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Metsolda

Inox

AÇOS INOXIDÁVEIS FERRÍTICOS

Fontes:
Lippold & Kotecki – cap. 4
Folkhard – cap. 6
Modenesi – cap. 4
Aços Inoxidáveis Ferríticos
Generalidades
Foram os primeiros ....... início sec. XX

Mo  pites / resist. ao calor


10,5 a 30% Cr

< 0,2% C + adições Al, Nb, Ti  ferritizantes

Nb, Ti  estabilisação do C e
contrôle tam. grão

► Elevada resistência à corrosão-sob-tensão e por pites.


► Elevada resistência à oxidação e baixo coef. de expansão térmica.
► Mais baratos que inox gama e duplex (não contém Ni)
Aços Inoxidáveis Ferríticos

Schaeffler diagram Market share of various stainless steel families


Aços Inoxidáveis Ferríticos

Cr and Ni price evolution in latest years


Aços Inoxidáveis Ferríticos

Stainless worldwide crude production in 2004 by grades.

Raw material cost models


(real figures observed from
2004 to2007).
Aplicações
Aços Inoxidáveis Ferríticos

Desde anos 1980 uso em escapamentos de autos


levou a muita P&D sobre a soldabilidade dos inox
ferríticos.

Temperatura de exaustão > 800°C tornou uso do aço


estabilisado ao Ti com 12 %Cr impossível (AISI 409)
levando ao grau mais resistente a T com 17% Cr
estabilisado por ambos Ti e Nb (AISI 441).
Nesse tipo de aço o excesso de Nb melhora resistência
ao creep e fadiga térmica.

Example of a ferritic stainless steel exhaust Manifold


Aços Inoxidáveis Ferríticos

Poluição atmosférica / Mudanças no sistema de exaustão

Componentes de sistema de exaustão de automóveis


com a evolução no uso de materiais
Aços Inoxidáveis Ferríticos
Estudo de Caso

Empresa Tuper

São Bento do Sul SC

Substituição do TIG pelo Laser na soldagem de catalisadores


TCC Amanda Siebert
em inox ferrítico AISI 441 EMC 2011
Aços Inoxidáveis Ferríticos

Micrografia da solda TIG ataque marble aumento 25 e 50x.


TCC Amanda Siebert
EMC 2011
Aumento 50x

Micrografia da solda laser com virtual ausência


de ZAC-GG / Ataque Marble

Corpos de prova após ensaios de tração


TCC Amanda Siebert
EMC 2011
Evolução quanto à composição química:

• 1ª geração AISI 430, 442, 446

médio a alto Cr  17 a 30%


alto C  até 0,2%

Corrosão generalizada .... boa resistência

Corrosão intercristalina.... nenhuma resistência!


p.ex. 430 (17 Cr 0,12 C) corrói em água potável

Tipos médio Cr .... semi-ferríticos  martensita no resfriamento pós


solidificação ou no ciclo
térmico de soldagem!
Ligas disponíveis
Metalurgia Física
Pseudo-binário Fe-Cr-C
para 17%Cr.

Aço 430
Laminado a 850ºC
e resfriado lentamente.

Ferrita + carbonetos

.
Resfriamento do aço 430 ( 0,05%C ) em equilíbrio:
• solidificação primária é ferrítica.
• no final da solidificação: 100% ferrita.
• a Tambiente: F + carbonetos (Cr23C6).
Lippold & Kotecki
Metalurgia Física

Pseudo-binário Fe-Cr-C
para 17%Cr.

AISI 430
Temperado desde 1100ºC.

- martensita ao longo dos CG da ferrita


- carbonetos e nitretos intra-granulares

Lippold & Kotecki


Tipos médio Cr ... semi-ferríticos

MO
50x

Formação da microestrutura da MEV


solda de um AIF que cruza campo 500x
(α+γ)

Microestrutura da solda de um
AIF não-estabilisado (p.ex. 405)

Modenesi
Zona Afetada pelo Calor

AIF apresentam matriz ferrítica com carbonetos (ou carbonitretos).

►No aquecimento pelo ciclo térmico de soldagem os precipitados tendem a


dissolver.
► ZAC de alta temperatura pode ser F+A ou totalmente F. Na ausência de
precipitados e de A nos CG, os grãos de F crescerão rapidamente
► No resfriamento ocorre re-precipitação de carbonetos e nitretos, devido à baixa
solubilidade de C e N na F.

