Você está na página 1de 38

UNIDADE CURRICULAR DE

NOME DA
Estruturas de fundações e
UC contenções
Prof. 1 e
Prof. 2
Aula: Dimensionamento geométrico de
fundações profundas

Prof. Rafaela Amaral e Caroline Sales


1- Considerações iniciais
Fundações profundas: elemento de fundação que transfere a carga ao terreno ou pela base
(resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma
combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior
ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3,0 m.

São usadas quando os solos superficiais têm baixa capacidade de carga e são compressíveis,
impedindo o emprego das fundações rasas.

• Tubulões: elemento de fundação profunda de forma cilíndrica, em que, pelo menos na


sua fase final de execução, há a descida de operário (o tubulão não difere da estaca por
suas dimensões mas pelo processo executivo, que envolve a descida de operário).

• Estacas: elemento de fundação profunda executado com auxílio de ferramentas ou


equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão, prensagem,
vibração ou por escavação, ou, ainda, de forma mista, envolvendo mais de um destes
processos.
Alguns tipos de fundações profundas:

• Estacas:
(a) metálicas,
(b) prémoldadas de concreto vibrado,
(c) prémoldada de concreto centrifugado,
(d) tipo Franki e tipo Strauss,
(e) tipo raiz,
(f) escavadas.

• Tubulões:
(g) a céu aberto, sem revestimento,
(h) com revestimento de concreto,
(i) com revestimento de aço.
Classificação dos principais tipos de estacas pelo método executivo

Estacas Cravadas com Grande


Deslocamento: Aquelas introduzidas no
solo sem a retirada do solo - provoca
assim um grande deslocamento do solo
adjacente a estaca.

Estacas Cravadas com Pequeno


Deslocamento: Também introduzidas no
solo sem a retirada do solo, porem
provocando um pequeno deslocamento do
solo adjacente a estaca. Refere-se a estacas
esbeltas.

Estacas Escavadas - Sem Deslocamento:


Aquelas executadas no solo sem a retirada
do solo adjacente a estaca. Não provocam
assim nenhum deslocamento adjacente
quando da execução da estaca.
Classificação dos Tubulões
Tubulão à Céu Aberto: As fundações em tubulão a céu aberto são
indicadas basicamente para obras que apresentem cargas elevadas,
áreas com dificuldades de uso de técnicas de fundação mais
mecanizadas e regiões afastadas dos grandes centros urbanos devido à
dificuldade de acesso.
Esse tipo de fundação é recomendado para solos de elevada “rigidez”
(boa resistência). Isso se justifica devido ao fato da escavação ser
normalmente manual, dependente de um “poceiro”, um ajudante e
um sarilho (equipamento – figura abaixo). Mesmo com a utilização de
equipamentos de perfuração mecânica a presença de um operário é
necessária, pois o alargamento da base deve ser feito manualmente.

Tubulão à Ar Comprimido: As fundações em tubulão a ar comprimido


são indicadas, e se justificam, para obras que apresentem cargas
elevadas, como é o caso de pontes e viadutos, e quando se tem o NA
elevado. Assim, é utilizado uma “estrutura” fechada para que não
ocorra a entrada da água no ambiente de escavação. Para que se
mantenha o ambiente da escavação seco faz-se com a aplicação de ar
comprimido, que “expulsa” – inibe, a entrada da água no ambiente de
trabalho.
Tubulão à Céu Aberto:

Tubulão à Ar Comprimido:
Tubulão à Céu Aberto
a) Sem contenção lateral: Esses tubulões, também chamados de pocinhos, têm seu
fuste aberto por escavação manual, ou mecânica, sendo que a base é, em geral,
escavada manualmente. Não utilizam nenhum escoramento lateral e, portanto o
fuste e, em especial, a base, somente podem ser executados em solos que
apresentem um mínimo de coesão capaz de garantir a estabilidade da escavação.
Nestes casos o diâmetro final resulta sempre maior do que o previsto em projeto,
e o atrito lateral ao longo do fuste é reduzido quando comparado com a
resistência “in situ” no contato solo-solo. Esta redução no atrito lateral depende
do alívio de tensões, ao passar de uma situação em repouso para uma condição
ativa, e da umidade cedida pelo concreto ao solo circundante, o que depende do
fator água/cimento do concreto empregado.
b) Com contenção lateral parcial: Essas contenções parciais têm da ordem de 2,0
metros e o solo é escorado antes de prosseguir a escavação. Estes revestimentos
são, em geral, recuperados. Visualmente, assemelha-se ao procedimento de
contenção lateral contínua.
c) Com contenção lateral contínua: Certos tipos de equipamentos cravam uma
camisa metálica, desde a superfície, ao mesmo tempo em que realizam
mecanicamente a escavação. Normalmente estes tubulões a céu aberto são
executados acima do lençol freático, pois a escavação manual da base, ou mesmo
do fuste, não pode ser executada abaixo do nível da água. Nada impede,
entretanto, que se estenda a escavação utilizando-se de rebaixamento do lençol.
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS FUNDAÇÕES
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS FUNDAÇÕES
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS FUNDAÇÕES
2- Tubulões

Dimensões dos tubulões:


