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Inspetor de Soldadura

2.16 – Aços Inoxidáveis.

Elmano Almeida
Maio 2017

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Introdução

• Um aço inoxidável deve apresentar um teor mínimo de 12% Cr


dissolvido;

• O Cr passiva a superfície do aço, formando uma camada de oxido


protetora:

– pequena espessura;
– invisível a olho nu;
– muito aderente e continuo;

• Para se formar a camada de oxido o ambiente em que o aço é


solicitado deve ser oxidante;

• A danificação mecânica ou química da camada de óxido é seguida da


sua regeneração, mantendo-se a resistência à corrosão.
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O Cr do Aço Inox + O O2 da atmosfera
=
Camada Passiva

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Auto-Regeneração do
Aço Inoxidável

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Vantagens

– Resistência à corrosão
– Resistência ao calor e ao fogo
– Adaptação aos processos de fabrico
– Resistência ao impacto
– Aspeto estético
– Valor a longo prazo
– Reciclagem

Desvantagem

– Custo elevado

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Aços inoxidáveis austeníticos

• Á temperatura ambiente devido ao Ni são austeniticos e portanto não


magnéticos;
• Não tem pontos de transformação, não endurecem por transformação
em fase sólida;
• Sensíveis a coalescência de grão a T elevadas (não tratáveis) mas não
produz fragilização;
• Boa resistência à corrosão;
• Ductilidade e resiliência boas mesmo a baixas T;
• Facilmente soldáveis – soldaduras sem pré-aquecimento e com
propriedades semelhantes ao MB sem tratamento posterior;
• Endurecem por deformação plástica sem fragilizarem;
• Mais caros.

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• Aços inoxidáveis austeníticos
• Principais problemas na soldadura:

– Precipitação de carbonetos
– Ataque de faca
– Fissuração a quente

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• Aços inoxidáveis austeníticos

● Precipitação de carbonetos:

- Entre 550ºC e 850ºC formam-se carbonetos de crómio Cr23C6 nos


limites de grão da austenite. Se o tempo de permanência nesta gama de
Temperatura for suficiente há diminuição do teor de Cr global no aço;

- Nos limites de grão maior aptidão para a corrosão intergranular;

- Se %C aumenta, então aumenta a suscetibilidade a corrosão


intergranular.

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• Aços inoxidáveis austeníticos

• Soluções para evitar precipitação de carbonetos:

– Reduzir teor em carbono;


– Utilizar aços estabilizados (Ti ou Nb)
– Reduzir ET
– Baixas temperaturas inter-passes
– TT para dissolver carbonetos (1000-1100ºC, seguido de arrefecimento
rápido)

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Aços inoxidáveis austeníticos

• Ataque de faca:

• Os aços inoxidáveis austeniticos estabilizados podem apresentar outro


tipo de corrosão intergranular (knife-line attack) junto a linha de fusão;
• Nesta zona, os precipitados de NbC e TiC podem dissolver-se devido à
elevada Temperatura atingida;
• Após reaquecimento na gama de Temperatura de sensibilização, pode
ocorrer a precipitação preferencial de carbonetos de Cr;
• Este ataque e muito localizado.

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• Soluções para evitar ataque de faca:

– Baixo teor em carbono;


– TT para dissolver CrC (não precisa de arrefecimento rápido);
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• Aços inoxidáveis austeníticos

Fissuracao a quente:

• Presença de impurezas (P e S) com baixo ponto de fusão;


• Fator de forma inadequado;
• Incapacidade do material em absorver as tensões resultantes do
arrefecimento;
• Zona fundida completamente austenitica mais suscetível do que com
alguma ferrite.

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• Aços inoxidáveis austeníticos
Influencia da ferrite na fissuração:

– As impurezas (S e P) tem uma maior solubilidade na ferrite


(funciona como reservatório das impurezas que promovem a
fissuração)
– O coeficiente de expansão térmica da ferrite e menor que o da
austenite – reduz as tensões de contração associadas a solidificação e
arrefecimento
– A ferrite impede a propagação de fissuras devido a forma irregular
das interface ferrite-austenite.

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• Desvantagens da presença da ferrite:
– Ferrite e menos resistente a corrosão;
– Ferrite pode originar fase sigma.

