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COMPARAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS COM DUAS DIFERENTES

TÉCNICAS DE INOCULAÇÃO: REAÇÃO DE INOCULAÇÃO APÓS A REAÇÃO DE


NODULARIZAÇÃO (DUPLA INOCULAÇÃO) E A INOCULAÇÃO SIMPLES QUE OCORRE
JUNTO COM A REAÇÃO DE NODULARIZAÇÃO

José Daniel Rabello1

Resumo: Este trabalho tem o objetivo de comparar as propriedades mecânicas de resistência à tração
e alongamento, de uma liga de ferro fundido nodular utilizada na fabricação de conexões para adução
e distribuição de água, que utiliza a NBR 7675 (Tubos e conexões de ferro dúctil e acessórios para
sistema de adução e distribuição de água - Requisitos) através de duas técnicas de inoculação. A
técnica de inoculação após a reação de nodularização, conhecida como dupla inoculação e a
inoculação simples que consiste em adicionar o inoculante junto com o nodularizante. A inoculação
consiste na adição de elementos a base de ferro silício, podendo conter pequenas quantidades de
cálcio, alumínio, manganês, estrôncio, bário, zircônio e cério. A inoculação favorece o aumento do
grau de nucleação, altera a quantidade de grafita, melhora propriedades mecânicas e evita a
formação de carbonetos. Serão fundidas em uma mesma corrida corpos de prova inoculados através
da simples inoculação, dupla inoculação e comparados suas propriedades mecânicas de resistência a
tração e alongamento. Como a inoculação é um fator importante para a determinação de
propriedades mecânicas, o comparativo dos percentuais de alongamento terão valores bem distintos,
os quais os produtos inoculados por dupla inoculação terão valores de alongamentos mais elevados
que os produzidos por simples inoculação.
Palavras-chave: Ferro Fundido Nodular. Inoculação. Propriedades Mecânicas.

1 INTRODUÇÃO
O estudo da engenharia procura atuar paralelamente no desenvolvimento e na pesquisa, de diversas
linhas de produção, com o objetivo de buscar alternativas cada vez mais eficientes e econômicas para
os mais diversos setores.
As ligas de metais ferrosos constituem, uma das mais importantes classes de materiais dentro do
sistema produtivo. Os ferros fundidos mantêm tanto interesse técnico como científico por serem de
fácil obtenção, apresentarem as mais baixas temperaturas de fusão dentre as ligas ferrosas, associada a
baixas contrações volumétricas o que favorece a obtenção de peças isentas de defeitos internos, tais
como, rechupes e microporosidades, com características superficiais necessárias para excelente
usinabilidade.
Os ferros fundidos possuem propriedades mecânicas muito interessantes, entre elas podemos citar
dureza, a resistência à tração e alongamento. Embora não dependam unicamente destas três
propriedades para determinarmos sua eficácia. Elas se relacionam.
As propriedades dos ferros fundidos não dependem apenas de suas composições químicas, mais
sim das condições de processamento aliadas a velocidade de resfriamento antes durante e após a
solidificação, assim sendo, um ferro fundido de determinada composição pode ser usinável e com alta
resistência mecânica se for resfriado dentro do molde em condições normais de processamento, ou
também pode apresentar alta dureza e baixa usinabilidade se for resfriado bruscamente. Por outro lado
este mesmo ferro fundido resfriado em condições normais dependendo de sua composição química
poderá apresentar propriedades mecânicas indesejáveis como fragilidade, se não controlarmos
corretamente as faixas de composições químicas. Suas estruturas são compostas em sua maioria por

1
Pós-graduando em Engenharia Metalúrgica Centro Universitário SOCIESC -
UNISOCIESC. E-mail: josedanielr@pop.com.br
carbono na forma de veios de grafita para ferros fundidos cinzentos e de grafita na forma de nódulos
para ferros fundidos nodulares.
De acordo com Chiaverini (1988), a prática de fundição é muito importante, a ponto de não se
especificar rigorosamente uma determinada composição química, deixando-se a cargo da fundição
escolher a composição mais adequada para uma resistência à tração.
Com os conhecimentos atuais sobre fundições e com os recursos modernos de produtividade de
peças moldadas, confere-se aos ferros fundidos uma gama de aplicações nas industrias mecânicas,
automotivas entre outras.
O processo de inoculação, consiste na adição de elementos grafitizantes (a base de ferro silício),
com o objetivo de aumentar o número de núcleos, diminuir o super resfriamento na solidificação,
possibilitando uma menor tendência ao coquilhamento, ou seja que ocorra a transformação de carbono
em grafite e não em carbonetos.
No presente trabalho serão comparadas as propriedades mecânicas de resistência à tração e
alongamento, de uma liga de ferro fundido nodular utilizada na fabricação de conexões para adução e
distribuição de água, que utiliza como parâmetros de qualidade a NBR 7675, através de duas técnicas
de inoculação, a de inoculação após a reação de nodularização, conhecida como dupla inoculação e a
inoculação simples que consiste em adicionar o inoculante junto com o nodularizante.

2. CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS FERROS FUNDIDOS


Segundo Siegel (1978), os ferros fundidos são ligas constituídas basicamente de ferro carbono e
silício, na qual o carbono está presente em quantidade maior que nos aços, cerca de 2 a 4%.
Caracterizam-se por apresentarem reação eutética durante sua solidificação. O silício apresenta
percentual de 0,5 a 3,5%, e os demais elementos destas ligas em menor proporção que são: o
manganês, o fósforo o enxofre, o cromo, o cobre e etc.
Os ferros fundidos são usualmente classificados em ferro fundido branco, ferro fundido nodular e
maleável.
Os ferros fundidos brancos, segundo Santos (1989) são ligas que apresentam fratura clara, onde
todo o carbono da liga encontra-se na forma de cementita ou outros carbonetos metálicos e devido a
processos metalúrgicos apresentam baixos teores de silício. Sua solidificação e microestrutura podem
ser estudadas segundo reação de equilíbrio metaestável, não havendo grafitização. Ferros fundidos
cinzentos são ligas que apresentam fratura escura, onde todo o carbono da liga forma austenita e
grafita, geralmente em formas lamelares, durante a solidificação, sendo então estudadas segundo reação
de equilíbrio estável e os ferros fundidos mesclados: são ligas que apresentam fratura com partes claras
e escuras, cuja solidificação é realizada de maneira mista, em determinadas áreas aparecem formações
de ferro fundido branco, comportando-se de maneira metaestável (austenita carbonetos), e em outras
áreas aparecem à formação do ferro fundido cinzento, comportando-se de maneira estável (austenita
grafita) (SANTOS 1989).
Para Smith (1998) fundidos nodulares são ligas em que a grafita apresenta-se não mais na forma
lamelar como nos ferros fundidos cinzentos, mais devido à adição de elementos químicos, os agentes
nodularizantes, que modificam a forma e o crescimento da grafita para a forma esferoidal, os quais
apresentam propriedades mecânicas intermediárias entre os ferros fundidos brancos e os ferros
fundidos cinzentos
Para Santos (1989), ferros fundidos maleáveis: são ligas cuja microestrutura e o comportamento
durante a solidificação é igual aos ferros fundidos brancos, passando por tratamento térmico de
maleabilização, onde a cementita se decompõe em austenita e grafita, ou é removida por oxidação
formando algumas grafitas e os fundidos vermiculares são ligas cuja obtenção se dá devido à adição
extremamente controlada de alguns elementos para à formação de grafita vermicular, sendo um
intermediário entre a grafita esferoidal e ou nodular e em forma de lamelas e ou agulhas.
2.2 Teoria de solidificação
A solidificação é basicamente um processo de nucleação, crescimento e formação de fases
constituintes, austenita, grafita e cementita. Há muitas variáveis termodinâmicas e cinéticas que podem
ser controladas para que os ferros fundidos solidifiquem de maneira estável ou metaestável entre elas
pode-se citar algumas como composição química, velocidade de resfriamento, a espessura da peça, a
condutividade térmica do molde, a temperatura, a velocidade de vazamento e o grau de
superaquecimento.
Por analogia ficou estabelecido que o comportamento durante o resfriamento do diagrama ternário
ferro carbono silício (Fe-C-Si) é semelhante ao do diagrama binário ferro carbono (Fe-C), considerando
teores de no máximo 3% de silício.
Por apresentar dois sistemas de equilíbrio o estável e o metaestável, o sistema Fe-C apresenta dois
eutéticos, respectivamente formado por grafita e austenita, o qual origina os ferros fundidos cinzentos e
o outro formando austenita, carbonetos e ledeburita, originando os ferros fundidos brancos.
O diagrama para o sistema ferro carbono apresenta uma diferença de aproximadamente 7ºC entre
as temperaturas de equilíbrio do eutético estável e do metaestável, como pode-se observar na secção
referente às composições próximas ao ponto eutético, representada esquematicamente na Figura 1.
Com o aumento do teor de silício, o intervalo entre estas temperaturas desses dois eutéticos aumenta,
diminuindo a probabilidade de solidificação conforme sistema metaestável. Este é um dos motivos para
que os ferros fundidos brancos tenham em sua composição química baixos teores de silício.
Figura 1 Secção próxima ao ponto eutético, no diagrama de equilíbrio Fe-C

