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Atualmente, a pneumática é o ramo da engenharia que estuda a aplicação do trabalho feito por
gases (principalmente o ar), em atuadores como cilindros e motores em diversos segmentos da
indústria. O principal elemento de transmissão de energia na pneumática é o ar comprimido.
Preparação - O ar comprimido requer uma boa preparação. Impurezas e umidade devem ser
evitadas, pois provocam oxidação e desgaste;
Apesar de insípido, inodoro e incolor, percebe-se o ar através dos ventos, aviões e pássaros
que nele flutuam e se movimentam, sente-se ele também pelo seu impacto em o nosso corpo. Desta
forma. Conclui-se facilmente que o ar tem existência real e concreta, ocupando lugar no espaço.
A – Compressibilidade
O ar, assim como todos os gases, tem a propriedade de ocupar todo o volume de um
recipiente, adquirindo o seu formato, já que não tem forma própria. Desta forma, pode-se encerrá-lo
num recipiente com volume determinado e posteriormente provocar-lhe uma redução de volume
usando uma de suas propriedades, a compressibilidade. A FIG.1 ilustra como o ar pode ter seu
volume alterado em um recipiente.
Figura 1 – Compressibilidade do ar
B - Elasticidade
Propriedade que possibilita ao ar voltar ao seu volume inicial uma vez extinto o efeito (força)
responsável pela redução de seu volume.
Figura 2 – Elasticidade do ar
2.1 – Composição do Ar
A superfície terrestre é totalmente cercada por uma camada de ar, conhecida com atmosfera.
Este ar é de interesse vital e é uma mistura gasosa de Nitrogênio (aproximadamente 78% do
volume), Oxigênio (aproximadamente 21% do volume) e 1% de Monóxido e Dióxido de Carbono,
Hidrogênio e Gases Nobres (argônio, neônio, hélio, criptônio e xenônio). Nas condições de baixa
pressão e temperatura, o ar é considerado um gás ideal obedecendo às leis físicas para os mesmos.
Por outro lado, o conceito mais amplo de pressão pode ser entendido como a resistência
oferecida pelo recipiente ao escoamento de um fluido. Disso decorrem duas situações, as
observações estáticas e dinâmicas.
Nas observações estáticas diz-se que “em um fluido confinado sobre áreas iguais atuam
forças iguais” (princípio de Pascal), nas observações dinâmicas a pressão corresponde à energia
necessária para vencer a resistência de escoamento decorrentes do atrito e choque dentro das
tubulações e do próprio fluido.
A aplicação mais simples do princípio de Pascal consiste em ao aplicar uma força “F” sobre
uma superfície “A”, defini-se como pressão “P” , a razão entre a força “F” e a superfície “A”. Por
exemplo, tendo-se uma dada pressão igual a 300000N/m2 (300kPa) distribuída em uma superfície
de 1m2, diz-se que em cada quadrado de lado igual a 1m da superfície considerada, está atuando
uma força de 300000N (300kN) e pode-se dizer ainda que 300kN de força está atuando sobre o
corpo.
A pressão é, normalmente, expressa por kgf/cm2, PSI (pounds square inches - libras por
polegadas quadradas), bars ou atmosferas. Porém de acordo com o sistema internacional de
medidas, a pressão deve ser expressa em N/m2 que corresponde a Pa. (Pascal) e seu múltiplos. A
TAB. 1 apresenta valores de conversão das unidades de pressão mais usuais.
Constata-se que o ar é muito compressível sob a ação de pequenas forças. Quando contido em
um recipiente fechado, o ar exerce uma pressão igual sobre as paredes, em todos os sentidos.
Podemos verificar isto facilmente, fazendo uso de uma bola de futebol, FIG.4. Apalpando-a,
observa-se uma pressão uniformemente distribuída sob a sua superfície.
Talvez, pela simplicidade da Lei de Pascal, é que o homem não percebeu o seu enorme
potencial por dois séculos. Somente, no princípio da Revolução Industrial, é que um mecânico
britânico, Joseph Bramah, veio a utilizar a descoberta de Pascal para desenvolver uma prensa
hidráulica. A FIG.5 faz uma comparação entre a Lei de Pascal e a o Braço de Alavanca mostrando o
mecanismo de multiplicação de Força em ambos.
