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Trincas em Soldagem

– Durante a soldagem, vários tipos de trincas


podem surgir e podem ocorrer em
temperaturas mais elevadas (Estado líquido)
ou em Temperaturas mais baixas (Estado
Sólido).

– As principais trincas são:


• Trincas que ocorrem durante a solidificação
• Trincas causada pelo hidrogênio (Frio)
• Trincas Lamelar
Trincas em Soldagem
• 1- Trincas em Temp. Elevadas (Trinca a Quente)
são:

– Trincas de Solidificação
• metal de solda

– Trincas de Liquação
• ZTA
• Metal de Solda (soldagem multipasse)

– Trincas devido à queda de ductilidade.


• ZTA
• Metal de Solda
• Metal de Solda reaquecido (soldagem multipasse)
Trincas em Soldagem
• Trinca de Solidificação

• É geralmente intergranular, com separação do material


ocorrendo na região interdendrítica, a qual está preenchida
com líquido (filme líquido) de baixo ponto de fusão.

• Durante a solidificação, as tensões causadas pela contração


podem causar a separação das superfícies.

• Essas trincas estão associadas a presença de fases de


baixo ponto de fusão ou ao intervalo de solidificação.
Trincas em Soldagem
Trincas em Soldagem
Trincas em Soldagem
– Ligas Suscetíveis a este tipo de trinca

• Aços carbono e baixa liga


• Aços inoxidáveis
• Ligas de alumínio
• Ligas de não ferrosos (dependendo do elementos de liga presente
– ligas de Níquel)

– Elemento Causador
• Abaixamento da Temperatura Sólidus

- Metais Ferrosos - Metais Não Ferrosos

– Fósforo - Extensão do intervalo de


– Enxofre solidificação associado à
– Silício micro-segregação dos
elementos de liga
Trincas em Soldagem
• Fósforo – teores acima de 0,04%
• O fósforo associado ao Fe, Mn, Ni e Cr, forma eutéticos de
baixo Ponto de Fusão.

• Enxofre – teores acima de 0,04 %


• O enxofre associado ao Ferro (FeS – sulfeto de ferro)
também apresenta baixo ponto de fusão.

• Silício – os teores podem variar dependendo do aço.


• Em soldagem de alta resistência, o teor de Silício deve ser
inferior a 0,3%, pois aumenta a suscetibilidade à fissuração.
Trincas em Soldagem
• Trinca de Liquação

• Podem aparecer:

– Zona Afetada pelo Calor (Zona de Ligação)


– Entre os passes do metal de solda.

• Fraturas são intergranulares acompanhadas por


redistribuição de fases de baixo ponto de fusão.

– Sulfetos associados a fósforo


– Inclusões do tipo óxidos como silicatos, carbonetos,
boro-carbonetos, fases intermediárias
Trincas em Soldagem
Trincas em Soldagem

• Elemento Causador

– A região (zona de ligação) onde ocorre a fusão parcial


dos grãos, pode apresentar segregação durante a
solidificação, onde o líquido presente nos contornos de
grão solidifica a temperaturas mais baixa que a
temperatura da liga, levando a formação de fissuras.

– Durante o reaquecimento em decorrência da soldagem


multipasse, esse processo poderá se agravar levando
também a ocorrência desse tipo de trinca.
Trincas em Soldagem

• Trinca devido a queda de Ductilidade

– Difere da trinca de liquação por não


apresentar a formação de filmes de contorno
de grão.
– Ela é geralmente interdendrítica com
extremidades arredondadas.
– Mostra na superfície características de fratura
por fluência
Trincas em Soldagem

– Causas da Queda da Ductilidade

• Redução da área em função da Temperatura.