Fonte: O autor
2.3 Avaliação da nucleação
Há duas técnicas de avaliar a nucleação dos ferros fundidos, a análise térmica e o teste de
coquilhamento. A análise térmica consiste no enchimento de cápsulas com metal liquido e dentro
destas cápsulas possuem um termopar para o registro das temperaturas e filamentos de elementos
químicos que avaliam a quantidade de carbono e silício de modo a determinar as curvas de
resfriamento. Este método apresenta como vantagens o armazenamento de dados e a confiabilidade.
O teste de cunha consiste em preencher um pequeno molde de areia em formato de cunha com
metal líquido e em seguida após a sua solidificação resfria-se para avaliação que é realizada quebrando-
se a cunha para avaliação da medida da quantidade de material que está coquilhada ou totalmente
branca.
O resultado destes testes irá determinar a quantidade de inoculante que deve ser adicionada, pois o
inoculante é muito útil e eficiente na quantidade correta, caso contrário pode acarretar sérios defeitos,
entre eles micro rechupes e drosses.

2.4 Grafita
A grafitização consiste na adição de elementos de liga capazes de auxiliar na formação da grafita.
A grafita é o constituinte de maior importância nos ferros fundidos, determinantes das propriedades
mecânicas.
Santos (1989) diz que a formação da grafita ocorre durante o resfriamento a partir de uma matriz
geralmente perlítica, preenchendo os vazios da matriz. Para os ferros fundidos nodulares são
adicionados elementos de liga para que a grafita cresça e modifique a sua forma passando de lamelas
para nódulos. Morfologicamente a grafita é classificada pelas normas ASTM A247-67 quanto a sua
forma, seu tamanho e distribuição. As grafitas que podem ser encontradas em ferro fundido nodular
estão representadas na figura 2. Lembrando que as grafitas desejáveis na maioria dos ferros fundidos
nodulares são as da forma VI.

Figura 2- Representação das grafitas segundo ASTM A247-67

Fonte: Testmat (http://www.testmat.com.br/novidades/classificacao-da-grafita-metalografia-dos-ferros acessado


junho 2015)
2.10 Inoculação
A inoculação é um procedimento importante na prática metalúrgica de elaboração dos ferros
fundidos, quaisquer que sejam os seus tipos de grafita, modo de elaboração ou processo de fundição.
A inoculação consiste na adição, de pequena quantidade de produto ao banho, normalmente à base
de ferro silício, que ao dissolver-se promove a formação de núcleos heterogêneos, necessários à
precipitação da grafita. Dado que esta adição se dissolve, a sua efetividade diminui com a passagem do
tempo. A nucleação deste tipo de fases não metálicas, no seio de banhos metálicos, necessita de
homogeneidade na dispersão do inoculante pelo banho, proporcionando simultaneamente campos de
elevada atividade de carbono e com boa quantidade e qualidade de núcleos, que podem ser
homogêneos ou heterogêneos.
Há diversas técnicas de inoculação dentre elas, a inoculação simples que consiste em adicionar
inoculante juntamente com o nodularizante e a inoculação ocorre junto a nodularização,a inoculação
dupla que consiste em adicionar inoculante após a reação de nodularização no momento da
transferência para a panela de vazamento, a inoculação durante o enchimento dos moldes, que consiste
na adição de inoculante durante a transferência do metal da panela para os moldes e a inoculação
dentro do molde, que consiste em adicionar inoculante em cavidades no interior do molde e no
momento que o metal passa por esta cavidade o metal vai sendo inoculado.
Outro detalhe que devemos nos ater é o efeito do inoculante, pois o mesmo decresce com o passar
do tempo e podemos ter resultados diferentes, este efeito é conhecido como "fading".
A seguir podemos observar uma lista de inoculantes mais utilizados. O inoculante utilizado para
realizar o experimento foi o de número 7, representado na Tabela1.
Tabela 1 - Composição de inoculantes de ferro silício para ferros fundidos
Nº Composição %
Si Al Ca Ba Ce Ti Mn Sr
1 40-50 0,5-1,25 0,6-0,9 -- -- -- -- --
2 74-79 1,25 máx. 0,5-1,0 -- -- -- -- --
3 74-79 0,75-1,5 1,0-1,5 -- -- -- -- --
4 46-50 1,25 máx. 0,75-1,25 -- -- -- 1,25 máx. --
5 60-65 0,8-1,5 1,5-3,0 4-6 -- -- 7-12 --
6 70-74 0,8-1,5 0,8-1,75 0,7-1,3 -- -- -- --
7 65-75 0,5-1,5 1-2 2-3 -- -- -- --
8 42-44 -- 0,75-1,25 -- -- 9-11 -- --
9 50-55 -- 5-7 -- -- 9-11 -- --
10 50-55 -- 0,5-1,5 -- -- 9-11 -- --
11 36-40 -- -- -- 9-11 -- -- --
12 46-50 0,5 máx. 0,10 máx. -- -- -- -- 0,6-1,0
13 73-78 0,5 máx. 0,10 máx. -- -- -- -- 0,1-1,0
14 6-11 0,5 máx. 0,10 máx. -- -- -- -- --
Fonte: FONSECA (2015)

