção mundial (MARKIT, 2020).
Neste trabalho é avaliada a produção do acetaldeído a partir do etanol. A
planta do processo se assemelha em muito à produção por Veba-Chemie, que
consiste na formação do acetaldeído pela oxidação do etanol, catalisada por prata,
em altas temperaturas (entre 500°C e 650°C) (ECKERT et al., 2006). A faixa de
temperatura é justamente o ponto de divergência do processo descrito neste
trabalho e da produção por Veba-Chemie, já que a temperatura de operação da
planta avaliada ocorre em uma faixa de 240°C e 260°C.
15

2 DESCRIÇÃO DA PLANTA

O processo inicia-se com a entrada de etanol 96°GL e ar atmosférico por


correntes separadas, ambas em temperatura ambiente. Antes de chegar ao reator, a
corrente composta pelo ar atmosférico passa por dois trocadores de calor, e tem sua
temperatura elevada para 240°C. A corrente de álcool, por sua vez, passa por um
vaporizador e tem sua pressão relativa aumentada para 4 bar. Em seguida, também
passa pelo segundo trocador de calor em comum com a corrente de ar, atingindo
240°C.
A mistura é então conduzida para um reator homogêneo que possui um
sistema de troca de calor. Dentro dele, duas reações ocorrem: a principal, que tem o
acetaldeído como produto, e a secundária, de combustão completa do etanol. A
conversão do etanol é de 93%, portanto a corrente de saída do reator será composta
de etanol não convertido, acetaldeído, água e gases incondensáveis (CO2, N2 e O2).
Essa corrente tem sua temperatura aumentada em relação à de entrada, chegando
a 260°C, e passa pelos dois trocadores de calor em comum com a corrente de ar
atmosférico para que ocorra uma integração energética. Nesse ponto, é importante
que a diferença de temperatura entre a corrente quente, que sai do reator, e a
corrente fria, que entra no equipamento, seja no mínimo igual a 15°C para que o
aproveitamento energético seja considerável. A corrente segue para um terceiro
trocador de calor, que possui a função de baixar sua temperatura para 45°C. Os
motivos para essa redução são evitar que o solvente evapore, condensar o etanol e
favorecer a solubilidade do acetaldeído no solvente.
A mistura de gases incondensáveis, água, acetaldeído e etanol segue para a
lavadora, que tem como finalidade separar os gases do produto de interesse. O
processo acontece de modo que todos os incondensáveis saem pelo topo da
lavadora em uma corrente saturada de etanol e a recuperação de acetaldeído na
corrente de fundo do equipamento é total.
O próximo equipamento será um vaso de separação, necessário para que o
etanol saturado da corrente de topo possa ser parcialmente recuperado e
reintegrado ao processo. Entretanto, antes de chegar ao equipamento a corrente é
tratada termicamente por meio de um sistema de refrigeração, o qual pode utilizar
um fluido de resfriamento composto por uma solução de água e etilenoglicol. Dessa
maneira, a temperatura da corrente que entra no vaso de separação é reduzida a
16

5°C, pois o processo de separação vai ocorrer sob estado de equilíbrio líquido-vapor
do etanol, por meio de uma decantação simples. Isso resulta na saída de uma taxa
menor de vapor de álcool junto com os incondensáveis e a maior parte do etanol
será retornada à lavadora de acetaldeído. A corrente de topo do vaso de separação
contém todos os incondensáveis e avança para um trocador de calor para que
ocorra um reaproveitamento energético. Assim, a temperatura da corrente que sai
do topo da lavadora é reduzida e a que sai do topo do vaso, aumentada. Desse
modo, a corrente dos incondensáveis deixa o processo a 30°C.
A corrente de fundo da lavadora encaminha-se para a primeira destiladora,
onde todo o acetaldeído é recuperado pela corrente de topo. Antes de chegar ao
tanque de armazenamento, que se encontra a 40°C, o acetaldeído passa por um
reciclo contendo um condensador de topo com a finalidade de aumentar a eficiência
do equipamento. A corrente de fundo, composta somente de etanol e água, avança
para a segunda destiladora. Devido ao álcool ser menos denso que a água, sua
recuperação será praticamente total na corrente de topo do equipamento, que
também passa por um reciclo com um condensador de topo de maneira a elevar a
eficiência do processo. O processo é finalizado pela passagem da corrente de topo
do equipamento por um ponto de separação, onde parte será conduzida de volta à
lavadora e o restante seguirá para a alimentação do reator através de um reciclo.
17

3 MEMORIAL DE CÁLCULO

Nessa seção do trabalho será apresentado a construção do memorial de


cálculo do balanço de massa da planta de produção de acetaldeído a partir de
etanol. Como o processo apresenta correntes de reciclo, o método de raciocínio
empregado foi iniciar os cálculos desconsiderando a vazão de entrada de água
proveniente do reciclo no reator e realizar essa adequação ao fim do processo. Isso
é possível, já que a água não é um reagente do processo e os dados referentes a
esse componente não possuem valores fixos, sendo de proporcionalidade.

3.1 REATOR RE-01

O reator é a primeira etapa do processo e o balanço de massa será feito


avaliando as correntes 4 e 5 (entrada e saída respectivamente) do volume de
controle, utilizando dados de conversão, seletividade e componentes fornecidos na
planta. O esquema do reator é demonstrado na FIGURA 1 a seguir.

FIGURA 1 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DO REATOR RE-01

FONTE: Os autores (2021).


18

Para o balanço de massa no reator, temos que considerar transformações


por meio de reações químicas paralelas, logo, para obter as taxas molares de
entrada e saída do volume de controle, utilizamos o princípio do grau de avanço
demostrado pela Equação 3.1-1:
𝑛
3.1-1
𝑛̇ 𝑖 = 𝑛̇ 𝑖,0 + ∑ 𝜈𝑖,𝑗 𝜉𝑗
𝑗=1

As reações do processo são, respectivamente, a produção de acetaldeído


pela oxidação do etanol, mostrada na Equação 3.1-2 (reação principal) e a
combustão de etanol, representada na Equação 3.1-3 (reação secundária):
1 3.1-2
𝐶2 𝐻5 𝑂𝐻 + 𝑂2 → 𝐶2 𝐻4 𝑂 + 𝐻2 𝑂
2

𝐶2 𝐻5 𝑂𝐻 + 3𝑂2 → 2𝐶𝑂2 + 3𝐻2 𝑂 3.1-3

Podemos desenvolver a equação para os nossos parâmetros, adequando a


fórmula geral do grau de avanço para as reações envolvidas. Ao abrir o somatório
em dois termos e avaliar as vazões molares de cada componente nas correntes 4 e
5 encontra-se a seguinte relação, conforme descrito na Equação 3.1-4:
𝑛̇ 𝑖 5 = 𝑛̇ 𝑖 4 + 𝜈𝑖,1 𝜉1 + 𝜈𝑖,2 𝜉2 3.1-4

Aplicando a Equação 3.1-4 para o acetaldeído conseguimos calcular o grau


de avanço da reação principal (𝜉1 ), como demostrado nas Equações 3.1-5 e 3.1-6,
visto que a vazão molar de saída desse produto é fornecida nos dados da planta, a
vazão de entrada é nula e esse produto participa exclusivamente da reação
principal.
𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 5 = 𝑛̇ 𝐶2 𝐻4 𝑂 4 + 𝜈𝑖,1 𝜉1 + 𝜈𝑖,2 𝜉2 3.1-5

𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 5 = 𝜉1 3.1-6

𝜉1 = 227,27 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ
19

Pela relação entre seletividade e graus de avanço representada pela


Equação 3.1-7, podemos isolar o grau de avanço da reação secundária na Equação
3.1-8, para calculá-lo.
𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 1 𝜉1 3.1-7
𝑆1 =
𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 1 𝜉1 + 𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 2 𝜉2

𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 1 𝜉1 𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 1 𝜉1 3.1-8


𝜉2 = −
𝑆1 𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 2 𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 2

𝜉2 = 6,55 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

Agora, através da relação entre conversão de etanol e grau de avanço


podemos, pela Equação 3.1-9, isolar a taxa molar de entrada de etanol no reator,
como na Equação 3.1-10:
|𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 1 𝜉1 + 𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 2 𝜉2 | 3.1-9
𝐶𝐸𝑡𝑂𝐻 =
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 4

|𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 1 𝜉1 + 𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻 2 𝜉2 | 3.1-10


𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 4 =
𝐶𝐸𝑡𝑂𝐻

Uma vez que a taxa molar de entrada de etanol foi calculada, podemos usá-
la juntamente com as relações de grau de avanço para determinar a taxa molar de
saída de etanol do reator, pela Equação 3.1-11:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 5 = 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 4 + 𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻,1 𝜉1 + 𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻,2 𝜉2 3.1-11

Sendo a vazão molar de etanol conhecida na entrada, realiza-se um cálculo


estequiométrico com essa alimentação e aplica-se um excesso para determinar a
vazão molar de gás oxigênio na corrente, demonstrado matematicamente na
Equação 3.1-12 abaixo:
𝜈𝑂2,1 3.1-12
𝑛̇ 𝑂2 4 = (1 + 𝑒) × 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 4 ×
𝜈𝐸𝑡𝑂𝐻,1

De forma análoga às anteriores, podemos calcular as taxas molares de


saída de oxigênio e gás carbônico, usando a estequiometria e os graus de avanço,
20

como nas Equações 3.1-13 e 3.1-14. Além disso, como o gás carbônico só é produto
da reação secundária, seu cálculo pode ser simplificado como na Equação 3.1-15:
𝑛̇ 𝑂2 5 = 𝑛̇ 𝑂2 4 + 𝜈𝑂2,1 𝜉1 + 𝜈𝑂2,2 𝜉2 3.1-13

𝑛̇ 𝐶𝑂2 5 = 𝑛̇ 𝐶𝑂2 4 + 𝜈𝐶𝑂2,1 𝜉1 + 𝜈𝐶𝑂2,2 𝜉2 3.1-14

𝑛̇ 𝐶𝑂2 5 = 𝜈𝐶𝑂2,2 𝜉2 3.1-15

Esse mesmo cálculo também pode ser feito para a taxa molar de saída de
água, na Equação 3.1-16. No entanto, essa etapa possui um ponto crucial, pois a
água é um composto que demandará iterações para o seu cálculo. Assim,
dependerá do desenvolvimento matemático de todos os equipamentos que
compõem o reciclo. Portanto, no momento não se sabe a taxa molar de água que
entra no reator, logo seu valor permanecerá como uma aproximação que despreza a
taxa molar de entrada de água (Equação 3.1-17), até que esta possa ser
determinada na seção 3.6 desse trabalho.
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 5 = 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 4 + 𝜈𝐻2 𝑂,1 𝜉1 + 𝜈𝐻2 𝑂,2 𝜉2 3.1-16

𝑛̇ 𝐻2 𝑂 5 (𝑝𝑎𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙) = 𝜈𝐻2 𝑂,1 𝜉1 + 𝜈𝐻2 𝑂,2 𝜉2 3.1-17

Sabe-se que a entrada de oxigênio no reator é referente ao ar atmosférico.


Dessa forma, o cálculo da taxa molar de entrada no reator pode ser feito a partir da
proporção dos gases atmosféricos, representado na Equação 3.1-18, que
considerou a fração molar do oxigênio como 21%, e seu complemento como a
fração molar de nitrogênio (79%). Ao mesmo tempo, como o nitrogênio é inerte, a
taxa de saída do reator é igual à da entrada, como na Equação 3.1-19:
𝑛̇ 𝑂2 4 3.1-18
𝑛̇ 𝑁2 4 = 𝑦𝑁2 2 ×
𝑦𝑂2 2

𝑛̇ 𝑁2 5 = 𝑛̇ 𝑁2 4 3.1-19

Já que todas as taxas molares de entrada e saída dos componentes do


reator foram definidas, podemos calcular a taxa molar total das correntes 4 e 5,
segundo a Equação 3.1-20. Além disso, todas as frações molares dos componentes
21

de cada corrente podem ser calculadas pela definição de fração molar indicada na
Equação 3.1-21:

𝑛̇𝑗 = ∑ 𝑛̇ 𝑖 𝑗 3.1-20
𝑖
𝑛̇ 𝑖 𝑗 3.1-21
𝑦𝑖 𝑗 =
𝑛̇𝑗

Para que as vazões mássicas sejam definidas, utiliza-se a Equação 3.1-22


que calcula a conversão de taxa molar para taxa mássica de cada componente.
𝑚̇𝑖𝑗 = 𝑛̇ 𝑖𝑗 × 𝑀𝑖 3.1-22

Analogamente às Equações 3.1-20 e 3.1-21 pode-se definir os princípios de


vazão mássica total e fração mássica pelas Equações 3.1-23 e 3.1-24, finalizando
assim o cálculo do balanço de massa do reator.

𝑚̇𝑗 = ∑ 𝑚̇𝑖 𝑗 3.1-23


𝑖

𝑚̇𝑖 𝑗 3.1-24
𝑥𝑖 𝑗 =
𝑚̇𝑗

Todos os resultados de composições molares estão presentes na TABELA


1, exceto em relação a água que ainda depende do reciclo. O mesmo foi feito para
as composições mássicas na TABELA 2.

TABELA 1 - BALANÇO MOLAR REATOR RE-01


ENTRADA SAÍDA
kmol/h Corrente 4 Corrente 5
EtOH 251,42 25,15% 17,60 1,57%
O2 157,14 15,72% 23,86 2,13%
C2H4O 0,00 0,00% 227,27 20,29%
H2O 0,00 0,00% 246,91 22,05%
CO2 0,00 0,00% 13,09 1,17%
N2 591,13 59,13% 591,13 52,79%
TOTAL 999,69 100,00% 1119,87 100,00%
FONTE: Os autores (2021).
22

TABELA 2 - BALANÇO DE MASSA REATOR RE-01


ENTRADA SAÍDA
kg/h Corrente 4 Corrente 5
EtOH 11565,27 34,89% 809,57 2,44%
O2 5028,38 15,17% 763,51 2,30%
C2H4O 0,00 0,00% 10000,00 30,17%
H2O 0,00 0,00% 4444,44 13,41%
CO2 0,00 0,00% 576,13 1,74%
N2 16551,75 49,94% 16551,75 49,94%
TOTAL 33145,41 100,00% 33145,41 100,00%
FONTE: Os autores (2021).

3.2 LAVADORA LV-01

Depois da saída do reator o próximo volume de controle analisado é a


lavadora, onde são avaliadas as correntes 5 e 16 como entradas e as correntes 6 e
7 como saídas. O esquema da lavadora é demonstrado na FIGURA 2 a seguir.

FIGURA 2 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DA LAVADORA LV-01

FONTE: Os autores (2021).

