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• SETEMBRO / 2012
DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES POR TUBULÕES
Os Tubulões são indicados onde são necessárias fundações com alta capacidade
de cargas (superiores a 50 Tf) podendo ser executados acima do nível do lençol
freático (escavação a céu aberto e do tipo Chicago) ou até abaixo do nível de água
(ambientes submersos), nos casos em que é possível bombear a água ( do tipo Grow )
ou utilizar ar comprimido.
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Deve-se evitar que entre o término da execução do alargamento da base de um
tubulão e sua concretagem decorra tempo superior a 24 h. De qualquer modo, sempre
que a concretagem não for feita imediatamente após o término do alargamento e sua
inspeção, nova inspeção deve ser feita por ocasião da concretagem, limpando-se
cuidadosamente o fundo da base e removendo-se a camada eventualmente amolecida
pela exposição ao tempo ou por águas de infiltração.
Quando previstas cotas variáveis de assentamento entre tubulões próximos, a
execução deve ser iniciada pelos tubulões mais profundos, passando-se a seguir para
os mais rasos.
Deve-se evitar trabalho simultâneo em bases alargadas em tubulões cuja
distância, de centro a centro, seja inferior a duas vezes o diâmetro da maior base. Esta
indicação é válida seja quanto à escavação seja quanto à concretagem, sendo
especialmente importante quando se tratar de fundações executadas sob ar
comprimido. Esta exigência visa impedir o desmoronamento de bases abertas ou
danos a concreto recém-lançado.
O dimensionamento estrutural do fuste ( 60cm ≤ Ø Fuste ≤ 150cm ) , é feito
como o de uma peça de concreto simples, apenas com armadura de fretagem. Quanto
ao coeficiente de minoração γc do concreto, este deve ser tomado igual a 1,6 para
tubulão a céu aberto e 1,5 para tubulão revestido tendo em vista as condições de
concretagem do tubulão; além disso multiplicamos a resistência característica do
concreto pelo coeficiente 0,85 para levar em conta a diferença entre os resultados de
ensaios rápidos de laboratório e a resistência sob a ação de cargas de longa duração.
A sua concretagem é feita simplesmente lançando o concreto da superfície,
através de tromba (funil) com comprimento do tubo do funil não inferior a cinco
vezes seu diâmetro interno. É desaconselhável o uso de vibrador em tubulões não
revestidos e por esta razão o concreto deve ter plasticidade adequada.
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O dimensionamento de fundação por tubulões deve obedecer ao critério de que
o centro de gravidade da área do fuste e da área da base do tubulão deve coincidir
com o ponto de aplicação da carga do pilar. De uma forma geral, basta um tubulão
para transferir a carga do pilar para o terreno de apoio.
Serão admitidos desvios de locação de no maximo, 10% da dimensão do
diâmetro do fuste do tubulão, para valores maiores deverá ser retificado o fuste.
O desaprumo máximo é de 1 %, ou seja, 1cm por m de tubulão.
Tubulões totalmente enterrados dispensam a verificação da segurança à
flambagem, exceto para solos compressivos e aterros.
O diâmetro da base deve ser limitado a 4,0 m.
Para pilares no alinhamento frontal da edificação, permite-se o avanço máximo
de 1,0m ou 2/3 da largura do passeio ( conforme código de obras do município ) para
o fuste e bloco de coroamento. Quanto à base do tubulão, não há limitação por estar a
grande profundidade.
O peso próprio do tubulão não é considerado nos cálculos do dimensionamento,
pois na determinação da taxa de trabalho do solo à cota de apoio, supõe-se que a
resistência lateral ao longo do fuste seja igual ao peso próprio do tubulão.
A Taxa de trabalho é definida como: σs = Nspt - 1 ( Kgf/cm2 )
1- Tipos de Tubulões :
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1.1 - Tubulão Isolado - Circular
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1.3 - Tubulão na divisa
O pilar da divisa deve apoiar sobre tubulão em falsa elipse e estar ligado a outro
tubulão central isolado por uma viga de equilíbrio ( alavanca ). O alivio no pilar
central será considerado pela metade assim como nos casos de sapatas de divisa.
2- Dimensionamento de Tubulões :
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2.1. Tubulão para Pilar Central Isolado:
O angulo α para a base alargada, no caso de tubulões a céu aberto, adota-se α = 60°.