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para realizar os testes comparativos utilizou-se uma mesma corrida de 1000kg, sendo dividia em
duas e metade dela foi inoculada segundo inoculação simples e a outra metade segundo inoculação
dupla. Fundiu-se três blocos Y de cada inoculação e destes blocos foi retirado 1 amostra de cada bloco
para confecção dos corpos de prova de acordo com a figura 4. foi analisado também a composição
química das duas amostras.
Para a realização deste experimento utilizou-se 0,4% de inoculante, um segundo a inoculação
simples e outro de acordo com a inoculação dupla. A quantidade de nodularizante não foi alterada,
permanecendo a mesma para as duas amostras, cerca de 9,5kg por amostra. A temperatura de
vazamento também manteve-se a mesma para as duas amostras, em torno de 1510ºC. O "fading"
também manteve-se o mesmo, pois para este caso os tempos para o vazamento dos corpos de prova
permaneceram iguais em torno dos 2 minutos.

Figura 4- Bloco Y segundo ASTM A536-84

Fonte: ASTM A536-84

3.1 Análise dos resultados


A norma que qualifica os parâmetros de aceitação destes produtos, a NBR 7675, não se refere a
faixas de composição química e sim a critérios de exames visuais, dimensionais, teste hidrostático ou
estanqueidade, resistência à tração, alongamento, dureza, especificações de pintura e entre outros não
aplicáveis aos estudo no momento.
Estão abaixo na Tabela 2 as respectivas análises químicas das duas amostras, dividas: número 1
prova de forno, número 2 inoculação simples e número 3 inoculação dupla. Para a realização das
análises químicas utilizou-se um espectrofotômetro de emissão ótica da marca Spectro e modelo
Spectromax.

Tabela 2 - Composição química da liga em estudo


Nº Composição %
C Si Mn P S Cr Ni Mo Al Cu Mg
1 3,70 1,78 0,45 0,032 0,020 0,24 0,081 0,031 0,0018 0,17 -----
2 3,60 2,90 0,45 0,031 0,014 0,24 0,077 0,030 0,0009 0,16 0,032
3 3,60 2,82 0,45 0,030 0,015 0,24 0,075 0,030 0,0008 0,16 0,022
Fonte: O autor

Os resultados do ensaio de tração apresentaram os seguintes valores de acordo com a Tabela 3: O


ensaio foi realizado com base na norma ASTM A370 a uma velocidade de deformação igual a 10
mm/min e o equipamento utilizado foi uma máquina universal de ensaios da marca Emic modelo DL
10000.
A norma não menciona faixas de composição química para a elaboração do produto, porém
podemos observar que houve uma variação de 2,83% nos percentuais finais de silício a mais na de
inoculação simples, porém não podemos afirmar se este valor está ou não contribuindo para a grande
diferença nos valores de alongamento.
Em ambos os casos o produto atende a norma NBR 7675 (Tubos e conexões de ferro dúctil e
acessórios para sistema de adução e distribuição de água - Requisitos), no quesito propriedades
mecânicas de resistência a tração e alongamento, pois referida norma diz que os produtos para estarem
de acordo com os quesitos de propriedades mecânicas de tração e alongamento devem apresentar
valores de limite de resistência a tração de no mínimo 420 MPa e 5% de alongamento.
Tabela 3 - Propriedades mecânicas dos corpos de prova inoculados por simples e dupla inoculação
Corpo de Limite de Tensão de Alongamento
Prova Resistência (MPa) Escoamento (MPa) %
01 646 492 6
Simples inoculação 02 626 479 5
03 650 480 6
Média -- 641 ± 15 489 ± 10 6±1
01 643 486 10
Dupla inoculação 02 636 482 9
03 630 480 11
Média -- 636 ± 7 483 ± 4 10 ± 1
Fonte: O autor

