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FUNDAÇÕES

ALVENARIA ESTRUTURAL
PROFUNDAS

Emil de Souza Sánchez filho


D. Sc. 1
TUBULÕES
São fundações de grande diâmetro e elevada capacidade de carga.

Classificação: 1) tubulões a céu aberto;2) tubulões a ar comprimido.


TUBULÕES
P São poços com bases
alargadas escavados até
a camada do subsolo
Fuste com a resistência
Cota de especificada em projeto.
Φ≥70 cm arrasamento
A tensão admissível σadm
do sistema tubulão-solo
H é calculada de modo
análogo ao das
fundações rasas.
Base a
alargada h Os recalques também
α 15 a são calculados com o
Rodapé 20 cm formulário para cálculo
dos recalques das
D sapatas.
Cota de assentamento
TUBULÕES
Cálculo das dimensões do tubulão (sem armaduras)

tg α σ adm
 1 sendo o ângulo em radiano.
α σ ct
fck
σ ct 
10
Diâmetro do fuste: Diâmetro da base:
4P 4P
 D
πfck πσ adm
Altura da base: h=h*+15 (ou 20) cm
1
h*  D   .tg α
2
Adotar α=600 e fck=15 MPa.
TUBULÕES
Tensão admissível

SPTMédio
Tubulão longo: σ adm  MPa 
30
SPTMédio
Tubulão curto: σ adm  MPa 
40

O valor do SPTMédio é calculado na região localizada entre a cota de apoio


do tubulão e o término do bulbo de tensões, cuja profundidade situa-
se no intervalo 2B≤z≤3B.
Os valores limites para a tensão admissível são:
a) argila: σadm≤0,6 MPa;
b) areia: σadm≤0,8 MPa.
TUBULÕES
Considerando-se a forma da base do tubulão a capacidade de carga é
dada por:
1
σR  c.Nc .Sc  q.Nq .Sq  γ.B.Nγ .S γ ruptura geral (solo compacto
2 ou rígido)
1
σR  c.Nc .Sc  q.Nq .Sq  γ.B.Nγ .S γ
´ ´ ´ ´
ruptura local (solo fofo ou
2 mole)
Sc
Sq fatores de forma da base do tubulão.

Quando a tensão admissível for calculada com a formulação de Terzaghi


adota-se F.S.=3.
TUBULÕES
Para solos argilosos verifica-se que a tensão de ruptura do solo:
a) independe da largura do tubulão;
b) independe da presença de água abaixo do base;
c) está relacionada ao embutimento do tubulão no solo.

Para solos arenoso verifica-se que a tensão de ruptura do solo:


a) depende da largura do tubulão;
b) a presença de água abaixo do base influencia a capacidade de carga do
solo;
c) está relacionada ao embutimento do tubulão no solo.
Fatores de Tubulão
Forma
Circular Falsa elipse
Sc 1,30 1,10
Sγ 0,60 0,90
Sq 1,00 1,00
TUBULÕES
Tubulão com o fuste e base armados
O fuste é dimensionado como uma coluna de concreto simples solicitada à
compressão centrada.
Como as condições de concretagem são desfavoráveis deve-se adotar
γc=1,6.
41,4P  4P
Diâmetro do fuste:   Diâmetro da base: D
f
π.0,85 ck π.σ adm
1,6
O C.G. da seção transversal do fuste deve coincidir com o C.G. da
base e o centro de força do pilar. Deve-se ter Φ≥70 cm ou 80 cm.

Para tubulões executados com revestimento adota-se γc =1,4.


O peso do tubulão não é considerado no dimensionamento, pois
admite-se que a resistência lateral do fuste equilibre essa força.
Adotar para a altura do tubulão: h≤2,00 m.
TUBULÕES
Base circular armada
1,4Z
As As 
fyd

A*s Z
R  r   P
3π h  15 
R  0,5D r  0,5

Deve-se dispor a armadura circular


sem se atingir a projeção do pilar.

Adotar para armadura radial 40% da


armadura calculada.
TUBULÕES
Tubulões a céu aberto
São usados em solos coesivos acima do lençol de água.
Para camada de assentamento abaixo do nível de água, por vezes é necessário
usar anéis de concreto para contenção lateral.
As bases podem ser circulares ou em
falsa elipse.
A falsa elipse é usada para o caso de
pilares muito próximos ou em divisas.
TUBULÕES
Tubulões a céu aberto
Vistoria de tubulão.
TUBULÕES
Tubulões a ar comprimido
TUBULÕES
Tubulões a ar comprimido
TUBULÕES
Tubulões a ar comprimido
Os tubulões pneumáticos (a ar comprimido) são usados em solos onde não é
possível esgotar o lençol de água para executar a fundação, sem que ocorram
desmoronamentos.
São executados com camisas de aço ou de concreto.
Atualmente só se usa tubulões a ar comprimido em obras de arte, em geral
com camisa de concreto, e em locais fora do perímetro urbano devido ao
ruído.
NA
Para pressões superiores a 150 kPa
devem ser tomadas providências
Máx≤ 34 m
especiais para resguardar a saúde dos
operários.

Pressão= 3,4 atm (340 kPa)


TUBULÕES
Tubulão a ar comprimido com camisa de concreto

O cálculo é análogo ao de pilares solicitados à compressão axial.


´
0,85fck fyk
1,4P  AF  As AF= área do fuste.
1,5 1,15 fck  18 MPa
Devido à pressão do ar comprimido os estribos devem ser
dimensionados para resistirem a uma pressão 30% superior à carga de
trabalho, admitindo-se a inexistência de pressão externa (água ou solo).

F  1,3p As camisas de concreto não
p
2 precisam ser ancoradas devido
1,4F ao seu elevado preso próprio.
Φ As 
fyk
F F
1,15
TUBULÕES
Tubulão a ar comprimido com camisa de aço
Deve-se descontar 1,5 mm da espessura da camisa metálica para considerar a
corrosão.
As espessuras das camisas devem atender às seguintes condições:
´´ ´´
1 5
 F 1,00 m  emín   F 1,50 m  emín 
4 16
´´ ´´
1 3
e
4 8
A espessura mínima (em mm) é dada por:
di
e  6,35  onde di é o diâmetro interno da camisa (em mm).
2
TUBULÕES
Tubulão a ar comprimido com camisa de aço
A camisa de aço é considerada como armadura longitudinal.
O cálculo da força resistente do tubulão efetuado no Estado Limite Último
(E.L.U.) e no Estado Limite de Serviço (E.L.S.), adotando-se o menor dos dois
valores.
No E.L.U. o cálculo é análogo ao de um pilar comprimido com força axial, tal
como no caso de tubulões a céu aberto:
´
0,85fck fyk
1,4P  AF  As fck  18 MPa ´
fyk  240 MPa
1,5 1,15
No E.L.S. considera-se apenas a seção de concreto:
0,85fck
1,4P  AF
1,5
TUBULÕES
Tubulão a ar comprimido com camisa de aço
Entre a base e o fuste revestido pela camisa metálica usa-se uma armadura
longitudinal de transição composta de barras.
Essa armadura não tem estribos, e é cravada no concreto após a concretagem
da base.
dm dm  di  e
dm  di πdme  fyd
´
 πdi fbdL1
di
´
fyd L2  80 cm
L1  e
fbd
L1
fbd=tensão de aderência aço-concreto (valor
de projeto).
L2
TUBULÕES
Tubulões a ar comprimido
Ancoragem da camisa metálica
Empuxo para cima provocado pelo ar
comprimido.
πdi 2
E p
4
sendo di e p, respectivamente, o diâmetro
interno e a pressão interna na campânula.

Para que não seja necessário ancorar a


campânula deve-se ter:

E  1,3Ptubo  Pcampânula 

A campânula pesa entre 20 kN e 30 kN.


TUBULÕES
A reação do pilar de divisa é dada por:
s
R 1  P1
se
b
e r  f
2
Cálculo da base:
R1
Ab 
σ adm
A b  πr 2
πr  2rx  A b
2
 x
2r

41,4R 1  x  2r    F  tgα
 F h
f 2
0,85 ck
1,4
TUBULÕES
A reação do pilar central é dada por:
ΔP
ΔP  R 1  P1  R 2  P2 
2

41,4R 2  4R 2 B  F
F  B  h  tgα
f
0,85 ck πσ adm 2
1,4

OBS:
1) o valor de r depende das dimensões do equipamento usado na
execução do tubulão (campânula de ar comprimido ou equipamento
de perfuração mecânica);
2) os centros de gravidade do fuste e da base devem estar sobre o eixo
da viga alavanca.
TUBULÕES
Pilares próximos
1o caso:

r2  s  r1
P2 A 2  π  r22
A2  x
σ adm 2r2

Verificar se x<r2, em caso contrário


adotar duas falsas elipses.

OBS: os cálculos dos diâmetros dos fustes e as alturas das bases


seguem a sistemática indicada anteriormente.
TUBULÕES
Pilares próximos 2o caso:

Adotar r1+ r2<s

P A 1  π  r12
A1  1 x1 
σ adm 2r1

P A 2  π  r22
A2  2 x2 
σ adm 2r2

x 2  3r2
TUBULÕES
Pilares próximos
3o caso:

Caso os pilares sejam muito próximos,


então afastam-se os centros de
gravidades dos tubulões e adota-se uma
viga de transição.
Pode-se usar, se necessário, dois
tubulões sob três pilares alinhados,
executando-se uma viga de transição.
ESTACAS
Fundação profunda: a profundidade de assentamento é maior que 4 m.

As estacas são elementos esbeltos inseridos no solo por meio de percussão


ou por perfuração do solo com posterior concretagem.

 de madeira

Estacas  metálicas
 de concreto

 Broca
 Strauss

 Franki
Estacas de concreto 
 Hélice contínua
 Escavada com o auxílio de lama bentonític a

 Raiz
ESTACAS
Em função do modo de transmissão de carga aos solo as estacas se
classificam em:
Pu Pu Pu

Resistência Resistência Resistência


por atrito de ponta por atrito
lateral RL RL
lateral e
(estacas ponta
flutuantes)
Rp Rp

Em função da execução classificam-se em:


1) de deslocamento; 2) escavadas; 3) escavadas injetadas.
ESTACAS
A capacidade de carga de uma estaca, ou carga última, Pu, pode
ser determinada por meio de fórmulas teóricas, correlações ou
provas de carga.
A capacidade de carga é decomposta em duas
parcelas:
Pu Pu=RL+Rp

RL=AL.μ a resistência lateral é o produto da área lateral


pelo coeficiente de atrito solo-estaca.

Rp=Ap.σu a resistência de ponta é o produto da área da


ponta da estaca pela capacidade de carga do
RL solo na cota de apoio da estaca.
O atrito lateral é considerado positivo no trecho do fuste
RP da estaca ao longo do qual o elemento de fundação
tende a recalcar mais do que o solo circundante.
As fórmulas teóricas, em geral, não são confiáveis para
previsão da capacidade de carga de estacas.
ESTACAS
A resistência lateral depende da:
1) resistência ao cisalhamento do solo;
2) resistência da estaca (momento de flexão e força cortante);
3) deformação excessiva do solo.
Fórmula empírica para o pré-dimensionamento da capacidade resistente
da estaca:
u  L  rL  A  R
P
3
u= perímetro da estaca; L= comprimento da ficha (trecho resistente); A= área da
seção transversal; rL = resistência de atrito; R= carga útil (carga de trabalho).
Tipo de solo rL
(MPa)
Tipo de estaca R
Argila amarela 0,025
(MPa)
Cravada 3a4 Aterro de terra 0,020

Moldada in loco 2a3 Areia e cascalho 0,015


Argila verde 0,010
Vasa 0,005
ESTACAS
Deformações num modelo de estaca Deformações ao redor de estacas
prensadas
ESTACAS
As figuras mostram os ensaios de uma estaca, indicando o
movimento do solo em forma de cone com inclinação de 3:80 quando
da cravação, e o acentuado deslocamento da camada superior do
solo quando da solicitação axial da estaca.
ESTACAS
O número n de estacas por pilar é determinado em função da carga
admissível da estaca:
carga do pilar
n
carga admissível da estaca

O centro de força do pilar deve coincidir com centro do estaqueamento.