Considerando a composição da corrente 5 como a saída do reator, e as


informações contidas na descrição do processo, podemos concluir que todos os
23

gases incondensáveis são insolúveis nos solventes envolvidos, ou seja, deixam o


volume de controle na corrente 7. Assim, obtemos a Equação 3.2-1 a seguir:
𝑛̇ 𝑂2 5 = 𝑛̇ 𝑂2 7 𝑛̇ 𝐶𝑂2 5 = 𝑛̇ 𝐶𝑂2 7 𝑛̇ 𝑁2 5 = 𝑛̇ 𝑁2 7 3.2-1

Ainda avaliando a corrente 7, considerando que essa é saturada em etanol,


podemos calcular a pressão parcial desse composto através da sua pressão de
vapor, utilizando a Lei de Raoult (Equação 3.2-2):
𝑃𝑣 (𝐸𝑡𝑂𝐻) = 𝑃0 (𝐸𝑡𝑂𝐻) 3.2-2
(𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙𝑖𝑏𝑟𝑖𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜−𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜)

Para a determinação da pressão de vapor do etanol na temperatura de 45°C


(318,15K), utilizamos a equação de Antoine (Equação 3.2-3), que de acordo com
Poling; Prausnitz; O”Connell (2000) é válida de 276,5 a 369,54K e 0,02 a 2 bar.
𝐵 3.2-3
log10 𝑃𝑣 (𝐸𝑡𝑂𝐻) = 𝐴 −
𝑇 + 𝐶 − 273,15

Onde 𝐴 = 5,33675 𝑏𝑎𝑟; 𝐵 = 1648,220𝐾. 𝑏𝑎𝑟; 𝐶 = 290,918𝐾


𝑃𝑣 (𝐸𝑡𝑂𝐻) = 0,231𝑏𝑎𝑟

Avaliando a pressão de vapor do etanol obtida e a pressão absoluta da


corrente 7, podemos determinar a fração molar de etanol nessa corrente utilizando a
lei de Dalton (Equação 3.2-4):
𝑃𝑣 (𝐸𝑡𝑂𝐻) 3.2-4
= 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 7
𝑃7 + 𝑃𝑎𝑡𝑚

Utilizando as informações expressas na Equação 3.2-1, e considerando nula


a quantidade de água na corrente 7, podemos calcular a vazão molar total da
corrente seguindo a Equação 3.2-5 a seguir:
𝑛̇ 𝑂2 + 𝑛̇ 𝐶𝑂2 + 𝑛̇ 𝑁2 3.2-5
7 7 7
= 𝑛̇ 7
(1 − 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 7 )

Com a vazão molar total da corrente 7, podemos determinar a vazão molar


de etanol nessa corrente através da Equação 3.2-6 a seguir:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 7 = 𝑛̇ 7 × 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 7 3.2-6
24

Para o cálculo das frações molares dos demais compostos incondensáveis


utilizamos a definição de fração molar, representada pela Equação 3.2-7 a seguir:
𝑛̇ 𝑖𝑛𝑐𝑜𝑛𝑑𝑒𝑛𝑠á𝑣𝑒𝑙 7 3.2-7
𝑦𝑖𝑛𝑐𝑜𝑛𝑑𝑒𝑛𝑠á𝑣𝑒𝑙 7 =
𝑛̇ 7

Para o cálculo da vazão molar de acetaldeído na corrente 6, sabemos que a


recuperação de acetaldeído no fundo é total, obtendo a Equação 3.2-8 a seguir:
𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 = 𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 3.2-8
6 5

Como sabemos a razão molar entre etanol e acetaldeído na corrente 6 (igual


a 1,5), podemos determinar a vazão molar de etanol nessa corrente através da
Equação 3.2-9:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 = 1,5 × 𝑛̇ 𝐶2 𝐻4 𝑂 6 3.2-9

Como o processo da lavadora não possui reação química, podemos


expandir o princípio da conservação geral de massa de Lavoisier para a vazão molar
de etanol nas entradas e saídas do volume de controle, através da Equação 3.2-10:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 16 = 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 + 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 7 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 5 3.2-10

Para a obtenção das vazões mássicas das correntes a partir de suas vazões
molares é utilizada a seguinte relação (Equação 3.2-11):
𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 = 𝑛̇ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑀𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 3.2-11

Para a obtenção das frações mássicas das correntes, por sua vez,
utilizamos a Equação 3.2-12:
𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 3.2-12
𝑥𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 =
𝑚̇𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

Os valores obtidos no balanço molar do volume de controle são


demonstrados na TABELA 3 a seguir:
25

TABELA 3 - BALANÇO MOLAR LAVADORA LV-01


ENTRADA SAÍDA
kmol/h Corrente 5 Corrente 16 Corrente 7 Corrente 6
EtOH 17,60 1,57% 379,43 100,00% 56,12 8,20% 340,91 41,82%
O2 23,86 2,13% 0,00 0,00% 23,86 3,49% 0,00 0,00%
C2H4O 227,27 20,29% 0,00 0,00% 0,00 0,00% 227,27 27,88%
H2O 246,91 22,05% 0,00 0,00% 0,00 0,00% 246,91 30,29%
CO2 13,09 1,17% 0,00 0,00% 13,09 1,91% 0,00 0,00%
N2 591,13 52,79% 0,00 0,00% 591,13 86,40% 0,00 0,00%
TOTAL 1119,87 100,00% 379,43 100,00% 684,21 100,00% 815,10 100,00%
FONTE: Os autores (2021).

Os valores obtidos no balanço de massa do volume de controle são


demonstrados na TABELA 4 a seguir:

TABELA 4 - BALANÇO DE MASSA LAVADORA LV-01


ENTRADA SAÍDA
kg/h Corrente 5 Corrente 16 Corrente 7 Corrente 6
EtOH 809,57 2,44% 17453,93 100,00% 2581,69 12,61% 15681,82 52,05%
O2 763,51 2,30% 0,00 0,00% 763,51 3,73% 0,00 0,00%
C2H4O 10000,00 30,17% 0,00 0,00% 0,00 0,00% 10000,00 33,19%
H2O 4444,44 13,41% 0,00 0,00% 0,00 0,00% 4444,44 14,75%
CO2 576,13 1,74% 0,00 0,00% 576,13 2,81% 0,00 0,00%
N2 16551,75 49,94% 0,00 0,00% 16551,75 80,85% 0,00 0,00%
TOTAL 33145,41 100,00% 17453,93 100,00% 20473,08 100,00% 30126,26 100,00%
FONTE: Os autores (2021).

3.3 VASO DE SEPARAÇÃO VS

As correntes que envolvem o balanço de massa do vaso de separação (VS)


podem ser verificadas na FIGURA 3. Temos então, a corrente 7 como alimentação,
a corrente 13, também nomeada como 14, e a corrente 12 como saídas do vaso.
26

FIGURA 3 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DO VASO DE SEPARAÇÃO VS

FONTE: Os autores (2021).

O objetivo do vaso de separação (VS) é recuperar o etanol pela corrente 12


para misturá-la à corrente 16 e poder reutilizá-lo na lavadora LV–01. Dessa forma,
os incondensáveis serão completamente exalados pela corrente 13, junto de uma
fração de etanol vaporizado. Uma vez que o etanol no vaso de separação atinge o
estado de saturação nas condições de 𝑇13 = 5 °𝐶 e 𝑃𝑚𝑎𝑛 13 = 0,4 𝑏𝑎𝑟, podemos usar
a Lei de Raoult para relacionar a pressão de vapor do etanol com sua pressão
parcial na corrente 13, como na Equação 3.3-1:
𝑃𝑣 (𝐸𝑡𝑂𝐻) = 𝑃0 (𝐸𝑡𝑂𝐻) 3.3-1

Para seguir essa abordagem, podemos usar a equação de Antoine para


determinar a pressão de vapor do etanol e usá-la para descobrir a fração molar
desse composto na corrente 13, pela Lei de Dalton.
A lei de Antoine pode ser descrita pela Equação 3.3-2 segundo Poling;
Prausnitz; O’Connell (2000):
𝐵 3.3-2
log10 𝑃𝑣 (𝐸𝑡𝑂𝐻) = 𝐴 −
𝑇 + 𝐶 − 273,15

As constantes de ajuste A, B e C estão fornecidas no QUADRO 1, assim


como os seus limites de uso em termos de pressão e temperatura:
27

QUADRO 1 - CONDIÇÕES DE USO DA EQUAÇÃO DE ANTOINE


A B C 𝐏𝐩𝐯 (𝐦á𝐱)(bar) 𝐏𝐩𝐯 (𝐦í𝐧) (bar) 𝐓𝐦á𝐱 (K) 𝐓𝐦í𝐧(K)
5,33675 1648,220 230,918 2 0,02 369,54 276,50
FONTE: Adaptado de Poling; Prausnitz; O”Connell (2000).

Portanto, usando-se 𝑇13 = 278,15 𝐾, o valor encontrado foi de 𝑃𝑣 (𝐸𝑡𝑂𝐻) =


13

0,022405 𝑏𝑎𝑟. Assim, poderemos usar a lei de Raoult para descobrir a fração molar
de etanol na corrente 13 saturada, considerando-se a pressão atmosférica como
𝑃𝑎𝑡𝑚 = 1 𝑏𝑎𝑟, de acordo com a Lei de Dalton na Equação 3.3-3:
𝑃𝑣𝑝 (𝐸𝑡𝑂𝐻) 3.3-3
13
𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 13 =
𝑃𝑚𝑎𝑛 13 + 𝑃𝑎𝑡𝑚

Assim, teremos 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 13 = 1,59%. Com esse valor determinado, podemos


calcular a vazão molar total da corrente 13, uma vez que todos os incondensáveis
da corrente 7 estão na corrente 13, segundo a Equação 3.3-4, assim como a água e
o acetaldeído não estão presentes, pela Equação 3.3-5. Para o cálculo da taxa
molar total, temos que a soma das vazões de incondensáveis é o complemento da
porcentagem molar de etanol, como na Equação 3.3-6:
𝑛̇ 𝑂2 13 = 𝑛̇ 𝑂2 7 3.3-4
{𝑛̇ 𝐶𝑂2 13 = 𝑛̇ 𝐶𝑂2 7
𝑛̇ 𝑁2 13 = 𝑛̇ 𝑁2 7

𝑛̇ 𝐻2 𝑂 13 = 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 7 = 𝑛̇ 𝐴𝑐𝑂𝐻 13 = 𝑛̇ 𝐴𝑐𝑂𝐻 7 = 0 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ 3.3-5

𝑛̇ 𝑂2 13 + 𝑛̇ 𝐶𝑂2 13 + 𝑛̇ 𝑁2 13 3.3-6
𝑛̇ 13 =
1 − 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 13

Com essas equações é possível determinar todas as vazões molares dos


componentes da corrente 13, assim como suas frações molares. Ainda, se
multiplicarmos as vazões molares pelas massas molares dos respectivos
componentes da corrente, teremos a composição da vazão mássica da corrente 13.
Agora, a definição da composição da corrente 12 será mais simples, uma
vez que o único componente desta corrente é o etanol para ser misturado à
alimentação do topo da lavadora. Dessa forma, respeitando a conservação de
massa, a vazão da corrente 12 pode ser expressa pela Equação 3.3-7:
28

𝑚̇12 = 𝑚̇𝐸𝑡𝑂𝐻 12 = 𝑚̇𝐸𝑡𝑂𝐻 7 − 𝑚̇𝐸𝑡𝑂𝐻 13 3.3-7

Considerando então, que todos os outros componentes são inexistentes na


corrente 12 e a massa molar do etanol, podemos aplicar a conservação também
para a taxa molar, no momento em que não há reação.
Por fim, o balanço global de massa no equipamento pode ser descrito pela
Equação 3.3-8:
𝑚̇7 = 𝑚̇12 + 𝑚̇13 3.3-8

Para verificação dos resultados calculados, o balanço molar das correntes


está na TABELA 5.

TABELA 5 - BALANÇO MOLAR VASO DE SEPARAÇÃO VS


ENTRADA SAÍDA
kmol/h Corrente 7 Corrente 13 Corrente 12
EtOH 56,12 8,20% 10,12 1,59% 46,01 100,00%
O2 23,86 3,49% 23,86 3,74% 0,00 0,00%
CO2 13,09 1,91% 13,09 2,05% 0,00 0,00%
N2 591,13 86,40% 591,13 92,62% 0,00 0,00%
TOTAL 684,21 100,00% 638,21 100,00% 46,01 100,00%
FONTE: Os autores (2021).

Também como resultado dos cálculos, podemos reunir as composições


mássicas das correntes do equipamento, já que basta multiplicar os resultados
molares pelas respectivas massas molares dos compostos. Tais resultados podem
ser verificados na TABELA 6.

TABELA 6 - BALANÇO DE MASSA VASO DE SEPARAÇÃO VS


ENTRADA SAÍDA
kg/h Corrente 7 Corrente 13 Corrente 12
EtOH 2581,69 12,61% 465,41 2,54% 2116,27 100,00%
O2 763,51 3,73% 763,51 4,16% 0,00 0,00%
CO2 576,13 2,81% 576,13 3,14% 0,00 0,00%
N2 16551,75 80,85% 16551,75 90,17% 0,00 0,00%
TOTAL 20473,08 100,00% 18356,81 100,00% 2116,27 100,00%
FONTE: Os autores (2021).
29

3.4 DESTILADORA DE-01

A destiladora DE-01 será o equipamento responsável por realizar a


recuperação do acetaldeído, produto desejado do processo. As correntes da
destiladora estão representadas na figura abaixo, sendo as correntes 6 e 8b as de
entrada e correntes 8a e 9 as de saída. Além disso, a corrente 8 representa uma das
saídas do processo como um todo e foi utilizada nos cálculos, já que a 8a e 8b estão
relacionadas com o reciclo do equipamento. O esquema da destiladora DE-01 é
demonstrado na FIGURA 4 a seguir.

FIGURA 4 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DA DESTILADORA DE-01

FONTE: Os autores (2021).

Pelos dados obtidos na planta, o acetaldeído produzido no reator será


recuperado integralmente no processo, como descrito na Equação 3.4-1 abaixo:
𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 8 = 𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 6 3.4-1

Também se sabe que a razão de reciclo é 2, o que significa que o dobro da


quantidade de C2H4O retornará pela corrente 8b para a destiladora, e assim a taxa
30

de saída na corrente 8a será a soma das correntes 8b e 8. Como a recuperação


possui eficiência de 100%, não há acetaldeído na corrente de fundo da destiladora
1. A demonstração dessas conclusões é contida nas Equações 3.4-2 e 3.4-3 a
seguir:
𝑛̇ 𝐶2 𝐻4 𝑂 8𝑏 = 2 × 𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 8 3.4-2

𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 8𝑎 = 𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 8 + 𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 8𝑏 = 3 × 𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 8 3.4-3

𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 9 = 0 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ

O último dado acerca do C2H4O é que ele representa 99,5% em fração


molar da corrente de topo (8a). Assim, as frações molares dos demais componentes
(EtOH e H2O) será de 0,5% (100 - 99,5). Outro fator a ser observado é que a
composição molar das correntes 8a, 8b e 8 são iguais, já que as duas últimas são
derivadas da primeira após um ponto de separação. Além disso, sabe-se que a
corrente de fundo é composta somente de etanol e água.
𝑦𝐶2𝐻4 𝑂 8𝑎 = 0,995

𝑦𝐻2 𝑂 8𝑎 + 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎 = 0,005

𝑦𝐻2 𝑂 9 + 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 9 = 1

Como a vazão molar na corrente 8a de C2H4O já é conhecida, pode-se


obter a vazão total da corrente utilizando a seguinte expressão (Equação 3.4-4):
𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 8𝑎 3.4-4
𝑛̇ 8𝑎 =
𝑦𝐶2 𝐻4 𝑂 8𝑎

Consequentemente, a soma das vazões de EtOH e H2O, pode ser


determinada com a Equação 3.4-5:
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 8𝑎 + 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎 = 𝑛̇ 8𝑎 − 𝑛̇ 𝐶2 𝐻4 𝑂 8𝑎 3.4-5

Considerando a lei de conservação de massas, como não há acúmulo no


equipamento, pode-se concluir que toda a massa que entra na destiladora terá que
31

sair pelas correntes de saída. Como esse é um processo sem reação química, esse
raciocínio pode ser estendido para os valores de quantidade de matéria também.
Dessa maneira, temos as seguintes Equações 3.4-6, 3.4-7 e 3.4-8, também válidas
para o equacionamento componente a componente:
𝑛̇ 6 + 𝑛̇ 8𝑏 = 𝑛̇ 8𝑎 + 𝑛̇ 9 3.4-6

𝑛̇ 6 = 𝑛̇ 8 + 𝑛̇ 9 3.4-7

𝑛̇ 8𝑎 3.4-8
𝑛̇ 6 = + 𝑛̇ 9
3

Para determinar a composição molar da corrente 9, foi dada a informação de


que a razão molar entre EtOH e H2O é a mesma no topo e no fundo da corrente,
obtendo a Equação 3.4-9:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 3.4-9
=
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 8𝑎 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 9

Com esse conjunto de equações, é possível montar um sistema em que se


encontra a expressão da Equação 3.4-10:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9
=
𝑛̇ 8𝑎 − 𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 8𝑎 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎 𝑛̇ 9 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9

(𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 + 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 ) 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9


⇒ =
(𝑛̇ 6 + 𝑛9 ) − 𝑛̇ 𝐶2𝐻4 𝑂 6 − (𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 + 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 ) 𝑛̇ 9 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9

(𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 + 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 ) 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9


⇒ =
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 6 + 𝑛̇ 9 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 𝑛̇ 9 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9

⇒ 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 6 × 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 = 𝑛̇ 9 × 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 × 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9

𝑛̇ 9 × 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 3.4-10
∴ 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 =
(𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 + 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 6 )
32

Sabendo a vazão molar de etanol na corrente 9, basta realizar a subtração


pela Equação 3.4-11 para terminar os cálculos do equipamento:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 8 = 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 6 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 3.4-11

Finalizado o equacionamento, é possível verificar todos os resultados


calculados na TABELA 7, para composições molares, e na TABELA 8, para
composições mássicas. Apesar disso, os resultados obtidos para a água ainda são
parciais, até que as iterações do reciclo sejam consideradas.

TABELA 7 - BALANÇO MOLAR DESTILADORA DE-01


ENTRADA SAÍDA
Corrente 8b - Corrente 8a -
kmol/h Corrente 6 Corrente 8 Corrente 9
RECICLO TOPO
EtOH 340,91 41,82% 1,325 0,29% 1,987 0,29% 0,662 0,29% 340,25 58,00%
C2H4O 227,27 27,88% 454,55 99,50% 681,82 99,50% 227,27 99,50% 0,00 0,00%
H2O 246,91 30,29% 0,96 0,21% 1,44 0,21% 0,48 0,21% 246,43 42,00%
TOTAL 815,10 100,0% 456,83 100,0% 685,24 100,0% 228,41 100,0% 586,68 100,0%
FONTE: Os autores (2021).

