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CONSUTEC CONSULTORIA E SUPORTE TÉCNICO EM FUNDIÇÃO

SISTEMAS DE
ALIMENTAÇÃO E
ENCHIMENTO DE
PEÇAS FUNDIDAS

SIMEC - NOVEMBRO 2011 SILVIO LUIZ FELISBINO


ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS
 INTRODUÇÃO:

Para a fabricação de uma peça fundida, que requeira certa


qualidade conforme sua posterior utilização, se faz necessário um
controle sobre a qualidade do metal e do método de fabricação a ser
aplicado.

Para que a elaboração de um projeto de fundição seja satisfatória,


visa-se principalmente:
CUSTO
QUALIDADE
PRAZO

Devemos saber onde e como será utilizada a peça

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ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS

Quando projeta-se uma peça que será obtida por fundição,


temos que levar em consideração:
 Liga;
 Processo de Fusão;
 Processos de Moldagem e Macharia a ser utilizado;
 Aplicação da peça;
 Grau de qualidade exigido da peça;
 Geometria da peça;
 Condições de trabalho;

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1- LIGAS METÁLICAS

A solidificação de metais líquidos se processa em duas etapas


sucessivas.
- Primeiro a Fase sólida no interior do líquido
NUCLEAÇÃO;
- Crescimento dos núcleos formando cristais ou grãos cristalinos
CRESCIMENTO.
Cria-se a interface de solidificação ou sólido/líquido.
- Interfaces Lisas – Tendem a ocorrer na solidificação de metais puros ou
ligas com composição eutética. Solidificam em temperatura definida.
- Crescimento Planar ou Celular
- Interfaces Difusas ou rugosas – Tendem a ocorrer na solidificação de
ligas com longos intervalos de solidificação. (Difícil de alimentar)
- Crescimento Dendrítico ou Nucleação Independente

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Planar Celular Dendritica Nucleação


Independente

Fluxo de metal líquido dificultado pela presença de longos braços de dendritas


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1.1 Classificação segundo Forma de Solidificação:
- Ligas com Formação de Casca Sólida
Regiões sólidas que se formam a partir do molde.
- Aço Carbono, Inoxidáveis, ao Manganês, Ferro Fundido Branco,
Latões, Bronze ao Al, ligas de Al (10 a 13% Si);

- Ligas com Solidificação Pastosa


Fase sólida formada por uma rede de dendritas ou grande número de
células eutéticas.
Ligas com composição química bastante afastada do ponto eutético
com elementos tendendo a segregação com intervalo de solidificação
grande.
- Ferros Fundido Cinzentos e Nodulares.
- Ligas de Alumínio Hipo ou Hiper

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A solidificação das ligas metálicas é acompanhada de grandes
contrações volumétricas.

- Contração Líquida
Ocorre durante resfriamento desde o vazamento até o início da
solidificação.
Varia de 1 a 2% para cada 100º C de aquecimento.

- Contração de Solidificação
Ocorre dentro do intervalo de solidificação – quando passa do estado
líquido para o sólido.
Varia entre 3 a 6%.

O comportamento das ligas metálicas quando em processo de


escoamento é muito semelhante ao da água. Em conseqüência, as leis
matemáticas que regem a dinâmica dos fluidos são também aplicáveis a
esses materiais. Condição esse que atinge quando o metal está acima da
sua temperatura de fusão. ( mínimo 50º C) 8
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2- Equipamentos disponíveis:
 Fusão:
 Tipo de Forno: Cubilô, Indução, Rotativo, “Chaleira”, Poço, Basculante.
 Combustível: Energia elétrica, Coque, Óleo, Gás.
 Material da Carga: Gusa, Lingote, Retorno, Sucata de ferro, Sucata de
aço, Cavaco.
 Materiais para Correção: Carburante, Si, Mn, Cr, Cu, Sn, Ni, Mo,
 Materiais para Tratamento: Inoculantes, Nodularizantes,
Desgaseificantes, Escorificantes, Refinadores, Modificadores.