Para um pilar só devem ser usadas estacas de um mesmo tipo e mesmo
diâmetro.
O espaçamento entre as estacas é função do seu diâmetro:

2,5Φ≥60 cm para estacas pré-moldadas


Divisa d=
3,0Φ≥60 cm para estacas moldadas in loco
Para estacas quadradas adotar
Φ=diâmetro da estaca
a a dimensão Φ=b, sendo b a
largura da estaca.
ESTACAS
As distâncias d1, d2, d3, d4 devem atender aos limites prescritos
para os espaçamentos entre as estacas.
O espaçamento depende do tipo de estaca.

d4

d3

d2

d1
CONTROLE DE CRAVAÇÃO
Fórmulas dinâmicas
W
Pilão
W.h  R.s  X
W=peso do pilão; R=resistência do solo;
h Altura de queda s=nega correspondente a altura h;
X=perdas de energia.
As perdas são:
a) atrito do martelo nas guias;
Estaca b) atrito dos cabos nas roldanas;
c) repique do martelo;
d) deformações elásticas do cepo (C1) e do
coxim (C2);
e) deformação elástica do solo (C3).
CONTOLE DE CRAVAÇÃO

Estacas cravadas por percussão


Fórmula de Brix:
W 2P.h
s P=peso da estaca. F.S.=5
R W  P
2

Fórmula dos Holandeses:


W 2h
s P=peso da estaca. F.S.=10
RW  P
Para estacas pré-moldadas de concreto adota-se:
0,7P  W  1,2P
P
h  0,7
W
CONTROLE DE CRAVAÇÃO
Controle da capacidade de carga pela nega
Nega: é a medida da penetração da estaca no solo após 10 golpes do
martelo caindo de uma altura constante.
Nega mínima= 10 mm.
Para estacas com
suplemento adota-se 5 mm.
A nega indicará se a estaca
atingiu uma camada
resistente na ponta e/ou
resistência lateral,
atendendo o limite de
resistência à fadiga da
estaca. A nega, deformação
plástica, é calculada
usando-se as fórmulas
dinâmicas de Brix ou dos
Holandeses.
CONTROLE DE CRAVAÇÃO
Controle da capacidade de carga pelo repique
O repique corresponde à parcela elástica do deslocamento máximo de
uma seção da estaca, decorrente da aplicação de um golpe do pilão.
É dado pelo traçado marcado numa folha de papel por meio de lápis
que pode se mover lenta e continuamente ao longo do topo da régua
durante a aplicação dos golpes.
k  C2  C3 Repique.
K C2=deformação elástica do topo da estaca
K
(cepo e coxim);
s=nega para C3=deslocamento elástico do solo sob a ponta
um golpe. da estaca, em geral, assumido como igual a
nega para um golpe do pilão.
Essa expressão é aproximada pois os valores máximos de C2 e de C3 não
ocorrem concomitantemente, o que pode ser comprovado por instrumentação
da estaca.
CONTROLE DE CRAVAÇÃO
Controle da capacidade de carga pelo repique
Pu
O RL O Pu
Pi
Δzi

L
RL
Diagrama de força normal
RL Rp da estaca.
Rp z z

1 1
C2 
A.E  Pi dz 
A.E
 Pi Δzi
0,7L.P
Velloso (1987) recomenda a expressão: C2 
A.E
CONTROLE DE CRAVAÇÃO
Controle da capacidade de carga pelo repique
O repique é obtido com um único golpe do martelo
na estaca.
Pilão Deformação elástica do topo da estaca (cepo e
coxim): L .P
Guia C2  e
W A.E
metálica
(capacete) Comprimento efetivo da estaca: L  δ.L
e
Cepo de
madeira δ.L.P
dura C2 
Coxim de A.E
madeira Valores do coeficiente adimensional:
mole δ=0,50 para estacas longas;
δ =0,70 para estacas médias;
Estaca δ =1,00 estacas curtas em solo resistente.
ESTACA DE MADEIRA
As estacas de madeira empregam-se em solos permanentemente secos ou
úmidos uma vez que esse material não resiste às variações de umidade e seco,
o que provoca a sua deterioração em pouco tempo.

As estacas de madeira são feitas com madeira dura, roliça, porém descascada.
O seu diâmetro varia em torno de 18 cm a 35 cm e o comprimento de 5 m a 8 m.

Essas estacas podem recebem na sua extremidade inferior uma ponteira de aço
para facilitar a penetração no solo, e na superior um anel provisório, também de
aço, para evitar que sob as pancadas do martelo (peso), se esfacelem. As
estacas de madeira devem ser retas, tolerando-se uma ligeira curvatura de 1% a
2 % do comprimento. A sua tensão de trabalho não deve exceder de 6 MPa.

É difícil encontrá-las no comércio com o comprimento necessário, daí o uso de


emenda, a qual se faz de topo ou a meia madeira e com chapas metálicas e
parafusos. As emendas, sempre que possível devem ser evitadas, pois podem
trazer problemas durante a cravação.
ESTACA DE MADEIRA
É constituída de troncos de árvores, bem retos, cilíndricos ou
retangulares que se cravam no solo.

O diâmetro médio dessas estacas varia de 20 cm a 30 cm, sendo que o


mínimo na ponta deve ser de 15 cm e seu comprimento é, geralmente,
limitado a 12 m.

Para um comprimento maior é usual emendar duas estacas.

A capacidade resistente fica entre 300 kN a 500 kN.

A estaca de madeira deve ser usada sempre abaixo do lençol d´água


para se garantir durabilidade devido a variação do nível da água.

Deve-se adotar este tipo de estaca em regiões onde se tem abundância


de madeira o que, obviamente, reduz o custo final da estaca.
ESTACA DE MADEIRA
Quanto à durabilidade do material, as estacas de madeira que estão
submersas em água conservam-se sãs e duram indefinidamente, ainda
que não sejam submetidas a tratamento algum.

Há múltiplos exemplos que o demonstram, como São Marcos de


Veneza: quando em 1902 se derrubou o campanário e verificou-se que
as estacas de madeira (com uma antiguidade de 1.002 anos) se
encontravam em boas condições, então os construtores optaram por
mantê-las no seu lugar e construir a nova torre sobre elas.
ESTACA DE MADEIRA
A umidade, do ponto de vista mecânico, faz com que a madeira inche e isto
melhora seu comportamento mecânico, e ao contrário, a madeira seca reduz
seu volume, fazendo com que a resistência das estacas por fuste reduz
consideravelmente, levando a assentamentos não previstos da fundação.

No Brasil, em geral, são usadas em obras provisórias.

DIN 4026
Φs
L (m) Φm(em cm + ou – 2 cm)
Diâmetro médio: <6 25
L
Φm=0,5(Φi+ Φs) ≥6 20+L (com L em m)

Φi
ESTACA DE MADEIRA
DIN 4026
Penetração Carga admissível (kN)
na camada
resistente
Diâmetro da ponta (cm)
(m)
15 20 25 30 35
3 100 150 200 300 400
4 250 200 300 400 500
5 - 300 400 500 600

Os dados dessa tabela podem ser interpolados linearmente.


Martelo em queda livre: Peso do martelo
 1,0
Peso da estaca
ESTACA TIPO BROCA
É executada com um trado manual ou mecânico, sem o uso de revestimento.
Só pode ser executado abaixo do nível da água se o furo puder ser seco antes
da concretagem.
Se a estaca for submetida à tração deve ser calculada como tirante (NBR
6118:2003), admitindo uma redução de 2 mm no diâmetro das barras
longitudinais. O coeficiente de segurança global deve ser igual ou superior a 2.

Φlong O diâmetro da estaca varia entre 20 cm e 50 cm.


Pu
O concreto deve ter uma consistência plástica,
com consumo de cimento superior a 300 kg/m3 e
20 cm f ≥15 MPa.
ck

Devido às condições desfavoráveis de


RL concretagem adotar γc=1,8.
Φ5 mm
RP A tensão de trabalho da estaca varia entre 3 MPa e
4 MPa.
ESTACA STRAUSS
São estacas moldadas in loco com revestimento recuperável e com diâmetros
de 25 cm, 32 cm, 38 cm e 45 cm, executadas com equipamento elétrico ou
diesel.

Essas estacas foram imaginadas inicialmente como alternativa às estacas pré-


moldadas cravadas por percussão, devido ao desconforto causado pelo
processo de cravação (vibração e ruído).

A tensão de trabalho é de 4 MPa.

Não são indicadas quando da ocorrência de argilas muito mole.


ESTACA STRAUSS
ESTACA STRAUSS
O equipamento é leve e econômico, sendo algumas vantagens desse tipo de
estaca:
1) Ausência de trepidações e vibrações em prédios vizinhos.
2) Facilidade de locomoção dentro da obra.
3) Possibilidade de execuções da estaca com o comprimento projetado,
permitindo cotas de arrasamento abaixo da superfície do terreno;
4) Possibilidade de verificar, durante a perfuração a presença de corpos
estranhos no solo, matacões, etc., permitindo a mudança de locação
antes da concretagem.
5) Possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo,
pois a retirada de amostras permite a comparação com a sondagem a
percussão;
6) Possibilidade de execução de estacas próximas à divisa, diminuindo
assim a excentricidade nos blocos.
7) Possibilidades de execução em áreas construídas com pé-direito
reduzido, diante da facilidade de adaptação do equipamento;
8) Possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas
dimensões.
9) Possibilidade de executar estacas abaixo do lençol de água.
ESTACA STRAUSS
Essa estaca deve ser encamisada, pois a falta de uma camisa leva a uma
perda na dosagem do concreto, e esse se contamina com a lama, criando
imperfeições na estaca. Portanto, a estaca Strauss sempre deve ser
totalmente encamisada.

A estaca deve ser apiloada ao se retirar a camisa metálica, afim de evitar


nichos e falhas na estaca. A estaca Strauss tem na ponta um bulbo de
concreto, pois não resistem ao carregamento por atrito lateral

Se o solo não tiver nível de água a solução economicamente viável é a estaca


escavada, pois é a estaca ideal para solos secos e seu custo e bem menor.

Essas estacas são mais econômicas do que as estacas pré-moldadas de


concreto, e são menos profundas (economia em materiais e economia na
mobilização de equipamentos).

As armaduras são determinadas pelo calculista ou por especificação das


empresas que executam esse tipo de estaca.
ESTACA STRAUSS
Execução
Perfuração
Com o soquete é iniciada a perfuração até a profundidade de 1 m a 2 m,
furo este que servirá de guia para a introdução do primeiro tubo, dentado
na extremidade inferior, chamado "coroa".

