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Esta divisão é baseada nas formas dessas barragens, formas essas por sua vez estritamente
ligadas ao comportamento estrutural de cada uma delas.
As barragens arco e barragens abóbadas são caracterizadas por serem curvas em planta, com o
centro da curvatura do lado de jusante. A sua espessura é normalmente pequena. Elas utilizam o
efeito arco para descarregarem grande parte da pressão hidrostática a que estão sujeitas
lateralmente para os encontros e não apenas para a fundação. Exigem vales apertados e uma
fundação em rocha sã muito resistente.
As barragens de contrafortes são compostas por um paramento (de montante) que é apoiado
num grande número de pilares-paredes ou contrafortes. O paramento de montante pode ser
constituído por uma laje de betão armado ou pela sucessiva junção das cabeças dos contrafortes
que, para o efeito, são alargadas e assume formas especiais. Podem ser usadas em vales abertos
com fundação em rocha sã.
Dos três tipos de barragens, as barragens gravidade são cada vez mais utilizadas em virtude de
exigirem condições topográficas e geológicas menos restritivas podendo, por isso, ser usadas em
locais onde as soluções de barragens abóbada ou barragens de contraforte podem estar excluídas
à partida.
Numa comparação das barragens abóbada e de contrafortes com as barragens gravidade, podem
apontar-se para as primeiras as seguintes vantagens:
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• Economia de betão – uma barragem gravidade tem um volume de betão 2,5 a 3 vezes
superior ao da barragem abóbada e 1,5 a 2 vezes o de uma barragens de contrafortes, com
a mesma altura.
• As forças resultantes da subpressão são pouco significativas devido à pequena espessura
da abóbada e do paramento das barragens de contrafortes.
• Os problemas de controlo da temperatura do betão durante a construção são mais
facilmente resolvidos.
As barragens arco e abóbada são barragens em betão simples, utilizando betão armado apenas
em algumas zonas localizadas onde há concentração de tensões, por exemplo, à volta das
aberturas para condutas dos órgãos hidráulicos.
Quando elas são curvas apenas em planta, designam-se por barragens arco. Chamam-se por
barragens abóbada às que têm também curvatura no plano vertical, isto é, barragens de dupla
curvatura.
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As primeiras barragens arco foram construídas no Império Bizantino, cerca de 550 D.C. As
primeiras barragens arco na Europa de que há referências precisas são as de Almansa (Espanha)
e Ponte Alto (Itália).
A barragem de Almansa terá sido provavelmente construída cerca de 1384 enquanto a barragem
de Ponte Alto foi iniciada em 1537 e posteriormente alteada por várias vezes durante os três
séculos seguintes. A primeira barragem abóbada de que se tem referência é a de Bear Velley
(EUA) construída em 1884. Finalmente vale a pena referir que a primeira barragem arco
construída na África do Sul foi feita em 1898, com 38 m de altura e espessura de 11 m na base e
2.15 m no coroamento.
A figura 1 apresenta a planta, alçados de montante e jusante e uma secção-tipo de uma barragem
abóbada típica, a barragem de Ikehara (Japão) com 11 m de altura e uma relação corda-altura do
valer de cerca de 4.
Devido à sua inerente complexidade, não se utiliza a solução da barragem abóbada para
pequenas barragens a não ser como estrutura temporárias (ensecadeiras) em que por vezes se
utilizam barragens arco. Por essa razão, será aqui feito um tratamento bastante superficial do
tema.
As barragens abobadas podem ser consideradas como estruturas bidimensionais devido a sua
pequena espessura. São no entanto estruturas em que a folha media a curva enquanto em outras
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Bidimensionais como placas e lajes, a folha media é plana. As placas tem cargas apenas no seu
próprio plano pelo que ficam sujeitas a um estado plano te tensão. As lajes estão sujeitas a cargas
perpendiculares ao seu plano, trabalhando essencialmente a flexão. As cascas são superfícies
curvas que sujeitam cargas perpendiculares a superfície e com forma tal que trabalham
predominantemente à compressão.