TABELA 8 - BALANÇO DE MASSA DESTILADORA DE-01


ENTRADA SAÍDA
Corrente 8b - Corrente 8a -
kg/h Corrente 6 Corrente 8 Corrente 9
RECICLO TOPO
EtOH 15681,82 52,1% 60,94 0,3% 91,40 0,3% 30,47 0,3% 15651,35 77,9%
C2H4O 10000 33,2% 20000,0 99,6% 30000,0 99,6% 10000,0 99,6% 0,00 0%
H2O 4444,44 14,8% 17,27 0,1% 25,91 0,1% 8,64 0,1% 4435,81 22,1%
TOTAL 30126,26 100% 20078,2 100% 30117,31 100% 10039,1 100% 20087,16 100%
FONTE: Os autores (2021).

3.5 DESTILADORA DE-02

Tendo obtido as composições e fluxos mássicos e molares da corrente 9 na


seção anterior, é possível determinar as composições e vazões mássicas e molares
das correntes que saem da destiladora 2, o volume de controle atual. A corrente 17
é a corrente de topo, que se divide posteriormente nas correntes 10 e 15 por meio
de um ponto de separação. A corrente 11 é a corrente de fundo da destiladora 2. O
esquema da destiladora DE-02 é demonstrado na FIGURA 5 a seguir.
33

FIGURA 5 – FLUXOGRAMA REDUZIDO DA DESTILADORA DE-02

FONTE: Os autores (2021).

Em termos matemáticos, a equação do balanço de massa neste


equipamento pode ser escrita como (Equação 3.5-1):
𝑚̇9 = 𝑚̇11 + 𝑚̇17 3.5-1

Onde a notação 𝑚̇𝑗 representa a vazão mássica na corrente 𝑗. A seguir,


estão descritas as operações feitas para encontrar as composições e vazões do
volume de controle.

Para determinar a composição da corrente 17, parte-se da informação que


98% do etanol que chega pela corrente 9 é recuperado no topo. Assim, temos a
Equação 3.5-2:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 17 = 0,98 × 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 3.5-2
34

Sabe-se que a concentração de etanol no topo da destiladora 2 é de 93,3%


em mol. Com isso, é possível calcular a vazão total, em 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ, da corrente 17,
como mostrado na Equação 3.5-3 a seguir:
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 17 3.5-3
𝑛̇ 17 =
0,933

Com as vazões total e de etanol determinadas, é possível calcular a vazão


molar de água da corrente 17, já que apenas esses dois componentes estão
presentes nessa tubulação, utilizando a Equação 3.5-4:
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 17 = 𝑛̇ 17 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 17 3.5-4

Assim, tem-se determinados todos os fluxos molares da corrente 17. Para


obter-se as vazões mássicas, multiplica-se cada vazão molar pela respectiva massa
molar do componente, como exemplificado na Equação 3.1-22.
Desse modo, a vazão mássica total da corrente 17 é a soma dos fluxos
mássicos de seus componentes, seguindo a Equação 3.1-23.
Será dada sequência no balanço molar e de massa da destiladora 2 com a
corrente 10, que é separada da corrente 17 para retornar certa quantidade de etanol
à lavadora de acetaldeído. Assim sendo, a composição dessa corrente é igual à
composição da corrente de interesse desta seção. Matematicamente, essas frações,
mássicas ou molares, podem ser expressas como a Equação 3.5-5:
𝑦𝑖 10 = 𝑦𝑖 17 3.5-5

Onde o 𝑦𝑖 𝑗 representa fração do componente 𝑖 na corrente 𝑗.

Primeiramente, os cálculos serão realizados de modo a se determinar as


frações molares da corrente 10. Posteriormente, operações similares serão feitas
para encontrar as respectivas frações mássicas.
É sabido que a concentração molar de etanol na corrente 17 é igual a
93,3%, que corresponde a sua fração molar nessa e na corrente 10:
𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 10 = 0,933

Como o ponto de separação apenas diverge duas ou mais correntes, não há


adição de componentes na mistura existente. Dessa forma, a corrente 10 é
35

composta por etanol e água. Assim, é possível determinar a fração molar de água
nessa corrente da seguinte forma (Equação 3.5-6):
𝑦𝐻2 𝑂 10 = 1 − 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 10 3.5-6

A seguir, para o cálculo da vazão molar de etanol na corrente 10, sabe-se


que o etanol que chega no topo da lavadora, através da corrente 16, é a soma das
vazões molares de etanol nas correntes 10 e 12. Portanto, tem-se a seguinte relação
(Equação 3.5-7):
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 10 = 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 16 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 12 3.5-7

Empregando o mesmo raciocínio da corrente 17, ao se conhecer a fração


molar de etanol na corrente 10, é possível determinar a vazão molar total desta
corrente (Equação 3.5-8):
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 10 3.5-8
𝑛̇ 10 =
𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 10

Conhecida a vazão molar total da corrente 10, é possível determinar o fluxo


molar de água nesta corrente, já que é o único componente presente na mistura
além do etanol. Assim, tem-se a Equação 3.5-9:
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 10 = 𝑛̇ 10 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 10 3.5-9

A seguir, para determinar-se as vazões mássicas da corrente 10, multiplica-


se cada vazão molar pela respectiva massa molar de cada componente, de acordo
com a Equação 3.1-22.
Desse modo, a vazão mássica total da corrente 10 é a soma dos fluxos
mássicos de seus componentes, seguindo a Equação 3.1-23.
Neste momento, o interesse é encontrar as vazões da corrente 15, que tem
o papel de reciclar parte do etanol que sai da destiladora 2. Tendo determinadas as
vazões mássicas e molares da corrente 10 na seção anterior, é possível fazer o
mesmo para a corrente 15, sabendo que o fluxo molar desta corrente corresponde
ao fluxo molar da corrente 17 diminuído da corrente 10. Em termos matemáticos, a
relação obtida é a que segue (Equação 3.5-10):
𝑛̇ 𝑖 15 = 𝑛̇ 𝑖 17 − 𝑛̇ 𝑖 10 3.5-10
36

Para determinar-se a vazão molar total da corrente 15, é possível realizar a


soma direta das vazões molares de seus componentes, calculadas acima.
Entretanto, será aproveitada a informação de que a composição dessa corrente é
igual à corrente 17, da qual tem-se a fração molar de etanol é 93,3%. Logo, a vazão
molar total será obtida da seguinte forma (Equação 3.5-11):
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 15 3.5-11
𝑛̇ 15 =
𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 15

A seguir, para determinar-se as vazões mássicas da corrente 15, multiplica-


se cada vazão molar pela respectiva massa molar de cada componente, de acordo
com a Equação 3.1-22.
Desse modo, a vazão mássica total da corrente 15 é a soma dos fluxos
mássicos de seus componentes, seguindo a Equação 3.1-23.
Com todas as correntes de topo da destiladora 2 determinadas, segue-se
para os cálculos das vazões mássicas e molares da corrente 11, que sai pelo fundo
do equipamento e deixa a planta de produção de acetaldeído.
É sabido que 98% do etanol que entra na destiladora 2 pela corrente 9, a
deixa pela corrente de topo. Logo, o restante deste componente deve estar na
corrente 11. Matematicamente, a relação obtida é a seguinte (Equação 3.5-12):
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 11 = (1 − 0,98) × 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 9 3.5-12

Para determinar-se a vazão molar de água na corrente 11, diminui-se da


corrente 9 o fluxo molar desse componente na corrente 17, de topo. A partir deste
raciocínio, obtém-se a seguinte relação (Equação 3.5-13):
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 = 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 − 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 3.5-13
11 9 17

Conhecendo-se as vazões molares desses dois componentes, é possível


encontrar a vazão molar total da corrente 11 realizando a soma direta dos valores,
de acordo com a seguinte Equação 3.5-14:

𝑛̇𝑗 = ∑ 𝑛̇ 𝑖 𝑗 3.5-14
𝑖
37

A seguir, para determinar-se as vazões mássicas da corrente 11, multiplica-


se cada vazão molar pela respectiva massa molar de cada componente, de acordo
com a Equação 3.1-22.
Desse modo, a vazão mássica total da corrente 11 é a soma dos fluxos
mássicos de seus componentes, seguindo a Equação 3.1-23.
As vazões obtidas no balanço molar do volume de controle da seção 3.5 são
demonstrados na TABELA 9 a seguir:

TABELA 9 - BALANÇO MOLAR DESTILADORA DE-02


ENTRADA SAÍDA
kmol/h Corrente 9 Corrente 17 Corrente 15 Corrente 10 Corrente 11
EtOH 340,25 58% 333,44 93,3% 0,014 93,3% 333,43 93,3% 6,80 2,97%
H2O 246,43 42% 23,945 6,7% 0,001 6,7% 23,944 6,7% 222,49 97,03%
TOTAL 586,68 100% 357,39 100% 0,015 100% 357,37 100% 229,29 100%
FONTE: Os autores (2021).

As vazões obtidas no balanço de massa do volume de controle da seção 3.5


são demonstrados na TABELA 10 a seguir:

TABELA 10 - BALANÇO DE MASSA DESTILADORA DE-02


ENTRADA SAÍDA
kmol/h Corrente 9 Corrente 17 Corrente 15 Corrente 10 Corrente 11
EtOH 15651,4 78% 15338,3 97,27% 0,661 97,27% 15337,7 97,27% 313,0 7%
H2O 4435,8 22% 431,0 2,73% 0,019 2,73% 431,0 2,73% 4004,8 93%
TOTAL 20087,2 100% 15769,3 100% 0,680 100% 15768,7 100% 4317,8 100%
FONTE: Os autores (2021).

3.6 RECICLO

Até o último volume de controle a quantidade de água utilizada nos


equipamentos foi baseada na Equação 3.1-17, na qual é considerada, na vazão
molar de água da corrente 5, apenas a água formada pela reação. Para realizar a
correção dos dados do balanço, ocasionados por essa suposição, utiliza-se os
dados da corrente 17 obtidos na destiladora 2.
Primeiramente, pelo fato da corrente 17 se dividir nas correntes 10 e 15
podemos considerar equivalência nas frações molares como mostra a Equação
3.6-1, além disso a conservação de massa é respeitada para cada componente
segundo a Equação 3.6-2 (processo sem reação).
38

𝑦𝑖 17 = 𝑦𝑖 10 = 𝑦𝑖 15 3.6-1

𝑚̇𝑖 17 = 𝑚̇𝑖 10 + 𝑚̇𝑖 15 3.6-2

Pela Equação 3.2-10 sabemos a vazão molar exata de etanol da corrente 16


essa, por sua vez, pode se relacionar com a vazão molar de etanol da corrente 10,
utilizando a Equação 3.6-3.
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 10 = 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 16 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 12 3.6-3

Como a corrente 17 já foi completamente definida, descobre-se a quantidade


de água e na corrente 10 a partir da união da Equação 3.6-1 e 3.6-3, essa união
pode ser representada pela Equação 3.6-4 a seguir.
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 10
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 10 = 𝑦 3.6-4
𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 10 𝐻2 𝑂 10

Com isso, podemos utilizar a definição de vazão molar total e conversão de


vazões molares para mássicas, de cada componente da corrente, por meio das
Equações 3.1-20 e 3.1-22 respectivamente, determinando todos os dados da
corrente 10. Por consequência da Equação 3.6-2 encontramos todos os dados da
corrente 15.
Agora com a corrente 15 determinada podemos avaliar o etanol proveniente
de alimentação virgem a partir da relação a seguir (Equação 3.6-5):
𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 1 = 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 4 − 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 15 3.6-5

Para equacionar a fração mássica a de Etanol na corrente 1, utiliza-se a


informação do °GL da alimentação que funciona, basicamente, como uma fração
volumétrica de etanol na corrente. Sendo assim, utiliza-se as relações de grau °GL,
com as densidades dos componentes retiradas de HAYNES; LIDE; BRUNO, (2014),
descritas na Equação 3.6-6 abaixo.
°𝐺𝐿 × 𝜌𝐸𝑡𝑂𝐻 298,15𝐾
𝑥𝐸𝑡𝑂𝐻 1 = 3.6-6
°𝐺𝐿 × 𝜌𝐸𝑡𝑂𝐻 298,15𝐾 + ((100 − °𝐺𝐿) × 𝜌𝐻2 𝑂 298,15𝐾 )
39

Por fim, para determinar os outros valores da corrente 1 utilizamos as


Equações 3.6-7 e 3.6-8.
𝑀𝐸𝑡𝑂𝐻
𝑚̇1 = 𝑛̇ 𝐸𝑡𝑂𝐻 1 × 3.6-7
𝑥𝐸𝑡𝑂𝐻 1

𝑚̇1
𝑚̇𝐻2𝑂 1 = 3.6-8
1 − 𝑥𝐸𝑡𝑂𝐻 1

Agora podemos calcular a entrada de água no reator com a Equação 3.6-9


abaixo, esse processo gera um cálculo interativo, uma vez que altera os parâmetros
numéricos da Equação 3.1-16, que no início dos cálculos tinham sido
desconsiderados (entrada de água do reator). Com esses novos parâmetros todos
os dados do balanço que dependem deles são atualizados, até mesmo os valores
do reciclo, o que altera o valor de entrada novamente, processo que ocorre por n
iterações.
𝑛̇ 𝐻2 𝑂 4 = 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 1 + 𝑛̇ 𝐻2 𝑂 15 3.6-9

Percebeu-se que da segunda para a primeira iteração as diferenças


numéricas nas vazões mássicas alteradas são menores que 0,001 kg/h, sendo
considerado, assim, um erro desprezível. Por fim, têm-se os resultados numéricos
do balanço de massa pós-reciclo representado nas TABELA 11, TABELA 12,
TABELA 13, TABELA 14 abaixo, e a TABELA 15 resumindo o balanço global da
planta.

TABELA 11 - BALANÇO DE MASSA REATOR RE-01 PÓS-RECICLO


ENTRADA SAÍDA
kg/h Corrente 4 Corrente 5
EtOH 11565,27 34,26% 809,57 2,40%
O2 5028,38 14,89% 763,51 2,26%
C2H4O 0,00 0,00% 10000,00 29,62%
H2O 613,75 1,82% 5058,20 14,98%
CO2 0,00 0,00% 576,13 1,71%
N2 16551,75 49,03% 16551,75 49,03%
TOTAL 33759,16 100,00% 33759,16 100,00%
FONTE: Os autores (2021).
40

TABELA 12 - BALANÇO DE MASSA LAVADORA LV-01 PÓS-RECICLO


ENTRADA SAÍDA
kg/h Corrente 5 Corrente 16 Corrente 7 Corrente 6
EtOH 809,57 2,40% 17453,93 97,59% 2581,69 12,61% 15681,82 50,31%
O2 763,51 2,26% 0,00 0,00% 763,51 3,73% 0,00 0,00%
C2H4O 10000,00 29,62% 0,00 0,00% 0,00 0,00% 10000,00 32,08%
H2O 5058,20 14,98% 430,99 2,41% 0,00 0,00% 5489,19 17,61%
CO2 576,13 1,71% 0,00 0,00% 576,13 2,81% 0,00 0,00%
N2 16551,75 49,03% 0,00 0,00% 16551,75 80,85% 0,00 0,00%
TOTAL 33759,16 100,00% 17884,92 100,00% 20473,08 100,00% 31171,01 100,00%
FONTE: Os autores (2021).

TABELA 13 - BALANÇO DE MASSA DESTILADORA DE-01 PÓS RECICLO


ENTRADA SAÍDA
Corrente 8b - Corrente 8a -
kg/h Corrente 6 Corrente 8 Corrente 9
RECICLO TOPO
EtOH 15681,82 50,3% 27,73 0,3% 55,46 0,3% 27,73 0,3% 15654,09 74,07%
C2H4O 10000,0 32,1% 10000,0 99,6% 20000,0 99,6% 10000,0 99,6% 0,00 0,00%
H2O 5489,19 17,6% 9,71 0,1% 19,41 0,10% 9,71 0,10% 5479,48 25,93%
TOTAL 31171,01 100% 10037,4 100% 20074,9 100% 10037,4 100% 21133,57 100%
FONTE: Os autores (2021).

TABELA 14 - BALANÇO DE MASSA DESTILADORA DE-02


ENTRADA SAÍDA
kmol/h Corrente 9 Corrente 17 Corrente 15 Corrente 10 Corrente 11
EtOH 15654,1 74% 15341,0 97,27% 3,344 97,27% 15337,7 97,27% 313,08 5,8%
H2O 5479,5 26% 431,1 2,73% 0,094 2,73% 430,99 2,73% 5048,40 94,2%
TOTAL 21133,6 100% 15772,1 100,00% 3,438 100% 15768,7 100% 5361,48 100%
FONTE: Os autores (2021).