Com a introdução da coroa, o soquete é substituído pela sonda de


percussão, a qual, por golpes sucessivos e o auxílio de água, vai retirando
o solo do interior e abaixo da coroa, e a mesma vai se introduzindo no
terreno.

Quando estiver toda cravada, é rosqueado o tubo seguinte, e assim por


diante, até atingir a camada de solo resistente e/ou que tenha um
comprimento de estaca considerado suficiente para garantia de carga de
trabalho da mesma.

Procede-se a limpeza da lama e da água acumulada durante a perfuração,


que ficam armazenadas no interior da sonda, com a inversão da mesma
quando retirada da tubulação.
ESTACA STRAUSS
Equipamentos
1) tripé de aço, um guincho duplo ou simples acoplado a motor a explosão
(diesel) ou elétrico;
2) uma sonda de percussão munida de válvula em sua extremidade inferior
para retirada de terra;
3) um soquete com peso compatível com o diâmetro da estaca;
4) linhas de tubulação de aço, com elementos de 2 m a 3 m de comprimento,
rosqueáveis entre si;
5) um guincho manual (para máquina simples) para retirada da tubulação;
6) roldanas, cabos e ferramentas.
Capacidade de carga Diâmetro Diâmetro Distância mínima
(kN) nominal interno da do eixo da
(cm) tubulação estaca à divisa
(cm) (cm)
200 25 20 15
300 32 25 20
400 38 30 25
600 45 38 30
ESTACA STRAUSS
Centralização da estaca
O tripé é localizado de tal maneira que o soquete preso ao cabo de aço
fique centralizado no piquete de locação.
ESTACA STRAUSS
Concretagem

Nesta etapa, a sonda é substituída pelo soquete.

É lançado concreto no tubo em quantidade suficiente para se ter uma coluna


de aproximadamente 5 m.

Sem puxar a tubulação, apiloa-se o concreto formando uma espécie de bulbo.

Para a execução do fuste, o concreto é lançado dentro da tubulação e, à


medida que é apiloado, esta vai sendo retirada com o emprego do guincho.
Esta operação é realizada simultaneamente, para se evitar secção da estaca,
que pode ocorrer caso a tubulação seja puxada e o concreto não seja
apiloado.

Para a garantia da continuidade do fuste, deve ser mantida, dentro da


tubulação durante o apiloamento, uma coluna de concreto suficiente para
que o mesmo ocupe todo o espaço perfurado e eventuais vazios no subsolo.
ESTACA STRAUSS
Concretagem

Desta forma o pilão não tem possibilidade de entrar em contato com o solo
da parede da estaca e provocar desabamentos e misturas de solo com
concreto, o que pode comprometer a resistência da estaca.

A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da


estaca, deixando-se um excesso para o corte do topo da estaca.

O concreto utilizado deve consumir no mínimo 320 kg/m3.

É importante frisar que a coluna de concreto plástico dentro das


tubulações, devido ao seu próprio peso tende a preencher a escavação, e
caso exista lençol de água, tende a equilibrar a pressão da água.
ESTACA STRAUSS
Colocação das armaduras

A operação final será a colocação das armaduras de espera para amarração


aos blocos e às vigas baldrames, sendo colocados 4 barras isoladas com 2 m
de comprimento, que são simplesmente enfiadas no concreto.

As barras servirão apenas para ligação da estaca com o bloco ou com a viga
baldrame, não constituindo uma amadura propriamente dita.

Quando houver necessidade de colocação da armadura para resistir à


solicitações outras que não a de compressão, as estacas devem ser armadas
adequadamente para resistir à essas solicitações.

Deve ser executado o preparo do topo da estaca para a sua perfeita ligação
com os elementos estruturais.
ESTACA STRAUSS
Colocação das armaduras

O concreto do topo da estaca geralmente é de qualidade inferior, pois ao final da


concretagem há subida de excesso de argamassa, ausência de pedra britada e
possibilidade de contaminação com o barro em volta da estaca. Por isso a
concretagem da estaca deve terminar no mínimo 20 cm acima da cota de
arrasamento.

A preparação ou "quebra" do topo da estaca, ou seja, a remoção do concreto


excedente, deve ser feita com ponteiros, os quais devem ser aplicados
verticalmente. Esse acabamento deverá ser feito com o ponteiro inclinado para se
conseguir uma superfície plana horizontal.

O emprego de equipamentos de rompimento, tais como marteletes e outros, é


proibido, pois os mesmos podem danificar a estrutura da estaca inutilizando-a.

A estaca deverá ficar embutida 5 cm dentro do bloco ou viga baldrame. Quando


se usa lastro de concreto magro, abaixo do bloco ou viga baldrame, o topo da
estaca deve ficar livre 5 cm acima do mesmo.
ESTACAS FRANKI
As estacas tipo Franki são as
estacas moldadas in loco mais
utilizadas.
A estaca tipo Franki padrão tem as
seguintes fases de execução:
1) cravação do tubo metálico;
2) determinação do término da
cravação do tubo metálico;
3) execução da base alargada;
4) colocação da armadura
executiva ou estrutural;
5) execução da concretagem do
fuste com a extração do tubo
metálico.
ESTACAS FRANKI
Cravação do tubo metálico
As estacas são executadas com um tubo de revestimento metálico que é
recuperado, e que abrange todo o comprimento da estaca.
O diâmetro externo desse tubo deverá ser igual ao diâmetro da estaca.
Após a colocação do tubo na posição desejada (vertical ou inclinada),
procede-se a sua cravação no solo por meio de um pilão de queda livre ou
martelo automático.
A extremidade do tubo é vedada com um bucha de brita e areia (quando for
usado o pilão de queda livre), ou por uma chapa de aço (marmita) se for
usado o martelo automático.
Alguns cuidados devem ser tomados quando da cravação do tubo metálico
em solos com camadas superiores muito resistentes, pois as vibrações
ocasionadas no solo são muito fortes, e podem prejudicar as construções
vizinhas.
ESTACAS FRANKI
Diâmetro Peso Diâmetro
da estaca mínimo do mínimo do
(mm) pilão (kN) pilão (mm)
Pilões de queda livre 300 10 180
350 15 220
400 20 250
450 25 280
520 28 310
600 30 380
Nega
As negas das estacas são tiradas após se obter a energia de cravação do tubo:
1) nega para 10 golpes de 1,00 m de altura;
2) nega para 1 golpe de 5,00 m de altura.
ESTACAS FRANKI
As estacas de um grupo devem manter um espaçamento mínimo entre si, e
devem ser disposta de modo que o perímetro exterior do grupo seja superior
ao total dos perímetros das estacas do grupo.
Para estacas tipo Franki, em geral, adota-se um espaçamento de 3,0Φ ou 3,5Φ,
sendo Φ o diâmetro nominal da estaca.

Diâmetro da Espaçamento Seis diâmetros


estaca entre os eixos (m)
(mm) (m)
300 1,10 1,80
350 1,20 2,10
400 1,30 2,40
450 1,40 2,70
520 1,50 3,10
600 1,70 3,60
700 2,00 4,20
ESTACAS FRANKI
Por motivos executivos as estacas
Cargas nominais das estacas com diâmetro Φ≤450 mm têm os
comprimentos máximos dados pela
Força tabela.
Diâmetro da máxima de
compressão Comprimentos máximos de
estaca (mm)
(kN)
utilização
Comprimento
300 400 máximo
Diâmetro da
350 550 estaca (mm) (m)
400 750 300 16,00
450 950 350 16,00
520 1.300 400 22,00
600 1.700 450 25,00
700 2.300
ESTACAS FRANKI
Energia mínima de cravação
A energia necessária para a cravação do tubo metálico é dada por:

E=n.W.h
E=energia de cravação; n= número de golpes dados para serem cravados 50 cm do tubo;
W= peso do pilão; h= altura de queda do pilão.
Diâmetro da Energia de cravação
estaca (mm) (kN.m)
300 1.800
350 2.300
400 3.000
450 4.000
520 4.500
600 5.000
700 6.500
ESTACAS FRANKI
Execução da base alargada
A execução da base alargada ocorre após ser atingida a profundidade
adequada.
Fixa-se o tubo nos cabos de aço para que não desçam durante o apiloamento
da base com expulsão da bucha de brita e areia.
Quando a bucha está totalmente expulsa introduz-se no tubo de pequenas
quantidades de concreto de base (pelo menos uma caçamba), iniciando-se a
abertura da base.
Se a base da estaca estiver numa camada muito resistente ou em rocha, a
expulsão da bucha e execução da base ficam impedidas. Levanta-se o tubo
alguns centímetros de modo a permitir a expulsão da bucha. Nesses tipos de
materiais utiliza-se um concreto com fator água-cimento 0,20≤a/c≤0,28, sendo
a dosagem:
1 saco de cimento (50 kg)+ 90 litros de areia+ 140 litros de brita 2+brita 3.
ESTACAS FRANKI
Volume em litros das bases das estacas tipo Franki.

Estacas (mm)
Bases 300 350 400 450 520 600 700
Mínima 90 90 180 270 300 450 600

Normal 90 180 270 360 450 600 750

Forçada 180 270 360 450 600 750 900

Excepcional 270 360 450 600 750 900 1.050


ESTACAS FRANKI

Colocação da armadura
A armadura é colocada no tubo metálico após o alargamento da base, ou
durante a preparação desse alargamento.
As estacas somente comprimidas têm armaduras longitudinais construtivas
constituídas apenas de quatro diâmetros.
Essas armaduras servem apenas para o controle da execução da
concretagem do fuste.
Se as estacas estiverem submetidas à tração e ao momento de flexão, então
deverão ser dimensionadas pela NBR 6118:2003.
ESTACAS FRANKI
O concreto deve ser seco, com fator água/cimento da ordem de 0,45.
Como referência tem-se o traço básico: 1 saco de cimento+ 90 litros de areia
80 litros de brita no 1+ 80 litros de brita no 2.
Caso ocorra algum acidente durante a cravação, tais como, penetração de
água e/ou de solo no tubo, ou danos nas armaduras causados pelo pilão, a
concretagem deve ser interrompida. Após a interrupção, a bucha deve ser
refeita e se procede a execução da estaca desde o início, tal como se fosse
uma nova estaca.
O fuste da estaca deve ficar pelo menos 1 m
acima da cota de arrasamento.
O concreto em excesso sobre a cota de
arrasamento deve ser removido.
Para estacas Franki com Φ>450 mm é
permitido o uso de martelo hidráulico leve,
usado com pequena inclinação.
ESTACAS FRANKI
Estaca Franki com compactação

O concreto deve ser plástico


com slump entre 8 cm e 12 cm .
Como referência tem-se o traço
básico: 1 saco de cimento+ 80
litros de areia 85 litros de brita
no 1+ 35 litros de brita no 2.
ESTACAS METÁLICAS
perfis laminados ou soldados, simples ou múltiplos
tubos chapa dobrada (seção circular, quadrada ou retanguar)

Tipos 
tubo sem costura
trilhos

As vantagens das estacas metálicas são:


1) material de excelente qualidade;
2) fornecimento pelo mercado de uma variedade de perfis, o que permite a
otimização entre as cargas atuantes e as cargas resistentes;
3) facilidade de manipulação quando comparada com as estacas pré-
moldadas de concreto;
4) otimização das perdas (permite o reaproveitamento de partes cortadas).
ESTACAS METÁLICAS
As estacas devem ser retilíneas e devem atender às seguintes condições:
1) R=400 m (raio de curvatura);
2) fmáx=0,3%L (flecha máxima).
O próprio aço da estaca deve resistir à corrosão; em geral, quando
integralmente enterradas em solo natural, independente do nível da água,
dispensam tratamento superficial.
Para as estacas parcialmente enterradas ou com trecho em aterro com
materiais agressivos ao aço, a proteção superficial é obrigatória.
Para as estacas com Padm≤1.000 kN cravadas com martelo de queda livre,
com peso Gmartelo≥10 kN, deve ser atendida a seguinte condição:
Peso do martelo
 0,5
Peso da estaca
O martelo com peso elevado pode levar a uma cravação excessiva.
ESTACAS METÁLICAS
As estacas metálicas quando em meio agressivo devem ter uma proteção:
a) pintura: é o processo mais prático e usual;
b) revestimento metálico: galvanização, metalização, eletrodeposição,
etc.; a metalização com zinco fundido aplicado por meio de pistolas é o
método mais utilizado;
c) proteção catódica: uso de anodos de sacrifício com potencial de
corrosão inferior ao do aço;
d) aço ao cobre e aços de baixa liga: a adição de cobre entre 0,2% e 0,5%
diminui e retarda o efeito da corrosão, pois surge um filme protetor
aderente, compacto e pouco permeável, rico em componentes de
cobre; os aços AR-COR35, graus A,B,C são indicados devido à sua alta
resistência à corrosão.
ESTACAS METÁLICAS
Equipamentos de cravação:
a) martelo de queda livre;
b) martelo a vapor ou a ar comprimido;
c) martelo a diesel;
d) martelo vibrador.