As barragens abobadas podem ser assimiladas as cascas porque a solicitação mais importante
que nelas se verifica a pressão hidrostática da água - actua perpendicularmente à superfície.
Duma forma simplificada, assumir-se que a barragem abobada é constituída por uma malha de
arcos e consolas em que os arcos descarregam lateralmente para os encontros e as consolas
descarregam para a fundação; Figura 2.
O efeito de arco que, mediante a adopção duma certa geometria, perucita que a estrutura fique
sujeita apenas a compressão é tanto mais pronunciado quanto mais apertados for o vale. Assim
costuma limitar-se a utilização de barragens abobadas a secções em que a relação entre a corda e
altura da secção não exceda cerca de 4 – 6. A barragem de Viont na Italia, actualmente
inoperacional devido ao grande desastre que ali ocorreu em outubro de 1963, é um caso estremo
com meia relação corda – altura inferior a 1, ver figura 3.
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Figura 3 – Barragem de Vaiont (Italia), c / h = o.7
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As formas especiais das barragens abobada, permitem que grande parte da barragem trabalhe
com elevadas tensões de compressão (4 – 8 Mpa) e conduzem a forma bastante esbeltas.
O método de cálculo mais utilizado até fins da década de 60 foi o método do “ trial load”. A
estrutura era decomposta numa malha de arcos e consolas pelos quais se distribuíam
tentativamente as cargas principais (pressão hidrostática e peso próprio). Cada arco e cada
consola era analisado separadamente, calculando-se os respectivos esforços internos e
deslocamentos. O processo é repetido com nova tentativa de distribuição de cargas entre os arcos
e as consolas ate os deslocamentos nos pontos comuns aos arcos e consolas assumam valores
idênticos quer quando calculados com arco quer com as consolas.
As fundações das barragens abóboda tem de ser em rocha sã, com grande resistência (por causa
das elevadas tensões que lhe são transmitidas) e pequena deformabilidade (para evitar
redistribuições de tensões que podem ser perigosas). Para além disso, é importante que não haja
falhas em direcções próximas, na direcção do impulso transmitido pela barragem, pois isso pode
revelar-se perigosas para a estabilidade do conjunto barragem-fundação, figura 5.
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A detenção de anomalias como falhas é por isso extremamente importante podendo utilizar-se
para tal os métodos geofísicos.
Todo o material de alteração deve ser removido fazendo-se uma limpeza da zona de
contacto da barragem com a fundação numa profundidade de 5 a 10 metros. Todo o material de
enchimento de falhas e fissuras deve ser removido e o espaço preenchido com betão ou
argamassa de cimento.
Frequentemente utiliza-se um soco de fundação – maciço de apoio da barragem que permite que
permite uma regular transmissão regular de tensões a fundação evitando que surjam problemas
devido a qualquer fraqueza local da fundação.
A não ser em casos de rochas muito sã, o tratamento de fundação deve incluir uma cortina de
injecções de impermeabilização. Esta cortina tem normalmente uma profundidade de 15 a 20
metros. Esta cortina pode servir também uma segunda finalidade que é a da consolidação da
fundação.
A partir dos fins do seculo XIX, a forma da barragem começou a ser mais delgada em virtude
que da utilização do betão quer da realização de estudos teóricas das tensões na barragens e na
fundação.
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As modernas barragens gravidade são dimensionadas de forma a evitar o aparecimento de
tracções e, consequentemente, a necessidade de armaduras, expecto em algumas zonas muito
localizados onde se verificam concentrações de tensões (galerias e outras aberturas no corpo da
barragem)!
Por vezes, procura-se que a barragem gravidade tenha, em planta, um alinhamento curvo (como
nas barragens abobada) na expectativa de que o “efeito de arco” introduza um factor de
segurança adicional. No entanto, estudos teóricos e medições em barragens construídas tem
evidenciado que esse “efeito arco” ѐ praticamente inexistente.