Considerando P1 a pressão exercida pelo fluido na área menor e, P2 a pressão exercida na área
maior, matematicamente pode-se interpretar a Lei de Pascal do seguinte modo:
P1 P2
Como:
F1
P1
A1
F2
P2
A2
ou,
F1 A2 F2 A1
Observa-se da dedução anterior que na maior área têm-se a maior força. Pela de Lei de Pascal
é mostrado porque o uso da energia fluídica (principalmente a hidráulica) tem se difundido tanto na
atualidade.
Considere um recipiente que contém um fluido líquido da FIG.6. Observa-se que a massa
deste fluido exerce uma força (Peso) no fundo do mesmo, se for utilizado o conceito de pressão
neste caso, verifica-se que a força peso que atua na massa do líquido produz pressão na superfície
inferior do recipiente.
Como o líquido está parado, esta pressão é conhecida como pressão estática e,
matematicamente pode ser expressa como:
Pe gh
Considerando que o líquido tem densidade ρ (kg/m3), pode-se escrever a massa como sendo:
m V
m Ah
g
P Ah P gh
A
A pressão dinâmica é o resultado da energia cinética que um fluido adquire com a velocidade
de seu escoamento. Em síntese considere a FIG.7 para dedução desta pressão.
P A v ρ
d
Figura 7 – Escoamento em uma tubulação
Sabe-se que:
T Fd
1
Ec mv 2
2
Considerando um escoamento sem perda, ou seja, todo trabalho produzido para deslocamento
do fluido será convertido em energia cinética para o mesmo. Desta forma:
1 1
mv2 Fd Adv 2 Fd
2 2
Logo:
F 1 2 1
v Pd v 2
A 2 2
A Terra está envolvida por uma camada de ar, denominada atmosfera, constituída por uma
mistura gasosa cujos principais componentes são o oxigênio e o nitrogênio. A espessura dessa
camada não pode ser perfeitamente determinada, porque, à medida que aumenta a altitude, o ar se
torna muito rarefeito, isto é, com pouca densidade.
O ar sendo composto por moléculas, é atraído pela força de gravidade da Terra e, portanto, tem
O valor da pressão atmosférica pode ser medido com uma experiência idealizada pelo físico
italiano Evangelista Torricelli: Pegue um tubo de vidro de 1m de comprimento, fechado numa das
extremidades, e o encha-o completamente com mercúrio. Feche com o dedo a extremidade aberta,
inverto o tubo e o ermerja-o num frasco que também contém mercúrio. Ao retirar o dedo, observa-
se que o tubo não se esvazia completamente. O mercúrio nele contido escoa para o frasco até que o
desnível atinja cerca de 76cm.
É a pressão atmosférica que impede que o tubo se esvazie até o fim. Ela comprime a superfície
exposta do mercúrio e, desse modo, sustenta o líquido que ficou no interior do tubo.
A pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude. Isso ocorre porque o peso do ar
sobre as camadas elevadas da atmosfera é menor do que aquele que age sobre as camadas mais
baixas. Por exemplo, a pressão atmosférica na cidade do Rio de Janeiro é maior que a pressão
atmosférica em Belo Horizonte. Sobre o Rio de Janeiro, ao nível do mar, a coluna de ar é maior que
sobre Belo Horizonte, situada numa maior altitude (836 metros). Ao nível do mar, a pressão
atmosférica é, em média, de 76 cm de mercúrio.
Em todos os planetas que possuem atmosfera, existirá uma pressão atmosférica com um certo valor.
Na Lua, não havendo atmosfera, não haverá consequentemente pressão atmosférica.
1 2
PT Pd Pe PP PT v gh PP
2
Dois êmbolos de diâmetros diferentes são unidos entre si por uma haste. Atuando-se com a
pressão P1 sobre a área A1, temos no êmbolo maior a força F1. A força F1 é transmitida pela haste
ao êmbolo menor. Essa força age sobre a superfície A2 e provoca a pressão P2. Eliminando o atrito,
tem-se:
F1 F2
Como:
F1 P1 A1
F2 P2 A2
Então:
P1 A1 P2 A2
ou,
P1 P
2
A2 A1
Velocidade - É a distância que as partículas percorrem em uma unidade de tempo. Sua unidade no
SI é m/s.
d
v
t
onde: v = Velocidade de escoamento do fluido (m/s)
d = Distância (m)
Acionamentos Hidráulcos e Pneumáticos 11
t = tempo (s)
Vazão Volumétrica - É o volume que atravessa uma seção de tubo em uma unidade de tempo. Sua
unidade no SI é o m3/s, ou mais comumente 1/min.