Capacidade de carga
A tensão nominal de trabalho varia entre 80 MPa e 160 MPa. Se a estaca
estiver totalmente enterrada dispensa-se a verificação à flambagem.
A carga de ruptura é a carga máxima que a estaca resiste. Não se trata de
ruptura estrutural da estaca, mas a carga vinculada ao recalque sem
aumento sensível da carga atuante.
ESTACAS METÁLICAS
A Gerdau Açominas produz perfis estruturais laminados com aço
ASTM A 572, com tensão de escoamento fy=345 MPa.
A carga de trabalho de estacas com esse tipo de aço é dada por:
345A útil
Pmáx  métodos empíricos
2
345A útil
Pmáx  prova de carga
1,6
As estacas metálicas penetram mais em solos resistentes do que as estacas
de concreto.
A estimativa de comprimento é efetuada em função do SPT, sendo que, em
geral, tem-se L=ΣN=150.
A nega da estaca é a penetração de 10 mm após 10 golpes, com o martelo
caindo de uma altura constante, sendo fixada pela relação:
Pestaca
Hqueda 
Pmartelo
ESTACAS METÁLICAS
As estacas metálicas podem ser emendadas desde que após a
execução da emenda sejam cumpridas as condições relativas à sua
linearidade.
Estacas comprimidas
Bloco Bloco

Mín.=20 cm

Estacas

Armadura de
fretagem
ESTACAS METÁLICAS
Estacas totalmente e Estacas tracionadas
permanentemente enterrada

Bloco

Descontar 1,5 mm
por face.
Armadura
Área efetiva: Aef=Anominal-1,5.u (mm2) suplementar soldada
para transmitir a força
de tração para o
Tração bloco.
ESTACAS METÁLICAS
Os trilhos usados ainda são muito empregados como estacas.
4 trilhos
Trilho Configurações de dois Tri-trilho
trilhos soldados.

A tensão de trabalho é de aproximadamente 80 MPa.


Deve ser verificado o grau de desgaste do trilho
ESTACAS METÁLICAS
Trilhos Dimensões
A B C D
TR-25 98,4 98,4 54,0 11,1

TR-32 112,7 112,7 61,1 12,7

TR-37 122,2 122,2 62,7 13,5

TR-45 142,9 130,2 65,1 14,3

TR-50 152,4 136,5 68,2 14,3

TR-57 TR-57 168,3 139,7 69,0 15,9


(trilho de 57 kg/m)
ESTACAS METÁLICAS
Configurações das estacas de trilhos

Trilho Área Perímetro Área Perímetro Área Perímetro Área Perímetro


(cm2) (cm) (cm2) (cm) (cm2) (cm) (cm2) (cm)
TR-25 74 35 148 51 265 76 394 102

TR-32 98 41 196 59 348 88 519 118

TR-37 112 43 224 62 401 93 597 124

TR-45 139 48 278 70 490 105 725 140

TR-50 155 53 310 79 546 118 806 158

TR-57 175 62 350 82 610 123 395 164


ESTACAS METÁLICAS
As cargas da tabela foram calculadas com a tensão de trabalho
aproximadamente igual a 120 MPa.
Estacas cravadas na divisa servindo
Perfis Carga Kg/m
como escoramento.
laminados mais máxima
Divisa
utilizados (kN)
H 6´´ 400 37,1

I 8´´ 300 27,3


Cunha Pranchão Perfil I

I 10´´ 400 37,7


Área da ponta

I 12´´ 600 60,6

2I 10´´ 800 75,4 Perímetro

2I 12´´ 1200 121,2


ESTACAS METÁLICAS
Emenda dos perfis por solda
ESTACAS METÁLICAS
Estaca tubular
As estacas tubulares metálicas se caracterizam por ser facilmente cravadas em
quase todos os tipos de solo, e podem atingir elevada capacidade de carga e
grandes profundidades pela facilidade de corte e emenda dos elementos.

Quando inteiramente enterradas em solo natural, as estacas de aço dispensam


tratamento especial.

Em trecho desenterrado ou imerso em meio capaz de atacar o aço, é


obrigatória a proteção com enchimento de concreto ou outro recurso como
pintura a base de resina epóxi, proteção catódica, etc.

As estacas metálicas são cravadas por vibração ou percussão com martelos de


queda livre ou diesel.

A limpeza interna das estacas tubulares quando necessária, pode ser feita com
perfuratriz rotativa. Neste caso a concretagem do trecho escavado é feita com
funil utilizando-se a metodologia de concretagem submersa.
ESTACAS METÁLICAS
Estaca tubular
Essas estacas são cravadas do mesmo modo que os perfis,
mas devem ser preenchidas com concreto, o qual é
Di prolongado para fora da estaca, de modo a ser possível ligá-
las ao bloco de coroamento.
Os tubos têm espessuras muito finas.
e
Dm  Di  e  Dm  Di
πDme.fyd  πDiL.fbd equação de equilibro.
fyk
fyd  valor de projeto da tensão de
1,15 escoamento à compressão
do aço do tubo.
ESTACAS METÁLICAS
Estaca tubular
Tensão de aderência calculada de acordo com a NBR 6118:2003
fbd  η1  η2  η3  fctd
2 fctm
fctm  0,3f ck
3
fctd 
1,4
1,0 barras lisas
 1,0 boa aderência
η1  1,2 barras dentadas η2  
2,25 barras nervuradas 0,7 má aderência

132 - 
 para   32 mm
η3   100
1, para   32 mm
ESTACAS METÁLICAS
Estaca tubular
fyd
Le comprimento do concreto para transferir a força das barras
fbd longitudinais por aderência.

Para se evitar problemas


quando da escavação deve-
se adotar uma espessura
Bloco de mínima para a o tubo:
coroamento
5 cm e  6,35  D
Concreto no interior 30
da estaca com D em cm e a espessura
Φlong. L
e em mm.

Estaca tubular
ESTACAS METÁLICAS
Encurvamento de estacas metálicas durante a cravação.
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO
concreto armado
Tipos 
concreto protendido
O concreto pode ser vibrado ou centrifugado. Para as estacas de concreto
protendido deve-se ter fck≥35 MPa.

percurssão

Modos de execução prensagem
vibração

As seções maciças são quadradas e circulares. As seções vazadas são
fabricadas por centrifugação ou extrusão, e têm seções circulares ou
sextavadas.
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO
Essas estacas têm algumas desvantagens:
1) sobras (diferentes comprimentos cravados em função do tipo de solo e
proximidade de outras estacas já cravadas );
2) quebras;
3) vibrações e ruídos em excesso;
4) baixa produtividade (em torno de 100 m por dia).

O comprimento das estacas pré-moldadas de concreto varia entre 4 m e


12 m.
Nas estacas resistentes à tração não deve ser considerada a resistência
de ponta.
A estimativa de comprimento é efetuada em função do SPT, sendo, que
em geral, tem-se L=ΣN=100.
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO
O dimensionamento estrutural das estacas pré-moldadas de concreto devem considerar
as seguintes situações:
1) a estaca funcionar como pilar submetido à diversas solicitações, e se tiver parte fora
do solo deve ser considerada a flambagem;
2) a estaca funciona como viga durante o seu levantamento, transporte e estocagem.
Quando fabricadas no canteiro de obras são, em geral, maciças. As armaduras devem ser
simétricas.
Deve-se considerar uma carga uniformemente distribuída um pouco superior ao peso
próprio para considerar as ações dinâmicas de pequena magnitude.
No levantamento são suspensas por um, dois ou três pontos:

0,29 L 0,138 L
0,71 L 0,207 L 0,207 L 0,138 L
0,556 L 0,367 L 0,367 L
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO
As armaduras longitudinais são dimensionadas para ações devidas
ao manuseio e às devidas ao solo.
Os estribos funcionam como armadura à força cortante e confinam o
concreto no topo da estaca elevando a resistência da estaca aos
choques do martelo durante a cravação. Nos extremos da estaca o
espaçamento dos estribos deve se menor.
As estacas estocadas funcionam como vigas, daí ser necessário
posicionar apoios de madeira nos locais considerados no cálculo
estrutural das armaduras:
Estacas

Apoios de
madeira
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO
Bate estaca sob roletes. Bate estaca sob lagartas.
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO
Martelos Para martelo com maior peso G e altura de queda h
menor tem-se maior eficiência na cravação.
Para estacas com Padm≤1.000 kN, quando
G
empregado martelo de queda livre, com
Martelo
G≥15 kN, deve ser atendida a seguinte
h Altura de queda relação: Peso do martelo
 0,70
Peso da estaca

Estaca
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO
Emendas
A emenda deve garantir que a estaca se mantenha retilínea.

Anéis soldados:
Luva metálica: gera uma
garantem a continuidade
rótula na emenda.
estrutural

Soldar os
dois anéis
Anéis
metálicos Luva metálica
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO

Bate estacas sob roletes em


operação de cravação de estacas pré-
moldadas de concreto.

Execução de emendas por meio


de solda elétrica nos anéis
metálicos fixados nos extremos
das estacas.
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
DE CONCRETO
Estacas de concreto centrifugado.

Estacas dotadas de ponteiras metálicas na extremidade, com o objetivo de


atravessar camadas resistentes, possibilitam a cravação em argilas médias
e duras sem provocar levantamento das estacas vizinhas, e permitem a
execução de fundações apoiadas em rocha sem romper o elemento de
concreto.
ESTACA DIAFRAGMA
A estacas escavadas são utilizadas em obras com grandes cargas nas
fundações. Podem alcançar 80 m de profundidade, dependendo dos cabos
que sustentam o Clam Shell (equipamento de escavação).

A estaca escavada é executada por escavação mecânica, com uso ou não


de lama bentonítica, ou uso de revestimento total ou parcial, e posterior
concretagem.