A secção transversal vai normalmente variando com lentidão em função da profundidade a que a
fundação se encontra. Como as deformações na direcção do eixo da barragem se encontram
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praticamente impedidas pelos encontros, o estudo das tensões e deformações pode fazer-se
considerando que cada “ fatia” vertical da barragem, perpendicular ao eixo, se encontra sujeita a
um estado plano de deformação.
O cálculo das tensões e deformações, aceitando a hipótese de se tratar dum estado plano de
deformações, pode fazer-se sem grandes dificuldades pelo método dos elementos finitos desde
que se disponha dum programa de computador para o efeito.
As solicitações que devem ser consideradas no estudo duma barragem gravidade são as
seguintes:
a) Horizontais
b) Verticais
- subpressão (F8)
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Como a probabilidade de ocorrência simultânea, de todas estas solicitações ѐ relativamente
baixa, consideram-se três combinações de solicitações:
• Nível de água a jusante – TWL (“tail water level”, nível que corresponde ao caudal
no rio a jusante)
• Subpressão reduzida
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• Acção sísmica
Como ѐ obvio, os factores de segurança para a combinação normal serão os mais elevados e
para a combinação extrema serão os mais baixos.
volume morto. Esta formula é conservativa porque ignora a consolidacao dos sedmentos.
jusante. Quando há drenos e estao operativos, o dograma é modificado (figura – 7), aceitando-se
que o valor do diagrama na linha dos drenos é
. Habitualmente toma-se .
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A aceleração horizontal, considerada no sentido de montante, provoca um aumento da pressão
hidrostática da água e o surgimento de uma forca de inercia (devido a massa da barragem)
dirigida para jusante. A aceleração vertical, considerada para baixo, provoca o surgimento de
uma forca de inercia devido a massa da barragem, dirigida para cima.
Os sentidos considerados para as acelerações – horizontal, para montante; vertical, para baixo –
correspondem a situação mais desfavorável, aumentando as forcas desestabilizadoras da
barragem.
Ter-se-á então:
F5 = 0.1*F6
F10 = 0.005*F6
Nota-se que se está a introduzir uma simplificação bastante grosseira ao propor um equivalente
estático dum fenómeno dinâmico.
Para calcular a resultante do diagrama de pressões adicionais na agua, F 4 s considera-se que este
diagrama é definido por;
Em que, ;
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0 10 20 30 40 50 60 70
Figura
Quando o paramento de montante não tem inclinação constante, figura 8, o valor que se toma
- Se , considera-se
- se , considera-se
Situando-se a uma distância 0.6*h a contar da superfície da água. Assim, por exemplo para
obtém-se , ou seja, cerca de 8% da resultante da pressão hidrostática.
Como se referiu anteriormente, o cálculo de tensões e deformações pode ser feito pelo método
dos elementos finitos desde que se disponha do correspondente programa de computador.
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Para pequenas barragens pode, no entanto, optar-se por um cálculo simplificado de tensões
através do chamado método de gravidade (“gravity method”).
− Tensões tangenciais,
Sendo conhecidas as tensões normais e tangenciais num ponto qualquer da barragem, é fácil
calcular as tensões principais. O método de gravidade assimila a secção transversal da barragem,
considerando uma faixa de 1 metro de largura, a uma viga em consoa encastrada na fundação,
utilizando as fórmulas derivadas da Teoria da Elasticidade para calcular as tensões.
Estas tensões são calculadas numa secção horizontal admitindo que a secção está sujeita à flexão
composta, com esforço axial de compressão N, e momento , sendo e a excentricidade
O esforço axial, o momento flector e a excentricidade são calculados considerando as forcas que
se situam para um dos lados da secção, normalmente as que estão acima da secção.
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Tratando-se duma secção rectangular de largura unitária (1m) e altura h z, tem-se e
No contacto da barragem com a fundação, parte das tensões transmitidas são absorvidas pela
água que percola de montante para jusante (subpressão). Sempre que a tensão de montante seja
inferior ao valor da subpressão nesse ponto, irá surgir uma fissura no contacto barragem-
fundação visto a tensão admissível do betão à tracção ser praticamente zero.
de forma similar ao que se faz para as vigas sujeitas a esforço transverso. O diagrama das tensões
será então uma parábola de 2º grau:
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No caso das vigas, normalmente as forcas que actuam dobre facetas z (perpendiculares ao eixo
dos zz) não têm componente tangencial, logo as tensões faces superior e inferior da viga são
nulas.