TABELA 15 - BALANÇO DE MASSA GLOBAL DO PROCESSO


ENTRADA SAÍDA
kg/h Corrente 1 Corrente 2 Corrente 8 Corrente 11 Corrente 13
EtOH 11561,93 94,9% 0,00 0% 27,73 0,3% 313,08 5,8% 465,41 3%
O2 0,00 0,00% 5028,38 23% 0,00 0% 0,00 0,00% 763,51 4%
C2H4O 0,00 0,00% 0,00 0% 10000,00 99,6% 0,00 0,00% 0,00 0%
H2O 613,66 5,1% 0,00 0% 9,71 0% 5048,40 94,2% 0,00 0%
CO2 0,00 0,00% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0,00% 576,13 3%
N2 0,00 0,00% 16551,7 77% 0,00 0% 0,00 0,00% 16551,75 90%
12175,59 100% 21580,1 100% 10037,44 100% 5361,48 100% 18356,81 100%
TOTAL
33755,72 kg/h 33755,72 kg/h
FONTE: Os autores (2021).
41

4 EQUAÇÕES PARA CÁLCULOS DE ENTALPIAS

Para que possamos aplicar o balanço de energia, as entalpias das correntes


precisam ser definidas em seus respectivos estados. Para realizar isso, existem
equações que calculam as variações de entalpia – em calores específicos - para os
estados de gás/vapor e de líquido, além de variações de entalpia – em calores
latentes – para vaporização e condensação. Para este projeto, essas serão os
únicos tipos de entalpia envolvidos e para seus cálculos, além do estado da
corrente, definiremos um estado padrão de referência. Esse estado padrão será de
25 ºC e 1 bar, já que assim analisaremos toda energia disponível até que o sistema
entre em equilíbrio com o ambiente, ou seja, a energia realmente com potencial de
utilidade. Em sequência, será trazido os detalhes de tais equações.

4.1 ENTALPIA DE GÁS IDEAL

A variação de entalpia de um gás ideal é dada pela integral da capacidade


calorífica do gás ideal em pressão constante ao longo da faixa de temperatura, como
na Equação 4–1:
𝑇 4–1
∆𝐻 = ∫ 𝐶𝑝 𝑔𝑖 𝑑𝑇
𝑇0

Para determinar a capacidade calorífica do gás ideal em pressão constante,


podemos usar sua forma polinomial, como na Equação 4–2, a qual dependerá da
constante dos gases, da temperatura e de parâmetros 𝑎𝑛 , que variam para cada
composto de acordo com dados experimentais da literatura.
𝐶𝑝 𝑔𝑖 4–2
= 𝑎0 + 𝑎1 𝑇 + 𝑎2 𝑇 2 + 𝑎3 𝑇 3 + 𝑎4 𝑇 4
𝑅

Com isso, basta encontrar a primitiva da função, estabelecendo-se os limites


de integração.

4.2 ENTALPIA RESIDUAL


42

Para situações em que teremos o cálculo de entalpias de gases, utilizamos a


entalpia de gás ideal vista anteriormente, porém, para considerar as não idealidades,
faz-se necessária a soma da entalpia residual como método de correção. Para o
cálculo da entalpia residual, podemos partir da equação de estado de Peng-
Robinson, chegando assim na Equação 4–3:
𝑑𝑎 4–3
𝐻 𝑟𝑒𝑠 (𝑎 − 𝑇 ) 1 + ℎ(1 + √2)
= (𝑧 − 1) − 𝑑𝑇 ln ( )
𝑅𝑇 2√2 𝑏𝑅𝑇 1 + ℎ(1 − √2)

O cálculo dos parâmetros que formulam a entalpia residual depende da


temperatura crítica do composto, sua pressão crítica, seu fator acêntrico, assim
como seu estado de temperatura e de pressão, pela sequência de equações abaixo:
𝑎 = 𝑎𝑐 𝛼 2
(𝑅𝑇𝑐 )2
𝑎𝑐 = 0,45724
𝑃𝑐
1
𝛼 = 1 + 𝑚 (1 − 𝑇𝑟 2 )

𝑇𝑟 = 𝑇/𝑇𝑐
𝑚 = 0,37464 + 1,54226 𝜔 − 0,26992𝜔2
𝑑𝑎 1
𝑇 = −𝑎𝑐 𝑚 𝛼 𝑇𝑟 2
𝑑𝑇
𝑏𝑃
ℎ=
𝑍𝑅𝑇
𝑅𝑇𝑐
𝑏 = 0,0778
𝑃𝑐

O cálculo do fator de compressibilidade tem uma excepcionalidade, uma vez


que é através de uma equação cúbica, como na Equação 4–4. Para este cálculo
será necessário um método iterativo, que no caso foi o método determinístico, até
que o erro simples associado aos passos adjacentes fosse menor que 0,0001%.
𝑍 3 + 𝛿𝑍 2 + 𝛽𝑍 + 𝜆 = 0 4–4

Os parâmetros envolvidos no cálculo dependem dos parâmetros anteriores e


são dados pela sequência de equações abaixo:
𝛿 =𝐵−1
𝛽 = 𝐴 − 2𝐵 − 3𝐵²
43

𝜆 = 𝐴𝐵 + 𝐵 2 + 𝐵³
𝑎𝑃
𝐴=
𝑅²𝑇²
𝑏𝑃
𝐵=
𝑅𝑇

4.3 ENTALPIA DE VAPORIZAÇÃO OU CONDENSAÇÃO

Para os cálculos de calores latentes, será utilizada a Equação de Riedel, a


qual define a entalpia de vaporização na condição de pressão de 1 bar e na
temperatura de ebulição do composto. Para encontrar a entalpia em casos de
condensação, basta atribuir o sinal oposto. Essa Equação 4–5, além da temperatura
de ebulição 𝑇𝑏 , também depende da constante dos gases, da pressão crítica e da
temperatura crítica do composto.
4–5
𝑇𝑏 ln 𝑃𝑐 − 1,013
∆𝐻 = ∆𝐻 𝑣𝑎𝑝 (𝑇𝑏 , 𝑃0 ) = 1,093 𝑅𝑇𝑐 [( ) ]
𝑇𝑐 0,930 − (𝑇𝑏 )
𝑇𝑐

4.4 ENTALPIA DE LÍQUIDOS

Para o cálculo da entalpia de líquidos, basta integrar a capacidade calorífica


do líquido ao longo da faixa de temperatura desejada, como na Equação 4–6. Para a
determinação da capacidade calorífica do líquido, podemos utilizar de dois métodos,
sendo o primeiro o de Rowlinson-Bondi e o segundo o de Rùzicka-Domalski.
𝑇 4–6
∆𝐻 = ∫ 𝐶𝑝 𝐿 𝑑𝑇
𝑇0

No método de Rowlinson-Bondi, a capacidade calorífica do líquido depende


da capacidade calorífica de gás ideal vista anteriormente, da constante dos gases,
da temperatura reduzida e do fator acêntrico do composto, como na Equação 4–7.
1 4–7
0,49 6,3 (1 − 𝑇𝑟 )3 0,4355
𝐶𝑝 𝐿 = 𝐶𝑝 𝑔𝑖 + 𝑅 (1,586 + + 𝑤 (4,2775 + + ))
1 − 𝑇𝑟 𝑇𝑟 (1 − 𝑇𝑟 )
44

O método de Rùzicka-Domalski descrito na Equação 4–8, além da


temperatura, depende da constante dos gases e de três parâmetros, os quais são
cada um o somatório de parâmetros referentes às contribuições da geometria do
composto, descritos na sequência:

𝐿 𝑇 𝑇 2 4–8
𝐶𝑝 = 𝑅 [𝐴 + 𝐵 +𝐷( ) ]
100 100

𝐴 = ∑ 𝑛𝑖 𝑎𝑖
𝑖=1
𝑘

𝐵 = ∑ 𝑛𝑖 𝑏𝑖
𝑖=1
𝑘

𝐷 = ∑ 𝑛𝑖 𝑑𝑖
𝑖=1

O motivo pelo qual se usou dois métodos foi devido ao erro associado. De
acordo com Poling; Prausnitz; O”Connell (2000), a recomendação é utilizar o método
de Rùzicka-Domalski para faixas de temperatura abaixo da temperatura de ebulição
do composto. Considerando que a metodologia de caminho para cálculo de entalpia
neste trabalho utilizará muitas vezes temperaturas abaixo da de ebulição, essa se
torna uma alternativa mais viável. O grande foco ao utilizar este método é para evitar
erros no cálculo da entalpia de líquidos para o etanol, já que para fins de
comparação, este composto apresenta um erro de 114% a 160 K, diminuindo a 40%
para 300 K (POLING; PRAUSNITZ; O’CONNELL, 2000). Este método, porém, não
pode ser aplicado para a água e o acetaldeído, uma vez que a água não é um
composto orgânico e o acetaldeído apresenta muitos erros nos parâmetros
empíricos, de acordo com Rùzicka; Domalski (1993).

4.5 ENTALPIA TOTAL

Com todas as formas de entalpias calculadas para cada composto, a energia


total associada a uma corrente será dada pelo somatório da multiplicação da vazão
molar parcial de cada componente pela entalpia do componente, como na Equação
4–9:
45

𝑘 4–9
𝐸 = ∑ 𝑛𝑖 ∆𝐻𝑖
𝑖=1

4.6 VAPORIZADOR

Para realizar o cálculo do balanço de energia no vaporizador deve ser


considerado um volume de controle estratégico para, em seguida, calcular a
variação de entalpia do processo. Vale ressaltar que as outras formas de variação
de energia do sistema (cinética, potencial, perda de carga e trabalho) são nulas e/ou
desconsideráveis.
Primeiramente se define como entrada as correntes 15 (proveniente do
reciclo) e 1 (alimentação virgem de etanol da planta) e como saída apenas a
corrente pré-3 (corrente 3 antes da mistura de ar). Com isso, calcula-se a entalpia de
cada corrente.
Na corrente 1 a entalpia pode ser considerada 0, pois todos os seus
compostos estão no estado padrão.
Na corrente 15 os componentes (água e etanol) estão na fase líquida em
uma temperatura 𝑇 = 353,15𝐾, então para determinar a entalpia da corrente em
relação ao estado padrão utiliza-se as rotas propostas pela FIGURA 6 abaixo.

FIGURA 6 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 15 E SUAS


VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).


46

Como a única entalpia relevante no processo é a de líquidos utiliza-se a


Equação 4–7 para determiná-la utilizando os devidos parâmetros para cada
componente, demonstrados no QUADRO 2 abaixo.

QUADRO 2 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI NA CORRENTE 15

T (K) To (K) Tc (K) 𝝎 a0 a1 a2 a3 a4


6,28E- 5,55E- -7,02E- 2,69E-
𝐸𝑡𝑂𝐻 353,15 298,15 513,92 0,649 4,396
04 05 08 11
-4,19E- 1,41E- -1,56E- 6,32E-
𝐻2 𝑂 353,15 298,15 647,14 0,344 4,395
03 05 08 12
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

Para resolver a Equação 4–7 com os devidos parâmetros separa-se a


integral dessa equação em duas integrais e assim resolver a primeira (integral do Cp
de gás ideal) de maneira analítica e a segunda por um método computacional de
soma de Riemann explicitado no Erro! Fonte de referência não encontrada.. Por
fim para determinar a entalpia da corrente aplicamos as entalpias de água e etanol
na Equação 4–9 tendo assim os resultados conforme a TABELA 16 abaixo:

TABELA 16 - ENTALPIAS DA CORRENTE 15

H gás ideal H residual gás H líquido H vaporização H total


kmol/h
(kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/s)
𝐸𝑡𝑂𝐻 0,07 0,00 0,00 8911,77 0,00 0,17998
𝐻2 𝑂 0,01 0,00 0,00 5408,84 0,00 0,00784
∆𝐻̇15 0,18782
FONTE: Os Autores (2021).

É importante observar que devido a faixa operacional de temperatura, a


Equação 4–7 pode trazer alto erro agregado ao cálculo de entalpia de líquido do
etanol. Tendo isso vista é interessante utilizar o método de Rùzicka-Domalski
descrito pela Equação 4–8 para calculá-la (POLING; PRAUSNITZ; O’CONNELL,
2000). Para utilizar esse método com o etanol aplica-se os parâmetros fornecidos
pelo QUADRO 3. Por fim, tem-se como resultado da corrente temos a TABELA
17TABELA 17, as duas representadas respectivamente abaixo.
47

QUADRO 3 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RÙZICKA-DOMALSKI NA CORRENTE 15 PARA O


ETANOL

T (K) To (K) A B D
𝐸𝑡𝑂𝐻 353,15 298,15 18,26 -4,51E-02 8,499E-05
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

TABELA 17 - ENTALPIAS DA CORRENTE 15 COM O MÉTODO DE RÙZICKA-DOMALSKI

H gás ideal H residual H líquido H vaporização H total


kmol/h
(kJ/kmol) gás (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/s)
𝐸𝑡𝑂𝐻 0,07 0,00 0,00 7107,46 0,00 0,14765
𝐻2 𝑂 0,01 0,00 0,00 5408,84 0,00 0,00784

∆𝐻̇15 0,15549
FONTE: Os Autores (2021).

Para o calcular as entalpias da corrente pré-3 (p3) é necessário determinar a


sua temperatura, para isso utiliza-se como princípio de que os vapores formados no
vaporizador estão na sua temperatura de saturação. Assim podemos utilizar a lei de
Dalton que afirma que a pressão parcial de um gás e fornecida pela fração molar
dele. Para o etanol temos a Equação 4–10 abaixo demonstrando essa relação.
0
𝑃𝐸𝑡𝑂𝐻 𝑝3
= 𝑦𝐸𝑡𝑂𝐻 15 𝑃𝑎𝑏𝑠 15 4–10

Em seguida utiliza-se a equação de Wagner para os parâmetros do etanol e


considera sua pressão de vapor como a pressão parcial já determinada pela
Equação 4–10 e assim pode-se escrever a Equação Erro! Fonte de referência não
encontrada. abaixo utilizando os termos representados no QUADRO 4.
0
𝑃𝐸𝑡𝑂𝐻 𝑝3 𝑎𝜏 + 𝑏𝜏 1,5 + 𝑐𝜏 2,5 + 𝑑𝜏 5 4–11
ln =
𝑃𝑐 𝑇𝑟

𝑇𝑝3
Onde 𝑇𝑟 = e 𝜏 = 1 − 𝑇𝑟
𝑇𝑐

QUADRO 4 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE WAGNER PARA O ETANOL

a b c d Tc Pc 𝑷𝟎𝑬𝒕𝑶𝑯 𝒑𝟑 (bar)
-8,68587 1,17831 -4,8762 1,5880 391,02 61,48 4,4029
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).
48

Por fim utiliza-se o método de Newton-Raphson (considerando a Equação


4–11 como uma função de 𝑇𝑝3 através da Equação 4–12), representado pela
Equação 4–13 a seguir, para determinar 𝑇𝑝3 e realizando o cálculo interativo até o
seu erro associado ser menor que 0,01.
0
𝑎𝜏 + 𝑏𝜏 1,5 + 𝑐𝜏 2,5 + 𝑑𝜏 5 𝑃𝐸𝑡𝑂𝐻 𝑝3 4–12
𝐹(𝑇𝑝3 ) = − ln
𝑇𝑟 𝑃𝑐

𝐹 (𝑇𝑝3 𝑛−1 ) 4–13


𝑇𝑝3 = 𝑇𝑝3 +
𝑛 𝑛−1
𝐹 ′ (𝑇𝑝3 𝑛−1 )

Onde o erro é calculado da seguinte forma:

𝐹 (𝑇𝑝3 )
𝑛−1
𝑒𝑟𝑟𝑜 =
𝐹 ′ (𝑇𝑝3 )
𝑛−1

Assim determina-se que a temperatura da corrente p3 é de 391,02K (117,87


°C) tendo isso em vista pode-se, finalmente, determinar as rotas de cálculo das
entalpias para os componentes demonstrada pela FIGURA 7 abaixo:

FIGURA 7 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE P3 E SUAS


VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).

Com as rotas determinadas, pode-se, primeiramente, calcular a entalpia de


líquidos da mesma maneira que foi calculada na corrente 15, e assim temos os
49

termos para a Equação 4–7 na corrente p3 os termos dados pelo QUADRO 5


abaixo:

QUADRO 5 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI NA CORRENTE P3

Tb (K) To (K) Tc (K) 𝝎 a0 a1 a2 a3 a4


𝐸𝑡𝑂𝐻 351,8 298,15 513,92 0,649 4,396 6,28E-04 5,55E-05 -7,02E-08 2,69E-11
𝐻2 𝑂 373,15 298,15 647,14 0,344 4,395 -4,19E-03 1,41E-05 -1,56E-08 6,32E-12
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

Seguindo ainda a rota de cálculo, realiza-se a partir da Equação de Riedel


(Equação 4–5) o cálculo da entalpia de vaporização, tanto para água quanto para o
etanol, uma vez que nessa corrente ambos se encontram no estado vapor. Para
essa equação tem-se os termos representados pelo QUADRO 6.