V
Q
t
onde: Q = Vazão de escoamento do fluido (m3/s)
V = Volume de fuido (m3)
t = tempo (s)
“Conforme varia a secção transversal de uma tubulação a velocidade média das partículas do
fluido varia inversamente, apesar de a vazão ser constante.”
A FIG.9 ilustra o princípio enunciado acima. A vazão não muda com a alteração da seção da
tubulação, o que se observa é uma mudança na velocidade de escoamento do fluido.
Então:
A1d1 A2 d 2
t1 t2
Conclui-se que:
A1v1 A2 v2
3- Produção de Ar Comprimido
Outro fator importante é o grau de pureza do ar. Um ar limpo garante uma vida útil longa para
instalação. O emprego correto dos diversos tipos de compressores também deve ser considerado.
Apenas com 1 estágio (FIG.10 esquerda) não se consegue altas pressões para o ar
comprimido. Para se obter pressões elevadas, é necessário que o compressor tenha vários estágios
(FIG.10 direita) de compressão. O ar aspirado será comprimido pelo primeiro êmbolo (pistão),
refrigerado intermediariamente, para logo, ser comprimido pelo segundo êmbolo (pistão). O volume
da segunda câmara de compressão é, em relação ao primeiro, menor. Durante o trabalho de
compressão se forma uma quantidade de calor, que tem que ser eliminada pelo sistema de
refrigeração. Os compressores de êmbolo podem ser refrigerados por ar ou água.
Também pertence ao grupo dos compressores de êmbolo. Uma membrana separa o êmbolo da
câmara de trabalho; o ar não tem contato com as peças móveis. Portanto, o ar comprimido está
isento de resíduos de óleo. Estes compressores são empregados com preferência nas indústrias
alimentícias, farmacêuticas e químicas. A FIG.11 ilustra o aspecto construtivo e o princípio de
funcionamento deste compressor.
Dois parafusos helicoidais, os quais, pelos perfis côncavo e convexo comprimem o ar que é
conduzido axialmente. A FIG.12 ilustra este tipo de compressor.
Em compressores pequenos são suficientes algumas aletas de refrigeração, para que o calor
seja dissipado. Compressores maiores são equipados com um ventilador para dissipar o calor. A
FIG.14 ilustra as aletas dispostas na câmara de compressão.
A estação de compressores deve ser montada dentro de um ambiente fechado, com proteção
acústica para fora. O ambiente deve ter boa ventilação. O ar sugado deve ser fresco, seco e livre de
poeira.
Armazenar o ar comprimido;
Os reservatórios devem ser instalados de modo que todo os drenos, conexões e aberturas de
inspeção sejam facilmente acessíveis.
A rede combinada também é uma instalação de circuito fechado, a qual por suas ligações
longitudinais e transversais oferece a possibilidade de fornecimento de ar em qualquer local.
Mediante válvulas de fechamento, existe a possibilidade de bloquear determinadas linhas de ar
comprimido quando as mesmas não forem usadas ou quando for necessário pô-las fora de serviço
por razões de reparação e manutenção. Também pode ser feito um melhor controle de
estanqueidade.
As tubulações, em especial as redes em circuito aberto devem ser montadas com um declive
de 1 a 2%, na direção do fluxo, veja FIG.22. Por causa da formação de água condensada, é
fundamental em tubulações horizontais, instalar os ramais de tomadas de ar, na parte superior do
tubo principal. Dessa forma evita-se que a água condensada eventualmente existente na tubulação
principal possa chegar às tomadas de ar através dos ramais. Para interceptar e drenar a água
condensada deve ser instalado derivações com drenos na parte inferior da tubulação principal.
É impossível eliminar por completo todos os vazamentos, porém estes devem ser reduzidos ao
máximo com uma manutenção preventiva do sistema, de 3 a 5 vezes por ano, sendo verificada, por
exemplo: substituição de juntas de vedação defeituosa, engates, mangueiras, tubos, válvulas,
reaperto das conexões, refazer vedações nas uniões roscadas, eliminar ramais de distribuição fora de
uso e outras que podem aparecer dependendo da rede construída.
Tubulações instaladas para um tempo indeterminado devem ter uniões soldadas que, neste
caso, serão de grande vantagem, pois, são bem vedadas e não muito custosas. As desvantagens
destas uniões são as escamas que se criam ao soldar. Estas escamas devem ser retiradas da
tubulação. A costura da solda também é sujeita à corrosão e isto requer a montagem de unidades de
conservação.