 Vazamento
 Tipo de Panela;
 Sistema de Monovias;
 Sistema de Aquecimento de panelas;
 Tamanho das panelas;

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 Processo de Moldagem/ Macharia:


 Manual ou Mecânica;
 Pressão de compactação da Máquina;
 Material: Areia a Verde, Ligado quimicamente, Metálico, misto;
 Tamanho do molde/macho;
 Uso de resfriadores;
 Chapelins;

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3- Geometria da Peça:
Todo projeto econômico e funcional de um fundido requer um estudo
de moldagem.
O objetivo é definir as formas e processos de fabricação dos
componentes do molde (molde superior, inferior e macho), para
conseqüentemente determinar a forma exata da peça e dos ferramentais
indispensáveis para sua obtenção.
Um estudo de moldagem pode ser feito em duas etapas, visando dois
objetivos distintos:
 - Estudo para determinar a forma do fundido.
 - Estudo para determinar a forma do ferramental empregado para
obtenção do molde.

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Precisamos saber como e onde será utilizada a peça.

Para definirmos as diretrizes básicas para a elaboração do projeto de


uma peça, temos que levar em consideração alguns aspectos:

Solicitações mecânicas; Braço de


(mudança de forma) direção

 - Tipo de material;

-Espessuras de paredes;
 (máximas e mínimas)

 Geometria da peça; (fluidez, contração, rechupes, simetria, etc);

 - Necessidade de tratamentos superficiais;


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Estudo de Moldagem para Determinar a Forma do Fundido
Este estudo tem por finalidade analisar os principais detalhes de um
molde escolhido para fundição de determinada peça, e em conseqüência,
fazer um desenho (da peça) com sua forma adaptada a este processo.
Com esse estudo conseguimos definir:
 Plano de divisão do molde (facilidade para alimentar, preenchimento);
 Ângulos de saída;
 Raios de arredondamento;
 Uniformidade de paredes;
 Posição de machos no molde;
 Acréscimo de usinagem.
 Forma do ferramental.
 Sistema de Alimentação e Enchimento;

Quando se trata de peças simples, as formas são determinadas


mediante uma análise mental, porém, a medida em que as formas tornam-
se mais complexas, recomenda-se fazer um estudo desenhado (esboço).
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 Adaptação do Plano de Divisão


O plano de divisão deve ser o mais adequado em função da
importância e das especificações da peça.
Um plano de divisão, em alguns casos, pode ser feito das mais
diversas maneiras, porém, para sua execução o projetista deve ter em
mente:
 Praticidade,
 Funcionalidade e
 Economia.

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ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS
Um plano de divisão inadequado poderá causar gastos desnecessários.

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Para definir o plano de divisão devemos considerar alguns detalhes:


- Facilitar a extração do molde;
- A quantidade de partes menor possível;
- Favorecer a estabilidade do macho, facilitando
a saída de gases e sua colocação;
- Favorecer o processo de enchimento e
alimentação

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A complexidade da peça requer estudos específicos para


definição do plano de divisão, sempre se referenciando no processo
escolhido.

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- Ângulo de Saída

“Inclinação colocada nas paredes perpendiculares ao plano de


divisão a fim de facilitar a extração do modelo ou do macho”.

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 Raios de Arredondamento:
São raios que arredondam as arestas de um ferramental, a fim de
eliminar cantos vivo que prejudicam o molde, e por conseqüência o fundido,
causando uma série de problemas, tais como:
- Quebra de bolo durante a extração do modelo;
- Ressecamento e erosão da areia;
- Formação de trincas (tensões) devido aos cantos internos vivos;
- Atenuar aparecimento de rebarbas, bastante comuns durante pequenas
batidas ao manipular o mesmo;
- Evitar pontos duros e quebradiços devido ao super resfriamento que
prejudicando a usinagem.
- Superaquecimento e sinterização da areia que forma cantos internos,
podendo resultar na peça um rechupe devido a concentração de calor num
determinado lugar;

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Formação do Rechupe

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RAIOS DE ARREDONDAMENTOS S

A
Re = 1 a 3 mm
I

Ri = A + b x 1
2 3
Ri
Re B

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Mudança de Forma - Projeto de Seções
- Evitar concentração de massa;
Paredes devem ser delgadas e uniforme – reforçadas com nervuras;
- Melhoria nas propriedades mecânicas;
- Diminuição de peso;
- Redução no sistema de alimentação;
- Estruturas e propriedades uniformes.