O modo de inoculação associado ao tipo de inoculante são muito importantes para o alongamento
dos ferros fundidos nodulares, pois podemos verificar que alterando somente o modo de inoculação
obtivemos valores bem diferentes de alongamento, apresentados na Tabela 3.
A Tabela 3 nos mostra que os valores de limite de resistência e tensão de escoamento
permaneceram bem semelhantes, porém os valores de alongamento obtiveram um ganho de 43%,
variando somente a metodologia de trabalho de inoculação, sem contar que os produtos fabricados por
inoculação simples, os valores de alongamento estão muito próximos do limite mínimo da norma. A
média de alongamento para os produtos fabricados pela inoculação simples é de 6 ± 1% e os fabricados
pela dupla inoculação é de 10 ± 1%.
Através da Tabela 2 podemos verificar as composições químicas e que houve uma pequena
variação nos percentuais de silício e magnésio, podendo ser atribuída a pequenas diferenças de
pesagem do produto durante a transferência do forno para as panelas. Porém fica a ressalva que
podemos diminuir os % de silício adicionados na carga em torno de 15%, podendo ser trabalhados com
faixas de prova de forno entre 1,55 e 1,65.

4 CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos mencionados,o objetivo deste trabalho foi alcançado, pois a literatura afirma
que o modo de inoculação dos ferros fundidos podem apresentar valores diferentes de propriedades
mecânicas, principalmente de alongamento, porém por fim percebe-se que o produto em ambos os
casos atendeu a norma NBR 7675 (Tubos e conexões de ferro dúctil e acessórios para sistema de
adução e distribuição de água - Requisitos), no quesito propriedades mecânicas de resistência a tração e
alongamento, sendo que a simples inoculação nos deixou com valores muito próximos do limite
inferior. Portanto qualquer variação de processabilidade pode ocasionar retrabalhos, pois se o produto
vier apresentar valores de alongamento inferiores a 5 % o mesmo deve passar por tratamento térmico
para aumentar o alongamento, o que gera retrabalho e aumentos em seu custo de fabricação.

Agradecimentos
Á Deus que é nosso pai e criador, a empresa IMA Metal Mecânica de Treviso SC, por gentilmente
ter nos cedido o corte e usinagem dos corpos de prova, a fundição Monferrato por gentilmente ter nos
cedido as análise químicas e a CBEIC por possibilitar a realização deste estudo.

REFERÊNCIAS
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01, 1990. 277p.
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specification of ductile castings. Philadelphia, PA. USA: ASTM, v.01.02, 1992.
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Iron, steels, and high-performace alloys. 10ed. USA: ASM Internacional. v.01, 1990. p.33-55.
CALLIESTER, D. William Jr. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 5ª ed., Rio de
Janeiro: LTC Livros Técnicos, 2002.
CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos. São Paulo: ABM. 1988. 576p.
FONSECA, J.; AMORIM, P.Tecnologia de processamento de ligas: Ferro fundido de grafita
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PIESKE, A,; CHAVES FILHO, L. M.; REIMER, J.F. Ferros fundidos cinzentos de alta qualidade.
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Porto: Faculdade de engenharia da universidade de porto, 2001. 50p. Disponível em:
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SANTOS, A. B. de S. Efeito de algumas variáveis na inoculação dos ferros fundidos. Joinvile:
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Paulo: IPT. 1989. 205p.
SIEGEL, M. Fundição. 10ed. São Paulo: ABM. 1978. p.20.1-21.21-23.01-23.14.
SMITH, W. F. Princípios de ciência e engenharia de materiais. Traduzido por Maria Emilia Rosa, et
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TEIXEIRA, R. P. O. Inoculação de banhos de ferro fundido nodular na Funfrap – grupo Teksid.
Porto. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. 2012.

Abstract: This study aims to compare the mechanical properties of strength and elongation limit, a
nodular cast iron alloy used to make connections to supply and distribution of water through two
inoculation techniques, inoculation after reaction nodularising known as double inoculation and single
inoculation consists of adding the inoculant with the nodularizante. The inoculation is the addition of
silicon based on iron elements, and may contain small amounts of calcium, aluminum, magnesium,
strontium, barium, zirconium and cerium. Inoculation favors the increase of the degree of nucleation,
changes the amount of graphite improves mechanical properties and prevents the formation of
carbides.

Key words: Nodular Cast Iron. Inoculation. Stretching

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