Em redes feitas com tubos de aço zincado (galvanizado), o ponto de conexão nem sempre é
totalmente vedado. Lugares decapados (roscas) também podem enferrujar, razão pela qual também
aqui é importante o emprego de unidades de conservação. Em casos especiais prevêem-se tubos de
cobre ou de material sintético (plástico).
Na prática, encontram-se vários exemplos onde se deve dar muito valor à qualidade do ar
comprimido. Impurezas em forma de partículas de sujeira ou ferrugem, restos de óleo e umidade
originam muitas vezes falhas nas instalações e equipamentos pneumáticos.
A – Secadores
O secador por absorção separa ao mesmo tempo vapor e partículas de óleo. Porém,
quantidades maiores de óleo influenciam no funcionamento do secador. Devido a isso é conveniente
antepor um filtro fino ao secador. A FIG.24 ilustra um típico secador por absorção.
A secagem por adsorção está baseada num processo físico. (Adsorver: admitir uma substância
à superfície de outra). O elemento secador é um material granulado com arestas ou em forma de
pérolas. Este elemento secador é formado de quase 100% de dióxido de silício. Em geral é
conhecido pelo nome "GEL" (sílica gel). Mediante a montagem em paralelo de duas instalações de
adsorção, uma delas pode ser ligada para secar enquanto a outra está sendo tratada com ar quente
(regeneração). A FIG.25 ilustra este processo de secagem.
Para entrar no copo (1), o ar comprimido passa por uma chapa defletora (2) com ranhuras
direcionais. Como conseqüência, o ar é forçado a um movimento de rotação. Com isso, separam-se
as impurezas maiores, bem como as gotículas de água por meio de força centrípeta, depositando-se
no fundo do copo coletor.
B – Reguladores de Pressão
O regulador tem por função manter constante a pressão de trabalho (secundária) independente
da pressão da rede (primária) e consumo de ar. A pressão primária tem que ser sempre maior que a
pressão secundária. A pressão regulada por meio de uma membrana (1). Uma das faces da
membrana é submetida à pressão de trabalho, enquanto a outra é pressionada por uma mola (2) cuja
pressão é ajustável por meio de um parafuso de regulagem (3).
No comércio encontram-se reguladores de pressão sem abertura de escape. Nesses casos, não
se pode permitir a fuga do ar contido no sistema para a atmosfera.
Por meio do parafuso de ajuste (2) é tensionada a mola (8) juntamente com a membrana (3).
Conforme a regulagem da mola (8) a passagem do ar da via primária para a secundária se torna
maior ou menor. Com isso o pino (6) encostado à membrana afasta ou aproxima a vedação (5) do
assento. Se do lado secundário não houver passagem de ar, a pressão cresce e força a membrana (3)
contra a mola (8). Desta forma, a mola (7) pressiona o pino para baixo e a passagem é fechada pela
vedação (5). Somente quando houver demanda de ar pelo lado secundário é que o ar comprimido do
lado primário voltará a fluir. A FIG.28 ilustra as partes constituintes e a simbologia desta válvula.
C - Lubrificador
Figura 30 – Lubrificador
2 – A pressão de trabalho nunca deve ser superior à indicada no aparelho. A temperatura ambiente
não deve ser maior que 50°C (máximo para copos de material sintético).
IV – Atuadores Pneumáticos
Os cilindros de simples ação são acionados por ar comprimido em uma única via, portanto,
realizam trabalho em um só sentido. Seu retorno é efetuado mediante uma mola ou através de força
externa. A força da mola é calculada para que possa retroceder o êmbolo à posição inicial, com uma
velocidade suficientemente alta, sem absorver, porém, energia elevada. Em cilindros de simples
ação com mola, o curso do embolo é limitado pelo comprimento desta. Por esta razão fabricam-se
cilindros de ação simples com comprimento de curso até aproximadamente 100 mm. São utilizados
principalmente, para fixar, expulsar, prensar, elevar, alimentar, etc. A FIG.33 ilustra este tipo de
atuador e sua simbologia.
O cilindro de haste passante possui algumas vantagens. A haste é melhor guiada devido aos
dois mancais de guia. Isto possibilita a admissão de uma ligeira carga lateral. Os elementos
sinalizadores podem ser montados na parte livre da haste do êmbolo. Neste cilindro, as forças de
avanço e retorno são iguais devido à mesma área de aplicação de pressão em ambas as faces do
êmbolo. A FIG.36 ilustra este tipo de cilindro e sua simbologia.