ZAC num aço 430.


Precipitados no interior dos
grãos e zonas livres de
precipitados na ZAC e MS.

Lippold & Kotecki


Materiais sem transformação alotrópica
Níquel, Alumínio, Cobre, Aços Inox  e 

EVENTUAIS PROBLEMAS NA ZAC


1. Crescimento irreversível de grãos na ZAC  queda de dureza e
fragilidade. Afeta em especial materiais CCC (inox ferríticos).
2. Sensitização  corrosão intercristalina.
3. Precipitação de fases intermetálicas  corrosão e fragilização
Ferríticos alto Cr mostram TTDF muito elevada

p.ex. 446  + 120oC


304 dútil até - 240 oC

Efeito de tamanho de grão e intersticiais


na TTDF de liga Fe-25 Cr

Lippold & Kotecki


2ª geração AISI 409, 436 e 439
 desenvolvida para minimizar a formação da martensita e
melhorar a soldabilidade.

• baixo a médio Cr 12 a 19 %
• baixo Carbono < 0,12 %
• adição de potentes ferritizantes (Al e Ti) e estabilizadores
(Nb ou Ti) que fixam C e N
Metalurgia Física

Aço 409
( tipo C estabilisado)

Estado recozido .

Matriz ferrítica com precipitados dispersos (nitretos ou carbetos de Ti).


Aço usado para escapamentos.

Lippold & Kotecki


2ª geração AISI 409, 436 e 439

 não formam martensita ...maior soldabilidade.


• 12 a 19 % Cr e Carbono < 0,12 %
• adição de ferritizantes (Al e Ti) e
estabilizantes (Nb ou Ti)
ZAC num aço 409
essencialmente pura ferrita.

Efeito do C e N sobre o
campo austenítico.

Lippold & Kotecki


Zona Afetada pelo Calor

ZAC num aço 409 / soldagem TIG /


microestrutura ferrítica grosseira.

Soldagem no estado sólido (HF ) de aço 409 /


microestrutura fina por recristalização dinâmica
devido forjamento mecânico

Lippold & Kotecki


Estudo de Caso

Fratura frágil na ZAC-GG em solda TIG de


chapa aço 436 (bobina para laminação a frio)

SOLUÇÃO:
Fratura transgranular Refino adotando solda em 2 passes
por clivagem
(MEV). + TTAT a 800oC + pré a 20oC

Lippold & Kotecki


Aços Inoxidáveis Ferríticos
Generalidades
Foram os primeiros ....... início sec. XX

Mo  pites / resist. ao calor


10,5 a 30% Cr

< 0,2% C + adições Al, Nb, Ti  ferritizantes

Nb, Ti  estabilisação do C e
contrôle tam. grão

► Elevada resistência à corrosão-sob-tensão e por pites.


► Elevada resistência à oxidação e baixo coef. de expansão térmica.
► Mais baratos que inox gama e duplex (não contém Ni)
Evolução quanto à composição química:

• 1ª geração AISI 430, 442, 446

médio a alto Cr  17 a 30%


alto C  até 0,2%

Corrosão generalizada .... boa resistência

Corrosão intercristalina.... nenhuma resistência!


p.ex. 430 (17 Cr 0,12 C) corrói em água potável

Tipos médio Cr .... semi-ferríticos  martensita no resfriamento pós


solidificação ou no ciclo
térmico de soldagem!
Metalurgia Física
Pseudo-binário Fe-Cr-C
para 17%Cr.

Aço 430
Laminado a 850ºC
e resfriado lentamente.

Ferrita + carbonetos

.
Resfriamento do aço 430 ( 0,05%C ) em equilíbrio:
• solidificação primária é ferrítica.
• no final da solidificação: 100% ferrita.
• a Tambiente: F + carbonetos (Cr23C6).
Lippold & Kotecki
2ª geração AISI 409, 436 e 439
 desenvolvida para minimizar a formação da martensita e
melhorar a soldabilidade.

• baixo a médio Cr 12 a 19 %
• baixo Carbono < 0,12 %
• adição de potentes ferritizantes (Al e Ti) e estabilizadores
(Nb ou Ti) que fixam C e N
Metalurgia Física

Aço 409
( tipo C estabilisado)

Estado recozido .

Matriz ferrítica com precipitados dispersos (nitretos ou carbetos de Ti).


Aço usado para escapamentos.