QUADRO 6 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RIEDEL PARA A CORRENTE P3

Tb (K) Tc (K) Pc (bar)


𝐸𝑡𝑂𝐻 351,80 513,92 61,48
𝐻2 𝑂 373,15 647,14 220,64
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

Uma vez calculada a entalpia da fase líquida e a entalpia de mudança de


fase dos componentes da corrente, é necessário realizar o cálculo da entalpia da
fase gasosa proveniente do aquecimento da temperatura de ebulição até a
temperatura da corrente. Para isso utiliza-se, inicialmente a equação de entalpia de
gás ideal (Equação 4–1) tendo os termos aplicáveis na equação de acordo com o
QUADRO 7.

QUADRO 7 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE GÁS IDEAL DA CORRENTE P3

Tb (K) To (K) a0 a1 a2 a3 a4
𝐸𝑡𝑂𝐻 391,02 351,8 4,396 6,28E-04 5,55E-05 -7,02E-08 2,69E-11
𝐻2 𝑂 391,02 373,15 4,395 -4,186E-03 1,405E-05 -1,564E-08 6,320E-12
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).
50

Finalmente o valor da entalpia de gás ideal deve ser corrigido pela equação
de Peng-Robinson (Equação 4–3) calculado a entalpia residual do etanol e da água,
utilizando os parâmetros apresentados pelo QUADRO 8 a seguir:

QUADRO 8 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE PENG-ROBINSON PARA A CORRENTE P3

𝝎 Tc (K) Pc (bar) T (K) P (bar)


𝐸𝑡𝑂𝐻 0,649 513,92 61,48 391,02 5
𝐻2 𝑂 0,344 647,14 220,64 391,02 5
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

Após todos os cálculos já descritos pode-se resumir a entalpia da corrente


p3 de acordo com a TABELA 18, representada abaixo

TABELA 18 - ENTALPIAS DA CORRENTE P3

H gás ideal H residual gás H líquido H vaporização H total


kmol/h
(kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/s)
𝐸𝑡𝑂𝐻 251,42 2997,40 -865,35 8721,97 40451,51 3583,11
𝐻2 𝑂 34,10 610,52 -340,39 7328,43 42064,2 470,38

∆𝐻̇𝑝3 4053,49
FONTE: Os Autores (2021).

É válido utilizar o cálculo da entalpia de líquido do etanol utilizando a


equação de Rùzicka-Domalski (Equação 4–8) pelos motivos já citados na corrente
15. Sendo assim, temos a correção da entalpia da corrente dada pela TABELA 19
que se segue.

TABELA 19 - ENTALPIAS DA CORRENTE P3 COM O MÉTODO DE RÙZICKA-DOMALSKI

H gás ideal H residual gás H líquido H vaporização H total


kmol/h
(kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/s)
𝐸𝑡𝑂𝐻 251,42 2997,40 -865,35 7107,46 40451,51 3470,35
𝐻2 𝑂 34,10 610,52 -340,39 7328,43 42064,2 470,38

∆𝐻̇𝑝3 3940,73
FONTE: Os Autores (2021).
51

Para calcular a carga térmica do equipamento utiliza-se a equação geral do


balanço de energia (Equação 4–9), que para o vaporizador pode ser descrita pela
Equação 4–14 demostrada abaixo:
𝑄̇𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑟 = ∆𝐻̇𝑝3 − ∆𝐻̇1 − ∆𝐻̇15 4–14

𝑄̇𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑟 = + 3940,58 𝑘𝐽/𝑠


4.7 REATOR

Para realizar o cálculo do balanço de energia do reator, primeiramente será


calculado a entalpia das correntes 4 e 5, respectivamente entrada e saída do volume
de controle. Ambas se encontram em temperaturas elevadas, assim possuindo
todos os componentes (etanol, água, oxigênio e nitrogênio para a corrente 4; etanol,
água, oxigênio, nitrogênio, acetaldeído e gás carbônico para a corrente 5) na fase
gasosa. Dessa maneira, a metodologia para o cálculo da entalpia das correntes será
a mesma, com a diferença apenas nas temperaturas das correntes (𝑇 = 513,15𝐾
para a corrente 4 e 𝑇 = 533,15𝐾 para a corrente 5), já que a pressão das correntes
não interfere nos cálculos.
Tendo 𝑇 = 298,15𝐾 e 𝑃 = 1 𝑏𝑎𝑟 como estado de referência, o etanol e a
água se encontram no estado líquido, enquanto o restante dos compostos está no
estado gasoso. Assim, para os componentes líquidos primeiro é realizado o cálculo
da variação de entalpia até a temperatura de ebulição utilizando a equação de
Rowlinson-Bondi que deve também ser somado com a variação de entalpia
necessária para a mudança de fase pela equação de Riedel. O restante do caminho
é comum a todos os componentes, em que é calculado a variação entálpica contida
no aumento da temperatura até a da corrente e a corrigir para um gás real utilizando
a equação da entalpia residual de Peng-Robinson. Os parâmetros necessários para
os cálculos foram retirados de Poling; Prausnitz; O’Connell (2000) e Yaws (2003).
Abaixo, na FIGURA 8 e na FIGURA 9 está ilustrada a metodologia utilizada para os
cálculos dos componentes líquidos e gasosos, respectivamente, para a corrente 4.
Analogamente, a FIGURA 10 e a FIGURA 11 expressam os caminhos para a
determinação da entalpia na corrente 5.
52

FIGURA 8 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES LÍQUIDOS DA CORRENTE 4 E


SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 9 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES GASOSOS DA CORRENTE 4 E


SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).


53

FIGURA 10 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES LÍQUIDOS DA CORRENTE 5 E


SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 11 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES GASOSOS DA CORRENTE 5 E


SUAS VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).

O valor das variações de entalpia calculadas para cada componente das


correntes 4 e 5, assim como a entalpia total dessas correntes estão representados
na TABELA 20 e na TABELA 21 a seguir.
54

TABELA 20 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 4


H residual
H gás ideal H líquido H vaporização H total
Estado kmol/h gás
(kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/s)
(kJ/kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 251,42 13799,67 -462,81 8721,97 40451,51 4365,63563
𝑂2 Gás 157,14 6500,36 -13,03 0,00 0,00 283,1662808
𝐻2 𝑂 Vapor 13,09 4869,07 -204,41 7328,43 42064,20 512,0037068
𝑁2 Gás 591,13 5982,19 -6,73 0,00 0,00 981,1936993
̇ 4
∆𝐻 6141,9993
FONTE: Os Autores (2021).

TABELA 21 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 5

H residual
H gás ideal H líquido H vaporização H total
Estado kmol/h gás
(kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/kmol) (kJ/s)
(kJ/kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 17,60 15771,38 -314,94 7107,46 40451,51 315,95648
𝐶2 𝐻4 𝑂 Vapor 227,27 15837,64 -224,76 0,00 0,00 985,66160
𝐻2 𝑂 Vapor 281,01 5581,53 -141,66 7328,43 42064,20 4280,1489
𝑂2 Gás 23,86 7126,59 -8,59 0,00 0,00 47,17586
𝐶𝑂2 Gás 13,09 9792,25 -48,93 0,00 0,00 35,438349
𝑁2 Gás 591,13 6546,29 -4,01 0,00 0,00 1074,2671
̇ 5
∆𝐻 6738,6482
FONTE: Os Autores (2021).

Como já comentado anteriormente, o erro associado ao método de


Rowlinson-Bondi apresenta um valor considerável nos cálculos da variação de
entalpia do etanol. Portanto, o método de Rùzicka-Domalski descrito pela Equação
4–8 será utilizado para esse volume de controle. Os valores encontrados estão
dispostos na TABELA 22 e TABELA 23 abaixo:

TABELA 22 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 4 COM O MÉTODO DE


RÙZICKA-DOMALSKI
H residual
H gás ideal H líquido H vaporização H total
Estado kmol/h gás
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol) (kJ/Kmol) (kJ/s)
(kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 251,42 13799,67 -462,81 8721,97 40451,51 4252,8807
𝑂2 Gás 157,14 6500,36 -13,03 0,00 0,00 283,16628
𝐻2 𝑂 Vapor 13,09 4869,07 -204,41 7328,43 42064,20 512,00371
𝑁2 Gás 591,13 5982,19 -6,73 0,00 0,00 981,193699
̇ 4
∆𝐻 6029,244394
FONTE: Os Autores (2021).
55

TABELA 23 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 5 COM O MÉTODO DE


RÙZICKA-DOMALSKI
H residual
H gás ideal H líquido H vaporização H total
Estado kmol/h gás
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol) (kJ/Kmol) (kJ/s)
(kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 17,60 15771,38 -314,94 7107,46 40451,51 308,06363
𝐶2 𝐻4 𝑂 Vapor 227,27 15837,64 -224,76 0,00 0,00 985,66160
𝐻2 𝑂 Vapor 281,01 5581,53 -141,66 7328,43 42064,20 4280,1489
𝑂2 Gás 23,86 7126,59 -8,59 0,00 0,00 47,17586
𝐶𝑂2 Gás 13,09 9792,25 -48,93 0,00 0,00 35,438349
𝑁2 Gás 591,13 6546,29 -4,01 0,00 0,00 1074,2671
̇ 5
∆𝐻 6730,7554
FONTE: Os Autores (2021).

Para finalizar o balanço de energia do equipamento e determinar a carga


térmica ainda é preciso calcular a variação de entalpia devido às reações de
formação do acetaldeído e de combustão do etanol que ocorrem no reator.
1
𝐶2 𝐻5 𝑂𝐻 + 𝑂2 → 𝐶2 𝐻4 𝑂 + 𝐻2 𝑂 (𝑅𝑒𝑎çã𝑜 1)
2
𝐶2 𝐻5 𝑂𝐻 + 3 𝑂2 → 2 𝐶𝑂2 + 3 𝐻2 𝑂 (𝑅𝑒𝑎çã𝑜 2)

Usando a estequiometria das reações e os valores consultados em Poling;


Prausnitz; O’Connell (2000) para as entalpias de formação dos componentes,
encontra-se a entalpia de reação molar explicitada na TABELA 24 a seguir.

TABELA 24 - ENTALPIAS DE FORMAÇÃO E COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS DOS


COMPOSTOS ENVOLVIDOS NAS REAÇÕES

Entalpia de formação
Estequiometria reação 1 Estequiometria reação 2
(kJ/kmol)

𝐸𝑡𝑂𝐻 -234800,00 -1 -1
𝑂2 0,00 -1/2 -3
𝐶2 𝐻4 𝑂 -166200,00 1 0
𝐻2 𝑂 -241800,00 1 3
𝐶𝑂2 -393500,00 0 2
𝑁2 0,00 0 0
∆𝐻𝑟 (kJ/kmol EtOH) -173200,00 -1277600
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

A determinação da quantidade de etanol que é consumido por cada reação


foi feita nos cálculos de balanço de massa, pelos dados fornecidos de conversão e
56

seletividade. Assim, a variação de entalpia devido às reações químicas será a soma


das entalpias de reação multiplicada pelo grau de avanço equivalente, como
demonstra a equação abaixo.
∆𝐻̇𝑟 = ∆𝐻̇𝑟1 × 𝜉𝑟1̇ + ∆𝐻̇𝑟2 × 𝜉𝑟2̇ = −13257,58 𝑘𝐽/𝑠

Por fim, a carga térmica nesse volume de controle será descrita pela
seguinte equação:
𝑄̇𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟 = ∆𝐻̇5 − ∆𝐻̇4 + ∆𝐻̇𝑟 = −12556,27 𝑘𝐽/𝑠

4.8 VASO DE SEPARAÇÃO

A corrente 7 (temperatura de 45°C e pressão absoluta de 2,8 bar) é a


corrente de entrada do vaso de separação, sendo composta por etanol, oxigênio,
nitrogênio e gás carbônico.
Nas condições de temperatura e pressão registradas nessa corrente, o
etanol se encontra no estado físico de vapor, e os demais componentes no estado
físico de gás.
Para o cálculo da entalpia do etanol presente na corrente 7, apesar de esse
já ser encontrado como vapor na temperatura da corrente, precisa-se considerar a
variação de entalpia do etanol líquido entre a temperatura de referência (de 25°C) e
a temperatura de ebulição do etanol, já que na temperatura de referência o etanol
ainda se encontra em estado líquido. Além disso, precisa-se adicionar ao cálculo a
variação de entalpia envolvida no processo de mudança de fase líquido-gás, ou seja,
a entalpia de vaporização do etanol. Por fim, de modo a obter a entalpia total do
etanol na corrente, deve ser adicionada a variação de entalpia do gás ideal
(complementada pela entalpia residual) da temperatura de ebulição do etanol até a
temperatura da corrente (de 45°C). O aumento de pressão entre a de referência (1
bar) e a da corrente (2,8 bar) não influencia nesses cálculos de variação de entalpia.
O raciocínio envolvido no cálculo da entalpia do etanol na corrente 7 é
representado também no esquema contido na FIGURA 12 abaixo.
57

FIGURA 12 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 7 E SUAS


VARIAÇÕES DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).

O cálculo da variação de entalpia envolvida no aumento de temperatura do


etanol líquido de 25°C (298,15 K) até a sua temperatura de ebulição de 351,80 K é
determinado pela Equação 4–6 (POLING; PRAUSNITZ; O’CONNELL, 2000). A
definição do Cp, nesse caso, pode ser realizada por meio da Equação 4–7 (de
Rowlison-Bondi) ou da Equação 4–8 (de Rùzicka-Domalski), sendo a influência
dessas equações no erro envolvido no cálculo discutida após a apresentação dos
resultados. Os parâmetros utilizados para o cálculo da Equação 4–7 e da Equação
4–8, nesse caso, são evidenciados pelo QUADRO 9 e pelo QUADRO 10
respectivamente.

QUADRO 9 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI NA CORRENTE 7 PARA O


ETANOL
T (K) To (K) Tc (K) W R (SI)
351,8 298,15 513,92 0,649 8,3144621
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

QUADRO 10 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RÙZICKA-DOMALSKI NA CORRENTE 7 PARA O


ETANOL

T (K) To (K) R (SI) A B D


351,8 298,15 8,314462 18,26 -9,02 2,55
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

Para o cálculo da entalpia de vaporização do etanol é utilizada a Equação 4–


5 (Equação de Riedel), utilizando-se os parâmetros contidos no QUADRO 11.
58

QUADRO 11 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RIEDEL NA CORRENTE 7 PARA O ETANOL

Tb (K) Tc (K) Pc (bar) R (SI)


351,80 513,92 61,48 8,314462
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

Já para a determinação da variação de entalpia envolvida na diferença entre


a temperatura de ebulição do etanol e a temperatura da corrente, deve ser utilizado
o cálculo da variação de entalpia do gás ideal (Equação 4–1), cujo Cp é determinado
pela Equação 4–2, somado da correção representada pelo cálculo da entalpia
residual do gás, realizado pela Equação 4–3, os parâmetros envolvidos no cálculo
da variação de entalpia do gás ideal e da entalpia residual do etanol são
evidenciados no QUADRO 12 e no QUADRO 13, respectivamente. No caso da
equação de Peng Robinson, a determinação do parâmetro Z foi realizada por meio
de cálculo iterativo até que o erro encontrado fosse menor que 0,001%.

QUADRO 12 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA DE GÁS IDEAL PARA O ETANOL NA


CORRENTE 7
T (K) To (K) R (SI) a0 a1 a2 a3 a4
318,15 351,8 8,3144621 4,396 6,28E-04 5,546E-05 -7,024E-08 2,685E-11
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

QUADRO 13 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA RESIDUAL DE PENG-ROBINSON


PARA O ETANOL NA CORRENTE 7
Z ac m 𝛼 T(da/dT) h
0,911486 135790,6 1,261876 1,269023 -171090 0,006279
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

Como os demais componentes já se encontram no estado gasoso na


temperatura e pressão de referência (25°C e 1 bar), o cálculo da variação de
entalpia deles depende somente da entalpia do gás ideal envolvida na mudança de
temperatura (da de referência até a da corrente) e de sua correção representada
pela entalpia residual do gás. Novamente, o aumento da pressão não interfere nos
cálculos de entalpia envolvidos no sistema.
O raciocínio envolvido no cálculo da entalpia dos gases presentes na
corrente 7 é representado também no esquema contido na FIGURA 13 abaixo.
59

FIGURA 13 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS GASES DA CORRENTE 7 E SUAS VARIAÇÕES


DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).

