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22/03/2012

Fundição

Definição

Definição
• Líquido sob força –> escoa;
• Líquido não possui forma definida, ou melhor,
possui a forma do local onde está confinado;
• Analogia com a produção de gelo;
• VAZAMENTO dentro de uma cavidade,
resfriamento e solidificação;
• Retirada/EXTRAÇÃO da peça (fundido) de dentro
do molde. Peças com formas finais;
• Caminho mais curto para a produção de peças;
• É um dos processos de fabricação mais antigos.

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História
• Ouro – 1º metal descoberto e manipulado.
Maleável e facilmente conformado à
temperatura ambiente;
• Cobre – Mais duro e necessita ser aquecido
para facilitar o forjamento;
• Ops! Fusão. Aproximadamente 4000 a.C. na
Mesopotâmia;
• Fundição propiciou o aparecimento de armas
e ferramentas mais complexas;

História
• Mistura de cobre – Cu + estanho – Sn =
BRONZE. Melhores fundidos do que de Cu
puro e foi o surgimento das ligas;
• Domínio egípcio, igrejas (construção de sinos)
e canhões. Fatos que propiciaram o
desenvolvimento da fundição (técnica e
indústria).

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Mercado
• Atualmente o mercado varia com:
– Tipo de produto (peças semi/acabadas ou lingotes);
– Material (liga metálica utilizada);
– Tipo de forno utilizado na fusão;
– Tipo de molde (incluindo sua origem/natureza);
– Sistema de vazamento.
• Revista Fundição e Serviços – Ed. Aranda, nº228 de
DEZ/2011
– 2074 empresas cadastradas no país, 387 responderam;
– 27% ligas de alumínio e perda do mercado do FoFo para a
China.

Fundição

Solidificação:
Nucleação e crescimento

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Gradiente de temperatura

Estruturas dendríticas

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Estruturas dendríticas

Estruturas dendríticas

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Estruturas dendríticas

Fundição

Macroestrutura de fundidos

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Introdução
• Zona coquilhada;
• Zona colunar;
• Zona equiaxial central.

Introdução

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Zona coquilhada
• Grãos que nucleiam e crescem sobre as
paredes do molde;
• Grãos pequenos devido à elevada frequência
de nucleação;
• Será maior tanto quanto maior for o
coeficiente de transmissão de calor;
• Tal coeficiente é altamente influenciado pelo
estado superficial das paredes do molde.

Zona colunar
• Os grãos colunares se desenvolvem a partir
dos grão coquilhados;
• Os princiapais eixos cristalográficos são
paralelos à direção do fluxo de calor;

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Zona colunar
• Comprimento varia com o super aquecimento
de vazamento;

S = 70 °C S = 120 °C

Zona colunar
• E com a liga;

Al Puro Al 6Mg

• O crescimento se dá até favorecimento do


surgimento da zona equiaxial central;

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Zona colunar

Zona colunar

(a) (b)

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Zona colunar

(a) (b)

(a) (b)
(a)
(b)

Zona equiaxial central


• São equiaxiais na forma, mas grandes no
tamanho;
• Favorecida por altos teores de liga e baixo
superaquecimento no vazamento;
• Também são influenciadas pelo tamanho
(geometria) da peça fundida;

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Zona equiaxial central


• São formas de surgimento da zona equiaxial
central, que atuam de forma simultânea:
– Pelo mecanismo de nucleação da zona coquilhada;
– Pela refusão das ramificações dendríticas;
– Pela nucleação da superfície livre do metal líquido.

Macroestruturas de fundidos

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Segregação
• Elementos de liga e impurezas (solutos);
• Em geral, o soluto é mais solúvel no estado
líquido do que no sólido;
• O líquido se torna progressivamente mais rico
em soluto (centro do lingote);
• Essa é chamada de macrossegregação, pois
pode ser percebida nas dimensões do lingote;
• Efeitos gravitacionais da macrossegregação;

Segregação
• Microssegregação são encontradas nas escalas
do tamanho do cristal (grão);
• Segregação dendrítica – comum em ligas
fundidas;
• Concentrações baixas de até 0,01%.

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Fundição

Transferência de calor na
solidificação

Introdução
• Liberação do calor utilizado na fusão do metal
e sua transferência;
• Velocidade de extração e transferência do
calor tem relação direta com a velocidade de
solidificação;
• Ferramenta para controle e dimensionamento
de sistemas metal/molde;

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Introdução
• Elemento que represente o sistema como um
todo;
• Simplificações (facilitar/viabilizar os cálculos
matemáticos sem comprometer a
confiabilidade dos resultados);
• Dois objetivos da análise de transferência de
calor:

Crescimento de monocristais
• Duas contribuições da transferência de calor:
 Obter gradiente térmico que mantém a interface
S/L no equilíbrio;
 Alterar/mover esse gradiente para se obter uma
taxa controlada do movimento da interface S/L;
• O equilíbrio de calor em uma interface plana
S/L de um cristal em crescimento é dado por

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Crescimento de monocristais

• O gradiente térmico do sólido a partir da


interface é determinado por experimentos e
cálculos de transferência de calor;

Crescimento de monocristais

Variação líquida Variação líquida


Variação líquida
do calor do calor
do calor
resultante da + resultante da
fronteira em
+ resultante da
perda para o
=0
condução
movimento meio vizinho

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Crescimento de monocristais
• Integrando para as condições de contorno:
T=Tf para x=0 e T=T0 para x=-∞, teremos a
temperatura do metal que se solidificou para
uma dada distância da interface (x).

