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Elmano Almeida
Maio 2017
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INTRODUÇÃO
A fissuração é o defeito mais grave que pode ocorrer nas juntas soldadas.
A fissuração é caracterizada pelo aparecimento de uma ou mais fendas
na zona fundida ou na zona afetada pelo calor, e mesmo no material de
base adjacente à soldadura. Estas fendas podem ser microscópicas ou
macroscópicas, sendo as primeiras mais perigosas devido à dificuldade na
sua deteção. Estas fendas podem ocorrer na altura da realização da
soldadura ou várias horas ou dias após a sua realização e podem formar-
se a altas ou baixas temperaturas. Este último aspeto é utilizado
correntemente para classificar as fendas em duas grandes famílias, a
fissuração a quente e a fissuração a frio, conforme se ilustra no diagrama
abaixo.
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Fissuração
A QUENTE A FRIO
No Aquecimento
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1 - FISSURAÇÃO A QUENTE
1. Na solidificação (M.F.)
2. No aquecimento (Z.A.C)
3. No reaquecimento (M.D. ou M.B.)
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1.1 - FISSURAÇÃO NA SOLIDIFICAÇÃO
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As tensões residuais de tração resultantes da soldadura, são então
suficientes para ocasionar a fissuração intergranular, segundo o
esquema que se ilustra na Fig. 1. O P, S, Pb, Cd, Sn e Sb são
algumas das impurezas responsáveis pela ocorrência o fenómeno.
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Fig. 1A - Mecanismo de fissuração na solidificação
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Elementos com afinidade para as impurezas aumentam a tendência à
formação de precipitados, evitando a formação de filmes
intergranulares e melhorando a resistência ao fenómeno.
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Formas de fissuração
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a) Fissuração longitudinal a meio da zona fundida
b) Fissuração nucleada nas impurezas segregadas no M.B., geralmente situadas a
meia espessura da chapa
c) Fissuração de cratera, a qual ocorre geralmente na extremidade do passe de
soldaduradência à formação de pricipitados em vez de filmes intergranulares.
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Elementos com afinidade para as impurezas aumentam a tendência à
formação de precipitados, evitando a formação de filmes
intergranulares e melhorando a resistência ao fenómeno.
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Fatores de fissuração na solidificação
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Composição química
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a) Para soldaduras de canto e UCS > 20, existe risco frequente de fissuração
se [ p/w ] = 1. Se [ p/w ] = 0,8 então o parâmetro UCS pode ser aumentado
de 9 unidades. O parâmetro p/w representa o fator de forma, definido pela
relação entre a penetração e a largura da soldadura.
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SEGREGAÇÃO
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Forma da solidificação
(a) (b)
● Preparação de junta
● Forma do cordão
● Folga
● Tamanho da soldadura
Preparação de junta
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Forma superficial da soldadura
A soldadura não deve ser concâva, mas sim convexa, para compensar as
contrações que ocorrem na solidificação, conforme se ilustra na figura 6.
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Folgas
Tamanho da soldadura
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Tensões na soldadura
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● Os constrangimentos
● A espessura
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COMO EVITAR A FISSURAÇÃO NA SOLIDIFICAÇÃO
i) A composição química
M.B.
M.A.
Fluxo
Diluição
Taxa de depósito
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A ocorrência do fenómeno depende da quantidade e tipo de impurezas no
metal de base, do volume e densidade das inclusões e do nível de
constrangimentos. O fenómeno verifica-se quando os teores em S e C são
elevados, e é mais provável para aços com C>0,25%. Para evitar o
fenómeno o metal de base deve ser escolhido de forma a observar as
seguintes condições:
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1.3 - FISSURAÇÃO DE REAQUECIMENTO no M.B. ou no M.D.
PRIMEIRO TIPO
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SEGUNDO TIPO
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PREVENÇÃO
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2 - FISSURAÇÃO A BAIXA TEMPERATURA
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2.1 FISSURAÇÃO A FRIO INDUZIDA PELO HIDROGÉNIO
a) Presença do hidrogénio;
b) Tensões de tração atuando na junta;
c) Presença de microestrutura suscetível;
d) Temperaturas baixas.
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2.1.1 Presença do hidrogénio
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Uma parte do hidrogénio introduzido difunde-se não só para a atmosfera mas
também para o metal de base. O hidrogénio difunde-se mais facilmente nas
estruturas de corpo centrado do que nas estruturas cúbicas de faces
centradas. A quantidade de hidrogénio que se difunde, chamado hidrogénio
difusível, é função da(o):
· Tamanho da soldadura
· Grau de solubilidade
· Condições de arrefecimento
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A solubilidade do hidrogénio no metal líquido é elevada mas, diminui
rápidamente com a redução da temperatura do metal. A solubilidade do
hidrogénio na austenite é muito mais elevada do que na ferrite, conforme se
ilustra na figura 11, o que permite a dissolução de mais hidrogénio sem
efeitos negativos muito visíveis.
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A estrutura austenitica é pois praticamente insensível à fragilização pelo
hidrogénio, já que o hidrogénio difusível é considerado um dos responsáveis
pelo fenómeno. Esse é o motivo da utilização de elétrodos austeniticos para
reduzir a possibilidade de fissuração a frio. Assim, o hidrogénio introduzido
fica retido havendo uma parte muito pequena que é difusível para a ZAC,
conforme se refere no quadro 1.