Assim para o calculo da altura, o valor de H será :
O volume da base pode ser calculado, de maneira aproximada, como sendo a soma do
volume de um cilindro com 20 cm de altura e um “tronco” de cone com altura (H – 20
cm), ou seja:
em que V será obtido em metros cúbicos (m3), entrando-se com Ab (área da base) e
Af (área do fuste) em metros quadrados (m2).
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Tabela – Cálculo de altura, volume do alargamento de base (v1) e volume total
da base (v2) (unidades em cm e m3)
Ø fuste
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2.2. Tubulão para Pilares centrais próximos:
Não se deve de forma alguma associar a fundação de dois ou mais pilares com um
único tubulão. Então se dois ou mais pilares estão próximos, de tal forma que
impossibilite a execução de bases circulares por causa da superposição de áreas, o
alargamento da base de um ou ambos os tubulões é feito na forma de falsa elipse.
Entretanto, é obvio que nesse caso não há excentricidade e os tubulões trabalham
independentes.
1 – Primeiramente se calcula as bases para pilares isolados:
4 × P1 4 × P2
DB1 = DB2 = P1 < P2 ( Tf )
π × σs π × σs
Se ( DB1 + DB2 ) / 2 < L ( distancia entre pilares ) OK !
Se ( DB1 + DB2 ) / 2 > L ( distancia entre pilares ) Não passa como circulares !
2 – Se não passar devemos calcular a de menor carga como base circular e a de maior
carga como falsa elipse. Sabendo que r = D/2 Temos: rb2 < L – rb1
Área do tubulão 2 Sb2 = P2/ σs
Calculo de X Xb2 = Sb2 - π . rb2²
2 . rb2
Verificar a condição econômica rb2 ≤ Xb2 ≤ 3 rb2
Se a verificação for observada, então estão dimensionados os tubulões, faltando
apenas dimensionar o Ø fuste e Altura da Base ( H ) conforme 2.1.
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Se a condição econômica não for verificada, faz-se ambos os tubulões com base em
formato falsa elipse.
1- rb1 + rb2 = L e rb1/ rb2 = P1 / P2 resolvendo temos rb1 e rb2
2- Calculamos as áreas SB1 = P1 / σs e SB2 = P2 / σs
3 – Calcular Xb1 = Sb1 - π . rb1² e Xb2 = Sb2 - π . rb2²
2 . rb1 2 . rb2
4 – Verificar a condição econômica rb1 ≤ Xb1 ≤ 3 rb1 e rb2 ≤ Xb2 ≤ 3 rb2
Se verificada a condição, está dimensionado as bases dos tubulões, as alturas H e os
diâmetros dos fustes são calculados conforme 2.1.
Caso tenhamos 2 pilares tão próximos que não seja possível a solução fazendo ambas
as bases em formato falsa elipse, pois não se verifica a condição X ≤ 3 rb, para uma
ou ambas as bases dos tubulões, então procedemos como a seguir:
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1- Dimensionar inicialmente os dois tubulões como isolados e obtemos rb1 e rb2.
2 – Resolver as equações: e1 + e2 = rb1 + rb2 – L e e1 / e2 = P1 / P2
e calcular e1 e e2
3 – Calcular as reações R1 e R2 (reais) com as seguintes equações:
∑ Fv=0 R1 + R2 = P1 + P2 ∑ M(R2)=0 R1= P1.( L+e2) + P2 . e2
L + e1 + e2
4 – Calcular as áreas dos tubulões: Sb1 = R1 / σs e Sb2 = R2 / σs
5 - Calcular rb1 e rb2 resolvendo as equações: rb1 + rb2 ≤ L + e1 + e2
rb1 / rb2 = R1 / R2
6 – Calcular Xb1 = Sb1 - π . rb1² e Xb2 = Sb2 - π . rb2²
2 . rb1 2 . rb2
7 – Verificar a condição econômica: rb1 ≤ xb1 ≤ 3rb1 e rb2 ≤ xb2 ≤ 3rb2
Se a verificação for observada, então estão dimensionados os tubulões, faltando
apenas dimensionar o Ø fuste e Altura da Base ( H ) conforme 2.1.
8 – O apoio dos pilares P1 e P2 será na viga de equilíbrio entre os tubulões.