A equação utilizada para o cálculo da variação da entalpia do gás ideal para


cada componente permanece como a Equação 4–1, cujo Cp é determinado pela
Equação 4–2. Já a entalpia residual dos gases é calculada pela Equação 4–3. Os
parâmetros utilizados para o cálculo da entalpia de gás ideal e da entalpia residual
de Peng-Robinson para cada gás incondensável são apresentados no QUADRO 14
e no QUADRO 15, respectivamente. Novamente para a equação de Peng Robinson,
a determinação do parâmetro Z foi realizada por meio de cálculo iterativo até que o
erro encontrado fosse menor que 0,001%.

QUADRO 14 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA DE GÁS IDEAL PARA OS GASES DA


CORRENTE 7
T (K) To (K) R (SI) a0 a1 a2 a3 a4
𝑂2 318,15 298,15 8,3144621 3,630 -1,794E-03 6,580E-06 -6,01E-09 1,79E-12
𝐶𝑂2 318,15 298,15 8,3144621 3,259 1,356E-03 1,502E-05 -2,374E-08 1,056E-11
𝑁2 318,15 298,15 8,3144621 3,359 -2,61E-04 7,000E-08 1,570E-09 -9,90E-13
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

QUADRO 15 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA RESIDUAL DE PENG-ROBINSON


PARA OS GASES DA CORRENTE 7
Z ac m 𝜶 T(da/dT) h
𝑂2 0,998062 14977,18 0,408439 0,822481 -7218,1 0,002103
𝐶𝑂2 0,987264 39646 0,707984 0,983853 -28245,3 0,00286
𝑁2 0,999091 14815,21 0,431334 0,746477 -7573,98 0,002545
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).
60

A entalpia total da corrente 7 consiste no somatório das entalpias de cada


componente presente na corrente, de acordo com a Equação 4–9.
Os valores obtidos para o as variações de entalpia de cada componente,
assim como a total obtida na corrente 7 são representados na TABELA 25 e na
TABELA 26
H líquido
H gás ideal H residual H vaporização H Total
Estado kmol/h Rowlison-Bondi
(kJ/Kmol) gás (kJ/Kmol) (kJ/Kmol) RB (kJ/s)
(kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 56,12 -2385,88 -683,99 8719,21 40451,51 718,707
𝑂2 Gás 23,86 589,05 -23,49 0,00 0,00 3,748387
𝐶𝑂2 Gás 13,09 748,91 -104,91 0,00 0,00 2,342322
𝑁2 Gás 591,13 552,46 -19,13 0,00 0,00 87,57403
̇ 7
∆𝐻 812,3718
abaixo.

TABELA 25 - ENTALPIAS DA CORRENTE 7 COM O MÉTODO DE RÙZICKA-DOMALSKI


H residual H líquido Rùzicka-
H gás ideal H vaporização H Total Dm
Estado kmol/h gás Domalski
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol) (kJ/s)
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 56,12 -2385,88 -683,99 7107,46 40451,51 693,5801
𝑂2 Gás 23,86 589,05 -23,49 0,00 0,00 3,748387
𝐶𝑂2 Gás 13,09 748,91 -104,91 0,00 0,00 2,342322
𝑁2 Gás 591,13 552,46 -19,13 0,00 0,00 87,57403
̇ 7
∆𝐻 787,2448
FONTE: Os Autores (2021).

Destaca-se que a escolha de utilização da equação de Rowlison-Bondi ou


de Rùzicka-Domalski, para o cálculo do Cp do etanol líquido, influencia
significativamente os resultados obtidos para a variação de entalpia total da corrente
7. Os resultados contidos na TABELA 25 e na
H líquido
H gás ideal H residual H vaporização H Total
Estado kmol/h Rowlison-Bondi
(kJ/Kmol) gás (kJ/Kmol) (kJ/Kmol) RB (kJ/s)
(kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 56,12 -2385,88 -683,99 8719,21 40451,51 718,707
𝑂2 Gás 23,86 589,05 -23,49 0,00 0,00 3,748387
𝐶𝑂2 Gás 13,09 748,91 -104,91 0,00 0,00 2,342322
𝑁2 Gás 591,13 552,46 -19,13 0,00 0,00 87,57403
̇ 7
∆𝐻 812,3718
6 demonstram que ocorre uma diferença de 90457,02 kJ/h na entalpia total
da corrente de acordo com a equação utilizada. Como o erro intrínseco ao método
de Rùzicka-Domalski é menor para essa faixa de temperatura, nos cálculos
61

subsequentes foram considerados os resultados obtidos na corrente 7 de acordo


com essa equação (ou seja, os apresentados na TABELA 25).

TABELA 26 - ENTALPIAS DA CORRENTE 7 EMPREGANDO A EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI


H líquido
H gás ideal H residual H vaporização H Total
Estado kmol/h Rowlison-Bondi
(kJ/Kmol) gás (kJ/Kmol) (kJ/Kmol) RB (kJ/s)
(kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 56,12 -2385,88 -683,99 8719,21 40451,51 718,707
𝑂2 Gás 23,86 589,05 -23,49 0,00 0,00 3,748387
𝐶𝑂2 Gás 13,09 748,91 -104,91 0,00 0,00 2,342322
𝑁2 Gás 591,13 552,46 -19,13 0,00 0,00 87,57403
̇ 7
∆𝐻 812,3718
FONTE: Os Autores (2021).

A corrente 12 é a corrente que retorna etanol do vaso de separação para o


processo, ou seja, é composta somente de etanol a 5°C e 1,4 bar. Nas condições de
temperatura e pressão registradas nessa corrente, o etanol é encontrado como
líquido.
O cálculo da variação de entalpia do etanol na corrente 12 é necessário por
conta da variação entre a temperatura de referência do etanol (25°C) e a
temperatura da corrente (5°C). Sendo assim, é necessário que a variação de
entalpia do líquido envolvida nessa redução de temperatura seja calculada. O
aumento de pressão entre a de referência (1 bar) e a da corrente (1,4 bar), no
entanto, não influencia nesses cálculos de variação de entalpia.
O raciocínio envolvido no cálculo da entalpia dos gases presentes na
corrente 7 é representado também no esquema contido na FIGURA 14 abaixo.

FIGURA 14 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS GASES DA CORRENTE 12 E SUAS VARIAÇÕES


DE ENTALPIA ASSOCIADAS
62

FONTE: Os Autores (2021).

Como já analisado para o caso do etanol líquido presente na corrente 7,


esse cálculo de variação de entalpia entre as temperaturas de 25°C e 5°C ocorre de
acordo com a Equação 4–1, sendo o Cp do líquido utilizado na Equação 4–2
determinado ou pela Equação 4–7 (de Rowlison-Bondi) ou pela Equação 4–8 (de
Rùzicka-Domalski), os parâmetros utilizados para a realização desses cálculos, no
caso do etanol presente na corrente 12, são os retratados no QUADRO 16 e no
QUADRO 17, respectivamente.

QUADRO 16 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI PARA O ETANOL DA


CORRENTE 12

T (K) To (K) Tc (K) 𝝎 R (SI)


278,15 298,15 513,92 0,649 8,3144621
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

QUADRO 17 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RÙZICKA-DOMALSKI PARA O ETANOL DA


CORRENTE 12
T (K) To (K) R (SI) A B D
278,15 298,15 8,3144621 18,26 -9,02 2,55
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

A entalpia total da corrente 12 consiste no somatório das entalpias de cada


componente presente na corrente, de acordo com a Equação 4–9.
O valor obtido para a variação de entalpia do etanol na corrente 12, sendo
esse também o valor total de variação de entalpia da corrente é representado pela
TABELA 27 e pela TABELA 28 abaixo.

TABELA 27 - ENTALPIA DO ETANOL NA CORRENTE 12 COM O MÉTODO DE RÙZICKA-


DOMALSKI
H líquido
H gás H residual H
Rowlison- Total RB
Estado kmol/h ideal gás vaporização
Bondi (kJ/s)
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol) (kJ/Kmol)
(kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Líquido 46,01 0,00 0,00 -2235,86 0,00 -28,573
̇ 12
∆𝐻 -28,573
FONTE: Os Autores (2021).
63

TABELA 28 - ENTALPIA DO ETANOL NA CORRENTE 12 COM A EQUAÇÃO DE ROWLINSON-


BONDI
H
H gás H líquido
residual H vaporização Total RB
Estado kmol/h ideal Rowlison-Bondi
gás (kJ/Kmol) (kJ/s)
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol)
(kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Líquido 46,01 0,00 0,00 -3189,37 0,00 -40,7583
̇ 12
∆𝐻 -40,7583
FONTE: Os Autores (2021).

Novamente é perceptível, na determinação da entalpia dessa corrente, a


influência que a escolha entre a utilização da equação de Rowlison-Bondi ou de
Rùzicka-Domalski exerce no resultado obtido. Nesse caso, a diferença entre as
entalpias determinadas de acordo com cada equação foi de 43866,97 kJ/h. Assim
como no caso da corrente 7, o erro representado pela equação de Rùzicka-Domalski
foi menor na corrente 12, fazendo com que os resultados obtidos com essa equação
sejam os selecionados para os cálculos subsequentes do balanço de energia do
vaso de separação.
A corrente 14 é a que permite a saída dos gases incondensáveis do sistema,
sendo composta por etanol, oxigênio, nitrogênio e gás carbônico a 30°C de
temperatura e 1,4 bar de pressão absoluta. Nessas condições de temperatura e
pressão, o etanol se encontra no estado de vapor e os demais componentes da
corrente no estado gasoso.
Como nas condições da corrente o etanol se encontra como vapor, e na
temperatura de referência para o cálculo das entalpias (25°C) o componente é um
líquido, devem ser calculadas todas as variações de entalpia envolvidas nos fluxos
de temperatura e na mudança de fase presente entre um estado e outro. Sendo
assim, primeiramente é calculada a variação de entalpia no aumento da temperatura
do etanol líquido entre a referência (25°C ou 298,15K) e a sua temperatura de
ebulição (351,80 K). Posteriormente, é determinada a variação de entalpia envolvida
na mudança de fase líquido-vapor, ou seja, a entalpia de vaporização do etanol.
Finalmente, é calculada a variação de entalpia contida na redução da temperatura
do etanol gasoso, entre sua temperatura de ebulição (351,80 K) e a temperatura da
corrente (30°C ou 303,15 K). Nessa última etapa, como se trata de um componente
gasoso, devem ser determinadas a entalpia do gás ideal nas mesmas condições,
corrigida pela adição da entalpia residual do etanol. A variação de pressão entre a
64

referência de 1 bar e a pressão da corrente de 1,4 bar não influencia nesses


cálculos de variação de entalpia.
O raciocínio envolvido no cálculo da entalpia do etanol presente na corrente
14 é representado também no esquema contido na FIGURA 15 abaixo.

FIGURA 15 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DO ETANOL DA CORRENTE 14 E SUAS VARIAÇÕES


DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).

Para a determinação da variação de entalpia presente no aumento da


temperatura do etanol líquido, utiliza-se novamente a Equação 4–1, sendo o Cp do
líquido nela utilizado determinado ou pela Equação 4–7 (de Rowlison-Bondi) ou pela
Equação 4–8 (de Rùzicka-Domalski). Os parâmetros envolvidos nos os cálculos das
duas equações em questão são apresentados no QUADRO 18 e no QUADRO 19,
respectivamente.

QUADRO 18 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE ROWLINSON-BONDI PARA O ETANOL DA


CORRENTE 14
T (K) To (K) Tc (K) 𝝎 R (SI)
278,15 298,15 513,92 0,649 8,3144621
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).
65

QUADRO 19 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RÙZICKA-DOMALSKI PARA O ETANOL DA


CORRENTE 14
T (K) To (K) R (SI) A B D
351,8 298,15 8,314462 18,26 -9,02 2,55
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

A entalpia de vaporização do etanol é determinada, por sua vez, pela


Equação 4–5 (Equação de Riedel), utilizando-se os parâmetros contidos no
QUADRO 20 a seguir.

QUADRO 20 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE RIEDEL PARA O ETANOL DA CORRENTE 14


Tb (K) Tc (K) Pc (bar) R (SI)
351,8 513,92 61,48 8,314462
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

Por fim, a entalpia do gás ideal presente na diminuição de temperatura (de


351,80 K para 303,15 K) é determinada pela Equação 4–1, cujo Cp é encontrado
pela Equação 4–2. Já a entalpia residual do etanol é calculada pela Equação 4–3.
Os parâmetros utilizados para o cálculo da entalpia de gás ideal e da entalpia
residual de Peng-Robinson para o etanol presente na corrente 14 são apresentados
no QUADRO 21 e no QUADRO 22, respectivamente. Novamente para a equação de
Peng Robinson, a determinação do parâmetro Z foi realizada por meio de cálculo
iterativo até que o erro encontrado fosse menor que 0,001%.

QUADRO 21 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA DE GÁS IDEAL PARA O ETANOL NA


CORRENTE 14
T (K) To (K) R (SI) a0 a1 a2 a3 a4
303,15 351,8 8,3144621 4,396 6,28E-04 5,546E-05 -7,024E-08 2,685E-11
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

QUADRO 22 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA RESIDUAL DE PENG-ROBINSON


Z ac m 𝜶 T(da/dT) h
0,965388 135790,6 1,261876 1,292711 -170125 0,002222
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).
66

Como os demais componentes já se encontram no estado gasoso na


temperatura e pressão de referência (25°C e 1 bar), o cálculo da variação de
entalpia deles depende somente da entalpia do gás ideal envolvida na mudança de
temperatura (da de referência até a da corrente) e de sua correção representada
pela entalpia residual do gás. Novamente, o aumento da pressão não interfere nos
cálculos de entalpia envolvidos no sistema.
O raciocínio envolvido no cálculo da entalpia dos gases presentes na
corrente 14 é representado também no esquema contido na FIGURA 16 abaixo.

FIGURA 16 - CAMINHOS DAS ENTALPIAS DOS GASES DA CORRENTE 14 E SUAS VARIAÇÕES


DE ENTALPIA ASSOCIADAS

FONTE: Os Autores (2021).

A equação utilizada para o cálculo da variação da entalpia do gás ideal para


cada componente permanece como a Equação 4–1, cujo Cp é determinado pela
Equação 4–2. Já a entalpia residual dos gases é calculada pela Equação 4–3. Os
parâmetros utilizados para o cálculo da entalpia de gás ideal e da entalpia residual
para cada gás incondensável são apresentados no QUADRO 23 e no QUADRO 24,
respectivamente. Novamente para a equação de Peng Robinson, a determinação do
parâmetro Z foi realizada por meio de cálculo iterativo até que o erro encontrado
fosse menor que 0,001%.
67

QUADRO 23 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA DE GÁS IDEAL PARA OS GASES DA


CORRENTE 14
T (K) To (K) R (SI) a0 a1 a2 a3 a4
𝑂2 303,15 298,15 8,3144621 3,630 -1,794E-03 6,580E-06 -6,01E-09 1,79E-12
𝐶𝑂2 303,15 298,15 8,3144621 3,259 1,356E-03 1,502E-05 -2,374E-08 1,056E-11
𝑁2 303,15 298,15 8,3144621 3,359 -2,61E-04 7,000E-08 1,570E-09 -9,90E-13
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

QUADRO 24 - PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DA ENTALPIA RESIDUAL DE PENG-ROBINSON


PARA OS GASES DA CORRENTE 14
Z ac m 𝜶 T(da/dT) h
𝑂2 0,99914 14977,18 0,408439 0,836461 -7165,64 0,000787
𝐶𝑂2 0,994791 39646 0,707984 1,00113 -28055,6 0,001064
𝑁2 14815,21 0,431334 0,762816 -7555,11 0,000954 14815,21
FONTE: Poling; Prausnitz; O’Connell (2000).

A entalpia total da corrente 14 consiste no somatório das entalpias de cada


componente presente na corrente, de acordo com a Equação 4–9.
O valor das variações de entalpia calculadas para cada componente da
corrente 14, assim como a entalpia total dessa corrente estão representados na
TABELA 29 e na TABELA 30 a seguir.

TABELA 29 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES DA CORRENTE 14 COM O MÉTODO DE


RÙZICKA-DOMALSKI
H residual H líquido
H gás ideal H vaporização H Total Dm
Estado kmol/h gás Domalski
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol) kJ/s
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 10,12 -3394,55 -250,06 7107,46 40451,51 123,4198
𝑂2 Gás 23,86 147,03 -9,17 0,00 0,00 0,913688
𝐶𝑂2 Gás 13,09 185,64 -40,14 0,00 0,00 0,52922
𝑁2 Gás 591,13 138,08 -7,42 0,00 0,00 21,45412
̇ 14
∆𝐻 146,3169
FONTE: Os Autores (2021).