E - Cilindro Tandem
Esta construção nada mais é do que dois cilindros de dupla ação os quais formam uma só
unidade. Desta forma, com simultânea pressão nos dois êmbolos, a força é uma soma das forças dos
dois cilindros. O uso desta unidade é necessário para se obter grandes forças em locais onde não se
dispõe de espaço suficiente para a utilização de cilindros de maior diâmetro. A FIG.37 ilustra o
cilindro tandem e sua simbologia.
Quando volumes grandes e pesados são movimentados por um cilindro, deve existir neste, um
sistema de amortecimento para evitar impactos. Antes de alcançar a posição final, um êmbolo de
amortecimento interrompe o escape direto do ar, deixando somente uma pequena passagem
geralmente regulável. Com o escape do ar restringido, cria-se uma sobre pressão que, para ser
vencida absorve parte da energia e resulta em perda de velocidade nos fins de curso. Invertendo o
movimento do êmbolo, o ar entra sem impedimento pelas válvulas de retenção, e o êmbolo pode
com força e velocidade total, retroceder. A FIG.38 ilustra internamente este cilindro.
Neste cilindro, a haste de êmbolo tem um perfil dentado (cremalheira). A haste de êmbolo
aciona esta cremalheira através de uma engrenagem, transformando o movimento linear num
movimento rotativo à esquerda ou direita, sempre de acordo com o sentido do curso. Os campos de
rotação mais usuais são vários, podendo ser de 45° - 90° - 180° - 290° até 720°. Um parafuso de
regulagem possibilita porém a determinação do campo de rotação parcial, dentro do total. O
momento de torção depende da pressão de trabalho da área do êmbolo e da relação de transmissão.
O acionamento giratório é utilizado para virar peças, curvar tubos, regular instalações de ar
condicionado, e no acionamento de válvulas de fechamento e válvulas borboleta. A FIG.39 ilustra o
cilindro rotativo e sua simbologia.
Este tipo de cilindro é formado de dois ou mais cilindro de dupla ação. Estes elementos
estão unidos um ao outro, conforme ilustrado na FIG.40. Os cilindros movimentam-se, conforme os
lados dos êmbolos que estão sob pressão, individualmente. Com dois cilindros de cursos diferentes
obtêm-se quatro posições.
Acionamento de alavancas;
Motores de pistão;
Motores de palhetas.
Este tipo está subdividido em motores de pistão radial e axial. Os de pistões em movimento
radial, o êmbolo, através de uma biela, aciona o eixo do motor. Para que seja garantido um
movimento sem golpes e vibrações são necessários vários pistões. A potência destes motores
depende da pressão de entrada, número de pistões, área dos pistões e do curso dos mesmos.
O funcionamento dos motores de pistão axial é similar ao dos motores de pistão radial. Um
disco oscilante transforma a força de 5 cilindros, axialmente posicionados, em movimento rotativo.
Existem motores pneumáticos com rotação à direita e à esquerda. A rotação máxima está
fixada em 5000 rpm e, a faixa de potência em pressão normal varia entre 1,5 a 19 KW (2 a 25 CV).
A FIG.41 ilustra os tipos de motores de pistão.
Por meio de pequena quantidade de ar, as palhetas serão afastadas contra a parede interna do
cilindro antes de acionar o rotor. Existem tipos de construções que o encosto das palhetas é feito por
pressão de molas, possuindo geralmente entre 3 a 10 palhetas. Estas formam no motor, câmaras de
trabalho, nas quais pode atuar o ar sempre de acordo com o tamanho da área de ataque das palhetas.
O ar entra na câmara menor, se expandindo na medida em que aumenta a câmara. A rotação do
rotor varia de 3000 a 8500 rpm. Estes motores podem ter um ou dois sentidos de rotação. A FIG.42
ilustra um típico motor de palhetas.
As válvulas são elementos de manobra para partida, parada, direção ou regulagem. Elas
comandam também a pressão ou a vazão do fluído armazenado em um reservatório ou
movimentado por uma bomba-hidráulica. A denominação "válvula" é válida considerando-se a
linguagem internacionalmente usada para tipos de construção como: registros, válvulas de esfera,
válvulas de assento, válvulas corrediças, etc.