Vantagens
1) execução sem vibração e ruídos;
2) possibilidade de atravessar camadas do solo de grande resistência
devido as ferramentas de escavação;
3) execução rápida;
4) possibilidade de atingir grandes profundidades;
5) possibilidade de resistir a grandes cargas com um único elemento de
fundação, reduzindo deste modo o volume dos blocos;
6) executada com ferramenta mecânica Clam Shell.
ESTACA DIAFRAGMA
A carga admissível de uma estaca escavada com a ponta apoiada no solo
deve atender simultaneamente às seguintes condições:
a) a resistência de atrito lateral do fuste não pode ser inferior a 80% da carga
de trabalho da estaca;
b) a resistência total não pode ser inferior a duas vezes a carga de trabalho da
estaca.

Se a estaca tiver a sua ponta embutida em rocha, com contato perfeito entre o
concreto e a rocha, toda carga pode ser absorvida pela resistência de
ponta, admitindo-se F.S.>3.

Deve-se ter fck≥ 20 MPa e γc= 1,9. Esse coeficiente de segurança elevado
deve-se ao fato da concretagem ser executada em condições
desfavoráveis.
ESTACA DIAFRAGMA
.Para as estacas submetidas apenas a compressão, se a tensão média de
compressão for σc≤5 MPa, adota-se no trecho superior uma armadura
mínima de As= 0,5 % da área de concreto.

Distribuição possível das estacas

As dimensões transversais são:


largura x 250 cm.

As estacas tracionadas devem ser armadas de acordo com as prescrições


da NBR 6118:2003, admitindo-se uma redução de 2 mm no diâmetro das
barras longitudinais. O coeficiente de segurança global deve ser superior a
dois.
ESTACA DIAFRAGMA

Equipamento de escavação
ESTACA DIAFRAGMA
1) Colocação da camisa guia escavação
Execução com Clam Shell, completando com lama
o volume escavado.

2) Atingida a profundidade prevista,


coloca-se a armadura e o air-lift ou
bomba de submersão para a troca da
lama usada por nova.

3) Colocação do tubo de concretagem e


da bomba de submersão e tem-se início
da concretagem submersa com
concreto plástico.

4) Terminada a concretagem procede-se


o aterro da parte superior e a retirada
da camisa guia.
ESTACA DIAFRAGMA

Camisa guia
As principais funções da camisa guia são:
1) locar a posição da estaca a ser escavada;
2) guiar a ferramenta de escavação;
3) conter o solo no trecho inicial da escavação devido a grande variação
do nível de lama bentonítica pela entrada e saída da ferramenta de
escavação;
4) garantir uma altura de lama bentonítica compatível com o nível do
lençol de água; a diferença mínima do nível entre a lama bentonítica e o
nível da água de ser 2,00 m.

A camisa guia normalmente é de concreto armado.

A altura da camisa varia entre 1,50 m e 2,00 m.


ESTACA DIAFRAGMA
Escavação com Clam Shell observando-se a existência da camisa
guia de concreto.

Camisa guia
ESTACA DIAFRAGMA
Bentonita: é um argila produzida a partir de jazidas naturais, sendo em
alguns casos beneficiadas. A predominância do argilo mineral
montmorilonita sódica é responsável pela tendência ao inchamento.
As lamas tixotrópicas são preparadas com bentonita.
Tixotropia: é o comportamento da lama bentonítica se comportar com
fluido, porém, capaz de formar um gel.

Cake: é uma película impermeável


Cake
formada junto às paredes laterais da
Solo natural escavação.
Escavação
ESTACA DIAFRAGMA
Ação tixotrópica da lama
A pressão exercida pela lama bentonítica é sempre maior do que a
pressão da água em qualquer cota da escavação, então a lama penetra
nos vazios do solo.
Com o aumento da resistência á penetração da lama nos vazios do solo,
essa tende a ficar em repouso e sua rigidez aumenta, formando uma
película (cake) que colmata as partículas do solo, aumentando a
resistência do solo ao cisalhamento.
Essa penetração não é uniforme, e varia em função do tipo de solo, do seu
índice de vazios, da viscosidade da lama e da água do solo.
O cake evita também a perda de lama no interior do solo.
ESTACA DIAFRAGMA
Mecanismo de formação do cake e do filme protetor
Contato da lama com o solo. A lama penetra no solo.
ESTACA DIAFRAGMA
Mecanismo de formação do cake e do filme protetor
A lama atinge a profundidade A lama em repouso adquire rigidez,
máxima e mantém-se em daí formar-se um filme protetor que
repouso. distribui melhor a pressão da lama ao
solo.
ESTACA DIAFRAGMA
Ação estabilizadora da lama
q (kN/m) h1= profundidade do nível da lama
N.T.

h1 h Tensões Tensões
a
N.A. resistentes atuantes

Solo

σh, a=tensão
normal, horizontal Lama
exercida pela água
σha, sc=tensão normal, horizontal, ativa, σh,lama σh, a
exercida pelo solo devido à sobrecarga.
z σha, s
σha, s=tensão normal horizontal, ativa, σha, sc
exercida pelo solo devido ao peso próprio.
σh,lama ≥σha,s+ σha,sc+ σh,a
ESTACA DIAFRAGMA
Especificações da bentonita.
Requisito Valor
Resíduos em peneira no200 ≤1%

Teor de umidade ≤15%

Limite de liquidez ≥440

Viscosidade Marsh 1500/1000 da ≥40


suspensão a 60 em água destilada
Decantação da suspensão a 60 em 24 h ≤2%
Água separada por pressofiltração de 450
cm3 da suspensão a 6% nos primeiros ≤18 cm2
30 min, à pressão de 0,7 MPa
pH da água filtrada 7a9

Espessura do cake no filtoprensa ≤2,5 cm


ESTACA DIAFRAGMA

Parâmetros para a lama bentonítica.


Parâmetros Valores Equipamento
A espessura do cake deve ser
para ensaio
determinada ao menos uma
Densidade 1,025 g/cm3 Densímetro vez por partida da bentonita.
a
1,10 g/cm3 Os demais parâmetros devem
ser determinados em amostras
Viscosidade 30 s a 90 s Funil Marsh retiradas do fundo de cada
pH 7 a 11 Papel pH estaca, imediatamente antes
da concretagem.
Cake 1,0 mm a Filter press
2,0 mm Às vezes são adicionados
produtos químicos à bentonita
Teor de Até 305 Baroid sand para melhorar suas condições.
areia content
ou similar
ESTACA DIAFRAGMA

Concreto O concreto utilizado na


COMPONENTES EM PESO EM VOLUME concretagem submersa tem
(kg) (litros) como característica principal
uma alta plasticidade: slump
Cimento Portland 400 290 entre 18 e 22 cm.
Areia 720 570
Brita nº1 980 630 O consumo de cimento mínimo
é de 400 kg/m³.
Água 240 litros 240
Plastiment VZ 1,2 litros 1,2

A lama bentonítica é uma mistura de bentonita com água pura, processada


num misturador de alta turbulência, com a concentração variável em
função da viscosidade e da densidade que se pretende obter.
ESTACA DIAFRAGMA

A armadura longitudinal é
constituída por barras soldadas
em estribos fechados.

Para o içamento são usadas


alças. que devem ser
posicionadas após o mergulho
na escavação.

Para as estacas com a tensão


de compressão média no
concreto σc ≤ 5 MPa a armadura
é colocada apenas no trecho
superior da estaca.
ESTACA DIAFRAGMA
Para as estacas com a tensão de
compressão média no concreto
σc> 5 MPa o trecho armado é
aquele necessário para a
transferência para o solo, por
meio do atrito lateral, da parcela
de carga que excede a tensão
média de 5 MPa na seção
transversal da estaca.

Quando as estacas estão


submetidas a momentos de flexão
e forças horizontais, a armadura e
o comprimento das mesmas
devem ser calculados de modo
usual pela NBR 6118:2003.
ESTACA DIAFRAGMA

O concreto é mais denso do que a lama


bentonítica expulsando-a, ocorrendo o
preenchimento da estaca de baixo para cima.
A concretagem deve ser contínua e feita logo
após o término da perfuração, sendo tomadas as
providências referentes à lama bentonítica e às
armações.
Caso haja interrupção da concretagem, devem
ser avaliados criteriosamente as providências a
serem adotados, e em caso extremo o abandono
da estaca pode ser cogitado.
ESTACA DIAFRAGMA
Dados geométricos e mecânicos

SUBIDA CARGA NA ESTACA (kN)


DO
DIMENSÕES ÁREA PERÍMETRO CONCRETO PARA TENSÃO DE COMPRESSÃO
(cm x cm) (m²) (m) PARA 1m³ DO CONCRETO σc (M Pa)
(m)
3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
30X250 0,75 5,60 1,33 2250 2630 3000 3380 3750

40x250 1,00 5,80 1,00 3000 3500 4000 4500 5000

50x250 1,25 6,00 0,80 3750 4380 5000 5630 6250

60x250 1,50 6,20 0,87 4500 250 6000 6750 7500

70x250 1,75 6,40 0,57 5250 6130 7000 7880 8750

80x250 2,00 6,60 0,50 6000 7000 8000 9000 10000

90x250 2,25 6,80 0,44 6750 7870 9000 10120 11250

100x250 2,50 7,00 0,40 7500 8750 10000 11250 12500

120x250 3,00 7,40 0,33 9000 10500 12000 13500 15000


ESTACA RAIZ
As estacas raiz são moldadas in loco, na direção vertical ou inclinada,
usando-se perfuratrizes rotativas ou roti-percurssivas. Em geral, usa-se
revestimento ao longo do furo para garantir a integridade do fuste.

Após a perfuração coloca-se a armadura e a estaca é concretada


usando-se ar comprimido e retirando-se o tubo de revestimento.
A seção da armadura pode ser variável ao longo do fuste, em função do
diagrama de atrito lateral.

A concretagem é executada de baixo para cima aplicando-se uma


pressão inferior a 0,5 MPa.

Essa pressão aumenta o atrito lateral e garante a integridade do fuste, e


desse modo permite considerar a resistência da argamassa no
dimensionamento estrutural, reduzindo a área da armadura.
ESTACA RAIZ
Aplicações:
1) fundação em local de difícil acesso;
2) fundações em solos com blocos de rocha,
solo concrecionado ou antigas fundações;
3) reforço em fundações;
4) estacas raiz em substituição parede
diafragma;
5) fundações em locais próximos a construções
em estado precário ou com restrições de
barulho;
6) fundações de equipamentos industriais;
7) estacas ancoradas com estaca raiz.
ESTACA RAIZ
ESTACA RAIZ
ESTACA RAIZ
Dimensionamento
Adota-se um fator de segurança superior a 2.
As estacas são divididas em dois grupos:
a) estacas com aço com armadura de aço CA 25 e
ρs≤6%, devem ser dimensionados com pilar de
concreto armado, considerando-se a
flambagem e admitindo-se a contribuição da
argamassa (ou da nata) reduzindo-se da sua
área a área da armadura
2P - 0,65D 2 fck
As  para ρ s  6%
0,9fyk  0,765fck
D=diâmetro da estaca.
b) estacas com aço com armadura de aço CA 50
ou CA 60 e ρs> 6%, despreza-se a resistência da
argamassa (ou nata), sendo a carga resistida
apenas pela armadura 2P
As 
0,9fyk
ESTACA RAIZ
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA
Vantagens:
a) alta velocidade de execução;
b) ausência de vibração;
c) ausência de ruídos excessivos.