Solidificação de fundidos e lingotes


• Maioria dos processos não é uniforme e nem
estável;

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Solidificação de fundidos e lingotes


• E para ligas?;
• E se as propriedades variam com a
temperatura?;
• E se a geometria não for tão simples?
• MÉTODOS NÚMERICOS COMPUTACIONAIS!
• Mas, simplificações podem ser feitas em
alguns casos, com resultados satisfatórios,
porém aproximados.

Solidificação com moldes isolantes


• Moldes em areia, em gesso ou revestidos com
pasta cerâmica, podem ser considerados
isolantes;
• Ou seja, metal líquido é muito melhor
condutor de calor do que o molde;
• Assim, a condutividade térmica do metal
líquido tem pouca influência;

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Solidificação com moldes isolantes


• O molde pode ser considerado semi-infinito,
ou seja, não troca calor com suas vizinhanças
durante a solidificação;

Solidificação com moldes isolantes


• Primeiro, fluxo de calor unidimensional;
• T = Tf em t = 0, assim:

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Solidificação com moldes isolantes

Solidificação com moldes isolantes

Difusividade térmica

Para x = 0

Então

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Solidificação com moldes isolantes

Pela lei da conservação da energia, Q1 = Q2, então:

Solidificação com moldes isolantes

Lei de Chvorinov, onde:

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Solidificação com moldes isolantes


Exemplo: Uma grande placa de alumínio, com 25 mm de
espessura será feita em molde de areia. O molde não será
pré-aquecido e a temperatura de vazamento será de 670 °C.
a) Em quanto tempo essa placa solidificará? (desconsidere a
resistência ao fluxo de calor na interface molde/metal e no
sólido);
b) Esboce as curvas de resfriamento para um termopar
colocado a 6,25 mm da superfície e outro no centro da placa.
(Lembre-se de que a porção solidificada permanece a uma
temperatura perto do ponto de fusão do alumínio até que o
metal esteja completamente solidificado).

Influências significativas

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Resistência ao fluxo na interface


metal/molde
• Comum nas fundições em moldes
permanentes metálicos;

Resistência ao fluxo na interface


metal/molde
Fluxo da interface para o metal líquido

Fluxo do metal sólido para o molde

Combinando as eqs. e integrando, temos:

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Resistência ao fluxo na interface


metal/molde
Para geometrias simples, temos:

Soluções analíticas para fundição de


lingotes
• Perfil térmico completo (resistência térmica
do metal, da interface metal/molde, do molde
e das condições de contorno do molde;
• Limitações/simplificações para soluções
analíticas:
– Fluxo de calor unidimensional;
– Resistência da interface metal/molde
desconsiderável.

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Soluções analíticas para fundição de


lingotes
Caso 1: temperatura do molde mantida
constante (e.g. com refrigeração);
Caso 2: molde com variação de temperatura.

Soluções analíticas para fundição de


lingotes – Caso 1
Para as condições de contorno definidas, temos

A solução, segundo Carslau e Joeger, é:

Onde γ é:

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Soluções analíticas para fundição de


lingotes – Caso 1
A distribuição de temperatura é, então, obtida

Soluções analíticas para fundição de


lingotes – Caso 2
A solução quando o molde não é resfriado com
água é um pouco mais complicada e varia no
cálculo de γ e nos intervalos da distribuição de
temperatura.

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Soluções analíticas para fundição de


lingotes
• Curvas experimentais são semelhantes, mas
ficam deslocadas para a direita no gráfico;

Soluções analíticas para fundição de


lingotes
• Isso indica que a solidificação começa com um
pequeno atraso;
• Esse atraso acontece principalmente pela
resistência ao fluxo de calor na interface
metal/molde;
• Tal resistência é mais significativa no início da
solidificação;
• No entanto, o efeito desse fenômeno tem
grande influência na velocidade de
solidificação.

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Soluções analíticas para fundição de


lingotes

Solidificação de ligas
• A maioria das ligas importantes se solidifica
em uma faixa de temperatura ao invés de uma
temperatura única de fusão;

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Solidificação de ligas

Solidificação de ligas
• Para a solução analítica de ligas metálicas
temos que assumir as seguintes condições:
– Molde e metal semi-infinitos;
– Ausência da resistência na interface;
– Propriedades térmicas constantes;
– Igual distribuição do calor de fusão sobre a linha
de solidificação.
• Tais soluções, pela complexidade, são
normalmente substituídas pelos métodos
numéricos computacionais.

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Solidificação de ligas

Solidificação de ligas
• Ligas em moldes isolantes – pequenas
variações de temperatura ao longo do fundido
na solidificação (e.g. Ligas de alumínio em
moldes de areia);
• Para pequenos intervalos de solidificação, o
tempo de solidificação pode ser aproximado
pelas equações desenvolvidas anteriormente
para metais puros.

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