Para representar as válvulas direcionais em diagramas, são utilizados símbolos. Ests não dão
idéia da construção interna da válvula, somente a função desempenhada por elas. Para garantir uma
identificação e uma ligação correta das válvulas, marcam-se as vias com letras maiúsculas, ou
números.
Quanto às características de construção das válvulas direcionais são distintas em dois tipos, as
válvulas de assento e as corrediças. As características de construção das válvulas determinam sua
vida útil, força de acionamento, possibilidades de ligação e tamanho.
As ligações nas válvulas de sede ou de assento são abertas por esfera, prato ou cone. A
vedação das sedes de válvula efetua-se de maneira muito simples, geralmente com elemento
elástico de vedação. As válvulas de sede possuem poucas peças de desgaste e têm, portanto uma
longa vida útil. Elas são robustas e insensíveis à sujeira. A força de acionamento é relativamente
alta; sendo necessário vencer a força da mola de retorno e do ar comprimido agindo sobre a área do
elemento de vedação.
Figura 43 – Válvulas direcionais de 2 posições de 2 e 3 vias e retorno por mola com sede esférica
As válvulas mostradas FIG.44, são construídas e baseadas no princípio de sede de prato. Elas
têm uma vedação simples e eficiente. O tempo de comutação é curto. Um pequeno movimento do
prato libera uma área bastante grande para o fluxo do ar. Como as válvulas de sede esférica, são
insensíveis à sujeira e têm uma longa vida útil.
Ao acionar o apalpador são interligadas num campo limitado todas as três vias: P, A e R. Isto
provoca, quando em movimento lento, um escape livre de um grande volume de ar, sem ser
aproveitado para o trabalho. Quando isto ocorre, diz-se que existe "exaustão cruzada".
As válvulas construídas segundo o princípio de sede de prato único, são livres de exaustão
cruzada. Não existe perda de ar numa comutação lenta. Ao acionar o apalpador fecha-se primeiro a
passagem de A para R (escape), pois o mesmo se veda no prato. Empurrando mais o apalpador, o
prato afasta-se da sede, abrindo a passagem de P para A; o retorno é feito pela mola.
Figura 45 – Válvula direcional com acionamento pneumático (piloto), 2 posições, 3 vias e retorno
por mola
Uma outra válvula de 3/2 vias construída com sede de prato está representada na FIG.46. A
pressão de comando na conexão Z aciona uma membrana ligada ao pistão de comutação, afastando
o prato de sua sede. Invertendo-se as ligações P e R, pode se ter uma válvula normal fechada ou
aberta. A pressão mínima de acionamento é de 120 KPa (1,2 bar); a pressão de trabalho é de 600
KPa (6 bar). A faixa de pressão está entre 120 KPa a 800 KPa (1,2 a 8 bar). A vazão nominal Qn é
de 100 l/min.
A FIG.47 mostra uma válvula direcional de 5/2 vias (5 vias por 2 posições). Trata-se de uma
válvula da linha miniatura, que trabalha segundo o princípio de assento flutuante. Esta válvula é
comutada alternadamente por pulsos de ar, mantendo a posição de comando até receber um novo
pulso (bi-estável). O pistão de comando desloca-se, como no sistema de corrediça, ao ser submetido
à pressão. No centro do pistão de comando encontra-se um prato com anel vedante, o qual seleciona
os canais de trabalho A e B, com o canal de entrada P de pressão. A exaustão é feita através dos
canais R ou S.
A FIG.48 mostra uma válvula de acionamento elétrico. Estas são utilizadas onde o sinal de
comando parte de um timer elétrico, de uma chave fim de curso elétrica, de um pressostato ou de
dispositivos eletrônicos. As válvulas de acionamento eletromagnético dividem-se em válvulas de
comando direto e indireto. As de comando direto são usadas apenas para pequenas seções de
passagem. Para passagens maiores são usadas as válvulas eletromagnéticas com servocomando
(indireto).
Quando energizada a bobina, o induzido (núcleo móvel) é puxado para cima contra a mola,
veja FIG.48. O resultado é a interligação dos canais P e A. A extremidade superior do induzido
fecha o canal R. Cessando o acionamento da bobina, a mola pressiona o induzido contra a sede
inferior da válvula e interrompe a ligação de P para A. O ar do canal de trabalho A escapa por R.
Esta válvula tem cruzamento de ar. O tempo de atuação é pequeno.