– Ex: Temperatura de recristalização

• Está associada:
– Tamanho de Grão
» Quanto maior, mais fácil o escorregamento dos contornos
– Limite de Escoamento
» O aumento do limite de escoamento retarda a
recristalização (dinâmica)
– Energia Interfacial por unidade de área
» A variação pode ser devido a precipitação de carbonetos
Trincas em Soldagem

• 2- Trincas causadas pelo Hidrogênio (Frio)

– Fontes de Hidrogênio:
• Umidade nos revestimentos dos eletrodos e no
fluxo do arco submerso e arame tubular;

• Qualquer produto higrogenado no fluxo e no


revestimento;

• Contaminação de água (vapor) nos gases de


proteção (MIG/MAG/TIG);
Trincas em Soldagem

• Contaminação com óleos, sujeiras ou graxa na


superfície dos eletrodos ou metal base;

• Óxidos hidratados (ferrugem) no eletrodo e metal


base;

• Contaminação com hidrogênio durante a


fabricação do aço (metal base e metal de adição);

• Produtos desengraxantes.
Trincas em Soldagem
Solubilidade do hidrogênio

– A absorção do hidrogênio pelo aço está diretamente


relacionado a temperatura e a microestrutura.

– A microestrutura Ferrita tanto α como δ, apresenta


solubilidade menor que a Austenita.

– Por outro lado, a Solubilidade no líquido é alta.


Trincas em Soldagem
Trincas em Soldagem
Trincas em Soldagem
Mecanismo de Difusão do Hidrogênio

– Parte do hidrogênio presente na atmosfera do arco é


absorvido pela poça de fusão;

– Quando ocorre a solidificação e transforma-se em


Austenita, parte do hidrogênio difunde para a
atmosfera, mas uma parte fica retido nesta
microestrutura;

– Quando a Austenita transforma-se em Ferrita e


Cementita, uma parte do hidrogênio é expulso, que
através da difusão migra para outras regiões do
metal base austenitizada (maior solubilidade)
Trincas em Soldagem
Trincas em Soldagem
• A região austenitizada, em função do resfriamento pode
temperar transformando-se em Martensita;

• Consegue-se desta forma ter hidrogênio associado a


Martensita;

• A presença de teores elevados de hidrogênio na


microestrutura martesítica, pode levar a formação de
fissuras;

• Associado a presença de tensões causadas pelo


resfriamento e pelas contrações decorrentes da
passagem do metal líquido para o sólido, essas fissuras
podem se propagar mesmo após da junta soldada
encontrar-se a temperatura ambiente.
Trincas em Soldagem
• A suscetibilidade a trinca induzida pelo
hidrogênio aumenta com o aumento da
resistência.
• Têmpera → Teor de Carbono + Teor de
Elementos de Liga
– Mais sensível a fragilização, além de aumentar a dureza.

• Aplica-se o Conceito de Carbono


Equivalente - CE
Trincas em Soldagem

• Carbono Equivalente (Instituto Internacional de


Soldagem – IIW)

• Cequiv. = %C + %Mn/6 + (%Cr + %Mo + %V)/5 + (%Ni + %Cu)/15

Cequiv.  0,4  Boa Soldabilidade

0,4 < Cequiv.  0,6  Média Soldabilidade

Cequiv.  0,6  Péssima Soldabilidade


Trincas em Soldagem
• 3- Trinca Lamelar

– Ocorre pela tensão causada pela soldagem de peças


com algum nível de restrição, principalmente em
soldagem em ângulo;

– Quando as peças (chapas) são laminadas, os grãos


ficam alinhados na forma texturas (lamelas), com os
contornos de grãos também direcionados;

– Esse posicionamento dos grãos possibilita níveis de


resistência maior em uma direção e menor em outra
direção;
Trincas em Soldagem
– Quando a soldagem realizada (cordão) se
encontra na posição perpendicular ao
direcionamento dos contornos de grão, a
tensão exercida também ocorrerá no sentido
perpendicular;

– A força exercida rompe o material no


contorno de grão, formando uma trinca que
se propaga;

– A característica desta trinca é intragranular


Trincas em Soldagem

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