Desvantagens:
a) impossibilidade do controle de arrasamento;
b) perdas excessivas de concreto (em torno de
20%).
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA
Perfuração
O trado hélice é introduzido no solo por
meio de sua rotação até a profundidade
de projeto.
A penetração da ponta do trado limita-
se a solos coesivos muito duros com
SPT>50 e em alterações de rocha.
Os trados têm comprimentos entre 18 m
e 24 m.
A perfuração deve ser contínua, pois o
peso da hélice e do solo nela contido
são necessários para a escavação. A
retirada do material escavado em etapas
alivia as pressões laterais das estacas.
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA
Concretagem
Executada com concreto bombeado após se erguer um pouco o trado para
possibilitar a retirada da tampa inferior, retirando-se o trado juntamente
com a concretagem.
O concreto é composto por areia+pedrisco+cimento, com consumo de
cimento entre 380 kg/m3 e 450 kg/m3.
A velocidade de subida e a pressão de injeção devem ser controladas para
evitar o consumo excessivo de materiais ou vazios no preenchimento da
estaca.
É usual também a retirada do concreto acima da cota de arrasamento com
o auxílio de baldes, de modo a diminuir o volume de demolição do
concreto em excesso.
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA
Armação
Colocada após a limpeza da estaca; composta por bitolas de grande
diâmetro, sendo colocada na estaca por gravidade.

L Slump mínimo
Comprimento (cm)
da armação (m)
L<3,00 20
3,00<L<6,00 22
6,00<L<9,00 24
9,00<L<12,00 26
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA
A monitoração da estaca é realizada por computador:
a) durante a perfuração faz-se o controle o trado
1− inclinação; 2 − rotação; 3 − torque para introdução no solo; 4 − velocidade;
5 − profundidade.
b) durante a concretagem
1 − profundidade da ponta do trado; 2 − pressão do concreto na ponta do
trado; 3 − volume de concreto injetado (total e parcial); 4 − velocidade da
subida do trado; 5 − perfil estimado da estaca.
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA

Folha de controle
de execução de
estaca hélice
contínua
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS

A NBR 6122:1996 prescreve os seguintes métodos de cálculo:


1) métodos estáticos: teóricos ou semi-empíricos;
2) métodos experimentais: provas de carga;
3) métodos dinâmicos: dados obtidos durante a cravação da estaca.

Os métodos dinâmicos são usados para garantir a qualidade (homogeneidade)


do estaqueamento por meio da observação do comportamento das estacas
durante o processo de cravação.
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
Métodos estáticos teóricos
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
No Brasil são muito utilizados os métodos empíricos fundamentados em
correlações estatísticas.

Método de Aoki-Velloso (1975)


Pu Pu=RL+Rp

Rp=Ap.rp RL=(Σu.ΔL).rL
SL=Σu.ΔL u=perímetro da estaca.

ΔL rL Os valores de rp e rL são calculados por meio da


resistência de ponta do CPT ou por correlação
com o índice de penetração dinâmica do SPT.

rp
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
O valor de Np é o SPT da cota de apoio da estacas, e NL é o SPT da
camada atravessada pela estaca.

kNp α.kNL
rp  rL 
F1 F2
O efeito escala entre a estaca (protótipo) e o cone do CPT (modelo) é
considerado por meio dos coeficientes adimensionais F1 e F2.
Os coeficientes k e α dependem do tipo de solo.

A carga última da estaca é dada por:

kNp  α  kNL 
Pu   Ap     SL 
F1  F2 
o somatório se refere às camadas consideradas no cálculo do atrito lateral.
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
No método de Aoki-Velloso com as
Tipo de solo k (MPa) α (%)
adaptações de Paulo Frederico
Areia 0,73 0,21
Monteiro deve-se ter SPT N≤40.
Areia siltosa 0,68 2,3
Areia silto argilosa 0,63 2,4 A resistência de ponta da
Areia argilo siltosa 0,57 2,9 estaca é dada por:
Areia argilosa 0,54 2,8 R p  Ap  qp,últ
Silte arenoso 0,50 3,0
Silte areno argiloso 0,45 3,2 q  k N
Silte 0,48 3,2
Silte argilo arenoso 0,40 3,3
7B qps
Silte argiloso 0,32 3,6
Argila arenosa 0,44 3,2
Argila areno siltosa 0,30 3,8 3,5B qpi
Argila silto arenosa 0,33 4,1 B
qps(médio)  qpi(médio)
Argila siltosa 0,26 4,5
Argila 0,25 5,5 q p,últ 
2
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
Tipo de estaca F1 F2 O método de Aoki-Velloso adota um fator
de segurança global.
Franki de fuste apiloado 2,3 3,0
Adotar F.S.=2 para cálculo da carga
Franki de fuste vibrado 2,3 3,2
admissível.
Pu
P adm 
Metálica 1,75 3,5
2
Pré-moldada de concreto 2,5 3,5 Para estacas tipo Franki a área da base
cravada à percussão alargada, admitida como uma esfera de
Pré-moldada de concreto 1,2 2,3 volume V, é dada por:
 3V  3
2
cravada por
prensagem Ap  π   
 4π 
Escavada com lama 3,5 4,5 A área da ponta Ap das estacas pré-
bentonítica
moldadas são fornecidas nos catálogos.
Raiz 2,2 2,4 Para as estacas metálicas tem-se:
Strauss 4,2 3,9 Ap  A - 1,5u em mm2
Hélice contínua 3,0 3,8 A=seção transversal; u=perímetro.
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
Pu
Método de Décourt-Quaresma (1978)
As correlações desse método foram inicialmente obtidas
para estacas pré-moldadas de concreto, mas são aplicadas
a todos os tipos de estacas.

Pu=RL+Rp RL=SL. β.qL Rp=Ap. α.qp


RL
A capacidade de carga do solo junto à ponta da estaca é
dada por:
qp=k.Np(médio)
Rp
Np(médio) é obtido com os valores do SPT correspondentes
ao nível da ponta da estaca , o imediatamente anterior e o
imediatamente posterior.
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
K é o fator característico do solo.
Tipo de solo k (kN/m2)
Argila 120
Silte argiloso 200
Silte arensoso 250
Areia 400

A adesão média ao longo do fuste é dada por:


 NL(médio) 
q L  10    1 kN/m2
 3 
NL (médio) é o valor médio do SPT ao longo do fuste, sem considerar os
adotados no cálculo da resistência de ponta. Se N≤3 ou N≥50, adotar, N=3
e N=50, respectivamente.
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
Fator β para correção da resistência lateral.
Solo Estacas Estacas Escavada Hélice Estaca
escavadas em geral com lama contínua raiz
bentonítica
Argila 1,0 0,80 0,90 1,00 1,50
Solo intermediário 1,0 0,65 0,75 1,00 1,50
Areias 1,0 0,50 0,60 1,00 1,50

Fator α para correção da resistência de ponta.


Solo Estacas Estacas Escavada Hélice Estaca
escavadas em geral com lama contínua raiz
bentonítica
Argila 1,0 0,80 0,85 0,30 0,85
Solo intermediário 1,0 0,65 0,60 0,30 0,60
Areias 1,0 0,50 0,50 0,30 0,50
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
O método de Décourt e Quaresma adota fatores de segurança parciais:
Fp= relativo aos parâmetros do solo;
Ff= relativo à formulação adotada;
Fd= relativo às deformações excessivas;
Fc= relativo às cargas.

Para o atrito lateral esses autores sugerem, respectivamente: 1,1; 1,0;


1,0; 1,2.
Desse modo resulta para o atrito lateral: F.S.= 1,1x1,0x1,0x1,2=1,32
Para a resistência de ponta com os valores sugeridos tem-se:
F.S.= 1,35x1,0x2,5x1,2=4,05
RL Rp
A carga admissível é dada por: Ru  
1,3 4,0
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
Método de Velloso (1981)
Pu Este método foi inicialmente concebido em
função dos dados do ensaio do CPT.

Pu=RL+Rp
ΔL fL RL=α.λ.u.Σ(fL.ΔL) Rp=α.β. qp.Ap
L
Df
α = fator de execução da estaca

α=1,0 para estacas cravadas;


qp α=0,5 para estacas escavadas.
Db
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
λ = fator de carregamento

λ =1,0 para estacas comprimidas;


λ =0,5 para estacas tracionadas.
β = fator de carregamento
D 
β  1,016  0,016 b 
 dc 
β =0 para estacas tracionadas para Db=Df.

dc = diâmetro da ponta do cone do ensaio CPT (3,6 cm no cone holandês).

A capacidade de carga do solo sob a ponta da estaca é dada por:

qc1(médio)  qc2(médio)
qp 
2
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
qc1= média dos valores medidos na resistência de ponta no ensaio CPT,
numa espessura igual a 8Db logo acima da ponta da estaca; quando L<8Db
deve-se adotar valores nulos para qc acima do nível do solo.

qc2= média dos valores medidos na resistência de ponta no ensaio CPT,


numa espessura igual a 3,5Db logo abaixo da ponta da estaca.

O atrito lateral médio em cada camada do solo, com espessura ΔL,


atravessada pela estaca é dado por:
fL=fc
fc= atrito lateral medido na haste do ensaio CPT.
No caso do uso dos dados do ensaio SPT seguem-se as seguintes
correlações:
qc=a.Nb
fc=a´.Nb´
CAPACIDADE DE CARGA
DAS ESTACAS
a; b;a´; b´= parâmetros de correlação entre a sondagem à percussão (SPT) e e o ensaio
CPT; são definidos para os solos do canteiro de obra. O professor Dirceu de Alencar
Velloso fornece a seguinte tabela para uma obra onde foi aplicado o seu modelo: (1)
refinaria Duque de Caxias (RJ); (2) área da Açominas-MG.

Solo Ponta Atrito


a (kN/mm2) b a´ (kN/mm2) b´
Areias
sedimentares 600 1 5,0 1
submersas (1)
Argilas
sedimentares 250 1 6,3 1
submersas (1)
Solos residuais
de gnaisse 500 1 8,5 1
areno siltosos
submersos (1)
Solos residuais 400 (1) 1 (1) 8,0 (1) 1 (1)
de gnaisse silto
arenosos 472 (2) 0,96 (2) 12,1 (2) 0,74 (2)
submersos
ATRITO NEGATIVO
O solo inicialmente em equilíbrio sob seu peso próprio passa a se
adensar e atua como carga adicional na estaca, ao invés de resistir à
carga aplicada.
Ocorre com frequência em solos compostos de argila mole não
adensada e nos solos formados de sedimentos orgânicos
compressíveis.
O atrito lateral é considerado negativo no trecho em que o recalque do
solo é maior do que o da estaca. Esse fenômeno ocorre no caso de o
solo estar em equilíbrio em processo de adensamento, provocado
pelo peso próprio ou por sobrecargas lançadas na superfície, ou
amolgamento decorrente da execução de estaqueamento.

Amolgamento é a perda da capacidade resistente da argila.