Para reduzir a força de atuação em válvulas direcionais com comando mecânico, é utilizado o
sistema de servocomando. A força de acionamento de uma válvula é geralmente determinante para
a utilização da mesma. Esta força é de 600 KPa (6bar) em válvulas de 1/8", resultando de 1,8 N
(0,180 Kp).
Figura 49 – Válvula direcional, 2 posições, 3 vias, com acionamento por rolete servocomandada
A válvula piloto é alimentada através de uma pequena passagem com o canal de alimentação P.
Acionando a alavanca do rolete, abre-se a válvula de servocomando. O ar comprimido flui para a
membrana e movimenta o prato da válvula principal para baixo. A comutação da válvula é feita em
duas etapas, Primeiro, fecha-se a passagem de A para R; segundo, abre-se a passagem de P para A.
O retorno é feito após soltar-se a alavanca do rolete. Isto provoca o fechamento da passagem do ar
para a membrana, e posterior exaustão. Uma mola repõe o pistão de comando da válvula principal
na posição inicial, veja a FIG.49.
Os diversos pontos de ligação das válvulas corrediças serão interligados e fechados por
pistões corrediços, comutadores corrediços ou discos giratórios. Esta válvula tem como elemento de
comando um pistão que seleciona as ligações mediante seu movimento longitudinal. A força de
acionamento é pequena, pois não é necessário vencer a pressão do ar ou da mola, ambas
inexistentes (como nos princípios de sede esférica e de prato). Neste tipo de válvulas são possíveis
todos os tipos de acionamentos: manual, mecânico, elétrico e pneumático, o mesmo é válido
também para o retorno à posição inicial. O curso é consideravelmente mais longo do que as
válvulas de assento assim como os tempos de comutação. A FIG.50 ilustra o funcionamento de uma
válvula corrediça longitudinal.
A FIG.51 ilustra uma válvula direcional corrediça giratória. Estas válvulas são geralmente de
acionamento manual ou por pedal. É difícil adaptar-se outro tipo de acionamento a essas válvulas.
São fabricadas geralmente como válvulas direcionais de 3/3 vias ou 4/3 vias. Mediante o
deslocamento rotativo de duas corrediças pode ser feita a comunicação dos canais entre si. A
FIG.51 A, mostra que na posição central todos os canais estão bloqueados, por isso, o êmbolo do
cilindro pode parar em qualquer posição do seu curso, apesar dessas posições intermediárias não
podem ser fixadas com exatidão. Devido a compressibilidade do ar comprimido, ao variar a carga a
haste também varia sua posição.
A FIG.51 B mostra que na posição central os canais A e B estão conectados com o escape.
Nesta posição, o êmbolo do cilindro pode ser movido por uma força externa até a posição de ajuste.
A – Válvula de Retenção
Estas válvulas são usadas para aumentar a velocidade dos êmbolos dos cilindros. Tempos de
retorno elevados, especialmente em cilindros de ação simples, podem ser eliminados dessa forma.
Esta válvula possui duas entradas X e Y e uma saída A. O ar comprimido pode passar
unicamente quando houver pressão em ambas as entradas. Um sinal de entrada em X ou Y impede o
fluxo para A em virtude do desequilíbrio das forças que atuam sobre a peça móvel. Quando existe
uma diferença de tempo das pressões, a última é a que chega na saída A. Se os sinais de entrada são
de pressões diferentes, a maior bloqueia um lado da válvula e a pressão menor chega até a saída A,
veja FIG.57.
Para que a válvula temporizadora retorne à sua posição inicial, é necessário exaurir o ar do
orifício Z. O ar do reservatório escapa através da válvula reguladora de fluxo, o piloto da válvula
direcional fica sem pressão, permitindo que a mola feche à válvula, conectando a saída A com o
escape R, veja o mecanismo de funcionamento na FIG.58 à esquerda..
[1] SÉRGIO, Luís; Apostila de Pneumática Básica CETEM-MMN. Minas Gerais, junho 2006.
[3] ROLF, Ganger.: Introdução a Pneumática. Festo Didatic, 2ª ed., 1987. São Paulo, SP.
[4] AYRES PACHECO, Mário; Controles Hidráulicos e Pneumáticos. Minas Gerais, 1999.
[5] PARKER HANNIFIN CO; Tecnologia Pneumática Industrial, Centro Didático de Automação
Parker Hannifin – Divisão Schrader Bellows