Lippold & Kotecki


Zona Afetada pelo Calor

ZAC num aço 409 / soldagem TIG /


microestrutura ferrítica grosseira.

Soldagem no estado sólido (HF ) de aço 409 /


microestrutura fina por recristalização dinâmica
devido forjamento mecânico

Lippold & Kotecki


3ª geração Ferríticos ELI ( anos 60 / 70 )
 alto Cr com teores ultra-baixos de intersticiais.
refino a vácuo + AOD ....... C e N < 100 ppm
(forno elétrico ........ C+N > 600 ppm)

→ uso massivo em água do mar nos USA a partir de anos 80.


Ex.: 28Cr / 2 Mo / 2 Ni / Nb + Ti + Al
0,025 Cmáx 0,025 Nmáx

Evolução Histórica

304 / 316 / ligas de Ni > 40% / duplex / ferríticos ELI

Inox austeníticos dominaram o mercado a partir da década de 1930, devido as boas propriedades
mecânicas e soldabilidade. Entretanto baixa resistência a CST e a meios ácidos redutores exigia Ni > 35%
+ 3,5%Cobre.
Superligas de Niquel (p.ex. Inconel 625) muito caras!
Isso levou ao desenvolvimento dos inox duplex (~ 50% ferrita delta) e aos ferríticos ELI.
Aplicações

Tanque de armazenagem para


planta de desalinização Melittah MSF recycling plant with solid duplex
stainless steel evaporator shells

Ferríticos 3ª geração substituem/competem


com inox duplex!
Ligas disponíveis

Lippold & Kotecki


Metalurgia Física

► Fragilização a 475ºC
ITE (temperaturas intermediárias)
► Precipitação de Fase Sigma

► Fragilização a Alta T .................... FAT (>0,7 Tf em K)

ITE .... ocorrem para longos tempos de exposição a temperaturas


intermediárias. ...portanto não são problemas na soldagem, mas durante
TT ou em serviço (T deve ser limitada a 400ºC ). São acelerados ao
aumentar o %Cr do MB ou MA.

FAT ... risco de ocorrência em soldagem: queda da resistência à


corrosão e/ou das propriedades mecânicas.

Lippold & Kotecki


Fragilização a 475ºC

Ferrita ’ (61-83%Cr)
não é magnética

AIF podem fragilizar quando aquecidos a T=425-550ºC por tempo > 100h.

Fragilização está associada à precipitados coerentes, formados por falha de


miscibilidade, como mostra o diagrama Fe-Cr.
Fragilização a 475ºC

Aumentando Cr fragilização
em menores tempos.
Aços baixo Cr (405 e 409)
Ligas Fe-Cr imunes à fragilização

Aços alto Cromo


26 - 30% Cr

Adição de Mo, Nb e Ti
acelera fragilização
Aços inox Duplex

Aumento da dureza para


diferentes tipos de aços inox

Folkhard
Fragilização a 475ºC

I e F de fragilização
em aços Cr

aços Cr-Mo

Início de fragilização
em inox duplex e
martensíticos macios

Folkhard
Fragilização a 475ºC

Folkhard
Fragilização por fase Sigma

Diagramas TTP:
fase sigma pura

aço tipo 304

aço alto Cr baixo C


com 15% ferrita delta

Aço puro gama (310)

Presença de N retarda
precipitação

Ferrita acelera precipitação

Inox duplex maior


susceptibildade

Folkhard
Fragilização por fases Sigma ou Chi

Diagrama esquemático indicando influencia da ferrita


delta na formação da fase sigma

Folkhard
Fragilização por fase Sigma

Folkhard
Fragilização por fase Sigma

Fragilização associada a
precipitação de fase sigma para
metais de adição com frações
diferentes de ferrita delta.

TTPS: 500 a 1100 C / 10 hs

● Efeito da fração de ferrita (FN)

● Efeito do teor de Mo para MA


puro gama!

● MS no. 8 alto Mo forma tb a


fase Chi

(vide tabela 5)

Folkhard
Fragilização por fase Sigma e fase Chi

Com adição de Mo, Ni, Si e Mn, a fase sigma forma-se a maiores T, com
menores tempos e para menores %Cr.

Assim como com outros fenômenos de precipitação, a deformação a frio


acelera a formação da fase sigma.

Os efeitos deletérios da precipitação da fase sigma podem ser eliminados


mediante o aquecimento por curto tempo a T>800ºC.