Consequentemente, nas facetas y o diagrama de tensões tangenciais anula-se nas
extremidades.
No caso das barragens gravidade, as faces superiores e inferior da viga correspondem aos
paramentos de montante e jusante que são normalmente inclinados, fazendo ângulos e
com a vertical. Surgem portanto tensões tangenciais nas faces y e z de montante e jusante, visto
que a pressão hidrostática é normal ao paramento.
- Face de montante
Projectando as forças na direcção vertical:
Admitindo então que a forma do diagrama de tensões tangenciais numa secção horizontal (faceta
y) corresponde a uma parábola do 2º grau, , os coeficientes a, b, c podem ser
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c) Cálculo das tensões normais
Num cálculo simplificado, pode admitir-se que varia linearmente de montante para jusante
entre os valores de e .
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O ângulo da faceta principal de tensão com o plano horizontal é dado por
Como para o betão, as tensões são muito inferiores às tensões principais no plano da
secção transversal.
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4.7 Critérios de dimensionamento
São três os critérios de dimensionamento que permitem verificar a estabilidade duma barragem
gravidade:
− Segurança em relação ao derrube por rotação;
− Segurança em relação ao deslizamento;
− Segurança em relação a tensões excessivas.
Qualquer destes critérios deve ser verificado para cada uma das combinações de solicitações:
normal, excepcional, extrema.
Em geral, o critério mais crítico costuma ser o relativo ao deslizamento, sobretudo em rochas
com importantes planos de falhas e fissuras.
Define-se o factor de segurança em relação ao derrubamento por rotação, fr, como sendo
As principais forças que contribuem para os momentos derrubadores são a pressão hidrostática e
a subpressão; para os momentos estabilizadores contribui principalmente o peso próprio.
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Para a combinação de solicitações NORMAL, fr ≥ 1,5; para as combinações de solicitações fr ≥
1,25.
O derrube dum perfil gravidade por rotação não é uma situação realista. O que acontece é que a
medida que o momento derrubador vai crescendo aumentam rapidamente as tensões de
compressão no pé de jusante; se surgirem tracções a montante, aparecerão fissuras horizontais
que progridem para jusante. Este critério acaba, por isso por ter uma validade limitada.
No tocante à fundação, podem surgir problemas de deslizamento se houver planos de folha quase
horizontais próximos da superfície.
A resistência ao deslizamento, ou seja, a tensão tangencial que pode ser mobilizada é expressa
em função de dois parâmetros: a coesão c e o ângulo de atrito interno . Relembre-se que
A tabela seguinte apresenta valores característicos de coesão e para betão, contacto betão-
Tabela 1
Valores de coesão e
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A segurança em relação ao deslizamento é definida por factor de segurança. Há diversas
propostas para este factor de segurança: factor de deslizamento, factor de resistência por atrito,
factor de equilíbrio limite. Os dois últimos são bastante próximos.
O factor de resistência por atrito (“shear friction factor”), sff, é definido como a razão entre a
força resistente ao deslizamento e a força horizontal resultante.
Combinação de solicitações
NORMAL EXCEP. EXTR.
Barragem 3. 2. >1.
Contacto c/ fundação 4. 3. 1.3
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Combinação de solicitações
NORMAL EXCEP. EXTR.
Barragem 3.0 2.0 1.0
Contacto c/ fundação 4.0 2.7 1.3
Diversas medidas podem ser utilizadas para controlar a percolação e a subpressão, evitando o
surgimento de problemas de erosão, conforme a figura 12.
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Figura 12
• Laje de betão a montante com um “cutoff” na extremidade. Esta laje fica ligada ao corpo da
barragem por uma ligação flexível tornada impermeável através dum dispositivo de
estanquidade. O “cutoff” pode ser em betão, argila, argamassa de cimento ou com estacas-
prancha.