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A difusão do hidrogénio relativamente ao movimento do arco, está
representada esquemáticamente na figura 12.
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A quantidade de hidrogénio introduzido é também função do processo e
procedimento de soldadura usados, tal como se ilustra na figura 13.
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Nivél de H2 no MB
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2.1.2 - Tensões residuais
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2.1.3 - Tipo de microestrutura
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A composição química afecta a temperabilidade do aço, e é caracterizada
através de expressões que levam em consideração a influência dos diversos
elementos na temperabilidade. Estas expressões são muito numerosas e
designam-se expressões de carbono equivalente (CE). Uma das fórmulas
mais usadas é a do Instituto Internacional de Soldadura (I. I. W):
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Embora a dureza possa ser estimada através de expressões que levam em
consideração o carbono equivalente, [Hv = (1200*CE ) -200 ], para igual CE
será mais duro o aço que tiver mais carbono, sendo nesse caso mais
provável a ocorrência da fissuração.
No caso dos aços microligados este valor pode subir para 0.6 desde que o
teor de C < 0.1%. Como veremos estes valores têm apenas valor indicativo,
já que a fissuração é também função de outros fatores.
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2.1.4 - Temperatura
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O que altera o aquecimento prévio?
Altera o ciclo térmico apenas a temperaturas próximas da Tp
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O PA é uma operação cara, porque requer
energia, meios e tempo e porque reduz a
produtividade
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Fatores de cálculo da TPA
Teor de hidrogénio
Geometria da junta
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Método A para a prevenção da fissuração induzida pelo hidrogénio
nos aços ao carbono, aços de grão fino e aços de baixa liga.
Carbono Equivalente:
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EN 1011-2
Elétrodos revestidos básicos para soldadura manual com elétrodos revestidos
podem ser usados com as escalas B a D dependendo da classificação que o
fabricante dá ao elétrodo.
Elétrodos revestidos celulósicos devem ser usados com escala A.
Fios fluxados ou consumíveis com alma metálica podem ser usadas com as
escalas B a D dependendo da classificação que o fabricante dá ao material de
adição.
Os binários fio-fluxo para a soldadura por arco-submerso podem apresentar
niveis de Hidrogénio correspondente ás escalas B a D, embora tipicamente
estes sejam da escala C, mas, esta classificação deve ser feita caso a caso.
Fluxos para soldadura por arco submerso podem ter uma determinada
classificação atribuída pelo pela fabricante, mas isso não significa
necessariamente que uma combinação de fluxo / fio também tenha a mesma
classificação.
Fios sólidos para soldadura por arco elétrico com proteção gasosa e as varetas
para soldadura TIG podem ser usados com a escala D, exceto se estiver
devidamente demonstrado que ser da escala E. A escala E também pode ser
apropriada para alguns arames tubulares e para alguns elétrodos revestidos
básicos, mas apenas após uma avaliação específica.
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EN 1011-2
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EN 1011-2
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EN 1011-2
Entrega Térmica:
A entrega Térmica deve ser calculada de acordo com a norma EN 1011-1.
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EN 1011-2
EXEMPLO
S 460 ML - EN 10025-4
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EN 1011-2
EXEMPLO
Processo Soldadura: 111
Elétrodo: E 42 2 B H5
Parâmetros Soldadura:
- 18 V
- 150 A
- 200 mm/min.
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EXEMPLO
CE=0,16 + ( 1,7 / 6 ) + (( 0,3+0,2+0,12 ) / 5 ) )+ ( ( 0,8 + 0,55 ) / 15 ) ) = 0,657
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EXEMPLO
125mm
D - H5
CE= 0,657
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2.2 - FISSURAÇÃO TRANSVERSAL A 45º
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2.3 ARRANCAMENTO LAMELAR
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2.3.1 Causa do arrancamento lamelar
- A presença de inclusões;
- A existência de solicitações perpendiculares à superfície;
- Presença de fatores fragilizantes;
- Existência de outras fendas ou defeitos anteriores.
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Os principais tipos de inclusões normalmente associadas a este fenómeno
são:
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As inclusões de sulfuretos são classificadas nos tipos I, II e III.
As do tipo III formam-se em aços calmados ao Al.
As do tipo II verificam-se em aços com teor médio em O2 e as do tipo I
ocorrem em aços calmados ao Si ou semi-calmados em que o teor de O2 é
elevado.
O arrancamento lamelar ocorre preferencialmente quando existem inclusões
de silicatos ou sulfuretos tipo III.
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b) Tensões normais à superfície
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c) Factores fragilizantes
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d) Presença de outros defeitos
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2.3.2 Avaliação da tendência ao arrancamento lamelar
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O Instituto Internacional de Soldadura recomenda valores de 15% a 20%
como mínimo admissível para a redução de área, para aços de construção
resistentes ao arrancamento lamelar. A redução de área é definida através da
expressão 13.
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O arrancamento lamelar pode ser negligenciado
quando (EN 1993-1-10:2005):
Onde:
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O valor requerido de Z é calculado de acordo com a Equação,
onde:
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2.3.3 Prevenção do arrancamento lamelar
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