Em aços com alto %Cr e Mo (p.ex. 29-4 e 29-4-2) a fase Chi (Fe36Cr12Mo10
ou Fe3CrMo) pode-se formar junto com a fase sigma.

Aços Duplex

Lippold & Kotecki


Fragilização a Alta Temperatura - FAD

T > 0,7 Tf
durante a soldagem (ou processamento termo-mecânico).

intersticiais (C, N) a elevadas T dissolvem na F ou F+A. No resfriamento


precipitam carbetos, nitretos ou carbonitretos ricos em Cr.

intergranular → sensitização (corrosão intergranular)


intragranular → perda de ductilidade e tenacidade

AIF estabilizados são pouco susceptíveis à FAT:


Ti e Nb tendem a formar carbonetos estáveis  evitam precipitação de
carbetos e carbonitretos ricos em Cr.
Al  forma nitretos e óxidos ricos em Al , reduzindo a susceptibilidade.
Presença desses precipitados retarda o crescimento de grão a altas T.

Lippold & Kotecki


Metalurgia Física
Pseudo-binário Fe-Cr-C
para 17%Cr.

Aço 430
Laminado a 850ºC
e resfriado lentamente.

Ferrita + carbonetos

.
Resfriamento do aço 430 ( 0,05%C ) em equilíbrio:
• solidificação primária é ferrítica.
• no final da solidificação: 100% ferrita.
• a Tambiente: F + carbonetos (Cr23C6).
Lippold & Kotecki
Precipitação
O MS de AIF com freqüência apresenta fina dispersão de precipitados
dentro da F ou nos contornos F-M.
• Em aços não estabilizados (ex.430), esses precipitados são
principalmente carbonetos ou carbonitretos ricos em Cr ( M23C6 e
M23(C,N) 6) ou nitretos ricos em Cr.
• Em aços estabilizados (444, 439 e 468), também podem precipitar os
carbonetos MC.

MS de um aço 439 totalmente


ferrítico, com precipitação
intragranular

Lippold & Kotecki


Fragilização a Alta Temperatura

850 oC / 1 h / água 1150 oC / 1 h / água

Efeito da alta T em AIF com 17 Cr e vários teores de N


sobre a resistência ao impacto (C < 0,004%)

Lippold & Kotecki


Precipitação
Com o N de modo similar ao C a solubilidade na F diminui drasticamente
com a T.
Como a maioria dos AIF da 1ª geração contém  0,05%N, pode-se
esperar a formação de precipitados ricos em N dentro da F.
A precipitação de nitretos ou carbonitretos pode ser evitada mediante a
adição de elementos estabilizadores tais como Ti e Al, que são fortes
formadores de nitretos.

Diagrama pseudo-binário
Fe-Cr-N para 18%Cr

Lippold & Kotecki


Soldabilidade
Fragilização de Alta T

FAT pode resultar em acentuada perda de tenacidade e ductilidade na ZF e ZAC.


► AIF mais susceptíveis tem elevado %Cr e de intersticiais C e N.
► Granulometria grosseira também contribui para a fragilização.

Fratura transgranular na ZAC-GG


Imagem ao MEV da fratura
de aço 436 deformado a frio.
transgranular por clivagem.

Lippold & Kotecki


Soldabilidade
Fragilização de Alta T

Simulação em Gleeble dos ciclos térmicos de soldagem num aço 436 mostra que o
aumento do TG ASTM até 3,5 diminui a tenacidade e a TTDF > Tamb

Lippold & Kotecki


Fragilização a Alta Temperatura

Resumo:
• Altos teores de intersticiais (C,N e O) são prejudiciais  a maioria dos
AIF contem %intersticiais<200 ppm.
• Entretanto, para baixos %intersticiais, o efeito do TG é importante.

Como eliminar a fragilização?


• Em AIF com alto % intersticiais aquecendo-os a 730-750ºC, para
sobre-envelhecer o aço (coalescer os precipitados). Entretanto, há que
restringir o tempo de TT para não precipitar fase sigma.
• Em AIF com baixo %intersticiais, como a fragilização é o resultado do
crescimento de grão, o TT não é eficaz.

Lippold & Kotecki


Sensibilidade ao Entalhe

Mesmo na ausência de fragilização


a baixa ou alta T, os AIF são muito
sensíveis ao entalhe:

• com baixo %Cr no estado recozido,


a resistência ao impacto não
é influenciada pelo intersticiais.

• com %Cr médio, somente é


conseguida alta resistência ao
impacto quando C+N < 500 ppm
(0,05%).