‒ A altura mínima do rodapé, 20 cm.
‒ A existência de um bloco de ligação entre o pilar e o tubulão.
‒ A altura total (), que é medida da cota de arrasamento até a cota de apoio do tubulão.
‒ A altura de base ( ), que é a altura de base mais a altura do tronco de cone.
Dimensionamento do fuste
O fuste do tubulão transfere as cargas transmitidas pelo bloco de ligação à base, por isso a
tensão resistente que influenciará no seu dimensionamento é a do concreto que terá um
mínimo de 20 MPa aos 28 dias.

em que

Parâmetros de dimensionamento de tubulões segundo a NBR 6122 (2019)

A NR 18 (1978) determina que o diâmetro mínimo para escavação de tubulão a céu aberto
seja de 0,80m, garantindo um espaço mínimo de movimentação do trabalhador durante a
escavação.
Dimensionamento da base
Nos tubulões circulares, podemos encontrar o diâmetro mínimo de base necessário
para transferir adequadamente as tensões solicitantes para o solo, por meio da
equação:

Sendo
– carga do pilar (kN);
- tensão admissível do solo (kN/m²).
Em alguns casos, pela proximidade dos pilares, poderá ocorrer a sobreposição de bases. Pensando em dois pilares
próximos, primeiro temos que verificar a sobreposição para, então, buscar geometrias ideais para o caso:

Seguindo esse raciocínio, você verificará a sobreposição (1ª tentativa) e, se houver a necessidade, transformará uma
das bases em uma falsa elipse (2ª tentativa), que é um elemento mais esbelto e pode atender a esse caso.

1ª tentativa: dois tubulões circulares: 2ª tentativa: um tubulão em falsa elipse e um tubulão circular.
e Supondo que P1 > P2, e fazendo a base do tubulão do pilar mais
carregado em falsa elipse, temos:
sendo
Se um tubulão circular e um falsa elipse não forem suficientes para atender à condição, você poderá adotar dois
tubulões em falsa elipse:

3ª tentativa: dois tubulões em falsa elipse.

sendo e

A distância mínima ideal entre bases é 20 cm, mas, nas condições de pilares próximos, como as descritas acima, essa
distância pode ser reduzida até a zero, com algumas condições:
• A NBR 6122 (2019, p. 45) diz que: “não pode ser feito trabalho simultâneo em bases alargadas em tubulões cuja
distância, de centro a centro, seja inferior a 2,5 vezes o diâmetro da maior base”;
• A NR 18 (1978) proíbe a escavação ou concretagem simultânea em bases alargadas, em tubulões adjacentes, e a
abertura simultânea de bases tangentes.
Em último caso, podemos afastar os tubulões com o auxílio de uma viga de ligação.
Para tubulões de divisa, utilizamos uma viga alavanca ou viga de ligação no dimensionamento, unindo-os.
Supondo de divisa e central, teremos excentricidade no tubulão de divisa, e para diminuir os efeitos da carga
do pilar excêntrico, adotamos tubulão em falsa elipse:
Como temos mais incógnitas que equações nesse problema,
precisamos partir de uma hipótese que normalmente é
adotar , assim podemos determinar a excentricidade () e a
reação do tubulão
de divisa ():

Sendo a folga necessária para apoiar as formas dos pilares.

sendo
em que , mas, se a condição não for atendida, você deverá adotar um novo () e recalcular.
Neste caso, ; ; e
Altura de base
De acordo com a NBR 6122, as bases dos tubulões não podem ter alturas () maiores que
1,80 m, exceto para tubulões a ar comprimido, que podem ter alturas de até 3,00 m,
desde que a estabilidade do maciço da abertura de base seja garantida (ABNT, 2019).
Uma outra limitação estabelecida pela norma é o ângulo de 60º entre o apoio e o início
do fuste. Com esse dado, conseguimos determinar a altura de base calculando o cateto
do triângulo.

𝐷−𝑑 2𝑟 +𝑥− 𝑑
𝐻 𝑏 =tan ( 60 ° ) ∙ 𝐻 𝑏 =tan ( 60 ° ) ∙
2 2
Exemplo:
1) Projetar a fundação em tubulão para tensão admissível do solo de 490,4 kN/m². A base e o fuste
do tubulão receberão concreto com de 20 MPa. A carga transmitida pelo pilar de centro são de 600
tf.
Diâmetro do fuste: adotado

Diâmetro da base: m

Altura da base:
Exemplo:
2) Projetar a fundação em tubulão para tensão admissível do solo de 490,4 kN/m². A base e o fuste
do tubulão receberão concreto com de 20 MPa. A carga transmitida pelo pilar de centro são de 500
tf.
Diâmetro do fuste: adotado

Diâmetro da base:

Altura da base:
Exemplo:
3) Calcule as dimensões de base dos tubulões, considerando a tensão admissível do solo igual a 500
kN/m².
3- Blocos de coroamento
Referências:

FUNDAÇÕES Teoria e prática Fundações https://www.ufjf.br/nugeo/ensino/graduacao/publicac


Editores: Waldemar Hachich , Frederico F. Falconi, José Luiz oes-academicas-livre/geotecnia-de-fundacoes-e-obras-
Saes, Régis G. Q . Frota, Celso S. Carvalho e Sussumu Niyama Bárbara Nardi Melo de-terra/
QUE TENHAMOS
UM EXCELENTE
SEMESTRE
LETIVO!
MUITO OBRIGADO
PELA ATENÇÃO!

Você também pode gostar