• Soluções para evitar fissuração a quente :


– Ideal ferrite entre 1 -8%;
– Usar material de adição com Mn (formador de ferrite)
– Usar configurações de junta adequados
– Controlar P e S
– Baixa ET

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Aços inoxidáveis ferríticos

• Sao essencialmente ligas binárias Fe-Cr com 12 a 30% Cr;

• Razão % de Cr / % de C elevada;

• Serie AISI 4XX;

• Estrutura mantém-se essencialmente ferrítica (CCC) após tratamento


térmico;

• São relativamente baratos, porque não contem níquel, mas a


resistência à corrosão é menor que os equivalentes austeniticos.

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Aços inoxidáveis ferríticos

• Boa resistência ao calor e à corrosão (altos teores de Cr);

• Baixa soldabilidade (crescimento de grão durante a soldadura –


fragilidade). Remedeia-se com material de adição austenitico;

• Boa resistência à corrosão sob tensão;

• Boa resistência à corrosão por picadas;

• Boa resistência à corrosão em fendas (particularmente em ambientes


com cloretos).

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Aços inoxidáveis ferríticos
Principais problemas na soldadura:

– Aços com % Cr > 21 – sensibilização à corrosão intergranular;

– Fase sigma;

– Coalescência de grão (fragilização);

– Como minimizar:

• Material adição austenitico ou ligas Ni


• Baixa ET
• Elementos liga para formar precipitados e inibir crescimento de grão.
• TT > 800ºC com arrefecimento rápido

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Aços inoxidáveis martensiticos

• Essencialmente ligas Fe-Cr-C com 12 a 17% Cr;

• Possuem transformação austenite-martensite;

• Serie AISI 4XX;

• Relação % de Cr / % de Carbono baixa;

• Magnéticos e endureciveis por têmpera;

• Maior resistência mecânica e dureza

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Aços inoxidáveis martensiticos

• Baixa soldabilidade (podem temperar e fissurar).

• Usa-se material de adição austenitico.

• Baixa resistência à corrosão comparando com ferriticos e Austeniticos

• Apresentam-se em três tipos:

– Baixo Carbono (tipo turbina) – 0,15% C; 12% Cr


– Médio Carbono (tipo cutelaria) – 0,70% C; 17% Cr
– Alto Carbono (resistente ao desgaste) – 1,10% C; 17% Cr

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Aços inoxidáveis martensiticos

• Principais problemas na soldadura:

– Fissuração a frio
• Pré-aquecimento
• Pós-aquecimento
• Tratamento térmico após soldadura
• Material de adição austenitico ou austeno-ferritico
• Reduzir teor de Hidrogénio

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Aços inoxidáveis duplex

• Boa resistência mecânica, à erosão, à fadiga e à fadiga sob corrosão


devido a c.q. e microestrutura (50-50):
– Alto teor em Cr (resistência à corrosão intergranular)
– Mo (boa resistência à corrosão por picadas em ambientes
diversos)
– N – endurecimento por precipitação, aumenta tensão de rutura e
cedência sem afetar a tenacidade

• Excelente resistência à Corrosão Sob Tensão

• Baixo coeficiente expansão térmica

• Tenacidade < austeniticos mas > ferriticos

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Aços inoxidáveis duplex

• Principais problemas na soldadura

- Alteração do balanço “ferrite—austenite” e formação de outros


constituintes indesejáveis (p.ex. fase sigma e nitretos de crómio).

- Na zona de fusão e na ZTA, sujeitas a uma velocidade de


arrefecimento rápida, há uma intensa precipitação do N na ferrite na
forma de Cr2N - perda de resistência à corrosão e tenacidade.

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Aços inoxidáveis duplex

• Como minimizar problemas na soldadura:

- Baixa ET,

- Arrefecimento rápido (retem ferrite que se forma a temperaturas


elevadas),

- Material de adição com Ni para formar austenite,

- Temperatura inter-passe 150ºC

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• Tratamento superficial

• Meios mecânicos:
– Escovagem
– Rebarbagem
– Decapagem com abrasivo

• Meios químicos:

– Decapagem
• Imersão
• Spray
• Pasta decapante
• Limpeza electroquímica

– Passivação

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