TABELA 30 - ENTALPIAS DOS COMPONENTES NA CORRENTE 14 EMPREGANDO A EQUAÇÃO


DE ROWLINSON-BONDI
H residual H líquido
H gás ideal H vaporização H total RB
Estado kmol/h gás Rowlison-Bondi
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol) kJ/s
(kJ/Kmol) (kJ/Kmol)
𝐸𝑡𝑂𝐻 Vapor 10,12 -3394,55 -250,06 8719,21 40451,51 127,95
𝑂2 Gás 23,86 147,03 -9,17 0,00 0,00 0,91
68

𝐶𝑂2 Gás 13,09 185,64 -40,14 0,00 0,00 0,53


𝑁2 Gás 591,13 138,08 -7,42 0,00 0,00 21,45
̇ 14
∆𝐻 150,85
FONTE: Os Autores (2021).

Assim como para as outras correntes envolvidas no balanço de energia do


vaso de separação, existe uma clara diferença entre as entalpias totais da corrente
em que é utilizada a equação de Rowlison-Bondi para o cálculo da entalpia do etanol
líquido e em que é utilizada a equação de Rùzicka-Domalski para esse mesmo fim.
Nesse caso, a diferença determinada entre as entalpias finais avaliadas para cada
caso foi de 16307,14 kJ/h. O erro representado pela equação de Rùzicka-Domalski
foi, novamente, menor na corrente 14, fazendo com que os resultados obtidos com
essa equação sejam os selecionados para os cálculos subsequentes do balanço de
energia.
Finalizando o balanço de energia do vaso de separação é necessária a
realização do cálculo da carga térmica envolvida nesse volume de controle. A carga
térmica é determinada por meio do balanço de energia que entra e sai do sistema,
sendo calculada pela diferença entre a soma das variações de entalpia que saem do
sistema menos a soma das variações de entalpia que entram no sistema, de acordo
com a Equação 4–9.
Os resultados obtidos para a carga térmica do vaso de separação são
representados na TABELA 31 a seguir.

TABELA 31 - CARGA TÉRMICA DO VASO DE SEPARAÇÃO


Energia de saída
Energia de entrada (kJ/s) Carga térmica (kJ/s)
(kJ/s)
787,24 117,74 -669,50
FONTE: Os Autores (2021).

4.9 DESTILADORA DE-01

Na corrente 6, os seus três componentes – etanol, água e acetaldeído –


encontram-se no estado líquido. A temperatura e pressão de operação da corrente
são, respectivamente, 319,15 K e 3,4 bar absoluta. Para calcular a entalpia de cada
componente, partiu-se do seu estado de referência a 298,15 K e 1 bar.
69

No caso do etanol, que é líquido nessas condições, o caminho utilizado para


o cálculo da entalpia foi elevar a pressão até o valor indicado da corrente, mantendo
a temperatura constante, e em seguida aumentando sua temperatura, como
ilustrado na FIGURA 17. Na FIGURA 18 temos a sua entalpia associada a esta
corrente. Segundo POLING; PRAUSNITZ; O’CONNELL (2000), a utilização da
equação de Rowlinson-Bondi para o etanol abaixo da sua temperatura padrão de
ebulição, em torno de 78°C, pode gerar um erro na sua entalpia de 40 a 114%.
Entretanto, mesmo assim utilizou-se essa equação apenas para fim de comparação
com um outro método, o de Rùzicka-Domalski, mais adequado para esse cálculo.

FIGURA 17 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 6

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 18 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 6


70

FONTE: Os Autores (2021).

A Equação 4–7, de Rowlinson-Bondi, e um código em Java-Script elaborado


pelos autores foram utilizados para o cálculo da entalpia de líquido do etanol nessas
condições e o resultado está mostrado abaixo. O código encontra-se no APÊNDICE
1.
𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 6
= 3383,65 𝐽/𝑚𝑜𝑙

A Equação 4–8, de Rùzicka-Domalski, oferece um resultado muito mais


condizente para a entalpia de líquido do etanol. Assim, a entalpia do etanol líquido
nas condições da corrente, segundo Rùzicka-Domalski, tem o seguinte valor:
𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 6
= 2569,61 𝐽/𝑚𝑜𝑙

Multiplicando o valor encontrado com equação de Rùzicka-Domalski pela


vazão molar de etanol na corrente 6, seguindo a Equação 4–9, temos a sua entalpia
total nesta tubulação:
𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 6 = 1.153.517,05 𝑘𝐽/ℎ

Em relação ao acetaldeído, temos que este componente se encontra no


estado gasoso nas condições-padrão. Assim, o caminho utilizado para o cálculo da
entalpia nas condições da corrente, representado pela FIGURA 19, foi resfriar o
acetaldeído até sua temperatura de ebulição padrão, considerando gás ideal e
71

corrigindo pela entalpia residual de Peng-Robinson, em seguida calculando a


entalpia de condensação (inverso da entalpia de vaporização) pela Equação 4–5, de
Riedel. Neste ponto, o componente encontra-se no estado líquido e então é feito o
aumento da pressão, mantendo a temperatura constante, e por fim o aumento da
temperatura até o valor da corrente, onde a entalpia desta etapa é calculada
utilizando a equação de Rowlinson-Bondi (Equação 4–7). Na FIGURA 20 temos a
sua entalpia associada a esta corrente.

FIGURA 19 - CAMINHO DO ACETALDEÍDO NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 6

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 20 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ACETALDEÍDO NA CORRENTE 6

FONTE: Os Autores (2021).


72

Assim, utilizando a Equação 4–2 de gás ideal para o acetaldeído nesta


corrente, temos:
𝑔𝑖
∆𝐻𝐶2𝐻4 𝑂 = −256,54 𝐽/𝑚𝑜𝑙
6

A entalpia residual, calculada através da Equação 4–7 de Peng-Robinson,


com os parâmetros referentes ao acetaldeído, está indicada a seguir:
∆𝐻𝐶𝑟𝑒𝑠
2 𝐻4 𝑂
= −506,94 𝐽/𝑚𝑜𝑙
6

A entalpia de vaporização foi calculada por meio da Equação 4–5, porém


teve seu sinal invertido pois estamos considerando a entalpia de condensação do
acetaldeído. Seu valor está indicado a seguir:
∆𝐻𝐶𝑐𝑜𝑛𝑑
2 𝐻4 𝑂
= −27323,45 𝐽/𝑚𝑜𝑙
6

A entalpia de líquido para o acetaldeído foi calculada por meio da Equação


4–7, pois o método de Rùzicka-Domalski não é aplicado para esse componente
(POLING; PRAUSNITZ; O’CONNELL, 2000). Dessa forma, seu valor está indicado a
seguir:
∆𝐻𝐶𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
2 𝐻4 𝑂
= 2905,40 𝐽/𝑚𝑜𝑙
6

Assim, obtemos a entalpia total do acetaldeído na corrente 6 somando todas


as entalpias dos processos envolvidos na mudança de fase e de temperatura e
multiplicando pela sua vazão molar, segundo a Equação 4–9. Desse modo, temos:
𝐻𝐶2𝐻4 𝑂 6 = −5.723.075,58 𝑘𝐽/ℎ

Para a água, líquida nas condições-padrão, o caminho utilizado para o


cálculo da entalpia é a elevação da pressão, a temperatura constante, até o valor da
corrente, seguido de um aumento de temperatura, como representado na FIGURA
21. Na FIGURA 22 temos a sua entalpia associada a esta corrente.

FIGURA 21 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 6


73

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 22 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 6

FONTE: Os Autores (2021).


Para o cálculo da entalpia de líquido, não pôde ser utilizada a equação de
Rùzicka-Domalski por se tratar de um componente inorgânico (POLING;
PRAUSNITZ; O’CONNELL, 2000). Portanto, a equação de Rowlinson-Bondi foi
usada com os parâmetros referentes à água. O resultado está indicado abaixo:
∆𝐻𝐻𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
2𝑂
= 2093,31 𝐽/𝑚𝑜𝑙
6

Multiplicando a entalpia do líquido pela vazão molar da água, de acordo com


a Equação 4–9, encontramos a entalpia total desse componente na corrente
analisada:
𝐻𝐻2 𝑂 6 = 638.365,06 𝑘𝐽/ℎ
74

Dessa forma, a entalpia total de cada componente foi calculada. A entalpia


total da corrente, somando a de cada componente, está indicada abaixo:
𝐻6 = −4.208.706,86 𝑘𝐽/ℎ

Para a corrente 8a, de acordo com a planta fornecida, a pressão absoluta de


operação é 2,6 bar. Para a determinação da temperatura, foi feito um cálculo
iterativo utilizando a Equação 4–11, de Antoine, com a pressão parcial do
acetaldeído, pois a fração molar desse componente na mistura é de 99,50%. Assim,
resolvendo a equação com os parâmetros A, B e C do acetaldeído, a temperatura
encontrada é de, aproximadamente, 321,28 K. Conhecendo-se essas duas
propriedades da corrente, tem-se que os três componentes da corrente – etanol,
acetaldeído e água – encontram-se no estado gasoso.
Para o caso do etanol, o caminho utilizado para o cálculo da entalpia está
representado na FIGURA 23. Na FIGURA 24 temos a sua entalpia associada a esta
corrente. A primeira etapa desta sequência de processos, partindo do estado-padrão
do componente, é elevar sua temperatura até a de ebulição padrão, e o valor dessa
entalpia será dado pela Equação 4–8, de Rùzicka-Domalski, pela mesma razão da
explicação da seção anterior. Em seguida, a entalpia de vaporização é calculada
pela Equação 4–5, de Riedel. Depois, sua pressão é elevada até o valor da corrente
e a entalpia no estado gasoso é calculada abaixando a temperatura do etanol até o
valor da corrente. Assim, são empregadas as Equação 4–2, de gás ideal, e a
Equação 4–3, que calcula a entalpia residual de Peng-Robinson.

FIGURA 23 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 8A


75

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 24 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 8A

FONTE: Os Autores (2021).

Utilizando a equação de Rùzicka-Domalski para o etanol, até a sua


temperatura padrão de ebulição, obtemos o valor da entalpia de líquido abaixo:
𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎
= 7107,46 𝐽/𝑚𝑜𝑙

A entalpia de vaporização para o etanol utilizando a equação de Riedel está


indicada a seguir:
𝑣𝑎𝑝
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎
= 40451,51 𝐽/𝑚𝑜𝑙

Utilizando a equação de gás ideal para o etanol na corrente 8a, temos:


𝑔𝑖
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎 = −2170,84 𝐽/𝑚𝑜𝑙

A entalpia residual de Peng-Robinson, calculada com os parâmetros


referentes ao etanol, está indicada a seguir:
𝑟𝑒𝑠
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎
= −619,53 𝐽/𝑚𝑜𝑙
76

Assim, realizando o somatório das entalpias calculadas e multiplicando pela


vazão molar do etanol na corrente 8a, seguindo a Equação 4–9, temos a entalpia
total do etanol nesta corrente:
𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑎 = 53975,33 𝑘𝐽/ℎ

Para o acetaldeído na corrente 8a, o caminho utilizado para calcular a


entalpia é elevar a pressão até o valor da corrente, mantendo a temperatura
constante. Em seguida, aumentar temperatura do componente até o valor da
corrente, partindo da temperatura padrão. Este processo está representado na
FIGURA 25. As equações utilizadas são a de entalpia de gás ideal e a residual de
Peng-Robinson. Na FIGURA 26 temos a sua entalpia associada a esta corrente.

FIGURA 25 - CAMINHO DO ACETALDEÍDO NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE


8A

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 26 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ACETALDEÍDO NA CORRENTE 8A


77

FONTE: Os Autores (2021).

Utilizando a Equação 4–2 para o cálculo da entalpia de gás ideal para o


acetaldeído nessa corrente, temos:
𝑔𝑖
∆𝐻𝐶2𝐻4 𝑂 = 1320,64 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑎

A entalpia residual é calculada utilizando a Equação 4–3 e fornece o


seguinte valor:
∆𝐻𝐶𝑟𝑒𝑠
2 𝐻4 𝑂
= −403,65 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑎

Assim, realizando o somatório das entalpias calculadas e multiplicando pela


vazão molar do acetaldeído na corrente 8a, seguindo a 4–9, temos a entalpia total
do acetaldeído nesta corrente:
𝐻𝐶2 𝐻4 𝑂 8𝑎 = 416812,39 𝑘𝐽/ℎ

Para a água na corrente 8a, o caminho utilizado para o cálculo da entalpia


está ilustrado na FIGURA 27 e consiste em aumentar a temperatura da água até a
temperatura de ebulição padrão, utilizando a Equação 4–7, de Rowlinson-Bondi. Em
seguida, a entalpia de vaporização é calculada com a Equação 4–5, de Riedel. Por
fim, a temperatura do vapor é reduzida até o valor da corrente e a entalpia é
calculada pela Equação 4–2 e, a residual, pela Equação 4–3. Na FIGURA 28 temos
a sua entalpia associada a esta corrente.
78

FIGURA 27 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 8A

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 28 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 8A

FONTE: Os Autores (2021).

Utilizando a equação de Rowlinson-Bondi para o cálculo da entalpia de


líquido, temos o seguinte valor:
∆𝐻𝐻𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
2𝑂
= 7328,43 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑎

Utilizando a equação de Riedel para o cálculo da entalpia de vaporização da


água da corrente 8a, temos:
∆𝐻𝐻𝑣𝑎𝑝
2𝑂
= 42064,20 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑎
79

O valor da entalpia de gás ideal para a água nas condições descritas é o


seguinte:
𝑔𝑖
∆𝐻𝐻2 𝑂 = −1756,45 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑎

Finalmente, o valor da entalpia residual de Peng-Robinson para a água na


corrente 8a é:
∆𝐻𝐻𝑟𝑒𝑠
2𝑂
= −232,30 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑎

Assim, realizando o somatório das entalpias calculadas e multiplicando pela


vazão molar da água na corrente 8a, seguindo a Equação 4–9, temos a entalpia total
da água nesta corrente:
𝐻𝐻2 𝑂 8𝑎 = 51124,92 𝑘𝐽/ℎ

Dessa forma, a entalpia total de cada componente foi calculada. A entalpia


total da corrente, somando a de cada componente, está indicada abaixo:
𝐻8𝑎 = 521.912,65 𝑘𝐽/ℎ

Na corrente 8b, de acordo com a planta fornecida, a temperatura e pressão


de operação são, respectivamente, 320,15 K e 2,6 bar. Desse modo, os três
componentes da corrente – etanol, acetaldeído e água – encontram-se no estado
líquido.
Para o etanol, o caminho utilizado para calcular a entalpia foi elevar sua
pressão até o valor da corrente e, em seguida, sua temperatura até o valor da
corrente, partindo do estado padrão. A FIGURA 29 ilustra esse caminho. Assim, a
Equação 4–8, de Rùzicka-Domalski, foi empregada com os parâmetros referentes
ao etanol. Na FIGURA 30 temos a sua entalpia associada a esta corrente.

FIGURA 29 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 8B


80

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 30 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 8B

FONTE: Os Autores (2021).

Seguindo a equação de Rùzicka-Domalski para o cálculo da entalpia de


líquido do etanol nas condições da corrente, temos:
𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑏
= 2698,30

Assim, multiplicando pela vazão molar do etanol na corrente 8b, seguindo a


Equação 4–9, temos a entalpia total do etanol nesta corrente:
𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8𝑏 = 2137,10 𝑘𝐽/ℎ
81

Para o acetaldeído, o caminho empregado para o cálculo da entalpia foi


resfriar o gás até a temperatura de condensação, utilizando as equações de gás
ideal e da entalpia residual de Peng-Robinson. Em seguida, foi utilizada a equação
de Riedel para o cálculo da entalpia de condensação, equivalente ao oposto da
entalpia de vaporização. Por fim, a equação de Rowlinson-Bondi foi usada para
elevar calcular a entalpia da temperatura do líquido até o valor da corrente. A
FIGURA 31 a seguir representa esse caminho. Na FIGURA 32 temos a sua entalpia
associada a esta corrente.

FIGURA 31 - CAMINHO DO ACETALDEÍDO NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE


8B

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 32 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ACETALDEÍDO NA CORRENTE 8B

FONTE: Os Autores (2021).


