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Relató rio do trabalho

prá tico nº7


Determinaçã o da viscosidade e dos volumes
molares médios de misturas biná rias

Realizado por:
 César Tavares, nºmec.: 49978
 Fábio Agostinho, nºmec.: 50340

Curso: Química

Unidade Curricular: Laboratório de Química-


Física

Data de realização da experiência: 10/11/2010


Determinaçã o da viscosidade e dos Lab. Q-F
volumes molares médios de misturas 2010/1
biná rias 1

Resumo

Com este trabalho prático teve-se como objectivo determinar as viscosidades e


os volumes molares médios dos componentes de uma mistura ciclo-hexano/etanol,
verificando se a solução se comportava, ou não, de forma ideal. Para isso prepararam-
se 9 balões de 20 mL de misturas de ciclo-hexano/etanol, com diferentes volumes de
ciclo-hexano (2, 4, 6, 10, 12, 14, 16, 18 e 19 mL), efectuando-se a medição da massa de
cada um dos balões vazios, após a adição de ciclo-hexano e após a adição de etanol. A
partir desses dados procedeu-se ao cálculo dos volumes molares médios para cada um
dos balões através da fórmula,

V
V m=
n A +n B

e construindo-se o gráfico do volume molar médio da mistura em função da fracção


molar de ciclo-hexano. A partir desse gráfico, verificou-se que o volume molar médio
aumentava de forma directamente proporcional ao aumento da fracção molar de
ciclo-hexano.

Após esta fase, procedeu-se à determinação da viscosidade da água, etanol e


ciclo-hexano e das misturas dos balões contendo 6, 10, 14 18 e 19 mL de ciclo-hexano,
utilizando o viscosímetro de Ostwald e medindo o tempo de escoamento dos líquidos.
A partir dos dados obtidos calculou-se a viscosidade e a fluidez através das fórmulas,

ηr ρt 1
η= F=
ρr t r η

e construiu-se o gráfico de fluidez em função da fracção molar de ciclo-hexano,


verificando-se que o comportamento da mistura é não-ideal, uma vez que os dados
obtidos eram ajustados por um polinómio de segundo grau e não por uma recta.

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Introdução teórica

O volume molar parcial de um componente A é dado pela variação de volume


duma mistura binária (A+B) quando se adiciona 1 mole desse componente a pressão e
temperatura constantes, supondo que o volume da solução é suficientemente grande
para que não haja uma alteração significativa na concentração da solução.

Matematicamente os volumes molares parciais de A e B podem ser dados por,

V A=
( )
∂V
∂ nA nB ,T , P
V B=
( )
∂V
∂ nB nA ,T , P

e o volume total da mistura binária é dado por:

V =n A V A + nB V B

A variação do volume total de uma solução em função da sua composição não é,


portanto, linear e o volume molar parcial de um componente a uma determinada
composição expressa é dada pela intersecção da tangente à curva.

O volume molar médio de uma mistura binária A+B é definido por,

V
V m= ( 1)
n A +n B

O viscosímetro de Ostwald permite determinar o tempo necessário para que um


dado volume de um líquido passe entre uma marca superior e uma inferior do
viscosímetro. A viscosidade de um líquido pode ser determinada a partir da relação:

ηr ρt
η= (2)
ρr t r

Onde ηr ρr e tr são, respectivamente, a viscosidade, a densidade, e o tempo de


escoamento do líquido de referência, e ρ e t, a densidade e o tempo de escoamento
do líquido de viscosidade desconhecida que se pretende determinar.

A fluidez é dada pelo inverso da viscosidade:

1
F= (3)
η

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Empiricamente, verifica-se que os valores de fluidez de misturas de líquidos com
comportamento ideal são aditivas, ou seja, para uma mistura binária de líquidos A e B,
em que a fluidez dos líquidos puros é respectivamente, FA* e FB*, a fluidez da mistura
contendo as fracções molares x A e x B é aproximadamente igual a:

F ≅ x A F ¿A + x B F ¿B ( 4)

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Procedimento

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Tratamento de dados

m1 = massa do balão vazio xA = fracção molar de C6H12 M(C6H12) = 84,16 g/mol

m2 = massa do balão + C6H12 xB = fracção molar de C2H5OH M(C2H5OH) = 46,06 g/mol


Os valores do volume molar médio (Vm) das misturas apresentadas na tabela
m3 = massa do balão + C6H12 + C2H5OH T(°C) = 20,00 ± 0,05

anterior, foram calculados a partir da equação (1) (ver introdução teórica).

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Cálculo do volume molar médio para a fracção molar de etanol igual a 0,4:

A partir da equação da recta obtida (Gráfico 1),

y = 49,928x + 58,76 xetanol = 0,4


Vm médio = 49,928 x 0,6 + 58,76 = 88,7 mL/mol xciclohexano = 1 - 0,4 = 0,6

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Os valores da viscosidade, fluidez obtida e fluidez ideal foram calculados,
respectivamente, através das expressões (2), (3) e (4) (ver introdução teórica).

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Discussão e Conclusões

Atendendo aos valores de viscosidade dinâmica do ciclo-hexano, etanol e água


(ver Tabela 3) observa-se que o ciclo-hexano é o líquido menos viscoso (ou seja, o mais
fluido). Essa maior fluidez do ciclo-hexano, comparativamente ao etanol e à água,
deve-se ao facto de o tipo de interacções intermoleculares dominantes, neste
composto, serem interacções fracas, neste caso, interacções dipolo induzido - dipolo
induzido (forças de van der Walls). O etanol e a água possuem maiores valores de
viscosidade, pois as suas moléculas conseguem estabelecer pontes de hidrogénio
devido à presença de grupos hidroxilo. No entanto, o etanol é ainda mais viscoso
(oferece ainda maior resistência ao escoamento) do que a água pois possui um grupo
alquilo com forças de van der Walls associadas.

Quanto ao gráfico 1 (volume molar médio (V m) em função da fracção molar)


verifica-se que o volume molar médio aumenta de forma perfeitamente linear
conforme aumenta a fracção molar de ciclo-hexano. Se tomássemos por base apenas
essa observação, seriamos levados a pensar que a mistura de ciclo-hexano/etanol
comporta-se de forma ideal, no entanto, se tomarmos também em consideração o
gráfico 2 essa conclusão já não se verifica, pois a variação da fluidez, obtida para a
mistura estudada, em função da fracção molar, é descrita por um polinómio de
segundo grau e não por um polinómio de primeiro grau (recta) como aconteceria se a
mistura se comportasse de forma ideal (pois nestas misturas a fluidez dos
componentes da mistura é aditiva). Assim sendo, conclui-se que a mistura binária de
ciclo-hexano e etanol é não ideal.

A não idealidade da solução deve-se ao facto das interacções entre as


moléculas de etanol e ciclo-hexano serem fracas, o que permite às moléculas
deslocarem-se umas sobre as outras mais facilmente.

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