• com alto %Cr, somente é conseguida


alta resistência ao impacto quando
C+N < 250 ppm .

Lippold & Kotecki


Metalurgia da Soldagem - Zona Fundida

Na ZF dos AIF podem ocorrer 3 seqüências de transformação

Microestrutura final totalmente ferrítica

LL+FF

• Aços baixo %Cr .... tipos 405 e 409.


• Aços médio Cr estabilizados ao Ti e Nb.... 439, 444 e 468.
• Aços alto %Cr. ..... XM-27, 25-4-4, 29-4 e 29-4-2.

Não há formação de austenita a alta T, portanto o grão da F pode


crescer, particularmente quando se usam altos aportes térmicos.

Lippold & Kotecki


Metalurgia da Soldagem - Zona Fundida

Microestrutura final totalmente ferrítica


LL+FF

ZF de inox 439 puro alfa, com


precipitado intragranular.

ZF de inox 409 com pequenas


quantidades de M no CG

Lippold & Kotecki


Metalurgia da Soldagem - Zona Fundida

Na presença de M na ZF, duas seqüências de transformação podem ter


ocorrido.
Seqüência de transformação 2: microestrutura final F+M
LL+FF F+AF+M
• P.ex. para ligas Fe-Cr-Ni com 17%Cr, com 0,05-0,15%C, forma-se A a
elevadas T ao longo dos CG da F.

Diagrama pseudo-binário

Fe-Cr-Ni para 17%Cr

Lippold & Kotecki


Metalurgia da Soldagem - Zona Fundida

A seqüência 2 ocorre nos aços 430, 434; nos aços 442 e 446 com %C na
faixa inferior de composição; em aços 405 com alto %C.

Diagrama pseudo-binário

Fe-Cr-Ni para 17%Cr

Pelo aumento da %C (ou outro austenitizante), no


resfriamento a F começa a transformar em A a maior T. A
presença de A nos CG da F limita o crescimento de grão.

Lippold & Kotecki


Metalurgia da Soldagem - Zona Fundida

Seqüência de transformação 3 microestrutura final F+M


LL+FL+F+AF+AF+M
• A formação de A no final da solidificação restringirá o crescimento de
grão da F ainda mais que a seqüência 2.
• P.ex. em ligas Fe-Cr-Ni com 17%Cr, quando C>0,15%. Se o
resfriamento for rápido, A transforma em M.
• Comum em AIF de alto C... 442 e 446.

Diagrama pseudo-binário

Fe-Cr-Ni para 17%Cr

Lippold & Kotecki


Metalurgia da Soldagem - Zona Fundida

Seqüência de transformação 3 microestrutura final F+M


LL+FL+F+AF+AF+M
A martensita estará presente ao longo dos CG da F, como uma fase
continua. Ao aumentar o teor de M, ela também estará presente
também em forma de placas paralelas de Widmanstätten que nucleiam
a partir do CG e intragranularmente.

MS de um aço 430, formado


por F e M intergranular.

Lippold & Kotecki


Precipitação
Se a altas T há A (ao longo dos CG da F), como esta tem alta solubilidade
para C e N, não ocorrerá precipitação na A.
Assim sendo, a altas T a A funciona como sumidouro de intersticiais, o
que gera uma zona livre de precipitados na F na região adjacente à M
(M formada no resfriamento da A).

Aço 430
Matriz ferrítica e
martensita ao longo dos
contornos de grão

zonas próximas aos


contornos livres de
precipitados.

Lippold & Kotecki


Metalurgia da Soldagem - Zona Fundida

Previsão da Microestrutura

O diagrama de Schaeffler cobre a faixa de composições dos AIF, mas é


impreciso para a previsão da M.

O fator de ferrita de Kaltenhauser permite prever se a microestrutura é


totalmente ferrítica, mas não fornece informação sobre a quantidade de F.

Fator-K = Cr+6Si+8Ti+4Mo+2Al-40(C+N)-2Mn-4Ni

Para evitar a formação de martensita:


• Em aços baixo Cr (405 e 409) o fator-K deve ser >13,5.
• Em aços médio Cr (430 e 439) o fator-K deve ser >17,0.

Lippold & Kotecki


Previsão da Microestrutura
Diagrama de Balmforth é o mais acurado para prever a microestrutura de AIF.
Entretanto, em função da faixa de composições que serviu de base ao
diagrama, pode ser impreciso para aços com muito baixo C (<0,03%) ou
teores de Ti+Al >1,0%.