ATRITO NEGATIVO
O atrito negativo pode ocorrer nos seguintes casos:
a) existe uma camada de solo compressível acima da camada
resistente, na qual as estacas estão cravadas;
b) existe uma sobrecarga de grande magnitude aplicada ao nível do
solo no qual as estacas estão cravadas;
c) o nível de água está sujeito a variações, ou é rebaixado (neste caso
as estacas são “puxadas” para baixo devido ao aumento do peso
específico do solo);
d) as estacas são cravadas num solo compressível antes da sua
consolidação;
e) o solo pode vir a ser compactado por vibrações devidas ao tráfego
ou por máquinas usadas na construção;
f) a construção posterior de sapatas perto das estacas.
ATRITO NEGATIVO
O atrito negativo é basicamente um problema de recalque.
A magnitude do atrito negativo depende do:
1) material da estaca;
2) método de execução da estaca;
3) natureza do solo;
4) recalque total e taxa de recalque entre o solo e a estaca.
O atrito negativo pode ser reduzido com pintura de betume ou asfalto.
O betume é atacado por ações bacteriológicas em argilas marinhas.
As estacas pintadas têm apenas 14% de atrito negativo em relação às
não pintadas.
As pinturas devem ser executadas apenas nos trechos de atrito
negativo, senão diminuem a resistência ao atrito das estacas.
ATRITO NEGATIVO
a) O aterro carrega a camada b) A cravação da estaca amolga o solo
de solo superior que recalca. aumentando a sua compressibilidade.

P P

Aterro Argila muito


mole
Camada
compressível Solo amolgado

RL RL
Camada Camada
resistente resistente
Rp Rp
ATRITO NEGATIVO
c) Rebaixamento do nível de água O rebaixamento
P P do nível de água
atua como uma
sobrecarga ΔP
sobre a camada
Aterro N.A. ΔP compressível.
Material N.A.
arenoso
Camada
compressível

RL

Camada Rp
resistente
ATRITO NEGATIVO
Ponto neutro
Para determinar o atrito negativo total e necessário estimar a posição do
ponto neutro, ou seja, o nível no qual o recalque da estaca se iguala ao
recalque do solo ao seu redor.

δestaca
O δ
fn δsolo
Zona de
transição Ponto
neutro

τs
z
ATRITO NEGATIVO
Ponto neutro
() ( )
Pu  Rp  RL2  2P  1,5Ps1
Força devida ao
Resistência de atrito negativo
ponta Força que pode ser
Resistência entre
aplicada no topo da
o ponto neutro e
estaca
a ponta
qs1  k  tg σm tensão cisalhante devido ao atrito negativo
(estaca isolada).
K=coeficiente de empuxo; φ=ângulo de atrito solo-estaca;
σm= pressão média ao longo do trecho sujeito ao atrito negativo
0,20 argilas adensadas com alta plasticida de
0,30
 argilas normalmente adensadas com baixa e média plasticida de
k  tg   
0,35 areias e pedregulhos
0,40 enrocamentos
ATRITO NEGATIVO
Método de De Beer e Wallays P

AN  AN0  AN
 
aterro camada compressível

πDdk0 tg
   p0

AN0  A 0p 0 1  e A0 
 
 
 πDdk0 tg 
d γ´
  

ANγ  A γ  γ ´d   1  
1 e
πDdk0  tg   D
 
 Aγ 
πd 2 πd 2
Aγ  A0 
16 4
p0=sobrecarga no topo da camada compressível.
 
k 0 tg  1 sen   tg atrito solo-estaca.
ATRITO NEGATIVO
Ábaco para se calcular a cota até onde atua o atrito negativo (ponto neutro).
ATRITO NEGATIVO
Método de De Beer e Wallays: grupo de estacas
Áreas de influência
para as estacas num
a grupo.
a 0,9.(0,5d)
A γ  A 0  a.b
0,5b A γ  A0 
a  0,9d .b  0,9d 
b
4
b A γ  A 0  0,9.0,5d  0,5b 
b
A γ  A 0  0,9.0,5d  0,5a 
a
0,9.(0,5d) 0,5a 0,5b
0,9.(0,5d)

0,5a 0,9.(0,5d)
CAPACIDADE DE CARGA
À TRAÇÃO
As estacas solicitadas axialmente à tração se tendem a se deslocar de sua
parte inferior para o seu topo, sendo impedida pelo solo.
Se o atrito lateral que ocorre ao longo do fuste da estaca ou aderência solo-
estaca for maior do que a força de tração esse deslocamento é impedido.
A capacidade de carga da estaca é igual a atuação conjunta do peso de um
cone com o semi-ângulo λ, que é função do ângulo de atrito do solo, da
razão L/r (profundidade/raio da estaca), da resistência ao cisalhamento do
solo ao longo da superfície de ruptura e o peso da fundação (estaca+bloco).

q
Devem ser considerados dois tipos
de ruptura:
a) ruptura na interface solo-estaca; 1
b) ruptura por superfície cônica. 2
λ

c,γ, φ
CAPACIDADE DE CARGA
À TRAÇÃO
Para a ruptura na interface solo-estaca devem ser usadas as fórmulas para
cálculo do atrito lateral tal como no caso das estacas comprimidas.
Para a ruptura por meio de uma superfície cônica tem-se:
 γL c 
Pu  πμ2L2  q   
 3 μ
μ  tg  coeficiente de atrito do solo q= sobrecarga

γ= peso específico do solo. c= coesão do solo.


A favor da segurança despreza-se o peso da estaca.

Para solos com c=0 (arenosos) com q=0 tem-se:

γL3 peso do cone de solo com semi-


Pu  πμ 2
ângulo λ.
3
CAPACIDADE DE CARGA
À TRAÇÃO
Estacas inclinadas
q
α<φ
 γL 
 q c 1  tg 2
α 
Pu  πμ L
2 2
 3  
c,γ, φ  1  tg α
2 μ 
α  
 
F.S.=2,0

Grupo de estaca tracionadas


Adotar o menor dos dois valores:
G
1) P=ΣPi (somatório das cargas das
estacas isoladas);
2) peso G do solo envolvido pelo grupo
de estacas.
GRUPO DE ESTACAS
O comportamento de um grupo de estacas depende do:
1) método de execução das estacas;
2) tipo do modo dominante de transferência de carga (por resistência de
ponta ou por atrito lateral);
3) tipos dos materiais;
4) geometria tridimensional do bloco de fundação;
5) rigidez da estrutura, das estacas e do solo.

As causas do recalque do grupo de estacas são a:


1) deformação axial da estaca;
2) deformação do solo na interface estaca-solo;
3) deformação de compressão no solo entre as estacas;
4) deformação de compressão na camada de solo abaixo das pontas das
estacas.
GRUPO DE ESTACAS
Bulbo de pressão P P P P
P s s s

Bulbo de
pressão

Os bulbos de pressão são calculados Bulbo de pressão do grupo


pela fórmula de Boussinesq.
GRUPO DE ESTACAS
Fator de eficiência do grupo de estacas
resistênci a do grupo de estacas Pg
Eg  1 Eg   100 (%)
soma da resistênci a das estacas do grupo nPi

s
0,5Φ 0,5Φ n=a.b é o número
de estacas com
diâmetro Φ
espaçadas de s.

(a-1).s

u=perímetro (b-1).s
GRUPO DE ESTACAS
Fator de eficiência do grupo de estacas
Perímetro: u  2sa  1  b  1  4

Eg 
2s  a  b  2   4  Lfs
nπ   Lfs
2s  a  b  2   4
E 
πa  b
g

fs =coeficiente de atrito solo-estaca.

Se o espaçamento s aumenta o fator de eficiência η aumenta.


O limite s≤3Φ é definido por questões econômicas (dimensões do bloco).
GRUPO DE ESTACAS
O recalque é o critério limitante de projeto para grupos de estacas, em areias
ou argilas.
A seguinte desigualdade deve ser atendida:

δgrupo≤ δadm
O recalque do grupo de estacas é calculado por meio do modelo da sapata
equivalente, que somente é válido para estacas verticais.
Esse modelo é função do tipo de solo: argila ou areia.
Os modelos, para argila e areia, admitem que a dissipação, ou espraiamento
das pressões das seguintes maneiras:
1) abaixo do bloco de coroamento com uma inclinação 1:4 para levar em
conta a parcela da carga transferida por atrito lateral;
2) abaixo do comprimento 2/3 L ou 2/3 La (no caso de areia) tem-se a base
da sapata equivalente para o cálculo do recalque, a partir da qual a
dissipação de pressão ocorre com a inclinação 1:2, para levar em conta o
incremento das pressões verticais.
GRUPO DE ESTACAS
Sapata equivalente para argilas

2/3 L
1:4 1:4
L

1:2 1:2

Base da sapata
Camada de argila equivalente
GRUPO DE ESTACAS
Sapata equivalente para areias

1:4 1:4 2/3 La La


1:2
1:2

Base da sapata
La=espessura da camada
Camada de areia equivalente
de areia.
RIGIDEZ DAS ESTACAS
Classificação das estacas quanto à sua rigidez
A rigidez da estaca depende do seu
comprimento total, do comprimento do trecho
em aterro e camadas compressíveis, da
Aterro geometria da sua seção transversal e das
características do solo da camada resistente,

d Estacas flexíveis:
Le Camada
d
5
compressível

Le
O momento fletor máximo diminui com
o aumento da espessura da camada
Camada
resistente
compressível, pois a estaca se deforma
em juntamente com o solo, donde a
pressão lateral diminui.
RIGIDEZ DAS ESTACAS
Estacas rígidas:
d d
4 ou 5
Le Le
O momento fletor máximo aumenta com o aumento da espessura
da camada compressível.

E solo
Gsolo  módulo de elasticidade transversal.
21  
EI =rigidez à flexão da estaca.
EI
Le  4 comprimento efetivo da estaca.
Gsolo
FORÇAS HORIZONTAIS
NAS ESTACAS
O comportamento das estacas submetidas à forças
horizontais e momentos de flexão é mais complexo do
que o das estacas carregadas com forças axiais.
As características da estaca pouco influenciam no
comportamento estrutural, e, em geral, a ruptura ocorre
no solo adjacente à estaca.
Para estacas apenas com carregamento axial as
características do fuste e da base da estaca influenciam
tanto a capacidade de carga quanto o solo adjacente à
estaca, e a ruptura, em geral, ocorre por flexão da
estaca.
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
Efeito Tschebotarioff
A ação horizontal do solo sobre estacas gera uma solicitação nas
mesmas; esse efeito é denominado efeito Tschebotarioff.

Aterro Levantamento do solo

Camada Camada
compressível compressível

Camada
resistente
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
O desnível Δh gera
Método deTschebotarioff um carregamento
N.T.2 assimétrico na
estaca, que provoca
uma pressão lateral
Aterro ph na estaca.
cv1 Δh
cv2 N.T.1 ph=k0cvD
k0= coeficiente de
empuxo ativo no
Cv repouso.
P
Empuxo Argila t k0 =0,70 a 0,75 para
lateral=ph mole argilas.
k0=0,40 a 0,50 para
Solo pouco
Estaca areias.
compressível
cv=cv1-cv2
D
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
M P O método de Tschebotarioff se aplica
3c≤q≤qcrít
apenas às estacas rígidas.
RB
Deficiências do método:1) não leva em
Δσz conta o espaçamento entre as estacas;
MB
2) ph é proporcional a Δσz, donde para
camadas espessas tem-se o valor dessa
z
ph l expressão exagerado.
L
d a) Considerando a estaca engastada no
bloco e rotulada na base tem-se:
a
phDd2
MB  2
32  9d
256
RA
phDd2  3d 9d3 
Ma   1,67   
8 2   64 3 
=rótula. D= diâmetro da estaca.
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
b) Considerando a estaca rotulada no bloco e rotulada na base tem-se:
3c≤q≤qcrít
P
RB phDd2  d
Mm   1,67  
Δσz 8 
2

MB
As solicitações do caso 1 ou caso 2 são
usadas no dimensionamento estrutural
ph l das estacas (seção transversal e
d=2a L armaduras).