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Garantir Solidificação Direcional

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Garantir posicionamento dos Machos

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Acréscimo de Usinagem:
 Quanto maior a superfície da face usinada, maior deve ser a espessura do
acréscimo.
 Quanto maior o grau de compactação do molde, menor poderá ser o
acréscimo;
 Quanto menor o módulo de finura de uma areia, menor poderá ser o
acréscimo;
 Quanto melhor o acabamento superficial do molde, menor poderá ser o
acréscimo;
 Peças obtidas através de moldagem mecânica (alta pressão) poderão
possuir um acréscimo de usinagem menor que as obtidas por moldagem
manual (baixa produção) reduzindo desta forma o custo da peça.

Acréscimos mau dimensionados poderão causar engrossamento


de paredes não previstos no calculo do Sistema de alimentação

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 FUROS
Em peças fundidas, os furos podem ser obtidos pelos seguintes
métodos:
 fundidos com bolo de areia ou macho;
 fundidos com acréscimo para posterior usinagem;
 usinados;
Cabe ao projetista definir a maneira mais aconselhável de se obter um
furo numa peça fundida, levando em conta os aspectos técnico e
econômico.
 Precisão dimensional exigida para a peça;
 Para evitar ou diminuir a operação de usinagem;
 Impossível fazer uma posterior usinagem à peça;
 Evitar concentração de massa.
Observar diâmetro mínimo para evitar sinterização.
Ø externo x 0,27 = Ø mínimo do macho

Pinturas em machos ou areias especiais podem ser usadas para evitar


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sinterização em machos menores ao aconselhado.
ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS
 Forma do Ferramental:
Dependendo do processo de moldagem, o tipo de ferramental pode ser
benéfico a sanidade da peça.
Modelos soltos, dependem da habilidade do moldador para confecção
do sistema de Alimentação e Enchimento e estão mais propensos a erros.
Modelos emplacados já possuem o sistema de Alimentação e
Enchimento fixos na placa. Menor probabilidade de variações dimensionais
na sua confecção.
Material do ferramental possibilita melhor compactação do molde /
macho. evita Expansão.
Sistemas de Alimentação e Enchimento soltos, podem provocar trocas.

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ESTUDO DE MOLDAGEM

Peça

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Modelo 29
ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS

Processo de Simulação auxilia na definição dos


sistemas, porém, necessita da habilidade do operador para
informar corretamente os parâmetros.

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ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS

Fundição em “árvore” requer outros cuidados com as


definições de sistemas de enchimento e alimentação.

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ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS

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ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS

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ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS

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ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS
Quando projetamos um ferramental devemos avaliar se
o sistema de Alimentação e Enchimento está totalmente
definido

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 Insumos Disponíveis;
- Filtro: Cerâmicos, Celulares, Tela;

- Luvas: Isotérmicas, Isolantes, Super:

- Resfriador: Internos, Externos, Diretos, Indiretos;

- Tinta: Isolantes, Coquilhante;


- Pó exotérmico;
- Sistema de Canais Em Cerâmica (Manilhas). 37
ALIMENTAÇÃO E ENCHIMENTO DE PEÇAS FUNDIDAS

Lay Out da Fabrica;


- Observar distância do forno até o molde a ser vazado;
- Observar obstáculos para o vazamento;
- Portas abertas - circulação de ar, vento;

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 Vários fatores devemos considerar antes de


iniciarmos os cálculos.
 Não adianta sabermos calcular se não temos
certeza do que está acontecendo na fundição.
 Fatores como metal, molde, operacional,
insumos e equipamentos são tão importantes
como as fórmulas.
 Quanto menor o índice de variáveis no processo
mais eficiente vai ser os cálculos.

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