Faixa de composição dos aços 409 e 430 cai parcialmente no campo F+M.
Aço 439 estabilizado com Ti completamente na região F.
Lippold & Kotecki
Soldabilidade

• AIF baixo Cr (10,5 a 14,5...tipos 405,409) tem pouca susceptibilidade


ao trincamento.

• AIF médio Cr (16 a 19 ...tipos 430, 434, 436, 439 e 444) são
susceptíveis às TFrio e TSolifidicação.

• AIF alto Cr (23 a 30 ..tipos 442,446) tem que ser soldados em


condições bem controladas para evitar o trincamento ou usados em
aplicações que dispensem a soldagem.

Trincas a frio

Martensita nos CG da ferrita torna o aço susceptível às TF.

→ usar pré-aquecimento e TTPS.

Lippold & Kotecki


Soldabilidade

Trincas de solidificação
Ocorrem no final da solidificação, devido ao efeito combinado de
segregação (filmes líquidos nos contornos de grão) e restrição termo-
mecânica.

Quando a solidificação primária é ferrítica, a susceptibilidade às TS é


geralmente baixa. Todos os AIF apresentam solidificação primária
ferrítica  as TS nesses aços são raras.

Adição de elementos de liga (ex. Ti e Nb) e altos níveis de impurezas


(S, P, C e N) podem aumentar a susceptibilidade às TS.

Lippold & Kotecki


Soldabilidade
Resistência à corrosão
► Em AIF com alto teor de intersticiais (C+ N> 1000 ppm) a precipitação intergranular não
pode ser evitada, mesmo com rápido resfriamento
 são susceptíveis à sensitização.
► Em AIF com teores moderados de intersticiais (C+N= 200-500 ppm), o resfriamento rápido
permite evitar a precipitação intergranular  evitar a sensitização.

Lippold & Kotecki


Soldabilidade
Resistência à corrosão
► Assim como no caso da fragilização a alta T, a resistência ao ataque intergranular pode ser
melhorada nos AIF mediante a adição de estabilizadores (Ti e Nb) que formam carbonetos
estáveis (MC) que resistem à dissolução a altas T.
► A quantidade requerida em aços alto Cr de elementos estabilizadores é de 6x(C+N) ou
0,20+4x(C+N).

Efeito da T de exposição e da
relação Ti/(C+N) sobre o ataque
intergranular de aço 26Cr-1Mo
.

Lippold & Kotecki


Estudo de Caso 2

Solda MAG de chapas aço 430


● proteção equipamento comunicação IGSCC na ZAC
contra radiação eletromagnética ao longo da interface
● ambiente tropical (chuvas diárias + 150oC) ferrita/martensita

Aspecto típico
da fratura
intergranular

Solução → usar variante imune a IGSCC tipo 439 ou 468


Lippold & Kotecki
Pré-aquecimento e TTPS

Em soldas totalmente ferriticas não é necessário pré-aquecimento. Pelo contrário, pode


aumentar o crescimento de grão e a precipitação, pois diminui a taxa de resfriamento.

O TTPS a T=750-800ºC pode ser usado para aliviar tensões residuais, mas tem pouco
efeito na microestrutura.
Entretanto em aços com altos %Cr e Mo (p.ex. 25-4-4, 29-4 e 29-4-2) podem se formar
fases sigma e chi rapidamente (em minutos).

Em soldas contendo Martensita são recomendados:


pré-aquecimento a 200-300ºC.
TTPS a 750-800ºC para alívio de tensões e para revenir a martensita.

Lippold & Kotecki


Pré-aquecimento e TTPS

► Maior tenacidade do MS do aço 430Nb em relação ao não estabilizado


decorre da ausência de martensita no estado como-soldado.

► A melhora na tenacidade com o TTPS no aço 430 deve-se ao revenido da martensita.

► A melhora da tenacidade com o TTPS no aço 430Nb deve-se à redução da


fragilização a alta T, pelo super-envelhecimento dos precipitados ricos em Cr e em Nb.

Lippold & Kotecki


Efeitos da Martensita

Métodos para reduzir a fragilização → TTPS entre 750 e 850oC para


revenir a martensita / também coalesce precipitados e diminue a
fragilização de alta temperatura (FAT)

Modenesi
Soldabilidade
Resistência à corrosão

Modenesi

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