82

Dessa forma, a Equação 4–2 foi utilizada para calcular a entalpia de gás
ideal do acetaldeído na corrente 8b. O resultado está expresso a seguir:
𝑔𝑖
∆𝐻𝐶2𝐻4 𝑂 = −256,54 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑏

A Equação 4–3, usada para o cálculo da entalpia residual do acetaldeído, foi


empregada para este fim e o valor encontrado está mostrado abaixo:
∆𝐻𝐶𝑟𝑒𝑠
2 𝐻4 𝑂
= −172,81 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑏

A entalpia de vaporização do acetaldeído foi calculada por meio da Equação


4–5 e teve seu sinal invertido para obtermos a entalpia de condensação. O resultado
está expresso a seguir:
∆𝐻𝐶𝑐𝑜𝑛𝑑
2 𝐻4 𝑂
= −27323,45 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑏

A entalpia de líquido do acetaldeído foi calculada utilizando a Equação 4–7 e


seu resultado está mostrado a seguir:
∆𝐻𝐶𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
2 𝐻4 𝑂
= 3019,39 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑏

Assim, realizando o somatório das entalpias calculadas e multiplicando pela


vazão molar do acetaldeído na corrente 8b, seguindo a Equação 4–9, temos a
entalpia total do acetaldeído nesta corrente:
𝐻𝐶2𝐻4 𝑂 8𝑏 = −5.621.230,91 𝑘𝐽/ℎ

Para a água na corrente 8b, o caminho utilizado para o cálculo da entalpia


foi elevar sua pressão e em seguida sua temperatura até o valor da corrente,
partindo da temperatura no estado padrão e através da equação de Rowlinson-
Bondi. A FIGURA 33 representa este caminho. Na FIGURA 34 temos a sua entalpia
associada a esta corrente.
83

FIGURA 33 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 8B

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 34 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 8B

FONTE: Os Autores (2021).

Assim, a Equação 4–7 foi utilizada para calcular a entalpia de líquido da


água na corrente 8b e o resultado está mostrado a seguir:
∆𝐻𝐻𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
2𝑂
= 2192,01 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8𝑏

Dessa forma, multiplicando pela vazão molar da água na corrente 8b,


seguindo a Equação 4–9, temos a entalpia total da água nesta corrente:
𝐻𝐻2 𝑂 8𝑏 = 1182,04 𝑘𝐽/ℎ
84

Dessa forma, a entalpia total de cada componente foi calculada. A entalpia


total da corrente, somando a de cada componente, está indicada abaixo:
𝐻8𝑏 = −5.618.422,27 𝑘𝐽/ℎ

Na corrente 8, de acordo com a planta fornecida, a temperatura e pressão


de operação são, respectivamente, 320,15 K e 2,6 bar. Desse modo, os três
componentes da corrente – etanol, acetaldeído e água – encontram-se no estado
líquido.
Para o etanol, o caminho utilizado para calcular a entalpia foi elevar sua
temperatura até o valor da corrente, partindo do estado padrão. A FIGURA 35 ilustra
esse caminho. Assim, a Equação 4–8, de Rùzicka-Domalski, foi empregada com os
parâmetros referentes ao etanol. Na FIGURA 36 temos a sua entalpia associada a
esta corrente.

FIGURA 35 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 8

FONTE: Os Autores (2021).


85

FIGURA 36 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 8

FONTE: Os Autores (2021).

Seguindo a equação de Rùzicka-Domalski para o cálculo da entalpia de


líquido do etanol nas condições da corrente, temos:
𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8
= 2698,30

Assim, multiplicando pela vazão molar do etanol na corrente 8, seguindo a


Equação 4–9, temos a entalpia total do etanol nesta corrente:
𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 8 = 2137,10 𝑘𝐽/ℎ

Para o acetaldeído, o caminho empregado para o cálculo da entalpia foi


resfriar o gás até a temperatura de condensação, utilizando as equações de gás
ideal e da entalpia residual de Peng-Robinson. Em seguida, foi utilizada a equação
de Riedel para o cálculo da entalpia de condensação, equivalente ao oposto da
entalpia de vaporização. Por fim, a equação de Rowlinson-Bondi foi usada para
elevar a temperatura do líquido até o valor da corrente. A FIGURA 37 a seguir
representa esse caminho. Na FIGURA 38 temos a sua entalpia associada a esta
corrente.
86

FIGURA 37 - CAMINHO DO ACETALDEÍDO NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 8

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 38 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ACETALDEÍDO NA CORRENTE 8

FONTE: Os Autores (2021).

Dessa forma, a Equação 4–2 foi utilizada para calcular a entalpia de gás
ideal do acetaldeído na corrente 8. O resultado está expresso a seguir:
𝑔𝑖
∆𝐻𝐶2𝐻4 𝑂 = −256,54 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8

A Equação 4–3, usada para o cálculo da entalpia residual do acetaldeído, foi


empregada para este fim e o valor encontrado está mostrado abaixo:
∆𝐻𝐶𝑟𝑒𝑠
2 𝐻4 𝑂
= −172,81 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8
87

A entalpia de vaporização do acetaldeído foi calculada por meio da Equação


4–5 e teve seu sinal invertido para obtermos a entalpia de condensação. O resultado
está expresso a seguir:
∆𝐻𝐶𝑐𝑜𝑛𝑑
2 𝐻4 𝑂
= −27323,45 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8

A entalpia de líquido do acetaldeído foi calculada utilizando a Equação 4–7 e


seu resultado está mostrado a seguir:
∆𝐻𝐶𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
2 𝐻4 𝑂
= 3019,39 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8

Assim, realizando o somatório das entalpias calculadas e multiplicando pela


vazão molar do acetaldeído na corrente 8, seguindo a Equação 4–9, temos a
entalpia total do acetaldeído nesta corrente:
𝐻𝐶2𝐻4 𝑂 8 = −5.621.230,91 𝑘𝐽/ℎ

Para a água na corrente 8, o caminho utilizado para o cálculo da entalpia foi


elevar sua pressão e sua temperatura até o valor da corrente, partindo da
temperatura no estado padrão e através da equação de Rowlinson-Bondi. A
FIGURA 39 representa este caminho. Na FIGURA 40 temos a sua entalpia
associada a esta corrente.

FIGURA 39 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 8

FONTE: Os Autores (2021).


88

FIGURA 40 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 8

FONTE: Os Autores (2021).

Assim, a Equação 4–7 foi utilizada para calcular a entalpia de líquido da


água na corrente 8 e o resultado está mostrado a seguir:
∆𝐻𝐻𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
2𝑂
= 2192,01 𝐽/𝑚𝑜𝑙
8

Dessa forma, multiplicando pela vazão molar da água na corrente 8,


seguindo a Equação 4–9, temos a entalpia total da água nesta corrente:
𝐻𝐻2 𝑂 8 = 1182,04 𝑘𝐽/ℎ

Dessa forma, a entalpia total de cada componente foi calculada. A entalpia


total da corrente, somando a de cada componente, está indicada abaixo:
𝐻8 = −5.618.422,27 𝑘𝐽/ℎ

Na corrente 9, de acordo com a planta fornecida, a temperatura e pressão


de operação são, respectivamente, 363,15 K e 3,4 bar. Desse modo, os dois
componentes da corrente – etanol e água – encontram-se no estado líquido.
Para o etanol, o caminho utilizado está representado na FIGURA 41 e
consiste em aumentar pressão e a temperatura do componente no estado líquido até
os valores da corrente. A entalpia desse processo será dada pela equação de
Rùzicka-Domalski. Na FIGURA 42 temos a sua entalpia associada a esta corrente.
89

FIGURA 41 - CAMINHO DO ETANOL NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 9

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 42 - ENTALPIA ASSOCIADA AO ETANOL NA CORRENTE 9

FONTE: Os Autores (2021).

Dessa forma, a Equação 4–8 foi empregada para o cálculo da entalpia de


líquido do etanol nas condições da corrente. O resultado obtido está mostrado a
seguir:
𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
∆𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 9
= 8862,61 𝐽/𝑚𝑜𝑙

Assim, multiplicando pela vazão molar do etanol na corrente 9, seguindo a


Equação 4–9, temos a entalpia total do etanol nesta corrente:
90

𝐻𝐸𝑡𝑂𝐻 9 = 30.160.000,46 𝑘𝐽/ℎ

Para a água, o caminho utilizado para o cálculo da entalpia foi elevar sua
pressão e temperatura até os valores da corrente, partindo da temperatura no
estado padrão e através da equação de Rowlinson-Bondi. A FIGURA 43 representa
este caminho. Na FIGURA 44 temos a sua entalpia associada a esta corrente.

FIGURA 43 - CAMINHO DA ÁGUA NA DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DA CORRENTE 9

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 44 - ENTALPIA ASSOCIADA À ÁGUA NA CORRENTE 9

FONTE: Os Autores (2021).


91

Assim, a Equação 4–7 foi utilizada para calcular a entalpia de líquido da


água na corrente 9 e o resultado está mostrado a seguir:
∆𝐻𝐻𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
2𝑂
= 6370,88 𝐽/𝑚𝑜𝑙
9

Dessa forma, multiplicando pela vazão molar da água na corrente 9,


seguindo a Equação 4–9, temos a entalpia total da água nesta corrente:
𝐻𝐻2 𝑂 9 = 1.939.394,92 𝑘𝐽/ℎ

Dessa forma, a entalpia total de cada componente foi calculada. A entalpia


total da corrente, somando a de cada componente, está indicada abaixo:
𝐻9 = 4.955.395,38 𝑘𝐽/ℎ

4.10 VAZÕES DE UTILIDADES

Para determinar a vazão de utilidade do trocador TC8, primeiramente foi


necessário definir as entalpias da corrente de refrigeração. Como na entrada o
estado da água é igual ao ambiente, a variação de entalpia é zero. Para a saída do
trocador a temperatura é de 40 ºC, portanto, a variação de entalpia utilizará a
Equação 4–6, partindo-se do estado padrão através da entalpia de líquido. O
caminho deste raciocínio está descrito na FIGURA 45. Na FIGURA 46 temos a
entalpia associada à corrente.

FIGURA 45 - CAMINHO PARA O CÁLCULO DA ENTALPIA NA SAÍDA DO TC8

FONTE: Os Autores (2021).


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FIGURA 46 - ENTALPIA ASSOCIADA À CORRENTE DE SAÍDA DO TC8

FONTE: Os Autores (2021).

Uma vez com as entalpias definidas, podemos usar a primeira lei da


termodinâmica simplificada, segundo a Equação 4–15, para fazer o balanço de
energia e descobrir a vazão da corrente de utilidade, já que o valor do calor trocado
é o mesmo valor, porém com sinal oposto, ao calculado anteriormente para a carga
térmica do trocador.

𝑄̇𝑉𝐶 + ∑ 𝑛̇ 𝐻 = ∑ 𝑛̇ 𝐻 4–15
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑠𝑎𝑖

Sendo assim, a vazão de utilidade do TC8 foi encontrada como sendo de


𝑛̇ = 7842,69 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ.

Para o cálculo da vazão de utilidade do TC9, primeiramente é necessário


definir a temperatura da corrente. Considerando que a corrente está no estado de
saturação, sua pressão de 7 bar equivale a pressão de vapor. Dessa forma, a
determinação da temperatura pode ser feita pelo cálculo de Antoine conforme a
Equação 4–16. Para isso, os parâmetros da água segundo Poling; Prausnitz;
O”Connell (2000) serão 𝐴 = 5,11564, 𝐵 = 1687,537 e 𝐶 = 230,17.
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𝐵 4–16
𝑙𝑜𝑔10 𝑃𝑣𝑝 = 𝐴 −
𝑇 + 𝐶 − 273,15

Uma vez encontrada a temperatura da corrente como 438,14 K, partimos


para calcular as entalpias da corrente. Na entrada do trocador temos vapor de água,
portanto, a entalpia é dada pela soma das equações utilizadas, que são as
Equações 4–1, 4–3, 4–5 e 4–6. O caminho para o cálculo é partir do estado de
referência como líquido, aumentando a temperatura até poder vaporizar a água,
então, só resta aumentar a temperatura e pressão até o estado da corrente, sendo
que o raciocínio deste cálculo está descrito na FIGURA 47. Na FIGURA 48 temos a
representação da entalpia total associada à corrente.

FIGURA 47 - CAMINHO PARA O CÁLCULO DA ENTALPIA DA ENTRADA DO TC9

FONTE: Os Autores (2021).


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FIGURA 48 - ENTALPIAS ASSOCIADAS À CORRENTE DE ENTRADA DO TC9

FONTE: Os Autores (2021).

Para a saída do trocador, temos água líquida, portanto basta utilizar a


Equação 4–6 para o cálculo da entalpia, partindo do estado de referência até a
temperatura da corrente, como no esquema da FIGURA 49. Também, na FIGURA
50, podemos ver a entalpia que se associa a esta corrente.

FIGURA 49 - CAMINHO PARA O CÁLCULO DA ENTALPIA DA SAÍDA DO TC9

FONTE: Os Autores (2021).

FIGURA 50 - ENTALPIA ASSOCIADA À CORRENTE DE SAÍDA DO TC9


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FONTE: Os Autores (2021).

Com as entalpias definidas, podemos utilizar a primeira equação da


termodinâmica simplificada, de acordo com a Equação 4–15. Como anteriormente, a
taxa de calor trocado é igual, porém oposto, a carga térmica do TC9. Sendo assim, a
vazão de utilidade encontrada foi de 𝑛̇ = 405,67 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ.
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5 CONCLUSÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A partir dos cálculos apresentados no trabalho, é possível notar que a


corrente retornada por reciclo para o reator possui uma vazão extremamente baixa.
Essa situação acontece já que quase a totalidade da corrente de recuperação de
etanol na segunda destiladora é destinada à lavadora e a fração que sobra para
voltar ao reator acaba representando apenas 0,02% do total da corrente. A
consequência que isso traz é a necessidade do reator ser alimentado quase que
inteiramente por reagentes virgens. Além das questões financeiras que isso
acarretaria, é importante relembrar que as correntes de entrada do reator passam
por um processo de aquecimento antes da reação e toda essa vazão demandaria
uma grande quantidade de energia.
Com isso, alguns questionamentos são levantados sobre a real eficiência da
corrente de reciclo observando todo o processo. Uma maneira de contornar a
situação seria diminuindo a fração de etanol e acetaldeído no fundo da lavadora,
mas isso poderia causar uma interferência no funcionamento desse equipamento, já
que seu funcionamento está diretamente relacionado com a presença de álcool (já
que a lavadora realiza a “lavagem” do acetaldeído com o etanol).
Para avaliar a necessidade do Gerador de Vapor da planta, inicialmente
observa-se que a temperatura da corrente de entrada do reator deve ser elevada
para favorecer a reação de produção do acetaldeído. Isso se deve ao fato de que,
apesar dessa ser uma reação exotérmica, a reação de combustão do etanol libera
uma quantidade muito maior de calor. Ou seja, a segunda reação é ainda mais
exotérmica. Assim, pelo princípio de Le Chatelier, o aumento da temperatura
favorece o consumo de etanol na reação de interesse.
Entretanto, para o restante da planta, é observado que as correntes
apresentam temperaturas mais baixas. Assim, a utilidade do trocador de calor 4
(TC4) é retirar o calor gerado pelas reações para que a corrente de saída não
apresente uma temperatura ainda mais elevada. A corrente que vai para o TC4 deve
ter uma temperatura mais baixa para aumentar a eficiência do equipamento e retirar
mais calor do reator. Assim, uma sugestão para mudança no layout da planta
poderia ser que a corrente de condensado que retorna ao Gerador de Vapor
seguisse direto para o trocador de calor em questão. Isso também beneficiaria na
produção de vapor no gerador, já que a condição de operação deste equipamento é
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formar uma corrente de alta pressão e este processo é bastante custoso para a
produção do acetaldeído. Logo, feita essa adequação sugerida anteriormente, talvez
não fosse necessária uma pressão tão elevada.
Outro ponto que pode ser avaliado é o descarte dos gases incondensáveis
com uma certa quantidade de vapor de etanol após o vaso de separação. Na planta
estudada há um número expressivo de trocadores de calor e o etanol poderia ser
utilizado como combustível para a queima desses gases, como fonte de energia
para o calor necessário para o processo.
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REFERÊNCIAS

CETESB. FIT - Acetaldeído. São Paulo, 2012.

ECKERT, M.; FLEISCHMANN, G.; JIRA, R.; BOLT, H. M.; GOLKA, K. Acetaldehyde.
Ullmann’s Encyclopedia of Industrial Chemistry. p.191–206, 2006. Weinheim,
Germany: Wiley-VCH Verlag GmbH & Co. KGaA. Disponível em:
<https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14356007.a01_031.pub2>. Acesso em:
01 nov. 2021.

HAYNES, W. M.; LIDE, D. R.; BRUNO, T. J. Handbook of Chemistry and Physics.


2014.

MARKIT, I. Chemical Economics Handbook - Acetaldehyde. Londres: IHS Markit,


2020.

POLING, B. E.; PRAUSNITZ, J. M.; O’CONNELL, J. P. The properties of gases


and liquids. McGraw-Hill. 5 ed. 2000.

RÙZICKA, V.; DOMALSKI, E. S. Estimation of the Heat Capacities of Organic Liquids


as a Function of Temperature using Group Additivity. I. Hydrocarbon Compounds.
Journal of Physical and Chemical Reference Data, v. 22, n. 3, p. 597–618, 1993.
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APÊNDICE 1 – CÓDIGO EM JAVA-SCRIPT

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