A utilidade do conjunto laje – “cutoff” é o aumento do comprimento de percolação desta
forma reduzindo o caudal percolado e as subpressões a jusante.
• Tapete impermeabilizante de argila a montante da laje de betão, igualmente para aumentar o
caminho de percolação.
• Com a mesma finalidade, uma laje de betão a jusante. Esta laje fica separada do corpo da
barragem por uma junta dotada dum dispositivo de estanquidade e por isso não é considerada
nas análises de estabilidade,
• Drenos para alivio das subpressões.
• Dente a montante, para aumentar a estabilidade em relação ao deslizamento.
• Enrocamento de protecção a jusante com a dupla finalidade de evitar erosões na passagem da
água descarregada e de permitir a saída da água percolada sem arrastamento de finos (para tal
deve funcionar como um filtro).
O dimensionamento duma barragem gravidade nestas condições pode fazer-se com base no
método simplificado de lane (“weighted – creep method”). Esse método calcula o gradiente
hidráulico e compara-o com valores máximos admissíveis. Os passos de cálculo são os seguintes:
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a) Calcula-se o comprimento ponderado de percolação l p
b) Calcula-se a razão l p/hu em que h u é a queda bruta. Esta razão é o inverso do gradiente
hidráulico. Se a barragem dispuser de drenos e filtros convenientes, o valor de l p /h u é
aumentado 10%.
c) Compara-se o valor de lp /hu obtido com o mínimo admissível dado na tabela seguinte.
Valore mínimos de lp / h u
Argila Areia Cascalho
Silte
Mole Média Dura Mto fina Fina Media Grossa Fino Médio Grosso
9.0 6.0 5.5 25.5 25.0 21.0 18.0 15.0 12.0 10.5 9.0
Os maiores valores de l p /h u são exigidos a fundações em silte e areia fina por causa da facilidade
de arrastamento de partículas finas pela água percolada. À medida que o material da fundação se
torna mais grosseiro, o valor de lp /hu exigido vai diminuindo. A fundação em argila apresenta
valores exigíveis de l p/hu mais baixos devido à sua baixa permeabilidade e coesão entre as
partículas.
A extensão das lajes de betão a montante e jusante, “cutoff”, tapete impermeabilizante, é então
determinada de forna a que l p/hu seja superior ao exigido.
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Quanto ao diagrama de subpressões, admite-se que ele varia linearmente (desde o valor de
montante ao valor de jusante) ao longo de todo o caminho ponderado de percolação, ou seja,
tomando um gradiente hidráulico constante .
a) A fundação em rocha deve ser injectada. A cortina de injecções tem uma altura próxima da
altura da barragem. A cortina não é apenas indispensável por causa da camada de alteração e
fissuras na rocha mas também ajuda a compactar e reforçar a rocha na zona de contacto com
a barragem.
b) Drenos de alívio das subpressões, feitos a partir duma galeria de inspecção que se situa perto
da base da barragem. Os drenos da fundação são furos de 75-100mm de diâmetro, espaçados
de 3 a 5 metros e logo a jusante da cortina de injecções. No interior da barragem, deixam-se
furos de diâmetro não inferior a 150mm espaçados de cerca de 3 metros e próximos do
paramento de montante. Os drenos devem ser construídos de forma a poderem ser limpos ou
reabertos no caso de ficarem colmatados. A água recolhida é conduzida para jusante.
Figura 13
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- pressão da água a montante.
c) Galeria de inspecção próxima da base da barragem, para colectar a água drenada, permitindo
também a colocação de instrumentos de medição (observação da barragem). Sugere-se como
dimensões mínimas 2,0 * 1,2m.
d) Juntas de contracção transversal espaçadas de 15m por causa das características térmicas do
betão. Estas juntas permitem pequenos movimentos diferenciais dos monólitos. O projecto
deve prever dentes de encaixe e estanquidades em PVC, figura 14.
Figura 14.
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