∑ Fv = 0 R1 + R2 = P1 + P2
∑ M2 = 0 R1 = P1 . L
L–e
e = r – b1/2 – f
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Não se pode avançar além da divisa, nem com os elementos superficiais do tubulão.
Dessa forma, ficamos impossibilitados de dimensionar o tubulão como pilar central
isolado, ou seja, fazer com que o C.G. do fuste e da base alargada coincida com o
C.G. do pilar. Logo haverá uma excentricidade que deve ser combatida “ amarrando”
o pilar de divisa num pilar central isolado, através de viga alavanca.
Roteiro de calculo:
1 – Adotar: R1a = 1,2 P1
2 – Calcular a área da base: Sb1a = R1a / σs
3 – Determinar r1a Sb1a = π . r1a² + 2 r1a . X1
Sb1a
fazendo X1 = 2 r1a ( condição econômica r < X < 3r ) r1a =
π +4
4 – Adotar r1 ( real ) = r1a
5 – Calcular e (real ): e = r1 – ( b1/2 ) – f
6 – Calcular a reação R1 (real ): R1 = R1 = P1 . L
L–e
7 – Calcular Sb1 ( real ): Sb1 = R1 / σs
8 – Calcular x1: X1 = Sb1 - π . r1²
2 . r1
9 – Verificar a condição econômica r1 < X1 < 3r1
2,09 × R1 × γc
10 – Calcular o Ø fuste Ø fuste =
fck
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3 - Dimensionamento da armadura de Fretagem ( Asf )
a Nd b Nd
Asfa = 0,3 × 1 − 0 × Asfb = 0,3 × 1 − 0 × onde Nd = γ P
A fyd B fyd
Pouco usual, para pilares com pequenas cargas, que nascem direto no fuste do
tubulão.
4 - Bloco de Coroamento ou de transição
A ligação entre pilares e tubulões é feita através de blocos de coroamento ou de
transição. Na figura 1, as tensões do pilar se desviam para o tubulão. Em função da
mudança da trajetória das tensões, surgem, no bloco, tensões de tração e de
compressão no plano horizontal. A segurança estrutural do elemento estará garantida
se forem verificados os seguintes itens:
esmagamento do concreto por compressão excessiva na região de contato da carga e
fendilhamento devido às tensões transversais de tração ao longo da altura.
Os blocos de coroamento têm também a função de absorver os momentos produzidos
por forças horizontais, excentricidade e outras solicitações (Caputo. H.P., 1973).
É obrigatório o uso de lastro de concreto magro com espessura não inferior a 5 cm
para a execução do bloco de coroamento de estaca ou tubulão. No caso de estacas de
concreto ou madeira e tubulões, o topo desta camada deve ficar 5 cm abaixo do topo
acabado da estaca ou tubulão.
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4.1. CALCULO DA ALTURA ( H)
Na base do pilar, considera-se uma distribuição uniforme das tensões.
Para que se possa considerar uma distribuição uniforme no topo do tubulão, o bloco
deve ter uma altura mínima. Esta altura mínima decorre do fato de que a região da
perturbação no fluxo de tensões é limitada, segundo o princípio de Saint Venant.
Deste modo, a altura efetiva (He) é dada pela expressão:
onde:
A é a dimensão do tubulão e Ao a dimensão do pilar na direção onde se deseja
calcular a tensão de tração.
Obs.: Devemos lembrar que, para que a armadura do pilar possa estar devidamente
ancorada no bloco, então: He ≥ Comprimento de ancoragem das barras do pilar
(lb) + cobrimento
H = He + 0,10 cm ( região do tubulão dentro do bloco )
B
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4.2. CALCULO DA DIMENSÃO ( B)
Se Ø fuste > ℓ (pilar) B ≥ Ø do Fuste do tubulão + 30cm
Se Ø fuste < ℓ (pilar) B ≥ dimensão ℓ do pilar + 10 cm
Obs: o bloco terá dimensões B x B x H, conforme condições acima.
4.3. ESFORÇOS DE TRAÇÃO E CÁLCULO DAS ARMADURAS
Os esforços são calculados através das expressões:
σtd ≤ 14 Kgf/cm2
1,2 Nd
Act = Asv = 0,008 × Act
0,85 × fcd + 0,008 × fyd
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