3c≤q=5,5c é a sobrecarga crítica que


provoca a ruptura da camada compressível,
RA sendo c a coesão não drenada dessa
camada.
D= diâmetro da estaca.
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
Método de De Beer e Wallays
Esse método é válido para estacas rígidas e flexíveis.
q
A premissa desse método é:  1,4
1) h1  qcrít
α-
α γ,φ h ph  f  q f 2
π 

2 2
q    h pressão aplicada ao solo.

Camada α=ângulo do talude fictício;


compressível
ph
γ= ângulo de atrito do solo.
2a 1a  h
linha linha h1  3
altura do talude equivalente.
18 kN/m
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
2) 3)
h1

h1 γ,φ
α h h
α γ,φ

Camada Camada
compressível ph
compressível
ph
2a linha 1a linha
2a linha 1a linha

π π
α  ph  q α  ph  0
2 2
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
A sistemática de cálculo depende da espessura da camada compressível.
a) Camada compressível pouco espessa
q A sistemática de cálculo é:
1) Verificar as condições existentes em
Aterro relação ao talude do aterro.
2) Calcular a pressão aplicada ao solo
usando q=γ.h.
Camada
ph l 3) Calcular a pressão horizontal ph (kN/m2),
compressível
que depende da inclinação da talude
equivalente.
4) Calcular as solicitações na viga bi-
rotulada com carregamento
uniformemente distribuído.
Camada resistente
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
b) Camada compressível espessa
σ*= é a pressão atuante antes do
q
aterro; é devida à sobrecarga q.
A sistemática de cálculo é a mesma do
Aterro γaterro caso (a), variando apenas os
haterro
parâmetros geométricos relativos à
espessura da camada compressível.
σ*=q zd ph
Determinação de zd:
5zd
hcomp z d  q   aterrohaterro
Camada γcompr
Para várias camadas de solo acima da
compressível
camada compressível tem-se:

 h  h
i i comp zd  q   aterrohaterro
Camada resistente A espessura máxima da camada compressível
é 5zd, que será o vão teórico a ser considerado
no cálculo.
CARREGAMENTO HORIZONTAL
EM PROFUNDIDADE
A pressão horizontal atuante na 2a linha de estacas não é igual à pressão atuante
na 1a linha; a essa característica denomina-se efeito de sombra.
A pressão lateral depende do
a
2 linha a
1 linha espaçamento e do diâmetro das
estacas:
y  
0,5(D+e) D  1 
ps 0y  p s  p s,máx    ph
2  1 
e
 
0,5D  D
D  D
 y 
0,5D D De 2
y  p s  p s,máx   1
2 2  e 
 
ph  2 
De
y  ps  0
e 2

D= diâmetro da estaca.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
O grupo de estacas dispostas segundo uma determinada disposição, fixadas
num bloco de coroamento, que resistem às cargas verticais, horizontais e
momentos transmitidos por um pilar, é denominado estaqueamento.
As estacas podem ser verticais, inclinadas ou verticais e inclinadas.
O projeto e cálculo de um estaqueamento consiste na determinação do
número de estacas, a distribuição dessas estacas, da sua inclinação, da
carga resistida por cada estaca do grupo, de tal modo que a força em cada
estaca sejam menores do que as suas capacidades de carga à compressão,
à tração ou à flexão composta.
A hipótese fundamental para o cálculo de um estaqueamento é que o bloco
de coroamento seja rígido.
As estacas são consideradas rotuladas ou engastadas no bloco,
dependendo do modelo teórico adotado.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO

Quando à transmissão da força horizontal pode-se ou não considerar o


empuxo passivo do solo sobre o bloco de coroamento das estacas, e/ou
sobre as estacas consideradas como vigas apoiadas lateralmente sobre
base elástica.
Os estaqueamentos são divididos em dois tipos:
1) estaqueamento geral; 2) estaqueamento degenerado.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Estaqueamento Geral
É aquele capaz de resistir a qualquer tipo de solicitação, e tem estacas
verticais e inclinadas em várias direções.
O conjunto de solicitações que atuam num pilar ou grupo de pilares são
representada por suas componentes segundos três eixos coordenados.

Estaqueamento Degenerado

É aquele que só pode resistir a certos


carregamentos particulares, e tem verticais ou
estacas verticais e inclinadas só na direção da
solicitações predominantes.
Como exemplos tem-se: estaqueamento plano,
vertical e em cavaletes.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Estaqueamento plano
É aquele cujas estacas têm eixos contidos num plano.
É degenerado porque só pode resistir a carregamentos cuja resultantes
esteja contida no plano do estaqueamento.

Estaqueamento vertical
É aquele em que todas as estacas têm uma mesma direção.

Estaqueamento em cavaletes
É aquele onde todos os eixos das estacas concorrem para um único
ponto.
Os cavaletes podem ser plano (simples ou múltiplo) e espacial.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Os estaqueamento quanto à disposição das estacas podem ter um
ou dois planos de simetria.
Cavalete espacial
Cavalete plano
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Estaqueamento com um
plano de simetria
As cargas atuando no
plano de simetria geram
deslocamentos no
mesmo plano, donde
para essas estacas é
possível calcular o
estaqueamento como
plano.
As solicitações podem ser decompostas em cargas no
plano de simetria e no plano normal.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO

Estaqueamento com dois planos


de simetria
É um caso particular do anterior.
A decomposição das solicitações
atuantes de forma independente
permite calcular as solicitações
em cada estaca para cada plano
de simetria, e somando-se os
valores encontrados tem-se a
solução procurada.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Centro Elástico
É o ponto de encontro dos
eixos das resultantes de
grupo de estacas.
O estaqueamento pode ter
ou não um centro elástico.
Os estaqueamentos
paralelos não têm centro
elásticos, pois só têm uma
resultante.
Os estaqueamentos em
cavaletes têm um centro
elástico.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Os estaqueamentos planos podem não ter, ter um ou mais centros elásticos.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Centro de Estaqueamento
É a projeção do centro
elástico no plano horizontal,
se esse for único.
Só há centro de
estaqueamento para casos
particulares, tais como:
estaqueamento vertical e
cavaletes.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Estacas Equivalentes
A substituição de um grupo de estacas que têm certas características
geométricas comuns (por exemplo, o mesmo sentido) por uma estaca
equivalente, pode formar um estaqueamento degenerado com solução mais
simples.
A magnitude da solicitação encontrada na solução com a estaca equivalente
é divida pelo número de estacas substituídas, obtendo-se as cargas nas
estacas do estaqueamento inicial.
Trata-se de um artifício muito utilizado para solicitações verticais e
horizontais, ressaltando-se que para os momentos em geral não é aplicado.
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
A distribuição das estacas deve ser feita buscando-se um menor volume de
concreto para o bloco de coroamento.
No caso de pilares próximos, se houver superposição de estacas pode-se
agrupar os mesmo num bloco de coroamento, fazendo-se coincidir o centro
de forças dos pilares com o centro do estaqueamento.
Para pilares de divisa devem ser usadas vigas de equilíbrio.

Estacas pré-moldadas de concreto Estacas de aço


CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Distância das estacas à divisa
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Distribuição de estacas
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
Distribuição de estacas
CÁLCULO DE
ESTAQUEAMENTO
REFORMULAÇÃO DE BLOCOS
DE ESTACAS

Quando uma das estacas por problemas de execução não pode ser
aproveitada, a distribuição das estacas deve ser modificada.
Essa modificação deve atender às seguintes condições:
1) manter o centro de gravidade do bloco ou se isso não for possível,
verificar a carga na estaca mais carregada;
2) no bloco com nova disposição manter o espaçamento de 2,4D (estaca
pré-moldada de concreto) com o mínimo de 60 cm;
3) manter uma distância mínima de 1,5D ou 30 cm entre a nova estaca e a
estaca abandonada;
4) não se deve misturar seções diferentes de estacas.
REFORMULAÇÃO DE BLOCOS
DE ESTACAS

Se a primeira estaca a ser cravada quebrar deve-se inverte a posição


do bloco mantendo-se o seu centro de gravidade.
REFORMULAÇÃO DE BLOCOS
DE ESTACAS

Se a segunda estaca quebrar ao ser cravada deve-se cravar três


novas estacas, desprezando-se a já cravada e mantendo-se o
centro de gravidade do bloco, ou manter a que foi cravada de
modo correto e substituir as duas restantes por novas estacas.
REFORMULAÇÃO DE BLOCOS
DE ESTACAS
Se duas estacas já estão cravadas e a terceira quebrar na cravação,
deve-se substituir a quebrada por duas novas estacas, ou
substituir a quebrada por uma nova estaca com deslocamento do
centro de gravidade do bloco e verificar as cargas nas estacas.
BLOCOS DE ESTACAS
Bloco sobre duas estacas

P Mín=15 cm
L≥2,5Φ
b
d a 0,33.(L-b)
θ B h≥
30 cm
Φ L

L
0,5P 0,5P
BLOCOS DE ESTACAS
Bloco sobre duas estacas
Força de tração na armadura:
L b

P P
Z  cotg θ cotg θ  2 4 Z 2L  b
2 d 8d
Área da armadura:
1,4Z
As 
fyd
Compressão na biela:
1,4P
σ c,Estaca 
2AEstaca  sen2θ
b
1,4P
σ c,Pilar 
A
B 2a  b  sen2θ T

σ c,Estaca
C3 C2
0,85fcd  
σ c,Pilar
BLOCOS DE ESTACAS
Bloco sobre três estacas
L≥2,5Φ

b 0,82.(L-0,5b)
a h≥
0,30 cm
L

Força de tração na armadura:


L 3 b
Z
P
 cotg θ cotg θ  3

2 Z

P 2L 3  1,5b 
3 d 18 d
Área da armadura:
1,4Z
As 
fyd
BLOCOS DE ESTACAS
Bloco sobre três estacas
Z
Força de tração na armadura: Z 
*

3
Área da armadura: 1,4Z *
As 
fyd
Compressão na biela:
P 1,4P 1,4P
D  sen θ  σ c,Pilar  σ c,Estaca 
3 3a  b  sen2θ 3AEstaca  sen2θ

σ c,Estaca
0,85fcd  
σ c,Pilar
BLOCOS DE ESTACAS
Bloco sobre quatro estacas: bloco quadrado

L≥2,5Φ h≥L-0,5b

a L Força de tração na armadura em diagonal:


b P
Z  cotg θ
4
L 2 b 2
L 
cotg θ  2 4
d

Área da armadura:
1,4Z
As 
fyd
BLOCOS DE ESTACAS
Bloco sobre quatro estacas
Força de tração na armadura em malha:
L 2 b 2

P
Z   cotg θ
*
cotg θ  2 4
2 d

1,4Z *
Área da armadura: As 
fyd
Compressão na biela:
P 1,4P 1,4P
D  sen θ  σ c,Pilar  σ c,Estaca 
4 4a  b  sen2θ 4AEstaca  sen2θ
σ c,Estaca
0,85fcd  
σ c,Pilar
BLOCOS DE ESTACAS

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